The Boyfriend escrita por Marih Yoshida


Capítulo 30
Il mio piccolo principe


Notas iniciais do capítulo

Hey loves!
Esse capítulo estava pronto desde antes do capítulo anterior ser postado e era para ter sido postado no domingo, que era dia dos pais, mas não deu tempo de terminar o outro a tempo.
Então, eu teria postado na quarta, mas aconteceram algumas coisas, e eu só pude postar hoje.
Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/593106/chapter/30

Poseidon passou a mão pelo cabelo, bagunçando-o, e suspirou. Já esperava por aquilo, mas, mesmo assim, não pôde deixar de se decepcionar. A mulher à sua frente, antes sua esposa, acabara de lhe entregar o bilhete feito às presas pela amiga de seu filho.

"Tia Sally, não se preocupe, Pers está comigo e com Nico. Não o espere em casa por um mês.

Clarisse."

Suspirou. Sabia que seu filho lhe odiava, e tinha toda a razão do mundo para isso, mas ele estava arrependido do que fizera. Provavelmente, Percy nunca o perdoaria. Perdera muitas coisas com uma única decisão, e queria tenta consertar isso.

– Você quer se sentar? - Sally perguntara. - Podemos tomar um café, para que a viagem não seja totalmente perdida.

O homem assentiu, ainda um pouco triste. Os dois adultos se dirigiram à cozinha.

– E como nosso filho está, Sally? - Perguntou, numa tentativa de puxar assunto.

– Ah, ele cresceu muito desde que você se fora, sabe? - Começou, com um sorriso orgulhoso no rosto. - Está trabalhando e usa o próprio dinheiro para comprar suas coisas. Ele conseguiu comprar um carro para si e, no aniversário de Nico, juntou dinheiro com Clary para comprar um carro para o amigo. Não que tudo isso venha apenas do trabalho, ele faz bicos aqui e ali de vez em quando.

– Ele tem um bom exemplo de que se esforçar vale a pena! - O homem exclamou.

– E, além disso, ele está namorando uma garota muito boa. - O sorriso orgulhoso de Sally continuava em seu rosto. - Annabeth têm ajudado muito ele nos estudos.

– Oras, então parece que está tudo bem por aqui, não? - Poseidon perguntou com um sorriso no rosto.

– Sim, mas eu não acho que ele vá querer falar com você tão cedo. - A mulher olhou solidária para o ex-marido. - Ainda mais agora que ele descobriu que você estava escondendo que ele é primo de Nico todo esse tempo.

– Ele descobriu...? - O homem arregalou os olhos. Sally suspirou. - Como?

– Pelo que pude entender, Nico começou a namorar Thalia, e Hades disse que eram primos. - Explicou. - Então a Clarisse foi tirar satisfações com o pai dela, e acabaram descobrindo que, na realidade, Thalia não é filha de Zeus, e sim de Ares.

– Filha de Ares? - Poseidon perguntou, pasmo. - Isso é impressionante!

– Não é? - Sally perguntou. - Parece que Zeus ficou sabendo pouco antes de expulsá-la de casa.

– E Hades veio para cá pessoalmente quando ficou sabendo que Thalia e Nico estavam namorando? - Perguntou, curioso. Conhecendo bem seu irmão, sabia que ele não faria isso.

– Não, ele veio quando descobriu que o filho tinha sofrido um acidente de carro. A notícia do namoro foi uma consequência. - A mulher explicou. - E veio quando soube da história sobre a garota que pensou ser sua sobrinha.

– Ele sempre foi um pai melhor do que eu, de qualquer maneira. - Poseidon brincava com sua xícara.

– Me desculpe, tenho que concordar com isso. - Ela disse em voz baixa. - De qualquer forma, por que não tenta encontrá-lo?

– Eu nunca poderia ir até a casa de Nico. - O homem balançou a cabeça. - Nem de Clarisse. Ares e Hades são amigos há muito tempo, e eu tenho certeza que ambos ainda devem me odiar.

– Eu só acho que se você explicar tudo sobre o que aconteceu naquele dia, como me explicou, tanto para Percy, quanto para Hades e Nico, talvez seu filho possa perdoá-lo, Poseidon. - Sally sugeriu. - Percy se sente traído por todas as suas mentiras. E, mesmo que seu irmão e sobrinho nunca te perdoem, você ainda tem uma chance com seu filho.

– Eu vou pensar no que fazer. - O homem se levantou. - Muito obrigada pelo café, você tem e sempre teve mãos de fada.

~^~

Hades estava num dia calmo. Seus funcionários, finalmente, aprenderam a deixá-lo em paz. Segundo seu assistente, tudo estava indo como deveria ir. Houveram apenas dois problemas naquele dia, e não eram importantes o suficiente para que o diretor da empresa resolvesse.

Estava tudo tão calmo que ele pôde se dar ao luxo de olhar pelas grandes janelas de seu escritório preferido entre todos. Realmente, qualquer um poderia perceber a diferença de luxo e conforto que o prédio da Itália tinha comparado aos outros, mas não era por isso que o homem gostava tanto dele.

Se lembrava muito bem de quando seus dois filhos eram pequenos, e sua mulher ainda era viva, quando, vez ou outra, iam para a Itália junto a ele, e corriam por todos os corredores, sendo sempre tratados como o príncipe e a princesa que eram aos olhos do pai.

Lembrava-se de como Nico, seu caçula, gostava de olhar por aquela mesma janela, falando que um dia iria ajudar todas as pessoas que passavam ali embaixo, aquelas que não tinham condições. E de como Bianca gostava de subir na cadeira giratória do escritório e pedir para o irmão empurrá-la, dizendo que era uma fada e estava voando.

E de como Maria o repreendia por ser tão liberal. Ele sempre respondia à mulher com a mesma frase: "eles são meus tesouros, Maria, eu tenho que lhes dar o melhor".

Eram dias tão bons, as lembranças enchiam o coração do homem com aquela sensação gostosa de quando se acaba de acordar de um sonho bom.

Era triste pensar que, em um dia, toda sua família fora arruinada. Sua mulher morrera, seus filhos se distanciavam cada vez mais dele, e, até moravam em países diferentes. Bianca estava em Londres, num colégio interno apenas para garotas, por escolha da mesma. Nico estava em Nova Iorque, ganhando seu próprio dinheiro e sustentando a si mesmo.

Apesar de tudo, o homem nunca abandonara seus pequenos tesouros. Se certificava sempre que tudo estava pago para Bianca, e que ela era bem cuidada, e deixara Mary com Nico, uma pessoa que ele confiava a vida.

Além disso, seu filho tinha Clarisse e Thalia, filhas de seu melhor amigo, uma pessoa por quem morreria, e Percy, que era um garoto bom e seu sobrinho, não poderia pedir algo melhor.

O homem estava tão perdido em memórias que se assustou ao ouvir seu celular pessoal tocar. Era uma coisa rara, já que poucas pessoas tinham esse número. Se surpreendeu ao ver o nome e a foto de seu filho na tela, mais raro que seu celular tocar, era a foto de um de seus filhos na tela.

Atendeu sem hesitar.

– Filho? Aconteceu alguma coisa? - Perguntou, preocupado.

– Eu gostaria de resmungar, falando que eu não ligo só quando acontecem coisas, sejam boas ou ruins, mas é a verdade. - O garoto respondeu. - Poseidon está aqui, em Nova Iorque. Percy está desesperado, não sabe o que fazer. E eu também não sei, porque, além de tudo o que ele fez no passado, pensar que esse cara é meu tio me dá náuseas. Agora entendo o porque de você esconder sua família por tanto tempo!

– Poseidon? - Perguntou, surpreso. - O que ele quer?

– Acho que ver Percy. - O filho respondeu.

– Você quer que eu vá até aí? - O homem perguntou, preocupado. - Ou querem que eu peça para alguém buscá-los aí?

Dio, papà, no!– Nico riu e Hades abriu um pequeno sorriso ao ouvir o filho chamando-o como fazia quando era pequeno. - Você tem certeza que não é adotado? Parece ser o único dos irmãos a sentir amor e saber o que é um bom pai.

Aquela sensação que Hades sentira quando pensou nos dias passados voltou com intensidade. Ouvir que seu filho o achava um bom pai era algo tão bom.

– De qualquer forma, só liguei porque eu precisava conversar sobre isso com alguém. - O garoto explicou. - E você foi o primeiro que me veio à cabeça. Me desculpe se estou atrapalhando.

– Não não, você está longe de me atrapalhar. - Hades sorriu. - Hoje está calmo, e você sabe que eu sempre terei tempo para você, filho.

– Era apenas isso que eu queria te dizer. - Nico disse.

– Se você estiver com tempo, vamos conversar um pouco mais. - O homem pediu.

– Claro, Papà. - Nico sorriu. - O que quer falar?

– Como está sua vida, mio principe? - Perguntou, sem nem ao menos perceber que chamara o filho como quando ele era pequeno.

E, assim, como se a distância que os dois criaram sem querer não existisse, conversaram por horas coisas banais, sem se preocupar com os afazeres ou algo assim. Ambos felizes por, finalmente, estarem um pouco mais perto, não geográfica, mas sim sentimentalmente, um do outro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu ia fazer uma parte para Zeus também, mas ele não é exatamente o que podemos chamar de um bom pai, então...
Vou tentar não demorar com o próximo, okay?
Deixem reviews falando o que acharam!
~Kisses!