As vezes escrita por AndromedaSama


Capítulo 1
Capítulo Único.


Notas iniciais do capítulo

Oi, sou alguém que deveria estar escrevendo poliamor mas está passando por um bloqueio criativo.
One bobinha com o Alexy, aproveitem!



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As vezes, eu me pego imaginando se é errado estar apaixonada por um cara homossexual.

— Fleur! – Gritaram meu nome, e eu olhei em volta, confusa. Um ser de roupas coloridas e cabelos azuis estava correndo em minha direção enquanto acenava. Tirei meus fones de ouvido e esperei ele se aproximar. Quando ele chegou ele se sentou ao meu lado, ofegante.

— Oi, Alexy. – Cumprimentei, dando espaço para ele sentar junto a mim debaixo da árvore que tinha no pátio da escola. – Aconteceu algo?

— Não exatamente... – Ele disse recuperando o fôlego. – É que o professor de física faltou, teremos os dois próximos períodos vagos. – Anunciou com um sorriso brilhante.

— Ah, ufa... Eu não tinha feito a atividade dele mesmo. – Revelei, aliviada.

— Mas é claro! Você vive viajando, as vezes você me encara por tanto tempo com um olhar de peixe morto que eu acho que você morreu durante a conversa! – Ele exclamou e meu rosto tomou todos os tons de vermelho existentes.

— T-talvez as suas conversas é que sejam chatas! – Gaguejei uma desculpa. Alexy não poderia desconfiar que quando eu viajava olhando para ele, era poque eu estava perdida imaginando como seria nossa vida de casados.

— Oh, então você está me chamando de chato? – Ele arquitetou um falso olhar sombrio seguido de um sorriso sádico. – Parece que alguém merece uma punição. – Ele se virou para mim, levantando as mãos.

— E-era brincadeira Alexy...! – Tentei dar outra desculpa, mas antes mesmo de eu terminar de falar o nome dele, ele veio para cima de mim, e agarrou minha barriga, começando á fazer cocegas, eu deitei no chão enquanto meu corpo se contorcia, e eu ria sem parar. Ao contrário de Alexy, meu riso era apenas involuntário e segundo a ciência apenas um mecanismo de defesa do meu corpo. Mas ele...

...tinha um riso tão verdadeiro, que meus olhos lacrimejavam.

Pois para mim, o sorriso de Alexy era a maior obra de arte que a natureza já havia criado. Eu poderia admirar seu sorriso para sempre.

Alexy...

— Fleur! – Alexy gritou meu nome e eu acordei de meu devaneio, mal tinha percebido que as cócegas de Alexy haviam parado e eu estava lá, novamente olhando para ele sem expressão. – Fala sério! Você conseguiu viajar até durante a punição! – Ele queria parecer ter raiva, mas tudo que conseguiu, foi dar mais risada.

— Desculpe. – Pedi ainda deitada no chão. – Não consigo evitar. – Alexy saiu de cima de mim e eu voltei a me sentar nas raízes da árvore.

— Nah, de qualquer forma, se você não fosse assim, não seria você. Então eu não teria motivos para gostar de você. – Ele olhou para o meu rosto e sorriu. – Uma Fleur sem cara de peixe morto, não é a Fleur que eu gosto.

— N-não diga essas coisas estranhas, idiota! – Meu rosto ficou vermelho novamente e eu tentei escondê-lo com minhas mãos. Ouvi a risada de Alexy e senti quando ele agarrou minhas duas mãos, tirando-as da frente do meu rosto vermelho e depositando um beijo estalado em minha bochecha.

— Você é uma pessoa adorável, Fleur! – Ele exclamou e riu, se deitando no meu colo olhando para mim com seus olhos risonhos. – Se importa se eu dormir um pouco? Armin não me deixou dormir na noite passada, procurando um save point no jogo dele.

— Pode dormir. – Falei, sentindo meu coração bater mais rápido enquanto eu sorria. – Quer que eu cante uma canção de ninar?

— Por deus, não! Você canta muito mal, vou ter pesadelos. – Ele falou e eu fiz uma careta, beliscando seu nariz.

— Boa noite Alexy, tenha muitos pesadelos. – Sorri falsamente.

— Pode admitir que me ama, Fleur. – Ele falou e riu antes de fechar os olhos. – Boa noite.

Antes mesmo de completar um minuto de Alexy ter fechado os olhos, eu pergunte.

— Alexy, está dormindo?

— Estou. – Ele respondeu com a voz rouca.

— Não seja bobo.... – Fiz uma careta. – Ei, me diz uma coisa.

— Vai logo... – Ele arrastou a voz, gemendo. – Você disse que iria me deixar dormir.

— ... – Fiz silêncio por um instante. – Não há nada de errado em amar, não é Alexy?

Ele abriu seus olhos subitamente, me olhando sério. Agora, abertos daquela forma, seus olhos escureceram, tomando uma cor púrpura profunda, que me lembrou muito uma nebulosa. Eu tive a impressão de que ele poderia me sugar com aqueles olhos.

— Não é errado, Fleur. – Prendi a respiração. – Amar é a última coisa que seria errado nessa vida, e só você pode fazer com que seja errado.

— Mesmo.... Mesmo que seja impossível? – Desta vez Alexy sorriu para mim.

— A única coisa que tornaria amar impossível, é a morte, mas nem ela nos priva de amar alguém. Porque amar é assim mesmo, Fleur. O amor sempre proporcionou milagres, e sempre ultrapassou barreiras. É nisso que eu acredito.

Isso me trouxe uma memória de algum tempo atrás. Eu havia perguntado á Alexy sobre Kentin, por quem ele era apaixonado.

“— Mas, como você consegue amar ele mesmo ele sendo hétero, Alexy? – Ele sorriu dolorosamente diante de minha pergunta e eu me arrependi de te-la feito.

— Se eu pudesse escolher... – Ele deixou a frase pairar no ar. – Mas o amor é assim mesmo, Fleur. Não vê cara, nem coração, quem dirá sexualidade!

— Então você quer que ele vire homossexual? – A curiosidade falou mais alto, e não consegui refrear minhas palavras.

— Eu só quero... – Ele respirou fundo. – Que ele me ame de volta, Fleur. – Declarou, sorrindo.”

— Oh. – Falei e mordi os lábios. Sem mais o que dizer, passei a mão sobre seu rosto, tapando seus olhos. – Pode dormir agora.

— Ok. – Ele soltou uma risadinha. – Não me acorde mais, boa noite.

Eu não respondi e me pus a refletir.

Várias vezes eu me senti culpada por amar Alexy. Não só por ele, mas por mim mesma. Eu nunca teria um futuro com ele, além de gay, eu era nada mais que a “distraída Fleur” para ele.

Mas...

Todas as vezes em que eu via o sorriso de Alexy eu me sentia mais feliz do que quando eu imaginava nossa vida de casados. Eu nem mesmo percebi, que enquanto o sorriso de Alexy estivesse lá, compartilhar um beijo, ou andar de mãos dadas com ele, já não era tão importante assim.

Pode até parecer estúpido. Mas é assim mesmo.

Enquanto ele estiver feliz, está tudo bem para mim.

Olhei para seu rosto relaxado. Um pequeno sorriso despontava de seus lábios, mas eu sabia que ele dormia pelo seu ronco baixinho. Acariciei seus cabelos azuis e sorri. Abaixei meu rosto até alcançar o seu e afastei um pouco de cabelo de sua testa, deixando ali um beijo demorado.

Ei, Alexy. Você disse que amar não é errado, e eu compreendi que eu prezava mais a sua felicidade do que um envolvimento romantico. Esse é meu tipo de amor.

Mas mesmo assim...

As vezes.

Só as vezes.

Está tudo bem em fantasiar com meu futuro romântico com você, certo?

— Certo.


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Notas finais do capítulo

Comentários serão sempre apreciados!



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