The Boyfriend escrita por Marih Yoshida


Capítulo 18
Eu não vou esquecer.


Notas iniciais do capítulo

Eu tenho algumas coisas a dizer: ME DESCULPEM pela demora. Esse capítulo já estava em andamento(quase pronto) desde doming, mas eu queria postar o Bônus antes dele. O que me impediu de postar o bônus? Simplesmente minha criatividade para escrever Percabeth fez puff! e eu acho que o bônus vai ter que esperar mais um pouco.
Então, não, esse não é o bônus que vocês tanto querem porque EU NÃO CONSIGO ESCREVER PERCABETH!!! Simplesmente me passaram milhares de cenas ClarissexChris e ReynaxLeo na minha cabeça, mas NADA Percabeth.
E já aviso para pegarem lencinhos antes de ler o capítulo. Quebrou meu heart.
E, para quem quiser e puder, aconselho a ler ouvindo "A Drop in The Ocean-Ron Rope(versão de The Vampire Diaries)" ou "Give me Love - Ed Sheeran", que foram as minhas principais fontes de inspiração.



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– Tem certeza que você está bem? - Thalia perguntou pela vigésima vez na última hora.

Depois que conversaram, Thalia fez Nico se deitar e não deixou que ele fizesse nenhum esforço. Ela estava sentada na beirada da cama dele e já tinha levado comida, água, arrumado o travesseiro dele e falava do acidente como se Nico estivesse morrendo. Ele sorriu para ela.

– Eu estou bem, Thals. - Ele deu uma pequena risada. Thalia devolveu o sorriso e se levantou.

– Então vou ficar no meu quarto. - Ela se virou. - Se precisar de mim me chame.

Começou a andar, mas Nico segurou sua mão.

– Fique aqui, comigo. - Pediu. Thalia olhou para ele. - Por favor.

Ela parou e pensou. Molhou os lábios e sorriu para ele.

– Tudo bem, se é isso que você quer. - Ela se sentou novamente. Nico a segurou pela cintura e a fez se deitar do seu lado. Seus rostos estavam próximos e eles podiam sentir a respiração do outro em seus rostos. A respiração de Thalia estava rápida, como se ela estivesse nervosa, mas a de Nico estava normal, como se estivesse completamente calmo. Ela fechou os olhos e deixou que Nico acariciasse sua bochecha.

– Thalia. - Ele chamou leve. Ela abriu os olhos e o encarou. - Sobre acabar com o acordo... era sério?

Thalia pensou um pouco antes de responder.

– Eu não sei, Nico. - Ela respondeu sincera. - Se acabarmos com o acordo será estranho eu continuar morando aqui, com você. E tem Luke, ele não me procurou mais, mas eu ainda tenho um pouco de medo dele.

A última parte ela sussurrou. Não tinha admitido em voz alta ainda que tinha medo de Luke. Nico a olhou carinhoso.

– Então não vamos acabar com ele. - Ele sussurrou. Thalia olhou para ele.

– Mas você está fazendo tanto por mim. - Ela disse. - Eu não quero ser um problema para você.

Nico puxou levemente o rosto de Thalia para perto do dele e deu-lhe um selinho demorado. Se separaram e ele sorriu para ela.

– Você nunca será um problema para mim, Thalia. - Ele sussurrou mais baixo que antes.

Thalia estava prestes a responder algo quando ouviram uma batida na porta. Os dois se separaram bruscamente e Thalia se levantou, um pouco desnorteada. A garota abriu a porta e um homem alto estava parado ali. Nico logo se sentou, surpreso.

– Pai? - Perguntou olhando-o. O homem adentrou o quarto.

– Ah, Nico, eu fiquei tão preocupado quando Mary me ligou falando do acidente! - Ele disse, abraçando o garoto, que retribuiu. - Você está bem meu filho?

– Estou, só quebrei o braço. - Nico levantou o gesso. - Quer assinar?

– Não, eu passo. - O homem riu. - Eu queria ter chegado mais cedo, mas a viajem do Japão até aqui é longa.

– Está tudo bem, pai. - Nico sorriu. Thalia andou até o lado de Nico, sem saber mais o que fazer. Hades a olhou curioso e Nico percebeu que não os apresentara. - Ah, pai, essa é Thalia, minha namorada. Thals, esse é meu pai, Hades.

– Prazer em conhecê-lo, senhor di Ângelo. - Ela disse envergonhada. Hades olhou para ela.

– Nós já não nos vimos antes? - O homem perguntou. - Qual seu sobrenome?

– Grace. Thalia Grace. - Ela respondeu. O rosto de Hades empalideceu e ele a olhou.

– Filha de Zeus Grace? - Perguntou, mas já sabia a resposta. A garota mexeu minimamente a cabeça, concordando. Ele soltou um suspiro.

– Você conhece o pai dela? - Nico perguntou. Hades o olhou.

– Ele é meu irmão. - Ele respondeu, simplesmente. Nico e Thalia se olharam.

– Isso quer dizer que... - Nico começou. - Que eu e você somos...! Mas...

– Eu odeio ter que dar essa notícia para vocês, me desculpem. - O homem disse sincero. - Vou deixar vocês a sós.

Dito isso, saiu do quarto, fechando a porta. Os dois ficaram em silêncio por algum tempo.

– Está tudo bem, Nico. - Thalia disse, sorrindo fraco. - Era só um acordo, de qualquer forma. Não namoramos de verdade. Pelo menos agora eu tenho um motivo para morar aqui sem ficar estranho. Quero dizer, se você ainda quiser que eu fique aqui, porque...

Uma lágrima caiu do olho de Thalia, mas ela não deixou Nico ver. Cada coisa que ela falava não convencia nem a si própria. Ela olhou para Nico mais uma vez.

– Estávamos só fingindo, não é mesmo? - Dizer aquilo em voz alta doía. E doía para Nico ouvir. - Era tudo mentira.

Ele se levantou e andou até ela, colocando a mão que podia no rosto dela.

– Para mim era real, Thalia! - Ele admitiu, deixando uma lágrima cair. Thalia o olhou surpresa.

Ficaram assim, ele de olhou fechados, com a testa colada à dela e uma mão em sua bochecha, e ela surpresa demais para conseguir fazer outra coisa que não fosse o olhar com os olhos arregalados. Outra lágrima caiu do olho dela, e ela se separou de Nico.

– Eu preciso ficar sozinha. - Foi o que ela disse antes de sair do quarto quase correndo. Passou pela sala, onde Mary e Hades conversavam e saiu do apartamento. Nico saiu do quarto logo depois, mas não chegou a seguir Thalia, ele apenas passou a mão pelo cabelo, dando um grande suspiro.

Thalia correu até o estacionamento, mas se lembrou que não tinha nenhum automóvel que pudesse usar, já que Clarisse estava usando a moto de Nico, e o garoto batera o carro no dia anterior. Sem outra alternativa, ela começou a correr.

Não podia acreditar no que estava acontecendo. Já não sabia seestava mais confusa pelo fato de ser prima de Nico, ou pela última frase dele. E não sabia o porquê de estar chorando.

Parou em um parque e se sentou na grama, não se importando com as pessoas ao redor, que a olhavam estranho. Ela chorou até não conseguir mais, então se acalmou e uma tristeza gigante atravessou seu peito. Apenas nessa hora que ela conseguiu parar e pensar no que estava acontecendo.

Pensou primeiro sobre o fato de ser prima de Nico. Como nunca soube disso? Não importava. Se antes ela odiava seu pai, agora odiava mais ainda. Por que, entre tantas pessoas, aquele infeliz tinha que ser irmão justamente do pai de Nico? E por que nunca contou a ela? Talvez, ela e Nico tivessem crescido como bons primos desde o início.

Quanto mais pensava nisso, mais raiva de seu pai ela tinha. Sentia vontade de socá-lo.

Então, quando já tinha pensado em todas as maneiras possíveis para uma morte lenta e dolorosa para ele, pensou na frase de Nico. "Para mim era real, Thalia!". O que aquilo significava? Que ele gostava dela? Era isso?

Depois de várias hipóteses, ela parou para pensar no que ela mesma estava sentindo. Não adiantava entender o que Nico sentia se ela não soubesse o que estava se passando dentro de si.

Pensou em tudo o que sentia sobre Nico, em tudo o que pensava e sabia sobre ele. Ele era irritante e idiota, chato algumas (muitas) vezes, gostava de estar sempre certo e era teimoso, mas era engraçado, tímido, leal, fofo. Ele era uma mistura de "Popular", "Misterioso", "Idiota" e "Nerd", uma mistura que, estranhamente, a agradava.

Ela tinha certeza de que não conhecia nem metade do que Nico era, mas não se importava, gostava do pouco que sabia.

Sabia que se sentia incrivelmente confortável e segura do lado dele, se sentia feliz, mas ao mesmo tempo se sentia nervosa e irritada quando ele estava presente. E era como se tudo fosse possível. Como se ela pudesse desejar qualquer coisa, porque ele iria fazer se tornar real.

Provavelmente ela gostava dele. Não estava acostumada com sentimentos.

Mas não importava, de qualquer forma. Mesmo se ela gostasse dele e ele gostasse dela, não poderiam ficar juntos. Eles eram primos, isso era politicamente errado. Não que ela ligasse para isso, mas mesmo assim, seria estranho ficar com Nico sabendo que são primos.

Depois de horas naquele parque, sentada, deitada, de pé, andando, correndo, ela decidiu que finalmente era hora de voltar para casa e encarar seu problema. Andou de volta até o apartamento e entrou.

Hades já não estava mais lá, de acordo com Mary ele tinha voltado ao Japão. Nico estava no quarto. Mary dissera que logo depois que ela saiu ele se trancou lá dentro e não quis sair, nem falar com ninguém.

Thalia andou até a porta do quarto de Nico e bateu ali. Não obteve nenhuma resposta. Ela fechou os olhos.

– Nico, sou eu. - Disse. - Abra a porta, por favor. Precisamos conversar.

Ouviu passos e a porta sendo destrancada. Ela a abriu e entrou. Nico estava sentado na cama.

– Sobre o que você disse antes de eu sair... - Ela começou.

– Esqueça isso. - Ele a interrompeu. Thalia balançou a cabeça negativamente. Tinha tomado uma decisão.

– Eu não vou esquecer. - Ela negou. - Eu não quero esquecer, eu não consigo esquecer e eu não posso esquecer.

"Porque eu não sei se entendi certo, mas não importa. Eu gosto de você Nico, e só percebi isso tarde. Você foi uma das pessoas que mais me apoiaram na minha vida inteira, você é uma das melhores pessoas que eu já conheci e eu não merecia você na minha vida. Mas você estava lá."

"Então eu não vou simplesmente esquecer que você gosta de mim, que se fosse por você nós dois poderíamos ficar juntos. Eu não vou esquecer que uma pessoa tão maravilhosa viu algo em mim."

Nico a olhou. Ambos estavam chorando. Ele se levantou e andou até ela, colando suas testas. Thalia se inclinou e colou seus lábios aos dele. O que era para ser um selinho demorado foi se intensificando. Ele a puxou para mais perto e ela colocou ambas as mãos no pescoço dele. O beijo foi molhado por causa das lágrimas de ambos, e foi demorado. Ambos sabiam o que ele significava. Aquele seria o último beijo dos dois.

Se separaram ofegantes e se olharam, tristes. Thalia se separou de Nico e secou as lágrimas, então suspirou.

– Eu vou para o meu quarto. - Ela disse baixo. - Se você precisar de qualquer coisa, você pode me chamar.

E saiu. Nico encarou a porta por mais alguns segundos. "Eu preciso de algo, Thalia. Eu preciso de você!" Ele sentia vontade de gritar isso. De correr atrás dela, segurá-la em seus braços e nunca mais deixá-la ir. Mas ele não podia. Olhou para seu gesso, onde um coração com um T&N dentro estava escrito, Clarisse quem escrevera, mais cedo, para zoar ele. E depois, para onde um "Eu sinto muito", com a letra de Thalia, estava.

Se jogou na cama e permitiu-se chorar até adormecer.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acham que vai acontecer?
Bem, eu não faço ideia do que eu vou escrever para o próximo capítulo. Quero dizer, eu tenho uma base, mas não sei exatamente se vou segui-la.
Então, comentem amoras mutantes!
~Kisses!