Fear of Love escrita por Raynara Marinho


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Mais uma vez agradeço a todos os que tem comentado e assim, me incentivado com a fanfic.



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Era madrugada mais uma vez e uma forte chuva despencava sobre Nevada, no entanto as luzes e Cassinos de Vegas permaneciam constantes. Após algumas horas sem a oportunidade de um banho, no fim das contas aquela chuva não seria tão ruim, me serviria como adiantamento do banho que tomaria quando chegasse em casa, para que então pudesse dormir e aliviar toda a tensão e cansaço das últimas vinte e quatro horas em que estive acordado. Já estava prestes a sair quando observei seu rosto tão familiar, banhado na penumbra que tomava o vestiário. Ela estava sentada sobre o banco de madeira que que corria todo o centro do ambiente, segurava sua jaqueta marrom e olhava fixo para as mãos. Ao perceber meu especulativo olhar sobre ela, devolveu-me a atenção de seus olhos, cheios de promessas não ditas e a sombra de um meio sorriso que tocava o canto de sua boca. Em seguida, levantando-se com sua jaqueta em mãos, olhou-me mais uma única vez e foi embora.

No dia seguinte, passado as investigações do caso Debby, o turno estava bastante tranquilo, tínhamos apenas um crime para investigar: o roubo de uma loja de conveniências. Dei o trabalho para Nick e Warrick, os outros aguardariam até que surgissem novas ocorrências. Após meu breve aparecimento na sala de convivência, notei sua presença atrás de mim enquanto caminhava até meu recinto. Senti sua respiração ofegante em minhas costas, ao virar surpreendi-me com sua expressão séria e determinada.

–Sara? Algum problema? Indaguei.
–Grissom, só vim informar que entreguei meu pedido de demissão ao Ecklie e esta será minha última noite aqui no departamento de criminalística. -Senti quando o sangue fugiu-me do rosto e minha mandíbula caiu. Eu não esperava por isso. Não pensei que os fatos daquela manhã em minha casa poderiam contribuir para uma decisão como esta. Eu era mesmo um tolo, enchi-me de palavras carregadas ao enfrentar o doutor naquela sala de interrogatório, falando de mim mesmo, mas não mudei a direção em que seguia.
–O que aconteceu? Foi tudo o que consegui dizer.
–Por favor, não finja que não sabe.
–Sara, eu não queria que as coisas tomassem esse rumo.
–Que rumo? Eu me demitir e enfim te deixar em paz? Não correr mais o risco de ser demitido por uma relação chefe-empregada?
–Não é isso.
–Não? Então o que é?! -Sua voz era firme e determinada, mas havia súplica em suas palavras.
–Nós não deveríamos falar disso aqui, você está um pouco alterada. Vou te dar o restante da noite de folga, vá e pense melhor sobre sua decisão.
–Então essa é a solução? Grissom, esqueça que você é meu chefe uma única vez, esqueça que sou subordinada e fale comigo como... como Sara mulher e Grissom, o homem que amo. -A encarei por alguns segundos, sem saber bem o que dizer. Meu coração palpitava continuamente e os pensamentos enchiam-me a boca, porém, nada pude falar.
–Você é sempre assim, tão introspectivo? -Cuspiu suas últimas palavras e me deixou a sós comigo mesmo, inerte em uma sala vazia, irritado por minha covardia, meu medo de arriscar.

As horas passavam lentamente, sem mais assassinatos, roubos ou qualquer coisa que pudesse me tirar dali, cada segundo servia-me como uma tortura. Eu não podia saber ao certo o que ela fazia naquele instante, talvez estivesse em casa ou em um bar conhecendo outros caras de sua idade, se embebedando e tentando me esquecer. Minhas lembranças levavam-me de volta aquela manhã em meu quarto, onde estive a ponto de beija-la, por um impulso que felizmente controlei, ou não. Para onde ela iria? Teria boas referências, era parte da melhor equipe de criminalística de Las Vegas. Teria ela recebido alguma proposta? Levantei rapidamente de minha cadeira e fui até a sala do Ecklie, com certeza ele saberia mais do que eu em minhas suposições. Entrei a todo vapor, ainda enraivecido e não pude deixar de registrar mentalmente o seu rosto embasbacado sem nada entender.

–Ah, olá pra você também Grissom, sente-se. disse apontando a cadeira em frente à sua mesa. Permaneci de pé. -Sabia que normalmente as pessoas batem na porta antes de entrar? -Era puro sarcasmo.
–Não tenho tempo para discutir com você, vim falar sobre algo importante.
–Suponho que sobre o pedido de demissão da Sara, não é mesmo?
–Você já o assinou?
–Ainda não, imaginei que você viria me fazer uma visita e explicaria direito o que aconteceu.
–Ela disse se havia recebido alguma proposta, para onde iria? Minha entonação era mais ansiosa do que o necessário, não me importei.
–Disse que foi convidada para auxiliar a equipe forense de São Francisco. Viaja amanhã à noite, mas à tarde virá resolver os últimos detalhes de sua saída, isto se não quiser resolver tudo por e-mail. Não sei o que aconteceu Grissom, mas quero que resolva essa situação imediatamente, não posso dar o luxo de perder um de nossos melhores peritos. -Vi sua raiva contida, dei as costas e saí.

Andei pelos corredores em busca de Catherine, quando a encontrei em sua sala, conversando ao telefone com sua filha, Lindsay. Ela parecia bastante irritada. Ao me ver, esboçou um sorriso fraco e levantando sua mão direita fez sinal para que aguardasse, apontando logo em seguida para a cadeira em minha frente. Novamente permaneci de pé, não havia necessidade de sentar, afinal eu seria breve. Por fim, a ligação foi encerrada.

–Desculpe, mas você sabe como são quando estão entrando na adolescência. Disse pondo o celular em sua mesa, um pouco preocupada.
–Sim, não se preocupe. A tranquilizei.
–O que foi, alguma ocorrência?
–Na verdade, não.
–Então? -Lançou-me seu olhar inquisitivo.
–Preciso sair para resolver um problema e preciso que você cuide do pessoal.
–Ok.
–A propósito, Sara não estava muito bem e dei a ela o restante da noite de folga.
–Tudo bem, eu dou conta. Mas e você? Não está com uma cara muito boa.
–Como disse, tenho algo a resolver. Não se preocupe, já sabe o que fazer.

Segui a toda velocidade até o seu apartamento, o vento fresco da cidade entrava pelas janelas do carro, eu estava determinado. Haviam muitas coisas a serem ditas e eu não permitiria que mais uma vez o meu medo fosse maior do que eu.


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Notas finais do capítulo

E então? Nossa fanfic está em reta final e o seu comentário, mais uma vez será muito bem vindo.
Mas afinal, qual será o fim de toda esta trama, hein? Te espero no último capítulo de Fear of Love.



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