Unforeseen escrita por UmaEscritoraAnônima


Capítulo 54
Se adaptando a mortes futuras


Notas iniciais do capítulo

Oie leitores gatos, tenho recadinhos para dar!
Bom, para começar, tenho o número correto de capítulos que a história irá ter, 7 apenas. Ou, contando com esse, 6.
O capítulo 60 será a despedida e encerramento da história, e infelizmente está bem próximo de chegar. Sendo assim, eu gostaria muito de pedir a vocês, que acompanham a história e nunca comentaram que por favor se expressem nessa reta final da história, eu teria o maior prazer em responder vocês. *-*
Reta final hein gente, contagem regressiva. Boa leitura.



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Eu passei meus dedos pelas páginas, tentando em vão sentir as letras impressas no papel, tentando me concentrar em algo além de morte e lamentação.

Perdemos pessoas, todos perdemos. A familia que dirige este lugar está em luto, lamentando a morte do filho e amigo. Nós? Bem, perdemos o Noah, quase perdemos a Tera e o Glenn. As pessoas vem e vão, mesmo sendo a ordem cronologica da vida, elas levam pedaços da gente junto com elas. Para onde quer que vão.

Eu posso imaginar a frustração que Deanna está, ela deve estar nos culpando,é a primeira fase do luto. Depois vem a raiva. Muita, muita raiva.

"Sentimos muito pela sua perda"

— É isso que vai entregar? Só isso? — questionei Carol

Ela apenas suspirou e me encarou como um 'tem uma ideia melhor?'.

Se eles me mandassem isso, eu jogava na cara deles. Mas não vamos piorar as coisas. Não agora.

— Vou ver o Glenn, fique a vontade para levar isso até lá.

Saí de cima da bancada da cozinha e caminhei em direção a porta.

Mandar um bilhete não costuma resolver muito as coisas, ainda menos agora.

Caminhei até a casa do Rick, o encontrei na varanda, com Glenn sentado no chão conversando alguma coisa. Ele está bem abalado.

— Oi — anunciei minha chegada, os dois levantaram a cabeça para me olhar

Abaixaram de novo, retornando ao assunto que eu interrompi.

— Ele só tinha que segurar a porta! — Glenn exclamava, num misto de raiva e dor

Eu abaixei a cabeça negativamente.

— Eu segurei a mão dele, eu tentei — ele explicava, toquei seu ombro gentilmente, queria poder dar conforto as pessoas em momentos assim, mas não sirvo muito pra isso, não sei como agir — eu vi ele morrer. Para ser sincero, eu podia ter deixado ele lá, podia ter inventado uma história. Mas, precisamos ficar aqui.

— É, eu sei — Rick se pronuncia, concordando com ele — mas essas são as regras deles não precisamos concordar

— Mas nós estamos com eles!

— Nós estamos com eles, eles não estão com a gente — digo, eles me encaram — vamos nos esforçar para isso dar certo, mas se não der..

Eles entendem o que quero dizer, e suspiram tentando abafar esse pensamento.

...

Eu me sentia estranhamente desconfortavel ao pensar em como será amanhã, haverá regras novas e com certeza restrição de armas. Aposto que vamos ficar um tempo sem poder sair, levando em conta esse acidente.

Eu não menti, precisamos fazer isso dar certo. Eles são os donos, nós somos os forasteiros, é mais fácil para eles nos apontar armas e nos mandar embora do que a gente fazer isso com eles.

Não acho que será fácil, mas eu estou disposta a tomar esse lugar.

Se nos estabelecermos aqui, será a melhor coisa que poderíamos ter em nossas mãos. Seria recomeçar pela última vez, criar raízes, criar uma vida sem mortos nela. Simplesmente, viver.

— Sabe como está a Tera? — Daryl interrompe meus pensamentos

Levo um momento para entender o que ele estava falando.

— Ah, sim, ela está instável, está aguentando — falo rápido demais

Suspiro pesadamente.

— Vou pra lá amanhã, devem precisar de alguém lá — digo olhando para o nada

Ele coloca o rosto próximo ao meu, com o intuito de me fazer prestar atenção.

— O que foi?

Passo a mão pela testa, suspirando para em concentrar um momento.

— Nada. É toda essa loucura, as pessoas estão se ferindo.

Ele me analisa, procurando respostas.

— É, acho que sim

— O que foi? — pergunto observando sua confusão aparente

— Nada — ele se joga no travesseiro, passando o braço embaixo dele

Respiro fundo mais uma vez.

— Por que tenho a sensação que amanhã será um daqueles dias que a gente vai ter preferido não levantar da cama? — digo me deitando, encarando seu rosto pensativo

O silêncio paira no ar.

Algo iluminava seus olhos azuis de uma forma agradável. Ele tira uma mecha que cobria meu rosto.

— Se está se preocupando com alguma coisa..

— Não — digo, tirando a mão dele que no momento estava me impedindo de o encarar com total facilidade — É que.. devemos um funeral e explicações para a demonia, lembra?

Ele tinha olhos divertidos, uma expressão divertida.

— Sabe o que deveríamos fazer? — digo sorrindo, meu rosto se iluminando com as possibilidades

— Não, não, não — ele me censura — chega dos seus planos de matar ela, já pensou nas coisas que você fala, vai acabar com zumbis qualquer dia

— Pra dizer a verdade eu adoraria encontrar um zumbi! Estou afim de sair, procurar suprimentos, fazer as coisas que nós fazíamos antes..

— Tem bastante suprimento aqui

— Armas!

— Aqui tem um arsenal — ele diz entediado

— E se..

— Não. Se depender de mim você não vai precisar sair daqui nunca mais

— Nossa, não sei como que eu consigo te aturar. Quer saber?! Eu preciso de espaço, por que não vai dormir no sofá?

Ele continua com sua expressão divertida, como se eu estivesse brincando.

— Aff, você me irrita. Boa-noite — digo me virando, separando as palavras, e por fim fechando os olhos

Mais uma vez o silêncio paira no ar.

Sinto o cobertor subindo e uma mão passando pelo meu braço.

Abro os olhos.

Me viro e o vejo se deitado, de costas para mim. O cobertor me cobrindo até o ombro. É por isso que não tem como odiar ele! Que droga

...

Ouço Daryl descer as escadas, seguro minha xícara com mais firmeza.

— Sério que você tem que ir? — digo enquanto ele passa por mim

— É o meu trabalho — ele diz parecendo que tinha falado a coisa mais óbvia do mundo

— Você sai e eu não, ótimo. Arrisca a vida procurando pessoas que sabe que não vai achar — digo estendendo uma caneca com café quente para ele, ele a pega não se incomodando com o meu comentário, que foi mais um reclamação

Ele dá um rápido gole e a coloca sobre a bancada, resmungo. Ele se aproxima rápido e me dá um beijo na testa.

— Promete ficar bem? — ele diz me olhando, segurando meu rosto com as mãos

— Eu é quem devia perguntar isso — digo me inclinando para beijá-lo

Quando dou por mim ele já passou correndo pela porta e eu fiquei aqui parada sozinha na cozinha.

— Mereço — digo a mim mesma, arremessando o café na pia


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Notas finais do capítulo

Agora que esse se foi, restam apenas 6 capítulos. Por favor comentem, estamos na nossa reta final e preciso da opinião de vocês :3 :c



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