Unforeseen escrita por UmaEscritoraAnônima


Capítulo 41
Posso me acostumar com isso




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/592699/chapter/41

Foi uma manhã, no mínimo incrível. Exatamente assim, sem dizer nada.

Não foi diferente do que eu achei que seria, apenas com o sol batendo na janela e um pouco de vento para esfriar o clima. Mas uma hora ou outra, precisamos levantar.

–--- Tenho uma vida Dixon, licença ---- digo me sentando

Puxo meu sutiã do chão e começo a me vestir. O encaro por cima do ombro.

–--- O que você está olhando? ---- sorrio

–--- Nada ---- ele responde colocando as mãos embaixo da cabeça

Ela permanece ali me observando. Sobre o papo de o sufocar com o travesseiro...

Me lembro que o vestido ficou no corredor, que droga. Me levanto só de calcinha e sutiã mesmo e vou para o banheiro.

Isso é de certo ponto de vista, constrangedor.

Entro no banheiro e abro a torneira. Junto uma porção de água na mão e passo pelo rosto. Ainda com as mãos molhadas fico com elas na testa.

–--- Tudo bem? ---- ouço Daryl dizer se levantando

–--- Tudo ---- respondo ---- só fiquei meio tonta, acho que levantei rápido

Fecho os olhos e tento me focalizar. Até me esqueci que estou quase nua aqui.

Nossa, isso foi simplesmente do nada. Abro os olhos quando vejo Daryl se aproximar.

–--- Deixa eu ver ---- ele diz erguendo meu rosto

Deixo meu rosto em suas mãos.

–--- Estou pálida? ---- pergunto

–--- Não ---- ele diz juntando as sobrancelhas

–--- Vou passar na enfermaria depois ---- digo o contornando para sair

Passo por ele quando sinto uma mão no meu braço. Eu me viro e o encaro.

–--- O que foi? ---- digo entre sorrisos

Dou meus lentos passos descalços até ele. Me aproximo lentamente. Ele abaixa o rosto e nossas testas se juntam.

–--- Aaron me deu um trabalho ---- ele diz baixo

–--- Mesmo? ---- digo me afastando ---- de quê?

–--- Vou recrutar quem aparecer ---- ele responde ---- e também tenho que ir procurar pessoas

–--- O que? ---- digo ---- vai sair por aí procurando pessoas? Não sei se lembra mas as pessoas não são mais tão boazinhas. E nem é isso, imagina se você encontra uma horda ou tem algum problema, o que tem lá fora é só mortos, você tem que ficar.

–--- Ei, calma ---- ele diz

Fico alguns segundos o fuzilando com os olhos.

–--- Então eu vou também ---- digo me virando

–--- Não vai não ---- ele responde

–--- Claro que eu vou ---- digo o encarando ---- precisa de alguém para te proteger ---- sorrio

Ele me olha inconformado querendo rir. Vou arremessá-lo da janela.

–--- Anda logo, temos muito o que fazer então ---- digo puxando uma blusa qualquer do guarda roupa

–--- Por que não fica aqui como uma mulher normal, e.. cozinha...

–--- Porque não sou uma mulher normal ---- digo sorrindo ---- Toma ---- digo arremessando sua blusa ---- te espero lá embaixo

Assim que visto uma jeans eu desço e vou até a cozinha. Alguém bate na porta e eu reviro os olhos para abrir, não podia ser em uma outra hora?

Vejo pelo vidro Rick parado com uma roupa de policial, dou um sorriso de lado.

–--- Juro que pago todas as minhas contas em dia ---- digo ao abrir a porta

Ele ri e olha para trás. Vejo Carol parada com uma roupa não muito legal, ela também dá um sorriso.

Passo a mão para trás tentando arrumar o cabelo.

–--- Precisa de alguma coisa? ---- digo

–--- Sim, queria saber se está tudo bem, não vimos vocês ontem mais... ---- ele diz e torce a cabeça olhando atrás de mim

Eu o encaro e viro a cabeça lentamente. Daryl desce vestindo o colete, eu fecho os olhos e pressiono os lábios.

–--- É... ---- digo um tanto constrangida ---- estamos bem, quer entrar? ---- mudo de assunto

–--- E aí ---- Daryl surge na porta

–--- Foi legal falar com você ---- digo ao Rick e me afasto

Eles me observam sair, percebo isso mesmo de costas. Vou até a cozinha e coloco a mão na boca para não rir, é cada uma que aparece.

...

Daryl foi pro mato com eles. Quero saber o por que depois. Não vou ficar atoa aqui o dia todo, me poupe. Vou ver se a Deanna arruma alguma coisa para mim.

Também tenho que ir a enfermaria, ah não, estou bem agora.

Desço da varanda e vou até ela, que está no mesmo lugar de sempre.

Bato na porta e espero. Logo a porta se abre e nela surge uma mulher sorridente.

–--- Oi Amy, eu posso ajudar? ---- ela pergunta

–--- Pode, eu estou entediada ---- digo sorrindo

Ela me olha como se não entendesse o que eu quis dizer.

–--- É, teria alguma coisa para.. fazer? Eu pensei em ir com o Daryl quando ele for procurar pessoas, mas isso só vai render mais uma discussão ---- me explico

–--- Eu pensei em uma coisa para você, se estiver interessada ---- ela diz me olhando

–--- Qualquer coisa é melhor do que fazer biscoitos e esperar o "marido" chegar da guerra ---- digo fazendo aspas, ela sorri

–--- Pelo o que eu vi, você é durona mas não tão durona assim, gosta de ajudar os outros ---- ela diz ---- acho que você se encaixa na enfermaria

Eu fico alguns segundos olhando e piscando pra ela. Enfermaria?

–--- Trabalhar.. com.. pessoas.. machucadas e.. ---- digo fazendo uma pausa ---- acha que é uma boa ideia?

–--- Acho ---- ela diz sorrindo

–--- Tudo bem, é... e o que eu tenho que fazer?

...

–--- Boa noite flor do dia ---- digo encarando Daryl entrar

–--- O que você disse? ---- ele pergunta se aproximando

–--- Sei lá, tem cockies ---- digo estendendo uma vasilha pela bancada

Ele abaixa a cabeça e encara os biscoitos.

–--- A Carol que fez ---- digo o encarando ---- eu achei um tanto estranho então é melhor perguntar, o que está acontecendo?

Me sinto aquelas mulheres de filmes que espera o cara chegar pra ter uma briga. Ui, isso é legal.

–--- A Carol está se fazendo de boazinha, está ganhando a confiança dessa gente ---- ele diz

–--- Estão tramando alguma coisa? ---- pergunto

–--- Não, ainda não ---- ele responde ---- só se precisar

O encaro por um tempo, me parece verídico. Ela foi até inteligente.

–--- Tá, mas se acontecer alguma coisa, é pra me falar ---- (ordeno) digo ---- Deanna arrumou um trabalho para mim

–--- O que?

–--- Enfermaria ---- digo me apoiando na bancada ---- vou cuidar de remédios e ajudar uma tal de Bárbara a manter as coisas arrumadas lá, começo amanhã

–--- Sei ---- ele diz contornando a bancada ---- mas enquanto isso

O observo se aproximar, sorrio e dou uma pequena negada com a cabeça.

Me sinto ser erguida do chão. Sorrio enquanto ele me leva pelas escadas.

Acho que posso me acostumar com isso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Unforeseen" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.