Fiquei por uns dois segundos em choque, não caiu minha ficha sobre o que aconteceu, mas depois abaixei a cabeça pra esconder o sorriso bobo que eu terminei fazendo e óbvio, o fato de eu estar corado. Masaki levantou minha cabeça pra fazê-lo olhar pra ele, olhei pro lado. Cara... Que vergonha...

– Então é assim que você fica quando desvia o olhar de mim.

– Você tá me deixando constrangido... - sussurrei.

Pude perceber por um segundo que ele sorriu. Virei os meus olhos pra ele e depois de poucos segundos me aproximei e o beijei. Ele correspondeu gentilmente. Eu passava meus dedos puxando levemente seu cabelo. O meu é bem curto, mas o dele cobre levemente o sua nuca. Masaki parece ter se arrepiado levemente com essa atitude minha, então ele é sensível aí?

Ele me encostou na parede e continuou me beijando. Cada segundo está me deixando cada vez mas excitado. De repente o som decretando o fim do intervalo tocou. Que merda... (Aoi: Acabou o recreio, crianças! XD)

– Vamos ter que voltar antes que sintam nossa falta. - Masaki falou.

– É.

Ele me "libertou" pra que eu pudesse me afastar da parede, então destrancar a porta e sair. Daí Masaki me olhou um pouco estranho.

– O que foi?

– Aqui - apontando próximo do olho esquerdo - tá um pouco vermelho.

– Ah... Levei um soco antes que você aparecer.

– Aqueles imbecis...

– Pera aí, né? Não quero que você seja suspenso, hu hu.

– Tá, não vou fazer nada, he. Mas é melhor cuidar disso. Se ficar roxo vai vir gente perguntando. Você não é de brigar, então claro que vai ter suspeitas.

– Vai ter perguntas se eu passar na enfermeria pedir gelo de qualquer jeito... Mas deixa, eu vou.

– Eu vou com você.

– Ei... A próxima aula é de matemática?

– Bem...

– Vá pra sala.

– Que merda, ha ha ha!

– Vai logo, não vou demorar.

A gente desceu as escadas, então ele foi em direção às salas e eu pra enfermaria. Tirando o começo ruim, acho que esse é o melhor dia da minha vida até agora!

Ainda bem que o enfermeiro (no prédio masculino literalmente SÓ TEM HOMEM!) não me encheu de perguntas e me trouxe rápido o saco de gelo. Fiquei lá com ele no rosto um pouco e depois saí. Espero que o tempo tenha sido o suficiente pra não ficar muito ruim amanham.

Quando eu tava voltando pra sala, me topei no corredor com aquele cara que me socou. Parecia que ele ia entrar na sua sala, onde ele estava? Recuei pra ele não me ver e tive sorte. Que bom, parece que no resto do dia, ao menos hoje, eu estarei em paz.

Entrei em minha sala, pedi desculpas pro professor e andei em direção à cadeira em que eu devia sentar. Olhei para Masaki de longe e ele olhou de volta e sorriu discretamente. Hoje não poderei sentar perto dele, mas amanham sentarei como antes. A aula fluiu normalmente. Apenas contei os segundos para finalmente acabar todas as aulas, eu queria logo que acabassem pra passar mais uns minutos próximo do Masaki.

Depois de longos milênios, Finalmente o último toque. Todos arrumaram suas coisas para sair. Eu fui, claro, junto com Masaki.

Pra parecer que nada naquela sala do andar de cima aconteceu, agimos bem normalmente, mas isso fluiu com naturalidade, não estava numa situação em que eu estivesse com aquela vontade louca de beijá-lo e tinha que disfarçar por que ninguém podia ver. Eu estava fazendo isso por que eu queria apenas conversar e me divertir e sei que Masaki também.

Finalmente o nosso ônibus chegou, então entramos. Sentamos juntos em um dos assentos do fundo, foi aí que Masaki disse:

– Parece que não poderemos assumir nada pra ninguém tão facilmente. Sabe, querendo ou não, dois caras juntos numa escola só pra homens só pode dar merda. Hu hu.

– Concordo, mas eu não me importo, desde que eu continue perto de você.

– Hu hu, agora está sendo bem direto.

Depois de uns segundos de silêncio, ele olhou diretamente pros meus olhos e perguntou:

– Você quer namorar comigo?

– An?

– Eu sei que você não vai ter coragem de perguntar, he he.

– Claro que quero... - sussurrei - Mas... Tem o problema das pessoas não levarem na boa. De agirem como aqueles caras...

– Eles são só um bando de imbecis. E ninguém precisa saber, Apenas nós.

Corei. Por que ele adora me provocar?

– Então? Aceita ou não?

Eu não disse nada, apenas assenti. Ele sorriu em resposta e logo em seguida deu um beijo rápido no meu rosto. Senti o meu rosto esquentar e me desviei pra que ele não pudesse ver, mas claro que ele viu, já que riu quando fiz isso.

Meu Deus, quando foi que entrei em coma e parei nesse sonho maravilhoso?