O Som do Coração escrita por Vlk Moura


Capítulo 14
Parte 1: Capítulo 14 - Mesmo que




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/592188/chapter/14

– É verdade que você e o Juca já passaram de fase na relação? - perguntei para Yara, ela me encarou.

– Quem te contou?

– Não importa quem me contou o que importa é que acho que está indo rápido demais e considerando o que ele faz - ela me encarou ainda mais - Não me olhe assim, Yara.

– Eu vou para aula.

Ela entrou na sala, pude ver Wilke, ele se agarrava com Sabine como sempre, me perguntei se a Yara já o teria convidado para ir conosco na viagem, mas eu não perguntaria, pelo menos não agora que ele está no meio do seu grupinho idiota.

Depois da prova saí para o pátio, coloquei os fones de ouvido e fiquei sentado em um canto ouvindo música. Vi Sabine sair da sala, depois Marina, alguns meninos idiotas, Yara, os meninos da minha sala que logo se amontoaram a minha volta puxando assuntos que eu estava distraído demais para saber dizer sobre o que era. Quando Wilke se retirou eu o puxei de lado, ele se assustou e logo toda a gangue se amontoou a nossa volta como formigas em torno de açúcar. Eu os olhei e repousei o olhar em Wilke.

– Ta tudo bem, podem nos deixar - ele falou e todos se afastaram - Algum problema, Pietro?

– A Yara te chamou para a fazenda? - ele negou - Então sinta-se convidado, vamos sexta-feira depois da prova.

– Ela não me chamou, você acha bom eu ir.

– Tivemos de tirar nos palitinhos quem iria no carro, você vai não importa o que a Yara diga.

– Obrigado.

Confirmei.

Ouvi Sabine questioná-lo sobre o que eu tinha falado, ele a deixou no vácuo. Yara e Marina nos observava do andar superior do refeitório, fiquei as olhando até resolver voltar para meus amigos. Minha prima disse que queria falar comigo depois, enquanto o depois não chega tenho de aguentar a enrolação do professor de geografia para tentar ter a atenção de todos, quando já fizemos sua prova e temos apenas mais dois dias de provas.

Na saída Yara me parou barulhenta e rápida, ia buscar Meleca na creche.

– Por que você o convidou?

– Você ia convidá-lo, percebi que não o fez então resolvi fazê-lo.

– E por que achou ter esse direito?

– Por que você não o quer conosco?

– Isso tem cara de sentimento - Marina falou se apoiando na amiga - Acho que ta rolando alguma coisa ai.

Yara saiu andando.

– Quer saber, esquece, vou pegar o Meleca.

Olhei Marina que repetiu a ideia da emoção.

– Eu acho que esses dois se pegaram - ela falou cruzando os braços - Você concorda comigo, ela não estaria tão estranha assim se eles não tivessem se beijado.

– E um beijo faz isso com vocês? Não quero nem saber de quantas meninas enlouqueci por ter beijado - ela riu - Qual a graça?

– Você não enlouqueceria nem mesmo uma criança se quisesse.

– Ah é?

Eu a abracei e aproximei meu rosto do dela, Marina hesitou e corou, eu ri e me afastei.

– Vocês são tão previsiveis - ela me deu um soco nas costas.

– Nunca mais faça isso.

– Não se preocupe, não farei, você não faz meu tipo, Marina.

– Não faço o que o tipo vadia?

–Exato - ela pareceu surpresa por eu ter concordado. - Vou para casa, até mais.

Depois da última prova eu saí correndo da sala, Marina e Yara já estavam me esperando, Wilke estava com os amigos e ao me ver o último do grupo ele veio até nós depois de se despedir do grupo e Sabine o seguir até nós.

– Você vai com essa turminha? - ela nos olhos com desgosto.

– Essa turminha foi quem trouxe seu namoradinho de volta, sua mal agradecida - Marina falou.

– Vem, Ma - Yara a puxou e encarou o casal - Deixa os dois se despedirem.

– Obrigada, estrainha - Sabine falou abraçando Wilke o que fez todos nós virarmos o rosto e fazermos som de nojo.

No carro Marco e Juca já nos gritava.

– Sei que o beijo deve estar muito legal, mas vem, Wilke - eu o puxei.

– A frente é minha - Yara gritou.

– Qual é a briga pela frente? - Wilke perguntou.

– Você vai entender. - falei o empurrando logo - Na volta a frente é minha! - já deixei esclarecido.

Juca se apertou, Wilke no meio e eu atrás da Yara, ela se sentou e dividiu o banco com Marina, ela iria conosco até a rodoviária onde encontraria o cabelo rosa ou roxo sei lá, o colorido. Depois que a deixamos para trás pensei que ficariamos livres das canções, até Yara conectar o celular escolher as músicas e começar a cantar com a voz desafinada.

– Ah, não, cala a boca, Yara - Juca tapou os ouvidos.

– Só por isso vocês terão uma sessão especial do meu show - ela falou rindo e aumentando a voz, todos reclamamos de Juca.

Ela cantou até a hora que dormiu, Wilke inclinou para a frente, Marco o encarou, ele tirou o celular da minha prima e conectou o seu com músicas bem melhores.

– Nosso herói! - Marco falou rindo.

– Agora sim. - ela falou rindo.

Aos poucos Juca caiu no sono, eu, Marco e Wilke ficamos acordados, a paisagem para fazenda era bonita, muitas árvores, passaros, grandes propriedades bem cuidados com enormes gados e outras criações.

– Você e a Sabine ficaram bem? - perguntei, ele me olhou - Ela não parecia feliz em te ver com a gente.

– Ela não tem que ficar feliz, quem tem de ficar sou, eu estou viajando com vocês.

– Ela é tão boa assim? - Marco se meteu em nossa conversa - Ela é gostosa a esse ponto de você voltar para ela depois de tudo.

– Muito - ele falou rindo e esticando os braços para frente - Mesmo que ela tenha desistido de tentar me ajudar, ela tentou me ajudar, e acho que isso é válido para eu valorizá-la - olhei minha prima, seu rosto virado pela janela, os olhos abertos, quando ela viu que percebi seu fingimento ela fechou os olhos o que me fez rir.

– Mas com todo o respeito - quando ele acordou? - Essa sua namorada é muito gostosa.

– Com muito respeito mesmo, porque você está namorando minha irmã - el grunhiu algo - Ei, ei, ei, vocês dois controlem esse moleque ai atrás.

– Eu só comentei, não comi a namorada dele.

– Mas comeu a de outros caras - falei sem perceber alto, ele me olhou Wilke me olhou.

– Sério isso? Você chifrou ela? Como você chifrou a Yara, seu maldito - Wilke pareceu mais irritado do que eu e Marco, deu um empurrão no Juca que revidou me espremendo contra a porta.

– Vocês fazem muito barulho - minha prima fingiu estar sonolenta - Se vocês não pararem eu volta a cantar.

– Não! - fizemos em coro - Já paramos, olha, o Wilke já está até com o cabelo arrumadinho - Juca arrumou o cabelo do loiro ou bagunçou mais, não sei dizer.

Marco encostou o carro na rodoviária, ficamos muito tempo esperando o ônibus.

– Esse lugar é pequeno - Juca reclamou - Você têm vídeo-game ou algo assim?

– E você acha que eu iria vir para cá sem meu vídeo-game, você deve ser maluco mesmo - Marco falou.

– Yay! Faremos uma sessão de meninos apanhando das meninas - Yara comemorou - Marina! - ela colocou metade do corpo para fora e acenou. Marina veio correndo junto com o namorado desengonçado, os dois nos olharam e olharam para dentro do carro.

– Mesmo que pareça divertido ir com vocês aí atrás eu vou aqui com a Yara - Marina falou nos olhando pela janela - Amor, acho que você cabe aqui atrás, caso não dê senta no colo do Pietro ele é bonzinho e...

– O caramba que macho vai sentar no meu colo - falei me afastando e espremendo Juca e Wilke, Marina ficou rindo enquanto o cabelo colorido se espremia.

– Acabei de entender a concorrência pelo banco da frente - Wilke falou espremido o que deixava sua voz engraçada.

Marco dirigia com cuidado pela estrada de terra, Yara desceu pulando o corpo de Marina, abriu o portão e gritou para o irmão seguir para a casa que ela ia a pé. Olhei para trás com dificuldade, ela trancou e veio vindo atrás de nós, ela tinha colocado os fones, se eu me lembrava bem a caminhada ali era bem cansativa.

Descemos do carro ou fomos expulsos, ainda não sei, mas logo descarregamos tudo. Marco colocou o vídeo-game na sala, conectou tudo. Nós levamos as sacolas para a cozinha, as malas para os quartos, Marina e o namorado em um, Marco e Yara em outro, eu, Wilke e Juca em outro, eu teria que dividir quarto com um monte de macho.

Depois de já termos descarregado tudo Yara chegou da longa caminhada, agradeceu por termos pego as coisas. Colocamos nossas roupas de andar no mato, Yara saiu para o passei que sempre fazia, coloquei minha bermuda para a piscina, arranquei a camisa e corri para água, mergulhei jogando água para todos os lados. Logo o cabelo rosa fez o mesmo junto com a Marina, ele a ajudava a ficar flutuando, eram bem engraçados juntos. Yara voltou da andada acompanhada de Wilke, os dois riam. Juca a chamou para água, ela disse que iria se trocar e logo se juntaria a nós. Os outros três já se juntaram a nós, ela saiu da casa com o cabelo amarrado em um coque alto, entrou na água de vagar, ela nos olhou e mergulhou, saiu na frente de Juca que a abraçou e beijou. Ele levou a mão até a tatuagem dela, passou o dedo delicado, ela o fitou, conversavam algo, não sei o que ele disse, mas minha prima ficou brava e se afastou, foi junto do Wilke que espirrava água para todos os lados no que ele chamava de nado. Ele mergulhou e quando voltou a superfície equilibrava Yara nos ombros, ela o olhou rindo desengonçados. Marina pedia ao namorado para levantá-la daquela forma, ele dizia não aguentá-la, fui até ela, mergulhei e a levantei.

Me aproximei de Yara, Marina a empurrou, Wilke se virou para nós, as duas começaram a se empurrar brincando, até as duas conseguiram ter força e se derrubaram e nos derrubaram.

Depois pulei nas costas da cabelo azul e pedi para que ela me puxasse. pela piscina ela foi fazendo e reclamando do meu peso, até que se cansou e mergulhou me deixando na água sozinho.

Quando começamos a sair, eu primeiro porque não aguentava mais minha pele encolhendo, tomei banho e fiquei na área em volta da piscina. Marco e o cabelo rosa ocupavam os banheiros, Yara e Marina ficaram sentadas em volta da piscina apenas com os pés dentro da água. Wilke mergulhou de uma ponta a outra e saiu na frente delas, conversaram algo enquanto ele brincava com os pés dela, fazia cócegas pelas reações que elas tinham. Juca saiu da água, foi até Yara a abraçou e envolveu com as pernas quase acertando o rosto do loiro na água que logo se afastou entendendo o que o outro queria.

Minha prima se curvou para trás e o beijou, ele a abraçou.

– Estou me sentindo uma vela, não, não, candelabro. Isso, é isso mesmo, eu sou o candelabro da relação de vocês e como todo bom candelabro, com licença - ela foi separando os dois até que minha prima caiu na água o que causou riso em todos nós, menos nela que ficou nos encarando inconformada por termos rido.

Wilke a ajudou a subir na beirada do outro lado, e eu entreguei a ela a toalha, ela nos agradeceu e foi para o chuveiro que já estava livre.

Marina deu mais um mergulho e logo correu para o banheiro, ficamos apenas os cuecas conversando. Juca parecia gostar muito de vídeo-game ao mesmo tempo que ele não entendia nada, eu e Marco apenas riamos das gafes que ele cometia falando de jogos, enquanto as caretas do Wilke eram do tipo "Sobre o que raios esse cara ta falando?".

O cabelo rosa ficava falando dos easter eggs de alguns jogos que tiravam toda a magia dos jogos nos fazendo ameaçá-lo de ser tacado na piscina.

As duas saíram e se juntaram a nós e nitidamente esfregaram na cara de Juca que ele não entendia nada de games e nos fazia rir ainda mais.

Preparamos o jantes, bifes colocados no meio de pão com molho de churrasco ou de alho ou os dois, ketchup, mostarda, maionese, um patê que fizemos de forma desengonçada e rendeu mais sujeira do que patê, mais um belo copo de refrigerante gelado e nos largamos no chão da sala ou no sofá, eu sempre no chão, é mais fresco.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Som do Coração" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.