Unforeseen escrita por UmaEscritoraAnônima


Capítulo 14
Um novo lugar


Notas iniciais do capítulo

4 capítulo em um dia '-' estou um pouco inspirada hoje heuhue



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Andamos a noite toda, sem parar. Quando o sol começa a nascer paramos no meio da estrada e olhamos para cima, levantando a mão para cobrir o rosto. Logo abaixamos o olhar e eu resolvo questionar para onde vamos.

— E então? Tem um lugar em mente? — digo cobrindo o rosto e o encarando

Ele olha atrás de mim, como se visse algo familiar. Eu o encaro confusa e me viro

— Trilhos? — digo confusa — deve dar em algum lugar

Digo me afastando e indo em sua direção. Passo pelo caminho que eu estava de terra e alcanço os trilhos. Subo nas suas britas e subo em um dos trilhos enferrujados. Encaro Daryl procurando uma resposta. Ele parece que está desligado das coisas, longe de tudo. Pulo do trilho e me aproximo

— Tudo bem? — digo

Ele assenti e eu me viro de volta aos trilhos. Subo em um deles de novo e tento me equilibrar.

— Não pode tentar ser normal? — ele diz me encarando

— Ser normal é chato — digo sorrindo e pulando de volta ao chão

Caminhamos juntos em direção a qualquer lugar.

— Não deve ter nada lá — ele diz parando

— Por que não? — digo

— É uma linha de trem — ele me olha parecendo óbvio

— Ótimo Daryl — digo me virando — sabe onde tem um shopping? — digo me virando de novo

Minha roupa continua respingada de sangue e terra, e o sol só me deixa com mais calor.

Ele me olha confuso por um momento e voltamos a caminhar.

— Não terminamos nossa conversa de ontem — digo enquanto andamos

Ele não me olha, e continua a caminhar. Mas tem uma resposta

— Qual delas? — ele pergunta

Eu cruzo os braços e paro o deixando andar sozinho. Ele percebe e se vira.

— Qual delas? — pergunto e volto a andar, ele me acompanha

— Você me perguntou por que eu não te deixei — ele diz

— É — respondo

Ele para e me encara

— Ainda não descobri resposta para isso — ele responde me olhando

— Bom.. — digo voltando a andar — já sei que precisa de mim, e que não vive mais sem mim — digo ironicamente enquanto ele olha com um olhar de 'ela é louca' — mas não era isso antes, então o que era?

— Senti que podia confiar em você — ele responde

Maneio com a cabeça e seguimos nosso caminho.

— E você, por que não foi embora? — ele me surpreende

— Na verdade eu fui — digo parando — você que veio atrás de mim — digo sorrindo

Retorno rapidamente minha expressão e volto a andar. Não há porque continuar com isso.

O caminho se torna silencioso.

...

Logo uma falta de árvores chama nossa atenção de novo, caminhamos naquela direção e nos impressionamos com o que vimos. São grandes muros brancos e um portão de grade dourada, aposto que anos atrás aquilo seria um sonho.

Observamos aquele lugar por um longo momento, talvez nos perguntando se vamos entrar ou não. Levo meu olhar em direção a Daryl

— Podemos entrar — digo, aquilo não foi uma pergunta

— Só pulando — ele responde olhando a grade — se limparmos o lugar ele pode ser nosso

Eu o encaro e olho o lugar de novo. Ele tem muros alto e uma casa maior do que qualquer um realmente precisa, além de parecer seguro é mais do que confortável.

— Se vai me chamar para morar com você pelo menos me pague um jantar primeiro — digo me aproximando da grade e batendo nela, com o intuito de qualquer zumbi lá dentro possa se aproximar

— Vou pensar — ele diz passando por mim e olhando o lugar atravez da grade

Nenhum zumbi aparece. A grade dourada é alta, mas dá para passar. O problema é que se tiver zumbis lá dentro não tem para onde correr.

— Vamos? — pergunto me aproximando

— Vou primeiro — ele diz passando a besta para trás

Quem sou eu para questionar, penso. Ele sobe pela grade e estando no topo, ele se vira e começa a descer, a poucos metros ele finalmente pula. O observo do outro lado da grade e tento me convencer que vou ficar bem. Me ergo do chão e começo a subir, sempre sem olhar para baixo eu sinto que finalmente estou no topo, pronta para me virar e continuar.

Então um zumbi aparece lá embaixo, com os braços para cima tentando me alcançar. Ouço os grunhidos e percebo o que está acontecendo. Mantenho a calma e me viro, descendo do mesmo modo que subi. Olho para Daryl que está lá embaixo não me perdendo do seu olhar.

Fico sem saber como descer já que o zumbi está contra a grade. Minhas dúvidas logo se acabam quando Daryl enfia sua faca e ele cai lentamente criando um rastro de sangue pela grade. Faço uma cara de nojo e finalmente pulo. Caio em seu lado e me viro de volta a casa. É simplesmente enorme, maior que qualquer uma que já vi.

Olho ao redor e procuro algum zumbi, mas não há. Posiciono minha faca e nos preparamos para entrar. A porta está destrancada e Daryl a empurra devagar. Novamente nenhum som se é ouvido. Entramos devagar examinando o lugar. É lindo, completamente lindo. Os olhos chegam a brilhar ao olhar para aquelas paredes. Dois andares brancos de pura seda. Mas mesmo assim não vejo motivo para construir uma casa assim em meio a uma floresta, próximo a uma prisão.

Nenhum som se é ouvido a medida que entramos na casa. Passamos pelos corredores e acabamos na cozinha do lugar. Ela está impecavél, se não fosse pela poeira pelo lugar. Bancadas cercam a pia, tendo quatro bancos vermelhos ao seu redor. Armários que vão do chão ao teto. Janelas transparentes e cortinas brancas iluminam o lugar.

Vou até os armários e os abro, tendo a mesma quantidade de comida da outra casa. O problema é que nem tudo ali parace estar na validade. Puxo uma lata e sopro a poeira

— Prevejo um Daryl feliz — digo estendendo a lata de pé de porco, da mesma que tinha na outra casa

Ele pega a lata e olha para o armário. Realmente fiquei admirada com o lugar, apesar de apenas ter conhecido a cozinha. Saio dali e volto ao corredor com quadros abstratos. Retorno a sala e espero Daryl se aproxiamr. Subimos as escadas impressionados com o que vimos. Em cima possui aparentemente quatro quartos e um banheiro ao lado da escada. Empurro a porta e vejo um banheiro branco como o que eram mostrados em anuncios de revistas. Aquilo tudo era um sonho.

Daryl dá uma pequena olhada e vai em direção as outras portas, ele vai na primeira que está um pouco aberta e a empurra, o acompanho. Assim que a porta se move abro minha boca em um perfeito 'o'. É um quarto de casal, imenso. Uma cama ainda arrumada e uma sacada do chão ao teto com cortinas quase transparente. Ao lado possui duas portas, entro no lugar e abro a primeira porta. O que eu vejo me faz sorrir prontamente. Um closet enorme, com roupas tanto de homens quando de mulheres. Se aquilo era um sonho, eu não queria acordar. Apago a luz e me retiro, Daryl abre a porta ao lado e entra. É outro banheiro, bem maior que o do lado de fora. Com uma banheira enorme.

Admiro o quarto mais uma vez e saimos dali. Possui outros três quartos ao redor. Um quarto de adolescente e dois de crianças. Uma família feliz provavelmente morava aqui.

— Acho que tiveram que ir embora, e não puderam levar nada — digo observando o último quarto — os muros impediram aquelas coisas de entrarem

Ele concorda e saimos dali. Faço questão de olhar tudo naquela casa. Quatro banheiros, incluindo a suíte. Uma sala de estar e outra de jantar. Uma cozinha, um porão e o vasto jardim na frente. Vou em direção a parte de trás da casa e me deparo com uma área de recreação, até uma rede possui. Uma vasta piscina coberta, e um quarto de vinhos. Se eu morresse agora, morreria feliz.


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