Unforeseen escrita por UmaEscritoraAnônima


Capítulo 24
Novamente


Notas iniciais do capítulo

Andei muito ocupada no fim de semana :s sorry



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(In)felizmente, aquele momento foi interrompido por um som vindo do lado de fora. Somos obrigados a levantar em um pulo. Pego minha arma na cama de cima e vamos em direção ao corredor.

Daryl ilumina o caminho com uma laterna enquanto eu o sigo. Procuramos o perigo a cada centimetro daquele corredor, não é algo que se dizia antigamente. Logo reconheço de onde vem o grunhido, um zumbi que antes era uma mulher empurra a porta inutilmente. Uma porta de vidro transparente.

Logo mais uma figura surge no vidro, uma figura menor. Um abrigo, é o que esse lugar costumava ser.

A porta está trancada, pode não haver perigo, mas livrá-los dessa dor deve ser algo mais humano a se fazer. Retiro minha faca e vou em direção a porta.

— Não precisa — Daryl diz baixo

Eu sei, não é algo por mim. Seria algo para eles.

Concordo com a cabeça e me afasto, voltando ao quarto, não há porque permanecer olhando aquilo. Daryl me segue. Chego na frente ao quarto, logo me lembro que temos assuntos inacabados. Não posso simplesmente continuar o que começamos.

— Acho que precisamos dormir — digo

— Acho que sim — ele diz

Concordo com a cabeça e vou em direção a cama.

Só isso, nada de me interromper segurando meu braço ou dizendo alguma coisa. Ele só me permitiu ir.

Deito a cabeça no traveseiro e sinto a cama se mover quando Daryl se deita em baixo. É isso. Fecho meus olhos, o sono chega rápido.

...

Abro meus olhos e a primeira coisa que vejo, de longe, a janela me mostrando o novo dia que vou enfrentar. Suspiro e vejo uma fumaça se levantando. Me levanto rápido e puxo a arma. Vou até a janela e afasto o resto de cortina que restava.

Vejo o fogo a poucos metros, queimando corpos. Daryl entendeu o que eu quis dizer. Suspiro e sorrio.

Desço correndo e vou até ele. Vejo-o jogar o último corpo enrolado em um lençol ao fogo, ele deu importância a isso. É.. lindo, de certa forma. Me aproximo e ficamos ali encarando os corpos se queimarem.

— Obrigada — digo baixo

Observo a fumaça subir. Hora de ir.

...

Corremos pelos quarteirões aparentemente vazios, os grunhidos se mantém presente, mas não perto o bastante.

Procuramos um lugar alto, realmente alto, para termos uma idéia de onde podem estar. Não é algo difícil de se achar, e sim muito difícil de entrar.

— Nós conseguimos — Daryl diz olhando para o edifício cercado

Concordo com a cabeça. Ele acende umas folhas com o isqueiro que tinha, arremessando-a na rua ao lado. Esperamos que eles se afastem, demoradamente eles vão até o papel pegando fogo, nos preparamos.

Corremos até o estacionamento, onde Daryl atira em um próximo. Claro que ele recupera sua flecha.

Corremos pelo estacionamento vazio até encontrar uma entrada. Uma porta no fim do estacionamento nos chama a atenção, corremos até ela e ela se abre com facilidade. Fecho ela atrás de mim.

Corremos pelo prédio até encontrarmos um longo corredor com zumbis presos em colchões de dormir e cabanas. Não é uma história díficil de se resumir. Essas pessoas não tiveram escolhas, morreram enquanto dormiam. Foram assassinadas.

Enfio a faca em quantos consigo, e Daryl me acompanha. Passamos pelo lugar e vamos até a porta que se localiza no fim daquele corredor cercado de morte. A porta se mantém com uma corrente, isso é chocante.

Ele segura a porta e me manda um olhar de "pode ir".

— Mesmo? — digo bufando

Me ajoelho e jogo a arma para dentro. Passo pela porta e recupero minha arma.

Ele se abaixa e me passa a besta que seguro com um olhar de "anda logo".

— Que bom que não tomamos café da manhã — ele diz atravessando a porta

— As piadas são minhas — digo lhe estendendo a besta

Ele a pega e continuamos a examinar o lugar.

Encontramos uma grande porta de madeira, e entramos. Era provavelmente o escritório daquele lugar, continua bem arrumado. Observamos ao redor.

Vou até uma das grandes janelas e me posiciono para ver além dela. É triste. A cidade está incendiada e destruída. É como um pedaço de lixo, que continua ali por algum motivo.

— Como chegamos a isso? — digo, fazendo Daryl se aproximar

— Aconteceu — ele responde

Fico ali tentando entender como atingimos tamanha destruição. Era uma cidade enorme e iluminada. Como as grandes cidades costumavam ser. Agora, enquanto maior a cidade maior o perigo, elas são totalmente indesejadas, por qualquer um.

Fico em silêncio. Eu simplesmente.. não consigo mais continuar fingindo que está tudo bem. Não está. Nunca esteve.

Ele se posiciona no vidro e cobre o rosto com a mão, tentando olhar alguma coisa.

— O que foi? — digo

— Pode me passar o rifle? — ele diz

Eu pego o rifle e o entrego a ele. Ele se posiciona com o rifle e tento ver o que ele procura.

— Ali — ele diz com o dedo no vidro

Pego o rifle e olho. Tem um carro branco parado, com a mesma cruz presa em seus vidros.

— É eles — respondo — e parece estar parado lá a um bom tempo

— É — ele diz se virando

Abro a mochila e pego água, ele para em frente a parede. Ele observa um quadro pendurado na parede, um quadro branco com uma pintura abstrata.

— O que foi? É bonitinho — digo sorrindo

— Para — ele responde

— Você não me conhece — digo me levantando

— É, acredita nisso então — ele responde me seguindo

Vamos de volta a porta acorrentada, já sei que vou passar primeiro. Jogo minha arma pra cima e sorrio com o susto dele para pegar. Me viro e sorrio, ele me olha com reprovação.

— Foi sem querer — digo me segurando

Ahhhh, eu amo esse cara. Tipo, divertidamente falando. Amigavelmente falando... é.

Atravesso a porta.

— Não temos o dia todo — digo em um coro

O olhar que ele me manda é mortal. Eu sou um pouco irritante as vezes.

Me viro e minha expressão muda.

— Daryl — digo baixo

— Mãos pra cima os dois — uma voz ecooa pelo corredor.

Mas que merda.


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