O Som do Coração escrita por Vlk Moura


Capítulo 22
Parte 2: Capítulo 22 - Vem prá roda da Malemolência


Notas iniciais do capítulo

Desculpa pela demora!



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Marina veio para aula, quando a vi chegar fiquei com um pouco de esperança de estar acompanhada de Yara, mas percebi que não estaria. A menina de cabelo azul sentou no seu lugar de sempre e me mandou um enorme sorriso que me fez sorrir de volta e enquanto a respondia, Sabine roubou um beijo meu, a olhei um pouco surpreso, ela percebeu minha surpresa se afastou do meu rosto e olhou para Marina, ela nos observava fazendo caretas o que me fez rir e ser fuzilado por Sabine.

Na saída fui em casa e planejava ir até a casa de Yara, talvez fosse bom ir vê-la depois da festa do final de semana. Almocei tranquilo e pouco depois de sair de casa recebi uma ligação da minha mãe.

– Consegui - ela falou com a voz cansada, não me toquei do que ela falava - O que você me pediu com aqueles tal de Bananas Esmagadas.

– Ah! - ri sozinho - Para o festival durante a abertura?

– Claro, filho, não faço nada pela metade. Mandei para eles o que você queria, toparam na hora, espero que consiga.

– E os ingressos?

– Quantos mesmo?

– Seis.

– Certinho.

– Obrigado.

Assim que ela desligou liguei para Pietro e contei sobre o ocorrido, ele fiquei histérico, parecia uma menina adolescente indo ao show da sua boy band favorita. Desliguei e entrei no prédio. Pietro me esperava no corredor, ficava me enchendo de perguntas até eu pedir para ficar quieto porque era uma surpresa para Yara. Entramos no apartamento dela, eu escutava um violão tocando e uma voz desafinada que já me denunciava quem era. Abrimos a porta do quarto.

– "(...) É tudo que eu posso/Lhe adiantar/O que é um beijo/ Se eu posso ter o teu olhar?/Cai na dança, cai/Vem prá roda/Da Malemolência..." - ela dedilhou mais algumas notas e nos olhou sorrindo de leve, vi a amancha azul sentada balançando o pé na cama no ritmo da música - "Menino bonito/Menino bonito, ai!/Ai menino bonito/Menino bonito, ai!.

– Não sei de quem é essa música, mas a pessoa deve estar triste nesse exato momento pela sua desafinação - Pietro falou rindo.

– Céu - nós dois olhamos pela janela, estava meio encoberto - Não o céu, a Céu, a cantora - ela ria de uma forma gostosa, quando a via assim até esquecia de que agora estava surda, mas ainda era tão ela.

– Você viu quem vai estar no Estrondoso Show dos Shows? - olhei Marina ela olhava algo no celular e agora mostrava para Yara que pegou o celular para tentar entender o que se passava.

– Sério? - ela nos olhou - Bananas Esmagadas - ela falou rindo - Isso é demais.

– Não é... - Pietro me olhou com um riso de canto.

– Daqui um mês - Marina falou pegando o celular de volta - Acha que conseguimos ir?

– Não sei, depende do preço - ela soltou o cabelo.

Ficamos ali no quarto dela conversando ela tentando tocar algo mais, mas tudo o que saia fora as notas do violão era horrível. Pietro tapou a boca da prima algumas vezes nos fazendo rir, enquanto Marina cantava sem soltar som e apenas movimentando os lábios, mas eu acho que se ela cantasse seria melhor do que a Yara. Acho que até o Meleca cantando era melhor, ma eu gostava ainda assim de ouvir aquela voz desafinada.

– Acho que tentarei novamente - nós a olhamos, ela estava deitada olhando par ao teto, segui seu olhar, alguns amontoados de tintas que secaram antes de pingar - Tentar ir a escola - nós três nos olhamos.

– Você não está com medo? - Marina falou depois de fazer a amiga olhá-la.

– Estou, estou cheia de medo - ela estremeceu - Mas uma hora tenho de voltar a viver, não acha? - sorrimos para ela em um conjunto de apoio.

Eu pensei que no dia seguinte ela estaria lá, mas eu estava redondamente enganado, Marina foi sozinha em todos os dias que se seguiram. Eu não consegui ir visitar Yara, Sabine estava um grude comigo, todos os lugares que eu ia ela me seguia e eu não queria que ela fosse até o apartamento da Yara, com certeza não era da minha namorada que minha amiga precisava para criar coragem.

Duas semanas antes do Estrondoso Show dos Shows consegui me livrar da Sabine, fui até o apartamento da Yara, Pietro me esperava de fora, lá dentro Marina cantava algo indecifrável. Entramos, as duas nos olharam, a ruiva estava com um enorme pote de pipoca e um refrigerante de dois litros sendo empurrado pela garganta.

– A tarde das garotas não significa nada para vocês? - Marina falou brava.

– Eles são mais meninas do que nós duas - Yara falou rindo - Viu a cara d enojo quando me viram coma pipoca e o refrigerante? - ela nos olhou - Venham, já que já estão aqui se juntem.

– A Marina não vai se importar? - Pietro perguntou já pegando pipoca.

– A Marina não vai se importar - a própria Marina falou.

Me juntei a eles, na minha mochila peguei cinco envelopes, me olharam curiosos.

– Ai-Meu-Deus! - Marina soltou - Estavam esgotados, como conseguiu isso?

– Tenho alguns contatos - dei de ombros - E esses dois ai são um pro rosado e o outro pro Marco, espero que eles possam ir.

– Com certeza vão - Marina pegou os dois e entregou o outro para Yara.

Ficamos vendo alguns filmes até o entardecer quando resolvi que era hora de ir embora, Marina ainda ficou ali, provavelmente dormiria lá.

Em casa terminei algumas gravações que tinha de mandar para os caras do Bananas Esmagadas, acabei dormindo de cansaço.


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