The Boyfriend escrita por Marih Yoshida


Capítulo 31
Fantasmas do Passado


Notas iniciais do capítulo

DUAS SEMANAS, TRÊS RASCUNHOS, DOZE MÚSICAS, QUATRO PESQUISAS E MUITO ESTRESSE PARA ESCREVER UM ÚNICO FUCKING CAPÍTULO!!
Deuses, que coisa estressante! Se lembram que eu disse que o capítulo anterior estava pronto antes mesmo de eu postar o outro? Então, estou tentando escrever esse capítulo desde que postei o 29.
Inicialmente, o conteúdo dele era para ser de, pelo menos, três capítulos. Mas iria enrolar demais, e ficar cansativo, então eu resolvi que resumiria os assuntos e escreveria um único capítulo ~uma das piores decisões da minha vida~
Enfim, eu queria agradecer a todos os reviews, fiquei super feliz por vocês terem gostado tanto do capítulo anterior mesmo que não tivesse Thalico. Prometo que vou responder todos os comentários depois :3
Eu poderia fazer uma playlist com todas as músicas que usei para escrever essa coisa gigante! Mas estou com preguiça, então vou apenas indicar duas: You & Me - Lifehouse para as partes PatixAres e Thinking Out Loud - Ed Sheeran para as partes HadesxMaria(principalmente para o último flashback hehe).
Ah, e tenho algumas explicações:
— Harmonia, Deimos e Phobos são os filhos de Ares e Afrodite. Como a Dite já é mãe da Silena e da Piper, eu não a fiz casada com Ares e, no lugar, coloquei a mãe da Clarisse que descobri se chamar Patrícia la Rue.
— Como sempre, os flashbacks estão em itálico. Como o capítulo é muito grande, e a minha revisão foi bem preguiçosa, eu posso ter deixado algo passar ou errado alguma coisa. Me corrijam se encontrarem algum erro.
— Os flashbacks acontecem na época de escola dos cinco. Mas o que fez Hades e Poseidon se separarem aconteceu há apenas dez anos, quando os protagonistas tinham apenas seis/sete anos.
— A descrição dos filhos de Ares e da mulher são totalmente da minha cabeça, por isso, provavelmente são diferentes da realidade.

Era isso lindos



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Haviam quatro pessoas sentadas no sofá: dois garotos muito parecidos de aproximadamente onze anos, uma garotinha de, aparentemente, quatro e Ares. Um dos garotos e o pai jogavam um jogo de luta e os outros dois torciam. Não haviam percebido a presença das garotas, até que Clarisse bateu a porta, chamando a atenção de todos eles.

Ares e a garotinha abriram um grande sorriso, e os dois garotos se estapeavam para ver quem jogaria a próxima rodada, sem muito interesse nas meninas.

Antes que qualquer um pudesse dizer algo, uma mulher apareceu da cozinha. Usava um avental cor de rosa e seu cabelo, cor de mel, estava um pouco embaraçado. Ela tinha os olhos da mesma cor do cabelo e seu sorriso era doce.

– Bem vindas! - Andou até elas duas e pegou as mãos de Thalia. - Ah, minha querida, fico tão feliz em conhecê-la!

– Lia, essa e minha mãe, Patrícia. - Clarisse apresentou. Thalia sorriu para a mulher, que se virou para as pessoas no sofá.

– Filhos, venham aqui, queremos te apresentar uma pessoa! - Chamou. Os dois garotos saíram correndo até a mãe, e a pequena menina foi carregada por Ares. - Meninos, essa é Thalia, a nova irmã de vocês.

– Bem vinda, filha. - Ares sorriu para Thalia. - Esses são meus outros filhos. Os gêmeos Deimos e Phobos e a pequena Harmonia.

Os dois garotos olharam um para o outro. Eram praticamente idênticos, e se pareciam muito com Clarisse, os cabelos negros e olhos castanhos. E Harmonia se parecia mais com a mãe, com cabelos claros e olhos da mesma cor.

– Lia! - A garotinha repetiu, rindo. Thalia riu também.

– Prazer. - Disse. Um dos garotos, que ela achava ser Deimos, deixou a cabeça cair para o lado.

– Você é mais bonita que essa coisa que chamamos de irmã! - Sorriu, estendendo a mão para um aperto.

– Olha que eu te dou uma surra, garoto! - Clarisse puxou o cabelo do garoto, fazendo-o gritar e o outro correr até ele em socorro. Logo, os três irmãos corriam um do outro pela casa.

– Francamente! - Ares colocou a garotinha no chão e foi atrás dos filhos, fazendo-os se unir e correr mais rápido ainda. Patrícia suspirou e sorriu.

– Venha, vou te mostrar o quarto que você irá dormir. - Pegou a mochila que Thalia tinha em mãos e a guiou por um corredor, com Harmonia atrás.

"– Hey Ares! - O garoto acenou para o amigo, se aproximando do mesmo.

O garoto de cabelos quase tão negros quanto o amigo e olhos castanhos fechou o armário com força, antes de olhar para a direção de onde vinha o amigo. Hades, como sempre, estava acompanhado de uma garota, provavelmente uma de suas fãs. A garota tinha longos cabelos cor de mel e olhos da mesma cor, era baixa e magra. Não exatamente o tipo de seu amigo.

– Sabe, se você tirasse essa careta do rosto de vez em quando, até ficaria pegável. - Hades fez um biquinho. - Se eu fosse uma garota, não gostaria de um cara sempre com essa expressão, é assustador, não é, Pati?

A menina olhou bem para Ares.

– Um pouco, sabe. - Ela deixou a cabeça cair para um dos lados. Sua voz era baixa, quase como se tivesse medo de falar. - Mas, eu acho que você é bonito.

Ares franziu a testa, o que havia de errado com a menina?

~^~

– Pati, quer uma carona? - O garoto perguntou. - Você mora perto da minha casa, não é?

– Sim, mas.. - A menina olhou assustada para a moto que estava abaixo de Ares. - Eu tenho medo desse troço!

– É só se segurar em mim. - Ele riu. - Eu prometo que não vou rápido demais!

A menina hesitou, mas aceitou o capacete que o garoto lhe estendia e subiu na moto. Ela passou os finos braços pela cintura dele, no entanto, assim que a moto acelerou, ela o apertou contra si.

Por alguma razão, o coração de Ares falhou uma ou duas batidas.

~^~

– Vem, por aqui! - Ares a puxou para dentro do armário do zelador e a encostou na parede, tapando sua boca e ficando em silêncio.

Ouviram passos do lado de fora e o garoto soltou um suspiro de alívio, antes de perceber como estavam. Tirou, lentamente, a mão da boca de Patrícia, mas não se afastou.

– Me desculpa por te colocar nessa enrascada! - Sussurrou. A garota balançou a cabeça positivamente.

– Foi divertido. - Sussurrou de volta. Os dois se encararam e acabaram rindo com o pensamento de estarem se escondendo dos professores por terem, eles dois, e mais alguns amigos de Hades, estragado a maior parte dos preparativos para o baile de formatura e, consequentemente, terem sido pegos.

E, numa espécie esquisita de transe, os risos baixos pararam, dando lugar a sorrisos. Logo, a distância entre eles fora quebrada com o selar de seus lábios.

Não fora um beijo longo, apenas um selinho demorado, mas fora suficiente para que algo se encaixasse dentro dos dois. Se separaram e se encararam.

Antes que pudessem dizer qualquer coisa, a porta do armário foi aberta, e o diretor, nada feliz, ordenou, com sua voz esquisita, que os dois deveriam ir à diretoria imediatamente."

Já haviam passado um dia desde que Thalia chegara na casa de Clarisse. Agora, todos, estavam na sala, torcendo para que Ares vencesse de Phobos, que já havia vencido três lutas seguidas. Thalia apostara quatro dólares com Deimos que o pai iria ganhar, e Clarisse dobrara a aposta. Harmonia se divertia vendo-os torcer e Patrícia ria.

Se assustaram quando a campainha tocou. A mais velha se levantou e foi atender, deixando seus filhos, a enteada e o marido na sala. Se surpreendeu com a pessoa que estava ali.

– Hades? - Perguntou, um sorriso tomando conta de seu rosto. O homem sorriu, mostrando as covinhas. Sem pensar duas vezes, ela abraçou o amigo que não via há tempo.

– Oi Pati! - Retribuiu o abraço com o mesmo entusiasmo.

– Fico feliz que tenha vindo nos visitar. - Ela sorriu. - Não nos vemos desde que Harmonia nasceu!

– Quatro anos já, não? - Perguntou. - Me desculpe, ando ocupado ultimamente. Mas vim para ficar algum tempo na cidade. Quero ficar mais próximo de meu filho, de vocês, e vigiar meu irmão.

– Você é um bom pai, apesar de tudo. - Sorriu. Hades passou a mão pelo cabelo, um gesto deixado de lado há anos, e desviou o olhar da mulher, que o entendeu e mudou sua expressão para a mais brava que conseguira. - Hades di Ângelo, não ouse se comparar a ele, ouviu?

– É só que... - Ele voltou a olhar para Pati, o olhar um pouco angustiado. - Eu sinto como se não fosse o suficiente.

– Você é melhor do que seu pai, Hades. - Ela sorriu, carinhosa. - Nico sabe disso. E tenho certeza que Bianca também.

Hades sorriu para a mulher, agradecido. Ela deu passagem para ele entrar, comentando sobre o quanto seu marido conseguia ser infantil.

"– Pati? - Perguntou, sorridente, quando viu a amiga. - O que está fazendo aqui?

– Na semana passada eu encomendei baquetas chinesas, quero dar de presente de aniversário para Ares. - Respondeu. Hades sorriu.

– Ah, se você quiser dar uma tampa de caneta mordida para ele, tenho certeza que vai guardar para o resto da vida. - Comentou. A garota riu.

– E você? - Perguntou. - O que faz aqui?

– Preciso comprar novas cordas para meu violão. - O garoto sorriu. - Eu aproveitei que tinha de passar na agência de viagens e vim comprar.

– Você vai viajar? - Perguntou, enquanto acompanhava o garoto até o caixa.

– Não, mas você e Ares vão. - Ele sorriu. - Ele me disse que queria te levar para algum lugar legal. Pois bem, vai ser meu presente.

– Eu tenho certeza de que ele vai gostar. - Hades colocou a caixa com cordas novas em cima do balcão.

– Pati! Vamos logo, ainda temos que passar na loja de roupas! - Uma garota que estava entrando na loja praticamente gritou.

– Já estou indo, Mari. - A menina pagou as baquetas.

Hades olhou bem para a amiga de Patrícia. Tinha cabelos castanhos e olhos escuros, era baixinha e magra. A garota também notou-o e se encararam por um tempo, até a outra garota perceber que precisava apresentá-los.

– Mari, esse é Hades, melhor amigo de Ares e um amigo meu. - Apresentou. - Hades, essa é minha melhor amiga, Maria.

– Prazer. - Ele sorriu de canto, deixando com que uma de suas covinhas aparecesse, e estendeu a mão. A outra garota sorriu também, apertando a mão de Hades."

– Hades? - Ares se surpreendeu quando vira o amigo ali.

Não havia muito tempo que se viram, apenas algumas semanas, mas na ocasião, não puderam conversar muito pois o di Ângelo estava com pressa. E, de qualquer forma, quase nunca se falavam, não desde que Hades saíra do país.

– Ares. - Respondeu de forma brincalhona, como sempre faziam. Os dois gêmeos desceram do sofá, esquecendo-se totalmente do jogo, e abraçaram o homem. Harmonia se levantou em cima do sofá, e sorriu.

– Tio Hades! - Phobos exclamou. - Você quase nunca vem aqui!

– Eu sei, me desculpem. - O homem sorriu e abraçou os dois ao mesmo tempo.

Clarisse pausou o jogo e se levantou, abraçando-o também.

– Nico sabe que está aqui? - Perguntou.

– Ainda não, quero fazer uma surpresa para ele. - Hades sorriu, então olhou para o sofá. - Vejo que já é uma la Rue, Thalia. Fico feliz em saber.

Thalia sorriu para ele também, com o mesmo pensamento que rodeava sua cabeça desde que chegara naquela casa. Se tudo tivesse sido dessa maneira desde o principio, com ela sendo uma la Rue ao invés de Grace, ela já estaria acostumada a chamar Hades de Tio e, consequentemente, ela se daria bem com Nico desde o começo. Então, provavelmente, ou seriam como irmãos um para o outro, ou estariam namorando há mais tempo.

– Eu trouxe presentes para todos vocês. - Hades se separou de Clarisse. Phobos e Deimos ficaram eufóricos com a ideia de ganharem algo.

O homem foi até o carro e, de lá, foi tirando os presentes de forma aleatória. Os gêmeos ganharam vários jogos de luta que ainda não haviam sido lançados no mercado(cortesia de contatos de Hades), Harmonia ganhou uma casinha de bonecas com tudo o que uma pequena garota poderia querer, Clarisse recebeu luvas de box assinadas por seu lutador preferido, Patrícia ganhou telas de pintura novas e Ares ganhara um filhote de rottweiler, que Harmonia insistiu em chamar de Pingo, embora os gêmeos e Clarisse concordassem que deveria ter um nome assustador.

E, finalmente, chegou na vez de Thalia.

– Eu achei que você estaria na casa de Nico, e contava que você seria a última a ganhar, por isso trouxe todos os outros nele. - Hades sorriu. Thalia franziu a testa, antes de entender com perfeição o que o homem quis dizer.

– O carro? - Perguntou, hesitante. Hades assentiu.

– Nico me disse que você não tinha um carro. - Ele olhou para a garota. - Eu acho que é uma chance de pedir desculpas também, por nunca ter dito que eu e Zeus éramos irmãos.

– Não se preocupe, se eu fosse irmã dele também esconderia. - Thalia sorriu. - Muito obrigada pelo carro!

"– Você está atrasado! - Hades reclamou. Ele e Ares, seu amigo inseparável, estavam sentados na calçada, um tocando no violão e o outro conversando com a namorada.

– É que eu queria apresentar alguém para vocês! - Disse. - Essa é a minha namorada, que tanto falei, Maria.

Os três olharam para a pessoa e arregalaram os olhos. Aquele ponto de estranheza poderia ser considerado coincidência ainda? Ou já havia sido transformado em destino?

– Poseidon que é seu namorado, Mari? - Pati perguntou, se levantando. - Ele é irmão de Hades.

– Sério? - Maria arregalou os olhos também.

– Vocês já se conhecem? - Poseidon perguntou, um pingo de ciúmes na voz.

– Maria está me ensinando a tocar piano. - Hades se levantou também. - E eu a ensino a tocar violão.

– Além disso, ela e Pati são melhores amigas. - Ares acrescentou, seguindo o amigo.

O grupo se encarou por alguns minutos.

– Vamos? - Perguntou Maria, tentando fazer com o clima estranho que havia se instalado ali acabasse.

~^~

Hades separou seus lábios da garota, sentindo a pior e a melhor sensação do mundo. Se sentia maravilhoso por tê-la beijado, e por ela ter correspondido, mas, ao mesmo tempo, a menina era namorada de seu irmão, o único de sua família que ainda se importava com ele, e não podia fazer aquilo com ele.

Se levantou do banco que ficava à frente do piano e evitou olhar para ela.

– Me desculpe, eu não deveria ter feito isso. - Murmurou. - Você está com meu irmão e...

– Eu não estou mais. - Cortou-o. Hades parou o que estava fazendo e olhou para Maria. - Terminamos há uma semana.

– O que aconteceu? - Perguntou, preocupado com ambas as partes. Maria molhou os lábios.

– Eu me apaixonei. - Respondeu. Ela se levantou também, andando até o garoto. - Eu gosto muito de Poseidon, mas eu percebi que ele é só um amigo para mim. Descobri um cara muito mais legal, inteligente, bonito e talentoso. É certo que o ego dele é gigante, e ele é extremamente irritante, mas isso é algo que dá para suportar.

Hades sorriu de canto, mostrando sua covinha, exatamente como fizera quando se conheceram. Como a garota mesma dissera, o ego ele era gigante, o que empurrava para o canto a possibilidade de o garoto que ela estava falando não ser ele.

– Você é incrível, Hades. - Continuou, séria. - Eu amo você."

– Você está parecendo um pai coelho! - Hades brincou quando estavam a sós no escritório da casa do amigo. - Deuses, precisa de tantos filhos?

Ares revirou os olhos, mas riu. Ele mesmo pensara isso de si mesmo, quando percebeu que aquela casa já não era o ideal para sua família. Quando a comprou, pensou nele, na mulher e dois filhos, não cinco e um cachorro.

Thalia e Clarisse resolveram fazer uma festa do pijama, chamaram amigas e tudo, por isso, o local não estava totalmente em silêncio. Podiam ouvir a música alta que tocava e as garotas cantando.

– Deve ser bom, ter uma família tão perto de você. - Hades sorriu triste, se sentando em uma poltrona. - Cinco filhos, huh? E você ria de mim por ter dois encapetados pelos corredores da minha empresa.

– Paguei todos os meus pecados com os gêmeos! - Ares exclamou. - Eles são impossíveis!

– Eles são iguaizinhos a você, Ares. - Retrucou. Ares revirou os olhos novamente. - Chega a ser engraçado. Clarisse é a sua versão feminina, e os gêmeos são você dividido em dois. Harmonia é a única que puxou a mãe.

– Clarisse é minha guerreira, os gêmeos são meus cavaleiros e Harmonia é minha princesa. - O homem tinha um sorriso orgulhoso ao falar dos filhos. - E Thalia... ah, ela é tão guerreira quanto Clarisse! Só não tão violenta.

– Até parece que não se lembra dos machucados que Nico arrumava quando arrumava briga com ela! - Hades explicou. - Se ela não é violenta, não sei mais quem é. Eu deveria saber, ela nunca teve nada parecido com Zeus, de qualquer forma. Aquele bastardo inútil! E você a deixou nas mãos dele!

– Eu ouvi esse sermão de mim mesmo a vida inteira, está bem? - Ares estava com um misto de irritação e tristeza. - Eu sei, eu deveria tê-la criado. Mas eu estava sob pressão, e tinha medo de Pati me deixar quando soubesse!

– Você não precisa se explicar para mim. - O homem emburrou-se como um adolescente. - Não me contou nada durante todos esses anos.

Ares bufou diante a infantilidade do amigo. Mas não poderia julgar ninguém, ele jogava vídeo game com os filhos e ficava bravo quando perdia.

– Você não deveria estar no apartamento do seu filho uma hora dessas? - Perguntou, desconversando.

– Não fuja da conversa, seu covarde! - Hades fez um pequeno bico. - E, de qualquer forma, Nico é um urso, já deve estar dormindo. Vou dormir aqui hoje.

– Ah, é claro que você pode dormir aqui, Hades. Não, não vai me incomodar! - Ares exclamou, sarcástico.

– Você sempre disse que as portas da sua casa estão abertas para mim na hora que eu quiser! - Resmungou.

– Se você não tivesse condições. - Ares lembrou. - Convenhamos, você é podre de rico.

Os dois homens se encaram por um momento, antes de começar a rir. Era tão bom estar conversando um com o outro, como antes faziam. Não se importavam com as infantilidades, ou com as ofensas proferidas. Na realidade, talvez, em algum lugar dentro dos dois, aqueles adolescentes sem juízo ainda existissem, só estavam soterrados por anos de dor e coisas ruins.

"Hades estava nervoso. Conheceria, finalmente, os pais de sua namorada. Nunca ficara assim antes, com nenhuma das garotas. Mas Maria era diferente, ele não queria ser apenas um namorado temporário para ela. Quanto mais tempo se passava, mais ele tinha toda a certeza do mundo que sua vida só seria completa com ela ao seu lado. E, por essa razão, agradar os pais dela era uma tarefa que deveria ser bem sucedida, a derrota não era um caminho viável.

Estendeu as mãos, para tocar a campainha. Passou as mãos pelo cabelo, que insistiam em ficar bagunçados, não importando o que usasse. Usava uma calça jeans escura, uma camisa preta e uma jaqueta de couro, não sabia se aquilo agradaria ou não os adultos, mas resolvera que se fosse fracassar, o faria sendo ele mesmo.

Não demorou muito para que Maria aparecesse na porta. Trajava um vestido branco florido, que Hades tinha a ligeira impressão ser de Patrícia, e seu cabelo estava preso em uma trança lateral. A garota sorriu, beijando-o rapidamente e o puxando para dentro da casa.

Os pais de Maria estavam sentados no sofá.

– Pai, mãe, esse aqui é Hades di Ângelo. - Ela sorriu. - Meu namorado.

– Muito prazer. - Ele usou todo o charme que tinha, sorrindo de canto e inclinando a cabeça para frente, num gesto de respeito.

Pôde ouvir a mãe da namorada dando um pequeno suspiro contido. Já o homem, não se deixou levar pelo charmoso garoto, e fechou um pouco a expressão.

– Bem vindo, querido. - A mulher disse. - Sente-se.

~^~

Maria suspirou contra os lábios do namorado. O ar se fez necessário e Hades se separou dela, indo de encontro ao seu pescoço. A garota deixou um gemido baixo escapar quando ele chupou de leve a área.

Não demorou para estarem deitados na cama da garota. A televisão fora esquecida totalmente. Hades continuara com as mordidas, os beijos e chupões no pescoço da garota, fazendo-a ofegar e suspirar. As mãos do garoto foram para baixo da camisa da namorada, explorando sua pele desnuda, fazendo-a se arrepiar.

Logo, ele voltou a beijá-la, suas línguas se entrelaçando em uma sincronia incrível. Se separaram apenas para que a camiseta azul escura da garota pudesse ser tirada totalmente. Hades voltou ao pescoço dela, descendo cada vez mais, até chegar à parte escondida pelo sutiã.

Percebendo o que estavam fazendo, o garoto se separou bruscamente de Maria, subindo seu olhar para que pudesse encontrar seus olhos. A garota estava corada e tinha uma expressão confusa no rosto.

– Você tem certeza que quer fazer isso, Mari? - Perguntou, passando as mãos carinhosamente na bochecha da garota. Os olhos dela faiscaram.

– Toda a certeza do mundo. - Sorriu e o puxou para mais um beijo."

Thalia procurava a chave do apartamento dentro de sua bolsa. Ela, a irmã, o pai e Hades resolveram que fariam uma visita a Nico e Percy, principalmente para ver como estavam se saindo juntos, sem Mary, que havia recebido uma folga. Finalmente achou-a e abriu a porta.

A cena que viram depois disso foi surpreendente.

Poseidon estava sentado no sofá. Nico tinha uma expressão irritada no rosto e Percy chorava. Ao ouvi-los entrando, os três viraram a cabeça em sua direção, ficando igualmente chocados.

– H-Hades? - O homem perguntou. - Ares?

Hades queria respondê-lo, e, realmente, não seria nada agradável. O homem, porém, conseguia apenas lembrar-se daquele dia, anos atrás, e sentir toda a dor da época voltando. Como se fosse uma garotinha, suas pernas bambearam, e ele não ouviu quando seu filho gritou seu nome enquanto o corpo grande do homem caía no chão, assim como todos os seus sentimentos.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Eu particularmente gostei, principalmente quando imaginei a continuação disso
Eu sei que ficou muito enrolation, mas eu juro que tudo isso é realmente necessário. E que no próximo a verdade será dita, e teremos Thalico, porque, pelo que pude ver, vocês estão entrando em abstinência.
Espero que tenham gostado, porque deu, realmente, muito trabalho. Deixem reviews falando o que acharam e suas teorias da conspiração u3u
~Kisses!