O Som do Coração escrita por Vlk Moura


Capítulo 11
Parte 1: Capítulo 11 - Nova Companhia




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Desde a festa surpresa e eu ter ido buscar Yara na casa de Wilke fiquei me perguntando se ele realmente estava tão mal quanto todos contavam, quero dizer, ele estava saindo e parecia bem, então, será que ele não estava fingindo?

Yara me explicava sempre qual era a condição dele, que não estava se recuperando, mas sim se superando e quanto mais ajuda ele tivesse seria melhor, o que indiretamente ela queria dizer que eu e Marco deveriamos ir visitá-lo, eu entendi isso, mas como eu faria, chegaria no portão, tocaria a campainha e...

– Oi, ahm... Vim ver o Wilke, ele está?

– Claro, entre - era a empregada, ela não parecia se lembrar de mim - Wilke, você tem mais visita - ela gritou do pé da escada.

Pude ouvir uma bagunça, ele não parecia estar sozinho, será que alguém mais resolvera vir vê-lo, será quê...

– Yara? - eu me assustei, com ela não foi diferente.

– Pietro? - Wilke também se assustou ao me ver, os dois que riam fazendo bagunça ficaram sérios e pálidos, eu queria rir deles, mas estava bem surpreso - O que você veio fazer aqui?

– Você disse que ele precisava de ajuda, pensei que poderia ajudá-lo, só não esperava te ver aqui durante a semana.

Ela se sentou no sofá e me contou que vinha aqui sempre durante a semana, explicou que escondia do meu tio isso e dizia que ia fazer algum trabalho. Me revelou que estava ensinando a matéria da escola para Wilke, já o doente que vim visitar parecia tenso e não me falava nada, era como eu estar ali o tivesse feito piorar, o que Yara contou que era verdade.

– Se você não se sente bem eu vou embora, mas Yara - ela me olhou tensa - Vamos ter uma séria conversa quando você voltar.

– Sabia que diria isso.

Fui para casa, Meleca estava com a minha mãe, os dois dormiam na sala, era uma cena engraçada. Fiquei um tempo no meu quarto, fiz algumas lições e depois resolvi ir ver se Yara estava em casa. Minha tia abriu a porta, falou que a enteada estava no quarto, abri a porta e a encontrei com um violão no colo, era um instrumento bem surrado e o som não parecia nada bom, ela tocava tão atenta e curiosa com as notas da internet que só me viu quando saltei em sua cama e me joguei deitado.

– Não sabia que você tocava - falei me sentando e tomei o violão da sua mão, toquei a música.

– E eu não sabia que você tocava Jason Mraz.

– Claro que toco, as meninas adoram - ela riu - Mas desde quando você toca?

– Há muito tempo, mas graças a minha bela mamãe eu parei - eu a olhei confuso - Ela dizia que homem era quem tocava violão, aí ela quebrou o meu quando toquei no sítio - ela deu de ombros - Achei que seria legal tocar para o Wilke, ele voltou a cantar desde que voltei a tocar.

– Vocês dois parecem estar se dando muito bem - ela confirmou - É como antes?

– Diferente porque temos muitas coisas que não sabemos um sobre o outro, eu tento me aproximar, mas é como se ele se fechasse quando pergunto sobre o tempo de escola.

– Claro que ele se fecharia - ela me olhou repousar o violão - Eles foram o que deixaram desse jeito, o que você esperava que ele te contasse os minimos detalhes?

– Posso te perguntar uma coisa?- ela parecia preocupada, confirmei - Você ficou de qual lado quando teve a confusão?

Fiquei em silêncio.

– Imaginei - ela sorriu - E sabe o que é pior? Acho que se eu tivesse visto a briga eu também teria ficado do lado deles e isso é horrível, porque o Wilke sempre foi nosso amigo, claro, seu mais do que meu, mas deveria ser do lado dele que ficariamos, mas...

– Quando diz a confusão, se refere dos trabalhos ou quando brigaram com ele pelo que ele é?

– Os dois. - ela jogou a cabeça para trás parecendo cansada - Nos trabalhos acho que eu não teria acreditado que ele sempre fez tudo sozinho, ele não tem cara de ser nerd, mas quando conversei com os professores há algumas semanas descobri que ele é mais nerd do que qualquer um que conheci e isso fez com que eu me sentisse muito mal.

– Yara - ela me olhou - por que você não me contou que estava indo vê-lo durante a semana?

– Para quê? Para você ir até a casa dele e mais um vez dar socos nele? Por que eu faria isso se repetir?

A observei, ela tinha razão, eu não dei nenhum motivo para que ela confiasse em mim sobre o Wilke, agora em compensação a Juca ela me contava tudo até os minimos detalhes o que as vezes me assustava, mas em partes eu tinha de suportar porque eu fazia isso com ela quando eu saia com alguma menina, sempre foi eu falando e ela ouvindo, agora que ela tinha o namoradinho eu não fazia mais do que minha obrigação em ouvi-la falar dele, bem ou mal. Mas o que mais me incomodava era que não sabiamos nada sobre o Juca, de qual escola ele veio, por que se mudou, por que gostava da minha prima, pelo menos sobre o Wilke todo o passado dele fora assistido por mim ou Marco e nos dava boas razões para não gostarmos dele com a Yara e também nos motivava a querer recuperá-lo logo assim os dois se afastariam, mas e o Juca, mesmo não gostando dele que bom motivo eu teria para afastá-lo da minha prima?

– Da próxima vez que você for a casa dele, posso ir com você?

– Do Wilke?

– Não, quero ir na casa do Juca, deitar com vocês dois na enorme cama King Size dele e comer brigadeiro de panela. Claro que é a casa do Wilke.

– Tudo bem, a Marina também quer ir, disse que vai tocar algum rock pesado para tirá-lo da deprê. - ela deu de ombros - Ela é meio pirada, mas fazer o quê.

– Combinado - me levantei - Agora tenho lição de física para fazer - falei com desgosto - Se eu tiver duvidas posso te ligar, professorinha - ela me mostrou a língua e jogou o travesseiro em mim me expulsando do quarto.


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