31 Dias de Dezembro escrita por jessy-cullen


Capítulo 13
11º Dia de Dezembro


Notas iniciais do capítulo

EU SEI GENTE!! DEMOREI! Como sempre né? Gente mais deixa eu explicar passei por um bloqueio muito serio, toda vez que pegava para escrver não saia nada realmente bom, então demorei anos ops meses para voltar, só que voltei com todo o gas, fiz mais de vinte paginas, capitulo mais logo da fic, e o mais divertido, espero que gostem!! Antes por favor me respondam algo, vocês gostam de ver as roupas que eu posto aqui? porque se não eu paro. kkk BOA LEITURA



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No fundo as coisas têm seu plano secreto, embora nós na entendamos

01:05 da madrugada de sábado

— Nós poderíamos começar com algo mais forte? – sugeri bebendo uma coisa sem álcool que Jacob havia pedido para mim.

— Como se você bebesse Bella. – riu Ângela

E realmente não bebia, pelo fato de não gostar e porque ficava com uma dor de cabeça enorme se tomasse qualquer coisa, devia sofrer de baixa tolerância a álcool, mais nunca fui mais de um copo e meio de qualquer bebida que fosse para realmente descobrir.

— Quantas vezes já saímos e você não ingeriu uma gota de álcool? – perguntou Emily

— Não sei, duas?

— Cinco vezes. – respondeu Âng prontamente.

— Você tem contado? – Emm perguntou fazendo uma cara engraçada.

— Não, claro que não. – respondeu vermelha.

Já estávamos na casa de show fazia algum tempo, era um lugar bem legal para um showzinho de rock, escuro com pouca iluminação e pessoas vestidas de couro. Ate mesmo Jacob vestia sua jaqueta de couro preta, mas não quis comentar que ele mais parecia um motoqueiro do que de fato alguém que curtia rock.

— Bella quer fugir do assunto principal. – Emm disse, todo inteligente.

Abaixei a cabeça constrangida, havia conseguido escapar de perguntas no serviço, ate mesmo dos olhares das meninas, mas aqui, estava sendo praticamente impossível. Todas queriam saber o porque do meu almoço com Edward, e não acho ruim, pelo contrario, dada as circunstancias ficaria da mesma forma se fosse uma das meninas também, estaria muito curiosa e pediria todos os detalhes possíveis. Totalmente compreensivo.

— Bells eu tenho que concordar, de fato estou curioso também. – foi a vez de Jack comentar.

Jacob como sempre estava a par de todas as coisas que aconteciam comigo, principalmente de todas as coisas que aconteciam no serviço, porque infelizmente ele tinha que se prestar ao papel de ouvinte todas as vezes que reclamei de Edward Cullen, então era compreensível sua curiosidade, ainda mais sabendo que Edward também vinha aparecendo no meu apartamento.

Ele devia estar bem dividido porque ate alguns dias atrás ele queria ir e conversar com ele sobre me tratar mal, e agora eu estava almoçando com o cara que só estava me ameaçando de me demitir. Ate mesmo eu não estava entendo toda a situação.

— Esta vendo, nem conhecemos o Jacob direito e ele já concorda com a gente. – Ang disse rindo sorrindo cúmplice para Emily.

— Experimente ouvi-la dizer toda noite como Edward Cullen é um idiota.

— Meu namorado diz a mesma coisa. – Emily concordou.

— Se eu tivesse um provavelmente também diria. – comentou Ang também rindo.

— Jacob só não trabalha com nós, mais sabe de tudo. – disse rindo.

— Provavelmente devo mesmo saber. – ele concordou.

— Ao assunto Bella. – Emily puxou o foco.

Tínhamos que falar alto, quase gritando uns com os outros por causa da musica alta no lugar. Era um show de rock cover, estava tocando bastante musicas antigas e bem conhecidas, mas nós não estávamos curtindo porque todos estavam esperando que eu falasse. O Show tinha sido totalmente ofuscado pelo assunto do meu almoço.

— Gente foi um almoço apenas, não vamos surtar okay? – disse tentando amenizar para o meu lado.

— Um almoço apenas? – debochou Emily – O Cullen não almoça com ninguém, muito menos com pessoas como nós, que trabalham com ele, muito menos aquelas que ele quer bem longe e que o enfrenta. – ela riu se lembrando dos últimos dias.

— Foi apenas um almoço, de verdade. – falei rindo – Ele queria me conhecer já que estou me aproximando de sua filha.

— Eu sou próxima da filha dele e nunca quis me conhecer. – Emily disse fazendo bico, como se isso fosse uma ofensa a sua pessoa. Eu ri baixinho.

— O que é isso mulher, ciúmes? – Emmett disse e todos rimos, menos Emily que revirou os olhos.

— Porque provavelmente ele já puxou sua fixa inteira. – eu disse voltando ao assunto – Ele tem cara de quem faz isso.

— Ah provavelmente já fez isso mesmo. – Angela comentou. – Duvido que alguém seja contratado ali sem puxar antecedentes.

— Nenhum homem convida uma mulher para almoçar sem intenções. – Emmett cortou o papo furado e Jacob assentiu com ele.

Jacob tinha acabado de ser apresentados para eles, mais parecia que fazia parte do grupo a muito mais tempo do que apenas algumas horas. Claro que isso se devia a sua simpática, ele na verdade passava isso sem nem abrir a boca, ninguém fazia amizade com tanta rapidez como Jacob Black. E quando éramos menor tinha muitor ciúmes dele por causa disso.

— E que intenções seriam essa? – perguntei tentando fazer aquilo fazer sentido.

— Edward esta gostando de você. – Emily disse como se fosse a coisa mais obvia do mundo e só eu não entendesse.

— Gostando de mim? – eu ri, na verdade eu gargalhei. – Será que estamos falando do mesmo Edward?

— É meio estranho mesmo. – Ângela concordou – Mas Bella, faz sentido.

— Claro que faz, homem sempre vai ser homem. – Emmett disse – E sim tem segundas intenções.

Olhei para eles desacreditada, da onde eles haviam tirado uma ideia dessas?

— Edward só sabe gritar comigo, gente vocês estão loucos.

— Mas ele foi buscar você no apartamento Bells. – Jacob falou

Olhei para a cara dele e lancei um olhar gelado, não acreditava que ele tinha que ter jogada essa bem  neste momento.

— Ele foi buscar você? – Âng perguntou surpresa

— Porque a filha dele quis, e estava com problemas no carro – expliquei – Obrigada Jack, agora será difícil acreditar nos meus argumentos.

— Espere ate eu contar o que veio antes. – ele sorriu travesso.

— Vocês se beijaram? – Emmett falou alto, mais foi tão alto e bem no momento que a musica tinha parado que tenho quase certeza que as pessoas mais próximas de nós escutaram. – Caramba Bella, sei que as mulheres gostam do cara, mais achei que você gostasse de alguém mais carinhoso. – ele nem ligou que a maioria das pessoas olharam para nós e continuou.

— Ai Meu Deus. – coloquei a mão no rosto – Emmett não beijei Edward.

Da onde é que eles haviam tirado essa conclusão? Será que haviam esquecido do que viram todos esses anos com o patrão deles? Ou esquecido ate mesmo que ele não estava gostando de mim e minha eminente aproximação de sua filha?

— Emmett não exagera okay ? – Âng bateu na cabeça dele – Deixa a Bella contar antes de ficar tirando conclusões.

— Essa doeu. – ele reclamou massageando a cabeça.

— Gente presta atenção em mim okay? – falei e eles me olharam – Fomos só almoçar, porque ele queria me conhecer, talvez se certificar de que não era nenhuma terrorista ou coisa parecida, não rolou beijo – olhei para Emmett ao dizer isso – E muito menos um clima romântico, por Deus! Ele é meu chefe!

— Gato a propósito. –  Emily fez questão acrescentar. Ela se deixasse ficaria falando o quanto ele era bonito o tempo todo.

— Okay, que seja – respondi  não dando muito atenção – Mas não aconteceu nada, nem mesmo algo antes que o Jacob comentou a pouco.

— Queria ver onde chegaríamos. – ele comentou rindo.

— Mas Bella, cá para nós, todos os anos que trabalhei aqui não vi Edward indo almoçar com ninguém, não como ele quis por vontade própria creio eu a almoçar com você. – Angela disse – Então estou tentando dizer que é estranho, por ser Edward Cullen, ou ate qualquer um que trabalha nosso andar.

— Com exceção de Pierre. – Emily acrescentou rapidamente. – Aquele ali gosta de almoçar com a gente.

Eu ri lembrando de um almoço que Pierre nos acompanhou. Ele literalmente era do povão.

— Então... – Ang continuou – Como estava dizendo é um pouco estranho, sendo assim você deveria prestar atenção, porque Edward Cullen prestou atenção em você.

— Não estamos dizendo que ele gosta. – Emily acrescentou rapidamente – Mas que você despertou a curiosidade da fera.

— Gente ele não gosta de mim.

— Bells o cara só sabe implicar com você, alguma coisa tem. – Jacob entrou na conversa também.

— Gosto de ser bastante direito. – Emmett disse intelectualmente, era muito engraçado ver ele tão serio, mas quando o assunto não era comigo confesso  – As meninas enrolaram de mais.  Nesse mato tem cachorro, pronto e acabou. Bellinha acaba de despertar o fogo do homem.

— Cala a boca Emmett –  fiquei totalmente constrangida com sua sinceridade.

— É melhor não comentar isso perto de mim amigão. – Jacob disse enciumado batendo nas costas dele.

— Cara, um dia nossas princesinhas crescem. – ele disse solidário.

— Eca vocês dois. – Angela fez careta.

— E pensar que Emm nem tem irmãs.

— Mas tenho amigas. – ele disse – Endento as coisas.

— Certo. – falei – Agora podemos curtir a noite sem mais perguntas?

— Podemos. – Emmett respondeu por todos. – Espere ai que já volto, vou agitar isso aqui.

— AI Meu Deus. – Emily colocou a mão no rosto.

— Vou atrás de dele. – Jacob levantou e foi atrás do Emm.

Sentadas ali na mesa ficamos observando os meninos irem ate o palco onde a banda estava tocando, agora eles tinham dado uma pausa. Esse não era um show de rock daqueles bate cabeça, pelo contrario era aquele rock mais calmo, um tanto depressivo, era  o jeito que gostava e as meninas pelo visto também. Então o clima estava muito gostoso, era um lugar mais refinado então fiquei em puro choque quando Emmett subiu no palco e pegou o microfone.

Devo ter paralisado e ficado com a boca aberta porque Ângela cutucou tanto eu quanto Emilly para nos mexermos. Talvez a palavra chocada não fosse apropriada para aquele momento.

Emmett não teve nenhuma dificuldade em pegar o microfone e convencer a banda a começara  tocar uma musica, apenas pelos primeiros toques da guitarra eu reconheci a musica imediatamente.

— Ele não vai fazer isso. – Ângela disse com a mão na boca e olhos arregalados.

— Boa noite! – ele disse no microfone chamando a atenção de todos no local, o que não foi difícil já que devia ser a primeira vez que alguém falava naquele microfone ao invés de cantar. Quando ele tinha a maioria da atenção voltada para ele, continuou. – Sou Emmett, e vou cantar uma musica para minha amiga Bella.

Eu quase engasguei com a minha própria saliva quando o sem noção do Emmett apontou para mim e uma luz branca tentava seguir onde ele estava apontando.

— Ela acha que não estou a fim dela. – ele disse meio triste, uma tristeza muito mal fingida. Ele estava brincando com a minha cara. – A chamei pra almoçar comigo e ela não notou o que eu queria... – ele teve a coragem de forçar algumas lagrimas.

Olhei horrorizada para minhas amigas que agora estavam tão chocadas quanto eu. Jacob que estava perto do palco estava se acabando de rir.

Emmett estava se referindo a Edward – ou era impressão minha - tentei me recompor antes que as pessoas notassem quem era a garota a qual ele se referia.

— Por isso eu dedico a canção a Isabella Swan. – ele disse todo alegrinho agora.

O engraçado era que enquanto ele estava falando a guitarra era tocada em um rock pesado, deixando a situação ainda mais estranha. E então ele se colocou no meio do palco assentiu para “seus” companheiros de banda e começou a cantar.

Shot through the heart

And you're to blame

Darling, you give love a bad name

 

Baleado no coração

E você é a culpada

Querida, você dá ao amor uma má reputação

 

— Acho que agora sabemos que fogo o Emmett se referia. – comentou Emily

Ele cantou o primeiro verso olhando para mim totalmente concentrado na sua atuação impecável, e isso resultou risos das meninas que acharam que a letra se encaixou perfeitamente com o que estávamos falando antes. Claro se contasse mesmo que eu havia baleado o coração do Cullen, o que era um absurdo!

An angel's smile is what you sell

Chains of love got a hold on me

When passion's a prison, you can't break free

 

Um sorriso de anjo é o que você vende

Correntes de amor me prendem

Quando a paixão é uma prisão, você não consegue se libertar

 

Por incrível que pareça  Emmett não tinha uma voz ruim, pelo contrario ele ate cantava bem , pulou uma frase da musica, como se tivesse pensado que aquela parte não se encaixava e continuou como se a musica fosse exatamente essa que estava cantando.

Enquanto ele se divertia eu não sabia onde enfiava minha cara, cheguei ate a me encolher na cadeira.

You're a loaded gun

There's nowhere to run

No one can save me

The damage is done

 

Você é uma arma carregada

Não há para onde correr

Ninguém pode me salvar

O estrago está feito

 

Se ele estivesse em um competição com certeza seria elogiado pela sua presença de palco contagiante, porque ao cantar o refrão todos se levantaram e começaram a bater palmas no ritimo da musica e cantar junto com ele.

As pessoas não só cantavam elas gritavam junto, como se aquela musica fosse o hino de suas vidas, elas estavam colocando sentimento. Ate as meninas se levantaram e começaram a baterem palmas juntos.

Paint your smile on your lips

Blood red nails on your fingertips

A work boy's dream, you act so shy

 

Com um sorriso pintado nos seus lábios

Nos dedos, unhas de vermelho-sangue

O sonho de um garoto do trabalho, você se finge de tímida

 

Emmett mudou novamente o verso da musica para se adaptar com o assunto principal de tudo isso, e simplesmente não acreditei, tive que ate dar credito a ele, porque era muito bom com improviso. A essa altura já não estava tão chocada e estava me divertindo com suas caras e bocas de astro do rock, que me levantei e cantei o refrão com todo mundo.

Afinal quem esta na chuva é para se molhar.

You're a loaded gun

There's nowhere to run

No one can save me

The damage is done

 

Você é uma arma carregada

Não há para onde correr

Ninguém pode me salvar

O estrago está feito

 

Me juntei as meninas e batemos palmas cantando o refrão juntas novamente enquanto ele repetia mais umas duas vezes. Quando ele terminou a galera começou a gritar e aplaudir loucamente, ele fez uma reverencia e depois como se lembrasse que estava em um show de rock ele gritou e emendou pulando.

It's my life

It's now or never

I ain't gonna live forever

I just want to live while I'm alive

(It's my life)

 

É a minha vida

É agora ou nunca

Eu não vou viver para sempre

Eu só quero viver enquanto eu estou vivo

(É a minha vida)

 

— Emmett não existe. – Ângela gritou rindo .

— It’s my life. – Emmily gritou rindo acompanhando a galera que estava pulando.

It's now or never

I ain't gonna live forever

I just want to live while I'm alive

(It's my life)

 

É agora ou nunca

Eu não vou viver para sempre

Eu só quero viver enquanto eu estou vivo

(É a minha vida)

 

— Obrigado! Obrigado! – ele agradeceu quando finalmente terminou.

Ele abriu caminho em meio as pessoas que o cumprimentava e parou para falar com todos com Jacob ao seu encalço. Quando ele chegou ate nós abriu os braços sorridente.

— Você é maluco. – eu disse bati de leve em seu braço.

— Se você queria ir a um karoque devia ter nos falado. – Jacob disse rindo.

— Agora Bella sabe o que sinto por ela. – ele ainda teve a cara de pau de dizer e me abraçar em seguida.

14:00 da tarde de sábado

— Sabe o que sinto falta? – perguntei.

Jacob e eu decidimos que hoje, era o dia de irmos às compras de natal, a partir de agora as coisas estavam ficando muito corrida para mim com a aproximação dos desfiles da Lanvin Cartier e Jacob também estava com compromissos de mais na escola de teatro com as peças das crianças.

Por isso estávamos andando pelo shopping atrás dos presentes, as três horas da tarde.

— Por favor não diga que sente falta da 25 de março. – Jacob disse.

— Não sinto falta disso. – respondi rindo – Era terrível andar por lá nesta época, eu agradeço a Deus que hoje nós podemos fazer compras no shopping.

— Com o seu salário se fosse fazer compras lá, eu acharia bem estranho.

— Somos pessoas de muita sorte – falei

— Mais do que você sente falta? – voltou a pergunta anterior.

— Agora eu esqueci. – respondi – Você acabou me distraindo.

Jacob deu uma risadinha e continuamos com nossas compras. A lista não era tão grande, mas era péssima em escolher presentes, porque para mim eles tinham que ser especiais a ponto de significarem algo, talvez fosse por ter esse tipo de pensamento que demorava muito mais tempo para achar algo que gostasse do que Jacob, que já estava com seus presentes comprados.  Porem ele ate que era paciente, bem mais do que eu na verdade, ele não reclamava muito de andar comigo de loja em loja, mais fica bravo toda vez que não gostava de algo que na visão dele era perfeito.

— Você vai demorar assim para comprar o meu presente? – ele perguntou segurando as varias sacolas na mão, tanto as minhas como as deles, eu havia ficado apenas com duas.

— Seu presente? – olhei para ele sorrindo – Na verdade não, porque o seu vai ser um escapamento de carro.

— Inovador Bells, inovador. – ele respondeu – Olha só, acho que você pode agradecer ao seu chefe por poder fazer compras no shopping porque ele esta vindo pra cá.

Não sei porque meu coração acelerou e todo o meu corpo gelou. Mentalmente eu gritava para ser apenas Jacob me enchendo o saco, mas quando olhei na direção que ele estava olhando vi Edward Cullen com uma menina o puxando pela mão ate onde estávamos, eu simplesmente fiquei mais nervosa.

— Por favor seja gentil . – falei com Jacob apressadamente – Vou te apresenta-lo.

— Sou um mostro por acaso?

— Você sabe ser intimidador quando quer.

— Bella! – karl soltou a mão de seu pai e correu para me abraçar.

Abaixei ate sua altura e a abracei do melhor jeito que consegui segurando as sacolas. A garotinha estava a coisa mais linda hoje, ela vestia uma meia cinza com uma bota preta e um vestidinho cinza todo babadinho, seus cabelos estavam soltos e ondulados.

— Como você esta linda. – falei – Acho que alguém aqui tem futuro para a moda. – apertei o narizinho dela.

— Tia Ali diz a mesma coisa. – ela riu. – Olá tio Jake. – disse de modo educado.

Não sabia o que Jacob tinha contra Jake, mas definitivamente ela não parecia gostar muito dele.

— Olá princesinha. – ele respondeu dando um beijinho na bochecha dela.

— Vêm papai. – ela chamou por Edward que estava mais atrás.

Meus olhos se encontraram com os de Edward, ele não parecia estar bravo por me encontrar aqui como imaginei que estaria, mas pelo contrario ele parecia surpreso.

— Olá Edward. – cumprimentei na defensiva.

— Isabella. – ele apenas balançou a cabeça.

Analisei um pouco a situação em que estávamos e achei que tudo isso devia ser uma brincadeira do destino, ou era só o mundo dando a Edward o pesadelo de me encontrar fora do serviço, ou o pesadelo era meu por encontra-lo aqui em pleno sábado.

Ninguém falou e se instalou um silencio constrangedor, ate mesmo Karl ficou olhando para nós esperando que falássemos alguma coisa, e então os olhos de Edward recaíram em Jacob, e achei melhor falar algo.

— Edward este aqui é Jacob, meu amigo. – apresentei – E Jake este é Edward. – desta vez me virei para ele.

— Prazer em finalmente conhecê-lo. – Jacob estendeu a mão e os dois se cumprimentaram.

Como previra Jacob não foi tão cordial com as apresentações assim como Edward também não facilitou em nada. Os estavam se encarando como se fossem dois inimigos mortais sendo obrigados pela a mãe a se cumprimentarem. Sim o comprimento deles teve tanto careta de Jack como a frieza de Edward.

— Temos que parar de nos encontramos. – disse para quebrar o clima estranho que se instalou novamente.

— Karoline talvez possa se explicar, certo mocinha? – Edward se virou para ela que uma carinha de inocente.

— Só queria passear no shopping papai. – respondeu balançando o corpo de um lado para o outro – E agora Bella pode passear com nós.

Apertei os lábios para não soltar uma risada diante da cara que Edward fez, se ele estava tentando me manter longe de sua filha, seus esforços não estavam valendo de nada, na verdade estava sendo um fracasso total.

Devia ser uma pessoa que consegue segurar a risada, mas sou péssima nisso então não foi surpresa que Edward percebeu e me lançou o olhar mais frio que conseguiu, na verdade nem pensei que fosse possível, mas na hora toda a graça havia sumido.

— Isabella esta acompanhada. – falou para sua filha.

— Mais papai...

— Quem sabe nós nos encontramos de novo, no trabalho do seu pai? – dei a ideia – Podemos fazer desenhos se quiser. – sugeri

— Mas eu fiquei de ajudar você a comprar seu celular. – ela fez um biquinho.

Esperava qualquer resposta dela, ou ate mesmo que ela começasse a chorar ou piscasse aqueles olinhos verdes, mas não estava pronta para isso.

— Como é que você sabe que ela estaria aqui? – Edward perguntou, pelo jeito ele estava achando estranho

— Papai, eu não sou boba. – ela respondeu batendo o pé– Para comprar um celular você precisa ir no shopping.

— Fez todo o sentido. – Jacob disse rindo. – Você é muito inteligente.

— Como é que saberia que ela estaria neste shopping Caroline? – Edward ainda insistiu em perguntar.

— Tia Lice chama isso de sorte de principliante papai. – ela respondeu, errando a penúltima palavra.

Jacob se virou para o outro lado e começou a rir, aquele riso que você faz de tudo para que o som não saia da sua boca.  Quanto a mim já olhava a cena boquiaberta.

Karoline havia planejado me encontrar aqui no shopping então, e se não fosse para chamar isso sorte de principiante começaria a pensar que isto era obra do destino ou algo do tipo.

Como Edward estava surpreso de mais com a própria filha para falar alguma coisa, acabei pegando a deixa.

— Então acho que você teve sorte, porque ainda não comprei meu celular. – foi a única coisa que respondi.

— E não será eu que estragarei a sorte da mocinha aqui. – Jacob disse – Nos separamos neste momento, levo as coisas para o apartamento. – ele pegou as duas sacolas da minha mão e entreguei a chave do carro para ele.

Jacob se agachou ate a altura de Karl para se despedir e me aproximei de Edward para ver qual era a reação dele, porque ele ainda parecia estar em choque com sua própria filha.

— Ela me fez andar três horas por esse shopping. – ele comentou baixo – Não paramos em nenhuma loja, nem comemos, três horas e não entendi o que ela queria.

— Não imaginava que ela o traria para cá. – respondi – Não disse para ela que viria aqui hoje, apenas que compraria o celular.

Expliquei rapidamente antes que ele pensasse que havia programado me encontrar com ela aqui. Estava tão surpreso quanto ele com a atitude dela.

— Vamos? – ela se virou para nós sorrindo e estendendo as mãozinhas para que pegássemos.

Olhei para Edward enquanto ele se virava para mim ao mesmo tempo, seu rosto aparentava surpresa ainda, mais agora estava dando lugar a uma careta engraçada, como se fosse tudo muito difícil para ele.

— Com a sua permissão. – disse.

— Vou ter uma conversa com Alice.

— O que? Acha que foi ela? – perguntei, enquanto pegava em uma mão de Karl e ele pegava outra.

Levei isso como um sim da parte dele, também não achava que recusaria, ele estava com a cara de bravo, mais seu olhar já não era frio como antes, ou como nos últimos dias.

— Não acho que minha filha tenha tido essa ideia sozinha. – ele respondeu mal humorado.

— Porque ela faria isso? – perguntei confusa.

— Você não conhece Alice. – foi a única coisa que ele me respondeu.

Resolvi não acrescentar que amanhã eu poderia conhecer um pouquinho mais da sua irmã. Algo me dizia que ele surtaria com isso tanto quanto estarmos agora com sua filha.

Edward abaixou o olhar pra Karoline que andava dando uns pulinhos toda sorridente, e então seus olhos subiram para meus e constrangida abaixei a cabeça. Seja lá o que Edward estava pensando não estava muito a fim de descobrir.

— Já que a missão é a compra de um celular, por onde começamos? – perguntei.

Na verdade tinha ate me esquecido que tinha que comprar meu celular, ultimamente estava deixando ele tão de lado que estranhamente não me fez falta alguma, e as compras de natal me fez esquecer das coisas que tinha que comprar para mim mesma.

— Tem uma ótima loja no segundo andar. – sugeriu Edward um pouco mais amigável dessa fez.

— Papai é ótimo nessas coisas sabia Bella? – Karl comentou olhando para cima – Ele fica fazendo varias perguntas que eu não entendo. E só depois escolhe. Ele chama isso de analise do produto.

— Seu pai é muito inteligente. Analise do produto!– eu disse rindo olhando para Edward o provocando.

— É verdade. – ela riu achando divertido.

Enquanto Edward nos guiava ate a loja a qual ele havia sugerido, uma musica veio na minha cabeça e lembranças da noite passada também, inconsciente soltei uma risada.

You're a loaded gun

There's nowhere to run

No one can save me

The damage is done

 

Você é uma arma carregada

Não há para onde correr

Ninguém pode me salvar

O estrago está feito

 

— O que foi? – Edward perguntou olhando para mim.

— Nada! – falei rapidamente constrangida de mais para olhar para ele.

Emmett tinha nos feito nos divertir bastante ontem com seu show a parte, mas essa musica não queria sair da minha cabeça, ela vinha o tempo todo só era constrangedor saber que essa musica foi parte de uma brincadeira que envolvia Edward.

Não dei credito nenhum ao que as meninas disseram, mas também não conseguia parar de pensar sobre esse assunto. Não achava que Edward gostava de mim, na verdade não fazia sentido algum nem mesmo cogitar uma coisa dessas.

Olhei para ele enquanto estava prestando atenção no que Karl estava fazendo, e tentei enxergar algo que talvez não estivesse enxergando, parte de mim queria entender porque ele estava topando essas coisas derrepente, se tinha algum motivo mesmo que não fosse só por sua filha, mas não conseguia acreditar nem mesmo que ele tivesse me achado interessante. O que as meninas disseram não fazia sentido, nem mesmo a musica maluca de Emmett.

O que será que Edward diria sobre seus funcionários estarem numa casa de show, o imitando cantando como se ele estivesse apaixonado por sua funcionaria?

— O que você tem hoje? – ele perguntou me pegando em flagra o encarando.

— Nada. – respondi, ate então tinha percebido que estava com a testa franzida, só quando relaxei fui perceber.

Conclui no final que se ele soubesse disso estaríamos todos na rua desempregados, ou no hospício por sermos tão loucos a este ponto.

You're a loaded gun

There's nowhere to run

No one can save me

The damage is done

 

Você é uma arma carregada

Não há para onde correr

Ninguém pode me salvar

O estrago está feito

Respirei fundo tentando fazer essa musica sair da minha cabeça. O estrago esta feito. E estava mesmo, dentro da minha cabeça.

— Se você continuar me olhando assim, vou ser obrigado a ser ignorante. – ele disse num ultimato.

— Não vamos deixar chegar a este ponto. – falei meia confusa a que olhar ele queria que eu parasse.

Quando chegamos na loja, Edward preferiu ficar do lado de fora e esperar por nós. Karl fez questão de entrar comigo, ela veio para meu colo e ficou assim ate sairmos.

Karrl era a criança mais graciosa que já tinha conhecido, ela encantava todo mundo sem fazer muito esforço, fiquei pensando sobre minha conversa com Jacob sobre ele ter filhos, provavelmente seus filhos seriam como Karl, que fazia amizade fácil e conquistava a todos. Fiquei pensando sobre isso porque logo ela ganhou a simpatia do vendedor.

— Depois que sairmos daqui vamos ter que ir embora? – ela perguntou para mim enquanto aguardávamos o vendedor voltar com meu celular recém adquirido.

— Receio que sim. – respondi – Acho que seu pai prefere que a gente vá devagar. – expliquei.

— Como assim? – ela perguntou.

— Acho que seu pai esta se acostumando com a ideia de você ter uma amiga mais velha. –  disse e apontei para onde ele estava.

Edward não havia desgrudado os olhos de nós duas um só instante, podia senti-lo nos seguindo para onde quer que nos movíamos.

— Ele nunca me deixou sair com minhas amigas. – ela disse pensando alto.

— Então talvez seja por isso que precisamos ir mais devagar. – eu disse – Ele não esta acostumado a ter a princesinha dele dividindo a atenção com outra pessoa.

— Papai então é ciumento? – acabei rindo de sua pergunta. Não diria que ele era ciumento, talvez preocupado e possessivo de mais? Não o conhecia muito bem para poder tirar essas conclusões.

— Não sei. – fui sincera. – O que você acha?

— Eu acho que ele é ciumento. – disse rindo e em seguida colocando mão na boca.

— Então não vamos dizer isso a ele certo?

— Combinado. –  concordou.

Não precisava ter Karl falando que seu pai era ciumento para ter mais um motivo para ele não gostar de mim com ela.

— Bom aqui esta. – o vendedor se aproximou de nós e entregou a sacola com meu celular – Acho que as senhoritas fizeram uma ótima escolha. – ele sorriu piscando para Karl.

— Com certeza fizemos não é mesmo Karl? – perguntei a ela.

— Sim. – respondeu orgulhosa.

Caminhei para fora da loja ainda com Karl no meu colo e Edward que havia se afastado um pouco já estava caminhando na nossa direção. Parecia não estar impaciente por termos feito o esperar por quase meia.

— Que tal a mocinha ir no chão agora? – ele perguntou para a filha todo carinhoso. – Isabella já deve estar cansada.

— Bella. – pedi

Ele não respondeu mais pegou Karl do meu colo e ela se agarrou a ele cochichando algo em seu ouvido, e então fez uma cara tão desgostosa que teria rido se não tivesse preocupada com o que ela havia falado.

— Karoline. – ele pediu, na verdade seu tom foi quase de suplica.

— Por favor papai. – ela pediu – Eu obedeci a vovó, a tia Alice e obedeci o senhor. – ela argumentou com ele. – E nunca fiz isso, você prometeu que deixaria se não fosse sozinha.

Edward respirou fundo e passou a mão no rosto, ele não estava irritado mais parecia derrotado, como se tivesse usado todas as suas forças e agora o que havia o restado era nada.

— Pergunte a Bella então. – ele disse totalmente contrariado.

— Bella você poderia me ensinar a andar de patins no gelo? Hoje ? Agora ? – ela disse toda meiguinha com aqueles olinhos verdes brilhando, um brilho que os de Edward não tinha.

— Acho que não tenho nada mais legal para fazer. – respondi sem pensar muito.

— Ebaa!!! – ela gritou fazendo eu gargalhar.

Edward a colocou no chão e disse que era para ela parar de se aproveitar de nós e ir andando porque já era uma mocinha. Karl nem ao menos reclamou, pegou nossas mãos novamente e saiu saltitando.

— Agora é Bella para você? – levantei uma sobrancelha inquisitiva.

— É melhor não ficar muito animada. – respondeu.

— Já é um começo. – respondi dando de ombros.  – Na verdade hoje esta sendo um bom começo.

— Ultimamente não estou tendo poder de escolha.

— Experimente sair com ela de óculos de sol. – sugeri brincando – Esses olinhos são o problema.

— Preciso ir no banheiro. – Karl declarou antes que Edward pudesse me responder.

— É por isso que a mocinha não para de pular?

— Mais ou menos. – ela respondeu rindo.

— Vamos lá, eu te levo.

— A onde? – perguntei horrorizada.

 - Ao banheiro? – soou uma pergunta da parte de Edward.

— Nem pensar que você vai levar Karl para o banheiro dos homens. –disse decidida – Ela vai comigo. – ele ia abrir a boca para falar algo mais o cortei. – Nem pense em me olhar feio, eu vou leva-la.

Karl soltou da mão do pai e veio comigo. Edward era o que louco? Nem pensar que a menina iria entrar com ele naquele banheiro horrível que era o banheiro de homens, pelo menos não quando ela estivesse comigo e tivesse a opção de fugir desse lugar cheio de bactérias.

Edward pode nunca ter ido ao um lago congelado, mas ele sabia exatamente o que procurar e o que fazer. Fomos ate um mais perto onde achamos que poderia estar já congelado a essa altura de dezembro, e por sorte estava. Karl conseguiu patins de gelo alugando com um senhor super simpático assim como eu também. Edward novamente não quis participar.

Ele ajeitou os patins da filha umas três vezes antes de terminar de colocar todo seu equipamento de proteção, ele ate mesmo insistiu para eu por umas duas vezes, do jeito frio, mas consegui dizer não em todas elas, de uma forma que não parecesse que estava  desacatando sua ordem. Por incrível que pareça me sai muito bem, e ele não pareceu também ligar muito para isso.

O Lago estava cheio de crianças com seus pais e mães, era um ótimo lugar para fazer esse tipo de atividade, apesar de não gostar muito por estar tão cheio, tinha medo de machucar alguém com minhas acrobacias, mais ali era perfeito para alguém como Karl. E ela talvez não entendesse a diferencia de dois lugares, já que estava bastante animada para poder fazer algo que ela queria a tanto tempo.

Enquanto Edward terminava de testar as proteções de sua filha entrei no lago para me familiarizar com o local, também nunca havia estado naquele ali.

A sensação escorregadia que tive ao pisar no lago durou alguns segundos ate me acostumar com o gelo embaixo dos meus pés, dei algumas voltas para me certificar de que estava tudo certo, e que não havia perdido a pratica.

Só não gostei muito da roupa que estava para esse tipo de atividade, minha saia voava conforme eu me movia rápido, então a conclusão mais certa que tomei foi me locomover o mais devagar possível para que ela não se levantasse tanto e mostrasse o que não devia, apesar de estar com shorts e meia calça por baixo imaginei que cair ali não seria tão legal, além de me molhar com a meia que estava era capaz de rascar ou pior me machucar.

Dei mais uma volta pela pista desviando de algumas crianças e aproveitei para ajudar uma a se levantar. Voltei para onde Edward e Karl que me esperavam, os dois me olhavam e fiquei constrangida por ter plateia em algo que gostava de fazer quando estava sozinha.

— Esta pronta? – perguntei parando em frente a ela.

Karl olhou para o lago analisando tudo que estava acontecendo e vi que o medo havia acabado de bater.

— Não se preocupe, estarei com você. – falei para ela numa tentativa de mostrar que ela não precisava ter medo.

— E se eu cair? – perguntou.

— Você pode levantar. – falei – Quantas vezes quiser.

— Se não quiser ir filha, podemos ir embora. Bella não ficara chateada com você, não é mesmo? – ele olhou para mim, parecia bastante cauteloso nas escolhas das palavras.

— Isso mesmo. – respondi – Mas cair faz parte, eu mesma já cai varias vezes, é normal. – respondi para ela – Quer tentar?

Karl pareceu em duvida, e Edward foi ficando apreensivo como se ele fosse pegar Karl a qualquer momento e fosse sair dali o mais rápido possível.

— Vêm. – chamei ela estendendo a mão. – Você pode ficar no meu colo ate estar pronta.

Ela assentiu e Edward depois de hesitar um pouco me entregou sua filha, não sei o que o fez hesitar, talvez tivesse medo que fosse cair com ela no meio de todas aquelas pessoas que poderiam pisar em nós. Talvez se estivesse na posição dele também agiria assim.

— Coloque os pés longe do meu corpo. – pedi para ela – Eles são bastante afiados. –apontei para os seus patins.

Ela assentiu e devagarzinho me afastei de Edward. Assim como minha saia balançava conforme o vento a de Karl fazia o mesmo, nossos cabelos voavam da mesma forma e a primeiro momento ela permaneceu de olhos fechados, e depois de uns minutos abriu.

— Sabe o que é mais gostoso? – perguntei para ela, gostaria que ela sentisse a mesma coisa que eu ao patinar, uma espécie de sentimento de liberdade e paz.  – Girar. – eu disse.

— Podemos? – perguntou.

— Sim. – respondi.

Dei uma corridinha devagar e me preparei para dar um giro, ficamos girando no mesmo lugar por cinco segundos, e então continuei andando.

— Não é legal? – eu perguntei.

— É sim. – ela riu – Mais fica tonta.

— Você se acostuma com o tempo. – expliquei.

— Esta pronta para tentar? – perguntei

Ela me olhou procurando um tipo de incentivo, e depois correu os olhos a procura de Edward, quando seus olhos se encontraram ele se virou para mim, como se quisesse que eu disse alguma coisa, sem saber exatamente o que ele queria de mim assenti, e então ele sorriu para Karl, esse foi o incentivo que ela precisava para se sentir pronta.

Desci Karl  do meu colo com cuidado e a coloquei de frente para mim, quando seus pés tocaram o chão ela ficou atrapalhada e seus pés correram impedindo que ela pegasse o equilíbrio necessário para ficar de pé.

Antes que ela fosse para o chão a ajudei a se equilibrar e segurei suas duas mãos. Na verdade ate eu fiquei com medo de me desequilibrar, nunca tinha ajudado ninguém a patinar muito menos uma criança, e fiquei com medo disso ter sido uma péssima ideia.

— Você foi ótima. – disse pra ela, tentei mostrar a mim mesma que não tinha segredo.

— Mas eu não fiz nada ainda. – ela disse

— Quem disse? – eu perguntei – Você se equilibrou muito bem. – falei.

Qual é ? Quem eu estava querendo enganar? Karl era muito inteligente para um elogiou meio estranho como o meu.

Ela me olhou meia desconfiada, mas pareceu aceitar. Olhou para seus pés e voltou seus olinhos para mim.

— Estou pronta! – ela declarou.

— Assim que gosto de ver. – respondi rindo. – Vamos tentar então. Você da um passo de cada vez para frente, e vou com você.

Karl assentiu e fez exatamente o que havia pedido, bem devagarzinho ela moveu um pé depois do outro, enquanto ela ia para frente eu dava passos para trás para acompanha-la.  O que se seguiu foi bem divertido, Karl demorou muito pouco a apreender a se equilibrar, algumas vezes ela se desequilibrou mais consegui fazê-la retomar o equilíbrio, e ela pegou o jeito rapidinho. Demos voltas pela pista de gelo enquanto pegava confiança nela mesmo, ela não olhou para seu pai, nem mesmo olhou para mim, estava bastante focada nos seus pés e no que eles estavam fazendo.

— Você precisa olhar para frente. – disse a ela em certo momento. – Assim você não corre o risco de bater em alguém.

Ela assentiu e quando foi olhar para mim perdeu o equilíbrio e antes que pudesseajuda-la acabei perdendo o meu também, e ao mesmo tempo que ela ia ao chão, fiz a mesma coisa, ambas soltamos as mãos uma da outra, e caímos juntas de bunda, Karl primeiro experimentando o gelo sobre seu corpo e eu em seguida.

Olhei para a cara dela e rapidamente alcancei suas mãozinhas e as coloquei em cima do seu colo, para ninguém pisar em cima e nós duas começamos a rir. O riso dela foi tão contagiante que me fez rir ainda mais.

— Pelo menos caímos juntas. – falei rindo ainda.

— E nem machucou. – ela respondeu rindo.

— Vamos levantar e tentar de novo. – falei me levantando rapidamente e batendo na meia calça para tirar o gelo que havia ficado grudado.  – Quando cair, a primeira coisa que deve fazer é colocar as mãos junto do corpo, certo?

— Certo. – ela respondeu se levantando enquanto a ajudava.

— Vamos de novo. – disse.

Ajudei ela novamente dei as duas mãos e voltamos a patinar devagar pelo lago,  Karl demorou um pouco para se adaptar a patinar e olhar para frente ao mesmo tempo, e quando havia apreendido o suficiente comecei a segura-la apenas por uma mão e andamos juntas de mãos dadas, o que resultou em muitos tombos, porque não tinha tanta força e rapidez para segura-la quanto eu queria. Mas isso não pareceu incomodá-la, e em certo momento, quando estava mais solta e mais confiante buscou com os olhos seu pai, que nos olhava de longe e deu um sorriso para a filha quando viu seu olhar no dele.

Pude ver a alegria de Karl enquanto continuamos patinando, era uma alegria verdadeira, e pude perceber o quanto já gostava dessa garotinha, ela havia me encantado de uma forma que não conseguia explicar, cada vez que ela caia ela soltava uma gargalhada, e ate as pessoas que passavam perto de nós riam também contagiados. Ela se mostrou uma ótima aluna e ate mesmo quis tentar sozinha.

Todo o tempo fiquei do lado dela, e cheguei a mostrar para ela algumas coisas que sabia fazer, não era nenhuma profissional, mas conseguia fazer bastante coisa, o que ela mais gostou foi dos giros,  queria entender como conseguia girar e não ficar tonta, disse que com o tempo ela conseguiria também se treinasse bastante.

Depois de um tempo comecei a ficar incomodada por Edward não estar participando e ficar todo esse tempo nos olhando, então quando Karl decidiu ir ate o pai vi a oportunidade de chama-lo mais uma vez, quem sabe ele não tivesse mudado de ideia.

— Pai, pai. – ela chamou, Edward se aproximou um pouco mais do lago – Eu estou indo sozinha.

— Eu vi meu amor. – ele disse se abaixando perto dela. 

Vi que ele disfarçadamente deu uma chegada na filha para ver se ela não havia se machucado nos diversos tombos que havia tomado.

— Papai tira uma foto minha para eu mostrar para tia Alice? – ela pediu.

— Claro. – ele então tirou o celular do bolso e ela fez uma pose para a foto. – Prontinho, Tia Ali vai gostar de ver.

— Tem certeza que não quer vir com a gente também? – perguntei para ele.

Edward se levantou e se virou para mim, ele tinha novamente aquela cara de poucos amigos, o que achei estranho, pensei que ele estava aceitando e gostando do nosso dia hoje.

— Você disse que não a deixaria cair.

— Edward, isso aqui é uma pista de gelo. – falei para ele como se fosse obvio – Cair faz parte.

— Papai eu não me machuquei, a Bella me segurou todas as vezes. – ela disse para me defender.

Não fiquei ofendida por ter Edward me acusando, na verdade eu achei divertido o jeito que havia falado comigo. Eu estava ficando louca só podia mesmo.

— Você esta perdendo toda a diversão Edward. – provoquei

— Pode apostar que não – respondeu grosseiramente.

E então me afastei dele puxando Karl para rodopiar comigo.  Nós duas giramos e gargalhamos logo depois.

Perdi a noção do tempo de quanto ficamos ali, e acabei me divertindo tanto quanto Karl, o seu medo inicial fora totalmente substituído por alegria e ela ate que havia aprendido rápido,  o que a deixou muito orgulhosa, quando o pouco sol que havia começou a ir embora e ela começou a tremer de frio, conclui que estava na hora de irmos, ou poderia ficar doente novamente se não trocasse aquelas roupas molhadas, e isso servia ate mesmo para mim.

— Nós podemos voltar aqu ? – ela perguntou quando saímos do lago, e a ajudava a tirar os patins.

— Se o seu pai não tiver enfartado de tanto ver você cair.

— Papai supera.

Edward então se aproximou de nós com um cobertor pequeno rosa na mão e um casaco preto.

— O que vocês estão falando de mim? – perguntou colocando o cobertor nas costas da sua filha.

— Que você é o melhor papai do mundo. – Karoline respondeu sorrindo largo.

— Na verdade estávamos falando de como você quase surtou quando caímos. – disse e arranquei risadas de Karl.

Edward então se aproximou de mim e colocou o casaco nas minhas costas, pegou minha mão e me ajudou a levantar do chão. No mesmo estante paralisei chocada.

— Que bom que vocês notaram. – ele disse fazendo uma careta.

Fiquei olhando para ele enquanto pegava sua filha no colo e a enrolava no cobertor, ainda estava processando o que ele acabara de fazer comigo, ele havia acabado de ser gentil. Estava chocada de mais para ate mesmo agradecer pelo gesto.

— Papai você devia ter ido com a gente. – Karl disse rindo – Foi muito legal.

— Porque hoje você não para de me olhar? – se virou para mim ao dizer.

— Você foi gentil comigo! – a surpresa na minha voz era clara.

— Posso pegar o casaco de volta. – sua voz soou amarga.

— E me derrubar no chão também.

— Posso fazer isso também.

Gargalhei achando engraçado, de fato Edward faria isso mesmo se continuasse a irrita-lo, não duvidava nada.

— Acho melhor irmos embora. – declarei quando me recuperei. – Vou devolver os patins.

Edward assentiu e saiu com Karl em seu colo, ela estava toda animada contanto detalhes de como sentiu para ele, fiquei olhando para os dois por um tempo, vendo o quanto Edward era atencioso com a filha, era muito bonito de olhar a relação que eles tinham, não era apenas de pai e filha, mais ali existia uma cumplicidade que excedia a essa posição, difícil de se ver na maioria dos relacionamentos entre pais e filhos, outra coisa que havia notado era que Edward levava jeito para a vida de pai solteiro. Sabia exatamente o que fazer sem ficar perdido, nem mesmo se atrapalhava em colocar a filha na cadeirinha enquanto segurava a bolsa dela e o cobertor rosa. Sorri ao poder ver que Edward não era aquilo que aparentava ser, que na verdade suas atitudes eram mesmo fachadas para esconder o homem que um dia ele fora.

Antes que ele reclamasse novamente que estava encarando-o fui devolver os patins para poder ir embora. Teria que agradecer a Edward pelo casaco, apesar de não estar tão molhada quando Karl, sentia minha meia calça e saia um pouco úmida pelo fato de ter caído mais duas vezes, e começava a sentir frio. Fiquei na fila para devolução vinte e cinco minutos, parece que umas pessoas tiveram problema o que resultou em uma espera entediante e lenta. Mas fiquei mais preocupada em ter Edward e Karl me esperando, não queria que eles se sentissem obrigados a ter que esperar por mim, afinal de contas Karl precisava trocar de roupa antes que pegasse um resfriado.

Quando voltei para o carro Edward me esperava do lado de fora, encostado com as mãos no bolso. Não parecia nervoso por ter me esperado.

— Caroline acabou dormindo. – ele anunciou quando cheguei perto.

— Serio? – perguntei surpresa – Foram provavelmente os vinte minutos mais longos da vida dela.

— Com certeza. – ele respondeu quase sorrindo – Ela estava lutando contra o sono.

— Melhor irmos então. – disse – Ela precisa se trocar, foi um longo dia para ela. E para você. – acrescentei por ultimo.

— Tinha uma roupa a mais no carro, já a troquei. Não se preocupe. – respondeu.

— Você é um pai muito prevenido.  – elogiei.

— Ossos do oficio. – respondeu ele

— Ará! – falei dando um gritinho exagerado – Você é convencido! – apontei – Edward Cullen, além de não falar a palavra obrigada, nunca dar bom dia, e não gostar de funcionarias se aproximando de sua filha, também é convencido! – tive que provocar. – Você é convencido!

Edward olhou para mim como se eu  fosse de outro mundo, mas sorriu, um sorriso quase imperceptível, bem no cantinho que você precisa olhar no mínimo duas vezes para ter certeza se esta vendo mesmo.

— Vamos Bella. – ele disse abrindo a porta do carro. – Entra no carro.

— Edward Cullen é um tremendo convencido. – disse quando entrei e escutei uma risada baixa e musical.

Sua risada era linda.

Edward decidiu que seria melhor levar Karl para a casa dos pais antes de me deixar em casa, ele havia confessado para mim timidamente que ela havia o feito prometer que me trataria bem caso ela dormisse. Falou também que não sabe como ela não conseguiu ficar acordada de tanto que estava empolgada para me levar para casa, mas não podia culpa-la, tinha sido um dia bastante divertido e cansativo , ate mesmo eu começava a ficar com sono.

Então quando ele disse que deixaria Karl na casa dos seus pais não reclamei, minha casa ficava mesmo o oposto de onde estávamos então achei que também seria melhor, só gostaria de ter me despedido dela.

— Diz para ela que eu mandei um beijo, quando acordar. – falei quando Edward a segurava no colo e eu jogava o coberto por cima dela.

O dia já havia escurecido e o frio tinha aumentado. Edward havia entrado por um enorme portão de ferro que se abriu automaticamente quando seu carro foi reconhecido, e então estacionou na enorme mansão que me disse ser de seus pais. Ele ate chegou a me convidar para entrar, mas vi que isso tinha sido apenas sua educação e não que fosse mesmo  um convite. As vezes eu o achava meio bipolar.

Também não aceitei porque não queria conhecer sua mãe e seu pai, ou ate encontrar Alice, não precisava ter Edward no meu pé por ter feito amizade com eles. Então preferi esperar por ele no carro.

— Eu falo. – foi o que ele respondeu antes de entrar com ela.

Como do lado de fora estava frio aproveitei para entrar no carro e pegar meu celular e tira-lo da caxinha, apesar de não estar toda louca atrás dele, estava começando a sentir falta da comunicação, e por um instante pensei o que meus amigos estavam falando enquanto fiquei fora por esses dias. Tinhamos um grupo para conversar do serviço, basicamente o pessoal com que saí na sexta feira e fiquei imaginando o que é que eles estariam conversando sobre ontem, e se  soubessem que havia passado o dia com Edward o que é que pensariam? Depois de ontem eles provavelmente estariam insistindo na musica.

Fiquei envergonhada só de imaginar chegando segunda feira e eles descobrindo com quem passei meu sábado inteiro.

— Pronta? – Edward disse ao entrar no carro me assustando.

— Meu Deus, não faz mais isso que você me mata do coração. – falei com a mão nele que batia acelerado.

— Vou te levar para comer algo antes de irmos. – me ignorou completamente.

— Você nem ao menos perguntou se quero. – falei.

— Estou tentando ser legal como prometi para Karol. – se virou para mim me encarando.

— Você precisa aprender com ela a ser mais simpático. Ter um pouco de persuasão como aqueles olinhos dela, sabe esse tipo de coisas. Pode ser sutil se preferir também.

— Você acabou de aceitar.  – disse – Não acho que eu precise.

— É você tem razão. – fiz careta enquanto ele ria.

Pela primeira vez nesses dias, esse pareceu ser um tipo estranho de convite sincero. Pela primeira vez ele queria fazer o que estava fazendo comigo.

Sorri feliz.

Edward Cullen não era um cara tão frio quanto pensei que fosse.


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Notas finais do capítulo

AHAHAHAHAHA EMMETT NÃO EXISTE, EMMETT MEU LINDÃO MAIS DIVERTIDO DA VIDA KKKK Amei escrever sobre a personalidade dele pra vcs, e ai o que acharam? corram e me contem nos comentarios



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