O Som do Coração escrita por Vlk Moura


Capítulo 18
Parte 2: Capítulo 18 - Olá




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Já fazia tempo que eu não a via na escola, mais de um mês com certeza, falei com Marina, mas parece que não sou o único a ser ignorado por Yara. Pietro também tem me evitado e Marco não me responde, o que eu já esperava uma vez que os outros dois não me atendiam, mas agora estava ainda mais complicado de achar o Pietro pela escola, a menina de cabelo azul me contou algo sobre ele estar pegando o Meleca na creche o que eu achei muito estranho.

Saí mais cedo da aula sob os protestos da Sabine, a deixei falando sozinha e fui par ao portão, vi Pietro sair da sala dele e vir para saída, passei por ele e o parei. Ele me olhou assustado.

– O que aconteceu com sua prima que ela não está vindo mais? - ele me encarou.

– Não posso contar o que está acontecendo - ele continuou andando.

– Então me leve para vê-la.

– Também não posso.

Ele andou eu o puxei para trás.

– Pietro, me leve para ver sua prima, algo grave deve ter acontecido para você não querer que eu vá vê-la.

– Não vamos conversar aqui - ele falou suspirando e olhando em volta - Me acompanhe que eu te conto.

Fui com ele até a creche com aquelas crianças chorando, gritando, narizes melequentos. Ele pegou o Meleca o colocou no braço e veio conversando comigo sobre o que acontecera, eu não consigo acreditar que ela realmente tenha ficado surda, preciso ter certeza disso.

– Eu vou até lá - falei.

– Não vai não - Pietro falou meio desesperado - Se ela souber que eu te contei isso vou ser morto.

– Ela me ajudou, quero ver se posso ajudá-la - ele me encarou e suspirou.

– Ta certo - ele reclamou.

Eu o segui, pegamos ônibus, entramos no prédio, ele levou Meleca até sua casa, pediu a chave do apartamento da Yara e me levou até lá.

– O quarto dela ainda é o mesmo, vou ficar aqui caso precise de algo.

Deixei minha mochila com ele e fui par ao quarto, eu ia bater na porta, mas se era verdade que ela estava surda não adiantaria. Abri com cuidado, olhei em volta, não a encontrei, peguei meu celular digitei uma mensagem depois de ver que ela estava deitada enterrada em vários cobertores. Ouvi o celular vibrar, quando ela o olhou pude perceber porque ficou claro embaixo dos cobertores, ela bloqueou a tela e o enfiou no travesseiro, ela estava realmente me ignorando, mandei outra mensagem. Novamente ignorado, mandei outra e outra, foram quase dez mensagens até ela levantar sonolenta e me ver ali parado, seus olhos mudaram de pequenos e sonolentos para enormes e assustados, pensei que ela gritaria, mas ela olhou pela porta e vi que enxergava Pietro, ela pediu para eu fechar a porta, eu o fiz. O cabelo dela estava uma zona e segundos depois estava preso em um coque desajeitado, observei um violão jogado de lado e fones de outro.

– Soube o que aconteceu - ela não me olhava, logo não me escutava. A cutuquei, ela me olhou, repeti.

– Claro que soube, ou nem estaria aqui - ela estava com a voz cansada, mas pude perceber sua ignorância ainda assim.

– Eu estaria, mesmo que não fosse isso - ela me fuzilou - Sério, você foi até mim, eu viria até você - ela soltou um riso engasgado.

– Então é isso... - ela se levantou foi até o espelho olhou as roupas amassadas e largadas, o cabelo bagunçado e começando a descolorir, olhou o próprio rosto inchado, ela reclamou e me olhou - Olha para mim...

– Estou olhando - falei realmente a admirando, mesmo toda bagunçada ainda era linda.

– Não é a toa que você veio aqui por pena.

– Quem falou em pena?

– Você mesmo disse eu fui até você, você veio até mim, é claro que veio pagar sua divida, é isso.

– Yara! - eu a segurei e a fiz me olhar - Não, não e não, eu vim aqui porque gosto muito de você, e não quero te ver enfiada em montes de cobertores, eu gosto de você, Yara, gosto muito de você, então deixa eu vir aqui outras vezes, pelo menos para te provar que não sou interesseiro - ela estava quase chorando - Agora vem aqui, chora no ombro do Wilke pedra - ela riu, ela me chamava assim as vezes quando eramos mais novos e ela ficava muito brava.

Sentamos na cama dela, ela deitei em meus braços, reclamou de algo que eu não entendi, mas logo ela tinha dormido, eu a arrumei em meio aos cobertores e saí tentando não movimentar muito a cama, fechei a porta do quarto e me assustei ao me deparar com o pai da Yara e o irmão, os dois me fuzilaram. Pietro se levantou e veio até mim explicando que tinha enrolado os dois ali esperando que eu saísse.

– O que você pensa estar fazendo no quarto da Yara? - Marco perguntou.

– Ela está dormindo - falei - Achei que poderia ajudá-la, fiquei preocupado com ela.

– Certo, agora vá embora e não volte - Marco me empurrou pela porta.

–Não, Marco, não - ele me encarou - não vou deixar sua irmã.

– Você a deixou uma vez, pode deixar novamente.

– Agora é diferente. - ele olhou o pai que nos ouvia atento - Agora é diferente...

– Por que agora é diferente? - o pai perguntou.

– Porque agora eu gosto da Yara, senhor Rosa. - todos me encararam - Sei que para vocês não é o suficiente par ame deixar vir aqui, mas por favor, deixem eu tentar retribuir o que ela fez por mim.

Eles reclamaram, mas não negaram.

– Vocês deixam eu voltar aqui? - perguntei os olhando, Pietro nos assistia curioso.

Eles confirmaram.

– Sim, você pode voltar, sempre que o Pietro vier.

– E sobra par amim ainda - ele reclamou - Mas tudo bem, não vou deixar essa galã ficar sozinho com minha prima - eu ri para ele, os agradeci e fui embora.


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