O Som do Coração escrita por Vlk Moura


Capítulo 6
Parte 1: Capítulo 6 - Companhia




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Eu estou muito amedrontado, não consigo pensar em sair de casa nem mesmo para as terapias idiotas que minha mãe insiste em marcar. Rex é minha melhor companhia, sem dúvida, ele não fica me culpando, ele não fica mandando em mim, ele apenas deita e fica do meu lado, vez e outra ele lambe meu rosto enquanto eu to dormindo, mas é melhor do que ter minha mãe e meu pai em casa pedindo para eu fazer coisas e pedindo para eu parar de frescura.

Cada vez que uma mensagem chega no meu celular eu fico meio desesperado.

Quando encontrei a Yara aquela noite ela parecia ter se tornado alguém muito fria, parecia não se importar comigo.

Fiquei deitado no sofá durante a primeira semana, meus pais chegavam falavam algo comigo e saiam no dia seguinte e eu nem tinha mudado de posição, eu recebera o email do colégio, saber que eu continuaria no mesmo grupo era horrível, aqueles meninos sempre abusavam de mim para os trabalhos, quando os tinham eu era o único que fazia e eles exigiam que tirassemos a nota mais alta, no último ano eu saí da escola e fui cercado por eles por não ter alcançado com os trabalhos as médias de que eles precisavam, depois de me baterem me largaram longe de tudo e eu tive que me virar para voltar para casa, ainda tenho marcas desse ato deles.

Assim que fomos informados de que seriamos o mesmo grupo eles me ligaram e ameaçaram, isso aumentou meu medo, eu não conseguiria ir ao colégio sobre ameaças e meus pais não pareciam se importar. Depois da segunda semana Sabine começou a vir me ver e minha mãe começou a marcar as terapias, mas só de pensar em sair e encontrar qualquer um deles me deixa tenso, eu não consigo nem chegar até o portão.

A campainha tocou muitas vezes, Sabine reclamava do barulho do Rex que toda vez que ela brigava rosnava para ela o que me fazia rir, todos os cachorros silenciaram, imaginei que quem estava ao portão tinha saído, mas quando Sabine foi embora eu pude ouvi-la conversando com alguém que eu não identifiquei quem era.

Estava difícil ficar em casa sozinho e com medo de sair, só a Sabine vinha me visitar, era como se todos tivessem me largado até Pietro e Marco não tentaram entrar em contato comigo, será que sou um amigo tão ruim?

Eu e a Sabine começamos a discutir constantemente, ela me chamava de crianção enquanto eu a xingava. A campainha tocou e para nós foi um enorme alivio, eu fui até a porta para ouvir quem estava lá, ela me gritou que era a Yara e aquilo me alegrou, mais do que eu imaginei que faria. Quando eu falei que poderia entrar ela já abriu seu espaço assim como quando era mais nova, pensei que Rex teria se esquecido dela, mas ele logo brincou o que foi bom.

Ela me olhou e ter aqueles olhos amigos ali era bom, eu me sentia de volta a infancia quando um d trio ficava doente e o outro ia visitar, mas faltava Pietro, ele realmente estava me largando. A Yara ali era ótimo, eu adorei saber que ela ainda se preocupa.

A formo como ela se referiu a Sabine era a forma que se referia as namoradas de Marco, fonte de sexo, o que sempre me fez rir, tão insensivel.

Fiquei me perguntando se ela teria namorado, se ela teve algum cachorro, se o pai ainda estava casado, eu queria conversar com minha antiga amiga, mas ela logo nos cortou, teve de ir para casa, mas tê-la ali me deixou melhor, eu realmente precisava de amigos e não de fontes de sexo, não estou menosprezando a Sabine, não, ela me auxiliou durante todo esse tempo, mas ela não tem paciencia.

Senti alguém sentar na cama, eu gritei e ao ver que era ela me senti mal, mas ela não pareceu se importar e isso me incomodou, então voltei para minha posição de não mexam comigo. Ela pareceu não gostar e então começou a fazer tudo o que eu não queria, até me derrubar da cama, ela ficou rindo do meu grito e me puxou, Sabine nos esperava debaixo da escada, logo preparou um prato de almoço para mim, eu não queria comer, mas a Yara sabe ser irritante quando quer e me fez comer tudo, mas meu estomago fraco não aguentou logo tive de vomitar tudo, ela tentou me ajudar mais uma vez e eu usei o que tenho de melhor, minha estupides e a afastei. Sabine não aguentou e logo foi embora.

Yara parecia se divertir com a minha cena idiota tentando me levantar até eu me render e pedir sua ajuda, ela ficou me zoando, mas me levou até o sofá preparou uma água e disse que eu teria de me hidratar. Ela se sentou no chão a minha altura e ficou acariciando Rex, eu coloquei a mão em seu ombro eu queria ter certeza de que ela fosse ficar ali, não queria que ela fosse embora, mas então eu dormi.

E quando acordei ela não estava lá, isso me machucou, eu queria que ela estivesse do meu lado, eu precisava da Yara ali, era parecia ser a única capaz de aguentar as minhas crises.

Depois de alguns dias ela voltou. Olhava o relógio em todos os instantes.

– Aconteceu algo? - perguntei, Sabine não estava com a gente.

– Não é só que... Me desculpa, Wilke, é que eu tenho vindo aqui sem que ninguém saiba, a não ser a Marina, mas de resto ninguém sabe.

– Não é como se eu fosse contar para alguém, ninguém me procura eu não procuro ninguém.

– Pietro não veio te ver? - neguei, ela me encarou. - Merda, Wilke, desculpa, eu preciso ir se descobrirem eu to muito ferrada.

– Obrigado - ela sorriu - Você vai voltar logo? - ela piscou e se foi.

Logo meu celular tocou.

– Vê se come algo, deixei coisa para você na geladeira - ela falou.

– Você é fantástica, Yara.

– Sei que sou.

Ela soltou sua risada que não tinha mudado.

Era bom tê-la e ela sabia jogar video-game o que me distraia e muito.

Finalmente algo poderia mudar e espero que a Yara seja a minha cura.


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