(Música)

Thalia respirou fundo, se virando de lado para ter certeza não estar muito gorda para usar aquele vestido. Como resposta, recebeu uma gargalhada de sua irmã doze dias mais velha, e uma pequena risada da mais nova.

— Você está perfeita, Lia! – Harmonia tinha a voz tão delicada quanto sua aparência. Era pequena, tinha apenas nove anos, mas era bem madura para sua idade. Bem mais do que seus irmãos e seu pai. – Parece uma princesa!

Thalia sorriu para a garota, que era quem estava realmente se parecendo com uma princesa. Usava um vestido azul claro rodado e uma faixa azul escura no cabelo, o vestido que a mulher escolheu com tanto carinho para sua dama de honra.

“Thalia estava nervosa. Andava de um lado para o outro, querendo logo uma resposta de Nico sobre o vídeo. Qualquer coisa. Nem que fosse Annabeth ligando para dizer que tudo dera errado e que estava voltando com um pote de sorvete para consolá-la.

Ouviu a porta da frente se abrir, então vozes e, por fim, batidas em sua porta. Fechou os olhos, respirou por um segundo, e pediu para a pessoa entrar.

Nico estava ofegante e suado, meio vermelho por causa do esforço que fizera para chegar até ali. Ele parou sem entrar no quarto, deixando os braços caírem nas laterais do corpo, olhando-a com uma expressão indecifrável.”

Ouviram batidas no quarto e logo depois Patrícia, Hera, Annabeth, Silena, Bianca e Piper entraram no lugar, fazendo-o parecer incrivelmente pequeno pelas palavras emocionadas que jorravam de suas bocas enquanto abraçavam Thalia.

Patrícia, depois de todos esses anos, se tornara uma mãe para Thalia. Já Hera, fez o que pode para se desculpar com a filha e com todos, e, por fim, a de olhos azuis acabou ganhando duas mães.

— Está na hora de ir, minha querida! – Patrícia tinha lágrimas nos olhos, assim como quase todas as mulheres do quarto.

“- Oi. – Ele tinha um sorriso de canto nos lábios, apesar de bater levemente os dedos na perna, como sinal de nervosismo.

— O que você veio fazer aqui? – Thalia perguntou não soando rude, mas curiosa e deixando toda sua esperança transparecer. Nico deu de ombros.

— Bem, é meu aniversário. – Respondeu. – E ele não estaria completo sem a mulher que eu amo.”

Nico simplesmente não conseguia ficar parado. Muitas teorias eram formadas em sua cabeça por causa da demora de sua noiva, desde ela ter desistido do casamento até ter sido sequestrada no caminho.

E ninguém, nem seu pai, nem Percy, nem Phobos e Deimos, nem mesmo Ares ou Poseidon estavam conseguindo fazê-lo se acalmar. Por isso, quando avisaram que ela havia chegado, foi um alívio não só para o noivo, mas para todos ao seu redor.

E, quando a viu, no fim da fila de familiares, madrinhas e damas de honra, acompanhada por Ares, um pai extremamente orgulhoso de sua filha casando-se – apesar de Clarisse ter sido mais rápida que o casal e ido para a igreja com Chris dois anos antes, sendo a primeira da família la Rue a se casar – toda sua espera foi compensada.

Era a visão mais linda de sua vida.

E quando Ares, com dificuldade, a entregou para si, prometeu, sendo o mais sincero que pôde, cuidar da mulher com sua vida. Era isso que faria. Cuidaria dela, se entregaria a ela, iria até as estrelas se fosse preciso.

E Thalia, bem, ela era a noiva mais feliz do mundo. Tinha a melhor – e mais confusa – família que poderia, amigos maravilhosos, e agora um marido perfeito.

É claro que haveria brigas, sempre. Principalmente sobre as cores do novo apartamento, ou sobre os móveis, e até mesmo sobre o nome do bebê. Sem contar as crises de ciúme, onde Thalia se sentaria no chão e choraria, dizendo que ele era uma pessoa péssima, e que o odiava. E Nico iria abraça-la, sussurrar que a amava e que tudo ficaria bem. E tudo ia sempre ficar bem.

Porque, oras, os dois eram simplesmente complicados. E apesar de tudo se amavam com tudo o que tinham. Isso tinha que dar certo.

E, se estivessem juntos, sempre seriam seus próprios felizes para sempre.