Unforeseen escrita por UmaEscritoraAnônima
Notas iniciais do capítulo
Espero que vocês amem esse capítulo tanto quanto eu amei u-u :3
O lugar é totalmente cercado. Segurança reina entre suas paredes. Pode ser um recomeço para nós.
Retorno para a grande sala e vejo Daryl olhando ao redor.
— O que achou? — pergunto ao me aproximar
— É grande, tem muros altos , pode ser que dê certo — ele responde
Escondo minha empolgação com o lugar e me preparo para me retirar.
— Tem uma coisa que você pode gostar — ele diz, me fazendo voltar — ainda tem água, não por sei quanto tempo mas tem, é fria mas você pode usar a banheira.
Aquela foi a melhor frase que já ouvi em anos. Na hora uma alegria percorre meu corpo. Sorrio e penso em ir naquele minuto lá pra cima.
Me viro e subo as escadas. Entro no quarto de casal e deposito minhas coisas, que ainda estava carregando. Vou ao banheiro no lado de fora e fecho a porta. Me encaro em frente ao espelho depois de tanto tempo e puxo o ar com força, o soltando lentamente.
Saio do reflexo do espelho e me abaixo na banheira que está empoeirada. Olho ao redor e vejo uma toalha amarela pendurada, a puxo e passo pela banheira. Suspiro e giro o pequeno círculo prateado, ficando surpresa e ao mesmo tempo feliz ao observar aquela água caindo. Não pensei que seria fácil assim, nunca é.
Retiro minha roupa peça por peça e entro naquela água fria.
Fecho os olhos e me concentro em limpar a minha mente. Ouço um barulho de chuveiro, vindo lá de baixo. Abro os olhos e encaro a parede, balanço a cabeça e me abaixo, mergulhando tentando esquecer o mundo que existe lá fora.
...
Depois de 20 minutos sem fazer completamente nada. Me levanto e me enrolo na toalha, abrindo a porta e saindo dali. Caminho em direção ao quarto e vou procurar alguma roupa. Só camisas de seda, isso não faz muito o meu estilo. Me viro para a parte masculina e pego uma blusa branca social, pego uma calcinha, um sutiã e me visto. Vou até o banheiro e penteio meu cabelo que está molhado, mas ele rapidamente se seca.
Já anoiteceu e eu penso em alguma coisa melhor do que sopa inlatada. Vou diretamente até o quarto dos vinhos, não entendo muito isso então pego o primeiro e saio. Daryl deve estar por aí, olhando o lugar. Não o vi ainda. Ouço um barulho de porcelana mexida e vou até a uma pequena sala que tem abaixo das escadas, é como um escritório.
Paro na porta e me escoro nela, ele ainda não percebeu a minha presença. Olho para a garrafa de vinho e a bato contra a parede. Ele me encara com um olhar diferente, como se nunca tivesse me visto. Levanto a garrafa e ele maneia a cabeça.
Caminho até uma pequena poltrona vermelha presente no lugar, e ele se senta em um sofá ao lado, divididos por uma mesa. Coloco o vinho sobre ela e ele o examina, em seguida abre.
Puxo a garrafa e observo seu conteúdo
— Safra de 1999... 99 — digo pensativa — foi um bom ano.
Um milhão de memórias invade minha mente, é bom lembrar das coisas boas.
— Por que? — ele pergunta bebendo na garrafa e em seguida me passando
— Meu primeiro cigarro.. — digo a bebendo — meu primeiro.. baile, meu primeiro beijo.
— Mesmo? — ele diz entediado pegando a garrafa
— E você? O que teve de interessante pra você? — pergunto o encarando
— Nada de importante — ele responde
Pego a garrafa e bebo, não querendo mais aprofundar o assunto.
— Não tivemos um jantar a luz de velas hoje — digo o encarando, ele me olha confuso — Te perdoo dessa vez
Ele pega a garrafa de volta. Ele continua com a mesma roupa, ternos não deve ser muito o estilo dele.
— Bom sr. Daryl, preciso dormir. Vou ficar com o quarto de casal, a propósito — digo me levantando
— Boa noite — ele diz levantando a garrafa
— Boa noite — digo saindo
Subo as escadas lentamente, espero que ele não fique bêbado de novo. Entro e deixo uma parte da porta aberta, não estou com sono mas não há muito a se fazer. E poder dormir é um milagre que não posso perder.
Pego uns cobertores e jogo pela cama, e então vejo a sacada. Mesmo fechada ela é tentadora. Vou em direção a ela e giro a chave que a mantém trancada. O vento bate direto e faz a cortina balançar. Vou até ela e vejo a floresta. Me faz lembrar onde eu estou, e onde eu estava. Fico parada ali sentindo o vendo e observando o horizonte. Me sinto livre.
Daryl magicamente aparece do meu lado, mas desta vez sem a garrafa. Para do meu lado e observa comigo a vasta imensidão verde.
— Sem sono? — pergunto
— É — ele diz
Ficamos ali parados mais um momento. O vento toca cada pedaço do meu corpo, é algo que você não quer esquecer.
— Só vim desejar boa noite — ele diz me encarando
— Tudo bem — digo sorrindo — mas se vai compensar o jantar, vai ter que fazer melhor que isso.
Ele não responde. Ficamos ali nos encarando, naquela sacada fria. Posso ouvir sua respiração e o modo como ficou de repente. Me aproximo e me fixo em seus olhos.
— Do que você tem tanto medo Daryl? — pergunto quase em um sussurro
Continuo o encarando e procurando uma resposta
— Não vai querer saber — ele responde se afastando
Eu observo confusa ele se afastar, não sei bem o que houve. Ele me dá as costas e começa a andar, eu o observo com raiva e medo ao mesmo tempo.
Ele se afasta dos meus olhos, mas de um momento a outro ele para, ainda de costas. Olho para ele mais confusa ainda. Me importando com o que ele vai fazer.
Ele se vira e rapidamente se aproxima, eu não me afasto.
E ele fez. Daryl finalmente se permitiu sentir. Ele a beijou.
E ela o seduziu com a maciez dos seus lábios, o retribuindo da mesma forma.
E naquele momento todas as suas dúvidas se acabaram, e eles descobriram o que tanto os martelava
Um não vive mais sem o outro. E eles nem querem.
Ela passa os braços pelo seu pescoço, afogando a mão pelos seus cabelos desfiados. Ele abraça sua cintura e ela percebe que aquilo nunca foi uma amizade.
Ela pula entrelaçando suas pernas por sua cintura, e ele a levanta como se nada mais importasse. E realmente nada mais importava.
Eles tinham um ao outro, e a morte não já não fazia mais diferença.
Aquele momento importava, e mais nada.
Ele rapidamente a leva em direção ao quarto, ela sorri e o abraça, eles nunca souberam realmente o que era felicidade. Até agora.
(...)
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Finalmente, podem comemorar u-u heuheuheu