Sasuke e Sakura agora com 15 anos, estavam no intervalo do colégio Konoha, ela com unifome de primavera, ele com o social de sempre, Sasuke estava conversando ou melhor tentando manter uma conversa com seus amigos, Sakura por sua vez estava quieta sentava na direção oposta lendo um romance que pegará na biblioteca.

- Triste? – Perguntou uma voz vinda de trás da garota.

- Não. – Respondeu Sakura de pronto. – O que faz aqui Sayume-sensei?

- Queria saber o que minha aluna predileta faz sozinha no pátio, enquanto há varias coisas para se fazer... – Ela fez uma pausa breve. – E vim lhe fazer um convite.

- Convite?

- Sim, mas me responda o que esta fazendo aqui sozinha e tão cabisbaixa.

            Sayume  conhecia a filha muito bem, embora não soubesse deste pequeno fato. Desde o inicio a professora apegou-se a menina e se tornou sua tutora na escola, Itachi de inicio achava um tanto estranho uma garota experta como Sakura ter uma tutora, mas com o tempo viu que a professora o ajudaria, já que ele não poderia ser como uma “mãe” seria.

- Acordei deslocada hoje. – Sakura respondeu acanhada.

- Vou fingir que é isso, muito embora eu saiba que esta assim por causa da morte de seus pais e se bem me lembro sua paquera o Gaara-san... – Como esperado Sakura corou e tapou a boca de Sayume com cuidado usando uma de suas mãos.

- Ta bom... É isso mesmo. – Disse a menina constrangida. – Mas é segredo, ok?

- Uhum. – Sayume riu assentindo enquanto tirava a mão de Sakura de sua boca. – Agora vamos a minha pergunta. Sakura-chan, aceita ser minha protagonista no musical de outono?

- P-protagonista?

- Hai, o nome da peça é “Uma flor entre espadas”.

- Fala sobre? – Sayume aos poucos começava a despertar a curiosidade da rosada, e essa logo demonstrou isso.

- Um romance, bem parecido com Mulan, mas a flor que é você ao contrario de Mulan não vai para guerra para proteger o pai, vai a guerra para proteger seu povo, que esta morrendo no campo de batalha... Para defender o palácio.

- Sayume-sensei, acho que há muito melodrama... Sem ofensas. Podemos conversar e fazer alterações? –Perguntou a menina mais animada.

- Claro que podemos, por isso ainda não existem teste para o musical Sakura-chan, você vai me ajudar a escrever a trama e será a protagonista.

- Eu tenho mesmo de ser a protagonista? – Sakura ainda era tímida, mesmo escondendo esse seu lado muito bem.

-Não vejo ninguém melhor... A menos que queira deixar a Karin-san em seu lugar, aposto que ela aceitaria. – Sayume riu ao ver Sakura negar varias vezes com a cabeça, como se acordasse de um pesadelo e tenta-se esquecê-lo. – Quer que ela fique em seu lugar?

- Não. – Responde a garota de pronto, arrancando mais um pequeno ataque de risos por parte de Sayume. – Sakura-chan... O que acha de fazer-mos a história assim....

            Sasuke já estava enjoado de ficar no meio de todo aquele falatório desnecessário, olhou em volta e pela primeira vez em dias deu falta de Sakura. Suspirou afastando-se um pouco do grupo enquanto um flash de sua ultima briga com ela corria em sua mente.

Flasblack on

- Sakura, já disse que não. – O moreno brandou contra a irmã caçula, por que ela tinha de ser tão insistente? – Eu não vou sair com uma irritante como você e pouco me importa se o Itachi te proibiu de sair-mos um sem o outro.

- Mas Sasuke eu preciso muito sair, apenas me acompanhe até a saída de casa, depois pode ir pra onde quiser eu juro que não me importo de ficar sozinha a onde vou. – A voz de Sakura saia suplicante, não era a primeira vez que Sasuke a colocava de “castigo” por capricho, mas ela não podia brigar com ele, não se quise-se sair de casa.

- Sakura eu já disse que não vou a lugar nenhum sabe muito bem que essa semana faz sei anos que nossos pais sumiram, por que você não para de pensar em shopping e começa a pensar neles, para variar?

            Sakura desistiu abaixou a cabeça e entre soluços pediu desculpa ao irmão, o Uchiha só não sabia porque achava tudo aquilo errado, porque incomodada se com os sentimentos fúteis da irmã... Ele tinha deixado passar alguma coisa e sabia que esse pequeno detalhe a magoará depois de sua explosão descabida. Antes que ele pudesse abraçá-la ou pedir desculpas a garota “curvou-se” e pediu licença, saindo as pressas da presença de Sasuke,  só ai ele lembrou-se que o aniversário de Sakura  estava próximo e ela fizera do dia da morte de seus país um dia para ir ao cemitério onde o ritual funerário havia sido feito mesmo sem os corpos encontrados, lá ela passava horas e horas “conversando” com seus pais pedindo-lhe conselhos e agradecendo por cada minuto em vida que passaram com ela.

Flashback off

            Sasuke não sabia o que fazer para se redimir com a irmã, ele não poderia falar com Itachi, já que esse não soubera do ocorrido e por mais que Sasuke aprontasse contra Sakura, essa sempre o protegerá das broncas do irmão mais velho.  Confuso decidiu conversar com a irmã e tentar pedir desculpas e admitir seu erro.
            “Difícil mas necessário” – pensou o moreno suspirando pesadamente enquanto observava o pátio procurando por Sakura, não foi difícil encontrá-la, já que era a única pessoa de cabelos róseos que deveria estar no pátio era ela. O moreno estranhou o fato de encontrá-la com a professora, mesmo depois de tantos e tantos anos vendo-as juntas ele não gostava daquela ligação que havia entre elas. Sayume aos olhos de Sasuke representava perigo, ele tinha a sensação dela iria tirar Sakura deles, mal sabia ele que estava certo, mas não pelos motivos que imaginava.

- Hei Sakura-chan que tal uma peça já pronta? – Sayume disse a menina decidindo deixar a peça “água com açúcar” para o próximo semestre. – Algo no estilo de Senhora de José Alencar.

- O escritor brasileiro? – Perguntou a menina iluminando-se.

- Esse mesmo Sakura. O que acha?

- Acho perfeito Sayume-sempai.

            Ambas sorriram satisfeitas, uma bela estória de uma país distante, belíssima por sinal, Sakura daria uma linda “Aurélia” agora faltava um Fernando Seixas, mas isso resolveriam depois. Enquanto conversavam Sasuke se aproximou da mesa em que ela encontravam-se, ouvira parte da conversa sem querer, mas aquilo lhe interessou de maneira intrigante.

- Yo Sayume-sensei, Sakura-chan. – Sasuke cumprimentou-as, com um aceno pediu para sentar-se, pedido que logo foi atendido, quando Sakura meneou com a cabeça lhe dando permissão para juntar-se a elas. – Gomene Sayume-sensei, mas eu gostaria de falar com a Sakura-chan a sós, tenho assuntos para tratar com ela.

            Sakura ficou tensa de repente, Sayume pode notar que algo estava errado apenas de olhar a menina que encolheu-se, retraindo os músculos dos ombros de forma a deixá-la menor e mas frágil.

- Prometo que não vamos brigar Sayume-sama. – O adolescente cortou os pensamentos da mestra, vendo-a relutante quanto a deixar a menina a sós com ele. – Eu só quero conversar com a minha irmã.

- Tudo bem então. – Sayume sorriu mas confortável em deixar a menina com o irmão, ela sabia que eles tinham brigado,  não que Sakura tenha lhe contado alguma coisa, mas depois de tantos anos como sua tutora ela havia aprendido a ler nas entrelinhas do olhar e do comportamento de Sakura . – Qualquer coisa estarei na minha sala Sakura-san.

- Uhum. – Sakura respondeu de forma monossilábica, muito diferente de suas respostas normais.

            Sayume olhou para Sasuke e o mesmo também a encarava enquanto ela levantava-se, eles tocaram olhares nada amistosos, Sayume olhava para o moreno com ares de reprovação e o mesmo lançava de volta um olhar de puro desprezo. Depois de encararem-se por algum tempo Sayume se retirou deixando-os a sós.

- Gomene Sakura. – Disse o Uchiha assim que viu a professora afastar-se. – Eu tinha esquecido que você sempre vai ao cemitério essa época do ano, bem como me esqueci de seu aniversario... Será que pode me perdoar por isso? – Enquanto ia falando, ele tirava do bolso uma caixa aveludada em tom azul meia-noite. – Sei que você detesta se sentir compara, mas eu juro que não é essa a minha intenção ti dando esse presente... E-eu só quero fazer as pazes ta bom? – Disse ele abrindo a pequena caixa, mostrando um pingente no formato de uma flor de cerejeira em ouro branco, junto a uma fina e delicada corrente feita do mesmo material. – A propósito, feliz aniversário.

- Annn.. –  Sakura olhou para o pingente e depois para o irmão ele parecia mesmo estar arrependido, e ela não era de guardar rancor nem nada desse tipo, mas aceitar aquele presente podia ser um passo grande de mais por hora. - Tudo bem, eu o desculpo Onii-san, mas não vou aceitar seu presente.

            Sasuke picou os olhos varias vezes, enquanto Sakura levantava-se e o deixava sozinho, claro que ele não esperar que ela aceitasse o presente facilmente, mas não esperava tal reação dela. Bufando ele levantou-se e foi para sala de aula pensativo.