31 Dias de Dezembro escrita por jessy-cullen


Capítulo 10
9º Dia de Dezembro.


Notas iniciais do capítulo

Ai Meu DEUS, VOCÊS NÃO SABEM COMO ESTOU FELIZ COM VOCÊS Eu estou aqui gritando de felicidade, primeiro porque nunca tive tantos comentarios em um capitulo como o ultimo. Tantas leitoras novas, que comentarios desde o primeiro capitulo, te muita gente que começou a acompanhar e ainda que colocaram a fic como favorita, eu chorei gente com vocês. E ainda teve duas recomendações, noooosssaaaa vocês são de mais, amei as recomendações, vocês foram lindas e dedico esse capitulo as duas. Obrigadaaaa gente. Boooa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/593093/chapter/10

9º Dia de Dezembro

Se vai dar certo ou não? O importante é tentar.

– Com você é diferente. – ele quase sussurrou essa parte, parecia doer nele cada palavra.

Me permiti olhar em seus olhos, ele parecia estar agora em outro lugar bem distante de onde estávamos, não fazia noção do que se passava, mais seus olhos me diziam que era ainda mais doloroso do que realmente era.

– Senhor Cullen. – chamei o distraindo de reviver o que é que estivesse revivendo – A decisão é sua.

– Bells? – alguém me chamou de longe. – Bells acorda.

– Cinco minutos. – murmurei me virando para o outro lado.

– Bells. – falou de novo dessa vez me cutucando.

– Jacob para! – falei rouca, e coloquei o travesseiro na cara. Ele havia acendido a luz.

– Edward Cullen esta lá em baixo só para você saber.

Não devo ter ouvido direito, porque ainda continuei de olhos fechados, mas à medida que fui entendendo aquele nome, pulei da cama.

Procurei Jacob mais ele já não estava mais em meu quarto, sai a sua procura um pouco desesperada, e trombando nas coisas por onde passava, minhas vista ainda estava tendo dificuldade de se acostumar com a claridade repentina, e foi por pouco que escapei de algo que estava jogado no chão do corredor. Fiquei imaginando o que é a capinha do celular de alguém estava no corredor.

– O que você disse? – perguntei quando o achei em seu quarto.

– Edward Cullen acabou de ser anunciado na portaria. – disse – Ele não é seu chefe?

Mas que pergunta era essa? Todo mundo sabia o nome do meu pesadelo em pessoa.

– O que ele faz aqui? – me desesperei. – Que horas são? Que dia da semana estamos? – nada fazia muito sentido para mim neste momento.

– Se acalme garota. – e me segurou pelos ombros – Agora vá se trocar e vê o que ele quer.

– O que ele faz aqui? – perguntei novamente, e olhei no relógio que estava na bancada. – Olha a hora que é! Tenho mais duas horas ainda para dormir, no mínimo!

– Não estou diferente de você. – reclamou. – Fui eu quem acordou com o interfone.

Edward Cullen estava no meu apartamento! Surtei internamente.

– Não o deixe subir. – disse.

– E não deixei. – ele riu. – Quer que eu desça com você, para o caso de precisar de ajuda?

– Fizemos as pazes Jake.

– Deram os dedinhos também?

Corri para meu quarto meia sonolenta e comecei a procurar qualquer coisa para vestir.

https://picasaweb.google.com/115290253094900934588/31DiasDeDezembro#6220506412123086562

Dessa vez me certifiquei de colocar um tênis quando olhei pela janela e vi que ainda estávamos passando por um tempo de chuva, mesmo que fosse apenas uma garoa. Pequei uma blusa de frio mais quente e o guarda-chuva por preocupação. Arrumei meu cabelo de qualquer jeito e agradeci por ter secado ontem à noite. Conclui que teria que passar o banho, ou ele poderia ficar irritado com minha demora. Afinal de contas o que ele queria comigo há essa hora amanhã? No meu apartamento? Não dava para esperar eu chegar no serviço?

Algumas coisas passaram por minha cabeça sobre Edward estar aqui, mas nada que fizesse muito sentido. Havíamos dado uma trégua e ate prometi a mim mesma que não retrucaria as coisas que ele dissesse, então sai o mais rápido possível para ver o que me aguardava. Estava um pouco ansiosa.

– Jacob estou saindo. – gritei.

Enquanto estava no elevador tentei disfarçar minha cara de quem tinha acabado de acordar com um lápis de olho e um brilho labial, como se tivesse feito muita diferencia, meus olhos estavam inchados e meu nariz vermelho, provavelmente pela chuva de ontem, não me surpreenderia se começasse a espirar a qualquer momento.

Depois parei de fazer tudo o que estava fazendo com vergonha, esse elevador tinha câmera e alguém na portaria poderia estar vendo isso. Senti minhas bochechas esquentarem. Respirei fundo três vezes para não parecer uma louca ansiosa, tinha que parecer que estava totalmente equilibrada.

O que não estava.

Quando cheguei a portaria encontrei Karl sentada em um banco balando as perninhas enquanto Edward estava ao seu lado falando alguma coisa com ela. Caminhei lentamente ate onde eles estavam e ninguém prestou atenção quando me aproximei.

– Bom dia. – disse.

– Bella. – gritou Karl me abraçando.

– Olá princesinha. – abaixei a sua altura dando um beijinho estalado em sua bochecha. - Bom dia Senhor Cullen. – disse olhando para ele que agora estava de pé.

– Edward esta bom. – disse

– Ok, Edward. – um ponto para mim! E nada de bom dia. – O que faz aqui? Devo me arrepender de ter dado meu endereço a você?

– Sempre com comentários impertinentes.

Me orgulhei, não sei porque.

– Viemos levá-la para o serviço. – disse a contra gosto quando fiquei em silêncio – Seu carro ficou na empresa, pensamos que pudesse precisar de uma carona.

Meus olhos se direcionaram para Karoline que tinha as mãozinhas na boca escondendo sua risada. Levantei uma sobrancelha e ela deu de ombros. Impressionante uma criança saber fazer isso.

– Esta um pouquinho cedo não acha? – perguntei

– Papai não conseguiu esperar. – Karoline dessa vez caiu na gargalhada.

Me voltei para o Cullen que não pareceu estar chateado com o comentário da filha, mas havia ficado um pouco constrangido, seus olhos estavam ate dilatados.

– Foi mesmo eu que acordou às cinco horas todo empolgado. – comentou irônico.

– Exatamente papai. – ela concordou – Faz o pedido – sussurrou tão alto pra ele que não deu nem mesmo para o porteiro não escutar.

Fiquei parada revezando olhares para ambos, me divertindo tanto quanto Karoline, Edward estava tão indefeso como eu estaria com ordens de minha mãe, porém ele estava sobre comandos infantis de sua filha.

– Toma café com nós? – foi curto e direto e Karoline bufou e bateu a mãozinha na testa.

– Direito papai. – disse

Edward trocou o apoio das pernas e olhou nos meus olhos, hoje não tinha aquela mascara de frieza de sempre, mas continuava serem olhos duros. Talvez essa deva ter sido realmente a primeira vez que olhei dentro deles.

A cor era ainda mais instigante quando parava para se notar, eram verdes tão brilhantes como uma esmeralda, uma cor que nunca tinha visto, o contorno era preto o que deixava ainda mais a mostra a beleza que o destacava e ainda que fossem brilhantes havia algo triste ali, mesmo com a intensidade da cor algo era frio e triste. Perdi-me na imensidão de sentimentos que era olhar para seus olhos.

– Isabella, você gostaria de nos acompanhar em um café da manhã? – disse depois de um tempo que ficamos nos encarando, tanto ele quanto eu tentando descobrir algo um no outro.

– Gostaria. – disse sem pensar muito.

– Eba! – Karl gritou e agarrou minha mão e com a outra deu a mão para seu pai – Vamos então.

Fomos praticamente rebocados para o lado de fora ate onde Edward havia estacionado seu carro. Ele ajudou a filha a sentar na cadeirinha enquanto esperava do lado de fora.

– O que estamos fazendo? –sussurrei a Edward.

– Eu tomei uma decisão não foi? Estou deixando ela se aproximar de você.

– Mas não era só um pouco?

Não havia sido esse o combinado?

– Não podemos tomar uma decisão pela metade. – recitou as palavras que havia usado com ele um dia antes.

– Com você é diferente. – ele quase sussurrou essa parte, parecia doer nele cada palavra.

Me permiti olhar em seus olhos, ele parecia estar agora em outro lugar bem distante de onde estávamos, não fazia noção do que se passava, mais seus olhos me diziam que era ainda mais doloroso do que realmente era.

– Senhor Cullen. – chamei o distraindo de reviver o que é que estivesse revivendo – A decisão é sua.

Isso pareceu trazer um peso enorme para ele. Era como se estivesse brigando com seus próprios pensamentos talvez ate seus próprios princípios. Ficou em silêncio durante um período ate que chegamos em frente a Lanvin e paramos um de frente para outro.

– Só peço que não a machuque você provavelmente será a primeira amiga dela. – disse sustentando meu olhar. – Ela se apega muito rápido a pessoas.

Não sei o que se passava em sua mente, mas não entendia porque era tão difícil ele deixar Karl falar comigo, era drama de mais para algo tão simples.

Ele suspirou, o medo era evidente. Então entendi,e tudo fez sentido quando disse que ela se apegava rápido as pessoas, ele não queria outra pessoa sendo retirada da vida de sua filha, e ele tinha medo que se aproximassem dela. Por isso sua implicância comigo.

– Precisa haver confiança Senhor Cullen. – disse – Não irei machucá-la. Tem que acreditar em mim.

– Quero poder acreditar.

– Não podemos tomar uma decisão pela metade. – disse – É preciso confiar.

– Eu confio. – respondeu depois de uma infinidade de segundos.

Eu confio. – repetiu novamente entrando no carro.

– Eu confio. – sussurrei suas palavras também entrando no carro.

Sorri. Isso fez com que Edward Cullen subisse no meu conceito e reavaliasse o que pensava sobre ele. Talvez não fosse tão ruim como mostrava que fosse, talvez ser arrogante e frio fosse seu mecanismo de defesa.

Ele não confiava, mas havia decidido confiar.

Edward acelerou o carro e uma garoa fina começou a cair do lado de fora.

– Você tem quantos anos? – perguntou Edward, enquanto eu colocava na boca um pedaço de bolo.

Parei de mastigar e olhei para o que havia pedido, tudo com muito açúcar e muitas coisas de chocolate e chantili. E então não me envergonhei em comer igual uma adolescente de 17 anos em plena puberdade.

– Pra você saber, não te idade para comer isso. – disse quando mastiguei o pedaço de bolo.

E é necessário uma grande quantidade de açúcar para agüentar trabalhar com você, acrescentei mentalmente sorrindo.

– Claro que não. – disse quando viu que sorria – Você parece que não cresceu apenas. – provocou.

– E você parece que envelheceu. Quantos anos tem? 50? – perguntei

Karl se segurou para não rir se divertindo, como se nós dois fossemos seu showzinho particular.

– Engraçadinha você.

– Já esta entrando na crise da meia idade? – insisti, ele que havia começado – Explica o mal humor.

– Foi uma péssima idéia, isso aqui. – disse amargo.

– Eu estou gostando. – Karl falou comendo um pedaço de uma rosquinha de morango e se sujando inteira.

Resolvi parar de provocá-lo e engatei uma conversa animada com Karl. Era incríveis, mais crianças amavam conversar, ou era apenas exceção dela mesmo, pois em vinte minutos de conversa, soube varias coisas.

Descobri que sua cor favorita era rosa, que fazia pouco tempo que havia entrado de férias com ótimas notas na escola, que Edward fez questão de acrescentar como um pai orgulhoso, neste momento vi como ela era seu orgulho particular, descobri também que Karl fazia balé em dois dias da semana, e que estava ensaiando para uma apresentação de natal daqui a alguns dias, chegou ate me convidar para assistir, mas fui inteligente o bastante para desviar a conversa para outro assunto, não sabia como Edward reagiria a isso. Ele estava deixando eu entrar na vida de sua filha, mas não aceitaria muito mais do que já estávamos fazendo. Já era bastante estranho estarmos onde estávamos neste momento.

Como já devia ter previsto Edward ficou o tempo todo calado, as vezes acrescentava alguma coisa quando sua filha falava, mas foi tão raro que parecia que nem tinha falado. As vezes ele bufava, na maioria das vezes para alguns comentários meus, não sei se era só para me irritar ou era porque eu estava o entediando, Karl não parecia se sentir assim, pelo contrario ela ficava mais empolgada com meus comentários e perguntas.

Ao mesmo tempo que prestava atenção em Karl, prestava atenção em Edward e ficava bem mais fácil quando os dois estavam sentados de frente para mim. Algumas vezes ate divaguei porque é que Edward agia da forma como agia, ele tinha tudo para impressionar as pessoas, e não as afastar.

Só por ele ter a beleza que tinha isso já era algo que facilitava, Edward era insuportavelmente lindo, e desestabilizava qualquer uma que estivesse por perto, algumas vezes precisei balançar a cabeça para organizar meus pensamentos e continuar a vê-lo como meu chefe, porque minha mente começava a me distrair. E ele era extremamente inteligente, seus comentários revelavam isso, e nem mesmo fazia esforço, sua educação era notável, Edward era um homem culto, isso também já bastava para impressionar e atrair pessoas.

– O que acha de irmos? – Edward interrompeu a filha quando ela parou para respirar no meio de uma frase.

– Mais já papai? – perguntou.

– Preciso ir trabalhar gatinha. – falei ajudando Edward.

– Papai pode te dar férias. – seus olinhos chegaram a brilhar e tinha quase certeza que os meus também, será que esses olinhos verdes conseguiria isso para mim?

Ri e olhei para ele vendo sua reação, o que foi meio engraçado, tinha se surpreendido com a pergunta, a ponto de ficar sem palavras.

– Não sei como o tio Brant iria reagir. – disse para ele poder se recuperar – Ele precisa de ajuda. E a final de contas, alguém precisa trabalhar para comprar um novo celular.

– Você pode pedir um de presente de natal. – sugeriu.

– Uma ótima idéia a sua Karl. – disse – Vou ver o que Jacob acha disso. – ri imaginando

– Depois me conta. – ela disse – Quero poder ajudar.

– Então podemos ir. – Edward disse colocando o dinheiro na comanda e cortantando o assunto.

– Vamos dividir. – parei sua mão antes que colocasse a nota.

No instante que nossas mãos se tocaram levou apenas uma fração de segundos para ele tirar as dele com um ímpeto de violência, como se minha mão tivesse alguma doença ou fosse algo tóxico para ser tocado.

– Desculpe. – disse trazendo minha mão de volta e as colocando no colo longe de sua vista.

– Eu pago. – respondeu.

Olhei para minhas mãos vendo se havia alguma coisa de errado, como se tivesse restigios de algum tipo de comida ou talvez ate alguma coisa pior.

Edward sem dizer mais nenhuma palavra pagou a conta e pegou Karl no colo que não pareceu ver o que é que tinha acabado de acontecer. Não que se tivesse visto iria entender, não teria como saber como isso tinha me magoado.

– Estou sem celular. – anunciei mais tarde na sala de Brant. – Caso queira falar comigo, se sair.

– O que aconteceu com o seu? – perguntou enquanto separava alguns papeis e assinava outros.

Essa manhã tinha deixado preparado todos os contratos para que ele pudesse assinar. Era um dia cansativo onde ele tinha que parar seu trabalho para analisar contratos para que então pudesse dar continuidade a seu desfile. E ainda precisávamos resolver o local do mesmo.

– Meu carro parou de funcionar ontem. – expliquei – O que resultou em um pouco de chuva e um celular caído em uma poça de água.

– Tente comprar um a prova d’água da próxima vez. – respondeu seu tom era brincalhão.

– Obrigada pela dica. – respondi irônica.

– Desculpa. – ele disse largando as folhas e olhando para mim

Depois de me analisar por alguns minutos perguntou.

– Aconteceu algo?

– Tirando meu carro e meu celular? – perguntei.

– Exatamente.

– Não. – disse – Não aconteceu nada.

Ele não acreditou muito no que disse, mas voltou para seu trabalho enquanto voltei a fazer o meu.

Não devia ter ficado tão chateada com isso, mais a atitude de Edward havia me deixado dessa forma. Qual é? Nossas mãos apenas haviam se tocado, precisava retirar a dele com tanta violência, como se eu fosse uma doença? Fiquei pensando nisso uma boa parte do tempo, remoendo algo que não era para tanto, que na verdade nem deveria estar dando importância.

Então como se precisasse de um tempo para poder pensar em qualquer outra coisa e tirar Edward da cabeça, me levantei e fui ate a sala de Pierri. Ele era a melhor pessoa no momento e em todos os outros para me fazer pensar em outra coisa. E afinal de contas estava devendo alguma visita para ele, fazia algum tempo que não o ajudava com nada.

– Bom dia. – disse entrando em sua sala. - O que foi Pierri?

O encontrei sentado com milhares de papeis espalhados em sua mesa e havia alguns ate mesmo no chão. Seus cabelos estavam bagunçados e sua roupa estava um pouco amassada. Fiquei preocupada, Pierri nunca vinha com nada amassado, ele sempre estava impecável.

– Como assim o que foi? - Perguntou com a mão no peito em puro drama – Estou arrasado, formaram uma parceria e não me chamaram.

Sentei pacientemente na cadeira a sua frente, pronta para uma sessão de terapia, onde eu era graduada. Agora havia entendido a referencia de Brant no outro dia.

– Pensei que tinha deixado isso para trás.

– Jamais. – gritou – Tive muita coisa com o que pensar. Estou pronto para reivindicar meus direitos.

Respirei fundo escolhendo qual estratégia usaria com ele, e agradeci aquele momento, porque isto era a distração que estava precisando. O dilema de Pierri era muito mais seguro que o meu com Edward.

– Pierri – falei cruzando as mãos sobre a mesa e usei toda minha inteligência e estoque de palavras bonitas para convencê-lo. – Sua coleção é esplêndida, tem tudo para ser e mais um pouco para estourar os tablóides do mundo fashion. – pude ver seus olhos brilhando por um momento. Um curto momento.

– Como sabe que minha coleção é esplêndida?

Da mesma forma que minha estratégia acabou de ir por água a baixo.

– Eu trabalho aqui! – exclamei – Vi bastante coisa.

– Deveria ser surpresa. – se recostou na cadeira cruzando os braços – Ate mesmo para você.

Iria contestar para então não deixar as sacolas para serem carregadas por mim, ou que não pedisse mais ajuda para tirar tudo que havia nelas, mais achei que ele poderia interpretar como desaforo, então fiquei quieta.

– Como estava dizendo. – continuei – Ou melhor, o que quero dizer, é que sua coleção irá se destacar tanto quanto a deles. – expliquei – E deveria ficar feliz, porque a sua é mais importante e não precisa de ajuda.

E realmente achava mesmo, era a coleção de natal, onde você compraria roupas para usar neste dia, quem deixaria parar comprar roupa de a natal e ano novo na ultima semana? Não correria o risco de esperar pela ultima coleção do ano. Portanto a de Pierri parecia ser bem mais importante.

– Você esta tentando fazer lavagem cerebral em mim? – perguntou desconfiado.

– Estou tentando ser a voz da sua consciência. – disse numa tentativa patética de parecer menos ridícula.

O que eu era? O grilo falando agora?

– Não sabia que estava precisando de uma. – seu olhar se tornou vago enquanto seu dedo indicador batia de leve em sua cabeça.

– Hoje esta sendo difícil. – resmunguei tentando não levar para o lado pessoal.

– Desculpe, desculpe purpurina. – cantarolou. – Estou apenas cheio de serviço, e estou ficando louco, talvez você esteja errada em eu não precisar de ajuda.

Olhei ao redor e vi o estrago que estava sua sala, papeis para todos os lados, lápis caídos no chão, alguns papeis amassados fora do lixo.

– Então você devia esquecer essa história da parceria dos dois e ficar feliz que Brant cedeu para você o Lincon Center. Te poupou muito trabalho, mas do que você já tem alias.

E sabia exatamente que trabalho era esse, porque justamente estava tentando achar um lugar para fazer o desfile deles acontecer.

– Estou ainda impressionado que ele cedeu para mim. – disse pensativo. – Teve alguma coisa a ver com isso?

– Não. – respondi – Sai no meio da discussão.

– Engraçado, porque ele perdeu a briga por distração, foi na verdade bem fácil. – nem ele estava acreditando no que estava dizendo.

Não era só eu que havia achado estranho então.

– De toda forma espero que aquele azedo não apareça no meu desfile.

– E não irei mesmo. – falou o próprio entrando na sala. – Estarei em Londres no desfile da John John. Que a propósito será no mesmo horário que o seu.

Vi Pierri ficar três tons diferentes de vermelho para então chegar ao roxo. Abaixei minha cabeça sobre a mesa me sentindo derrotada. Porque é que ele tinha que fazer isso comigo, justo quando a situação estava quase controlada?

– Quem permitiu? – gritou

John John era outra marca concorrente da qual Pierri amava, e que não fazia questão de esconder tamanha admiração, então era terrível saber que seu rival do trabalho iria participar do único desfile ao qual ele realmente gostava de assistir.

– Edward quer que eu represente a Lanvin. – respondeu

– Não, não, não. – sussurrei enquanto batia minha testa repetidamente sobre a mesa.

– E posso levar um acompanhante. – continuou – No casso Isabella.

Brant me segurou pelo ombro me impedindo de bater a cabeça na mesa, segurou uma de minhas mãos e me fez ficar de pé.

– Seu monstro, horroroso. – Pierri despejou.

– Seu pedido foi atendido caro Pierri.

– Desprezível. – soltou enquanto caminhávamos para fora, e aproveitou para jogar uma bolinha de papel nele.

– Porque é que você fez isso? – disse quando fechei a porta atrás de nós.

– Ele merecia. – respondeu – E alias, você disse que a coleção dele é mais importante.

– Você estava ouvindo atrás da porta! – acusei

– E não podia ter escolhido melhor hora para entrar. – retrucou.

– Acho mesmo a dele mais importante. – disse – Quem é que deixa para comprar sua roupa de ano novo em cima da hora? – perguntei.

– Ficaria impressionada. – respondeu.

Antes que pudesse dar mais um passo Edward saiu de sua sala e veio em nossa direção. Como se finalmente tivesse me achado falou.

– Pode vir comigo um momento?

Olhei para Brant imaginando o quanto ele não devia estar cansado de ter sua secretaria em todos os lugares, com todo mundo, menos na sala dele, fazendo coisas que ele pedira. Seja qual fosse seus pensamentos, ele não pareceu se irritar nem nada parecido.

– Me busca em quinze minutos? – sussurrei fazendo uma piadinha.

Essa semana estava mesmo assim, se ele não fosse me buscar de onde quer que eu estivesse, capaz de passar o dia sem meus serviços, do jeito que as coisas estavam indo.

Brant olhou pra mim balançando a cabeça, do jeito que dizia, que sou impossível e só faço piadas nas horas erradas.

– Okay. – disse.

Dei meia volta e o segui para sua sala. Edward se sentou em sua cadeira e me aproximei de sua mesa, esperando o que ele teria em mente para me falar. Tinha ate me esquecido que estava chateada com ele.

– Amanhã quero que vá almoçar comigo. – foi bem direto, e me apoiei na cadeira para não cair para trás.

Acho que estava esperando por tudo menos por um pedido de almoço.

– Você consegue ser bastante direto quando quer. – comentei.

– Se vou deixar minha filha ter amizade com você, quero saber que tipo de pessoa é você.

– Aquela da qual você tem nojo, ou seja lá o que pensou hoje cedo. – disse o ressentimento vindo a tona.

Ele me olhou aturdido.

– Não seja ridícula Isabella.

– Não estou sendo ridícula Edward. – retruquei. – Como você classificaria o que fez hoje?

Edward me olhou nos olhos, me fitou de forma bastante intensa, como se dessa forma ele pudesse ler meus pensamentos.

– Não sei o que esta dizendo. – respondeu por fim.

– Claro que não. – revirei os olhos, e resolvi deixar isso passar.

O que esperava que ele fizesse? Me pedisse desculpa? Eu poderia esperar minha vida inteira por isso e ainda assim não teria nada parecido. Não precisava também voltar a estaca zero com Edward Cullen.

– Se quer me conhecer, basta perguntar. – disse.

– Prefiro descobrir por si só. – respondeu.

– É apenas uma desculpa para sair comigo Senhor Cullen? – perguntei e neste momento o vi ficar vermelho.

Eu tinha irritado a fera. Me arrependi instantaneamente com o que dissera. Qual era a minha?

– Desculpa. – me apressei em concentrar - Estamos tentando fazer isso dar certo. Aceito almoçar com você.

– Não perguntei se queria. – esqueceu rapidinho que estava preste a brigar comigo.

– Prefiro pensar que me convidou gentilmente. – sorri – Obrigada Senhor Cullen.

Ele ficou totalmente chocado com minha atitude, então aproveitei a deixa para sair de sua sala antes que ele gritasse comigo. Fui direto para a sala de Brant, e me fiz útil naquele dia para ele.

Mas não consegui tirar o convite de Edward da cabeça, e de certa forma ele me intrigou mais do que desejava. Ainda continuava achar que ele estava exagerando muito, ele não precisava almoçar comigo para saber de minhas intenções, porque de fato não tinha nenhuma.

Minha curiosidade porém foi aguçada, e tentei achar algum outro motivo para o convite inusitado de Edward, era como se precisasse saber que havia algo mais, e isso ocupou boa parte da minha mente durante o serviço. Fiquei divagando entre entender seus motivos e criar mais alguns deles para que fizesse um pouco mais de sentido pra mim.

Edward havia despertado em mim um interesse que jamais tinha tido. Não era algo físico, apesar de ser bastante desconcertante ter ele por perto, mas era algo em sua personalidade algo que ninguém enxergava e que eu gostaria de enxergar. E como já estava conseguindo ver.

E precisava mostrar a ele que não estava confiando do jeito certo. Disse que confiava em mim, mas novamente na primeira oportunidade mudava de opinião, bipolaridade talvez fosse um de seus problemas, então mostraria neste almoço um pouco do que era ter confiança.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai gente o que acharam? Eu estou gostando de ver essa interessão de Edward e Bella. vamos lá comentem muito e deixem um escritora feliz. Se eu tiver um retorno bom, eu penso em escrever um PDV do Edward, mesmo que eu não tenha planejado que a fic tivesse um. Beijoooos ate os comentarios. Visitem minhas outras fics



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "31 Dias de Dezembro" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.