Perdidit Memoriis escrita por Gabriely Giovanna


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoas..
Avisei nos comentários que assim que o capítulo estivesse pronto eu o postaria, e esta aii..
Esse foi difícil de fazer... Mas consegui.
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/591294/chapter/10

Cheguei ao meu quarto e fui direto para o meu guarda roupa. Peguei um “pijama” e me vesti. Meu pijama era basicamente uma calça de flanela e uma camiseta sem mangas. Olhei a posição da lua e percebi que ainda são 23 horas. Peguei a pasta que Jia havia me entregado e me joguei na cama.

Passei das partes de Emil e Samuel e me deparei com a de Maryse. Dei um sorriso.

Nome: Maryse Trueblood

Nascido: 1968

Idade: 39 anos

Espécie: Caçador de Sombras

Residente: Instituto de Nova York

Afiliação: A Clave

O Ciclo de Valentin (antigo)

Família: Max Trueblood (irmão); Robert Lightwood (ex-marido); Alexander Lightwood (filho); Isabelle Lightwood (filha); Max Lightwood (filho); Jace Herondale (filho adotivo);

Sexo: Feminino

Cor do cabelo: Preto

Cor dos olhos: Azuis

Descrição física: Alta, olhos azuis e cabelos pretos.

Complemento:

Criada em Idris com seu irmão Max que em certo momento desistiu de ser Caçador de Sombras para viver uma vida mundana. Estudou em Alicante onde conheceu Valentin Morgenstern e se juntou a Ciclo. Casou-se com Robert Lightwood. A família Lightwood é conhecida por sua alta descriminação pelos downworlders. Logo após a tentativa falha de acabar com os acordos se rendeu e recebeu uma punição da Clave. Ela foi exilada para o Instituto de nova York junto com Robert Lightwood e Hodge Starkweather. Separou-se de Robert Lightwood logo após a Guerra Mortal. Maryse é chefe do Conclave de Nova York e é capaz de conduzir de forma eficaz e conquistar o respeito e obediência daqueles que ela leva. Esta em um relacionamento com Alarick Kristen.

Assim que terminei de ler a ficha de Maryse me surpreendi. Não sabia da existência de mais um Trueblood. Parei de devanear e pensei na personalidade dela. Maryse se questionada de frente pode ser um problema, mas eu estou em vantagem sendo sobrinha de Rick, eu só preciso não dar motivos, vou precisar de cautela e silencio. Sempre trabalhei assim, mas nunca sem a ajuda dos chefes do Conclave ou Enclave.

Essa missão vai ser complicada, pensei suspirando e logo passando para a outra ficha.

Nome: Alexander Gideon Lightwood.

Nascimento: Setembro de 1997.

Idade: 18 anos.

Apelido: Alec.

Espécie: Caçador de Sombras.

Residente: Instituto de Nova York.

Aliança: Clave.

Parabatai: Jace Herondale.

Família: Robert Lightwood (pai); Maryse Lightwood (mãe); Isabelle Lightwood (irmã); Max Lightwood (irmão); Jace Herondale (irmão adotivo).

Sexo: Masculino.

Cor do cabelo: Preto.

Cor dos olhos: Azuis.

Altura: 1,83 cm.

Descrição física: Cabelos pretos que terminam no queixo, olhos azuis, alto e em forma.

Habilidades: Tiro com o arco.

Complementação:

Exilado junto com seus pais para Nova York. Fica no comando do Instituto de Nova York quando a falta de órgãos mais responsáveis. Parabatai de Jace Herondale e namora o feiticeiro Magnus Bane. É homossexual assumido perante a Clave.

Na ficha de Alec não tinha nada de especial que eu não sabia. Olhei para o céu e a lua só havia avançado um pouco, 23h30min horas. Dei um suspiro. Hoje o dia esta demorando pra passar. Passei pra ficha de Isabelle.

Nome: Isabelle Sophia Lightwood.

Nascimento: 1999.

Idade: 16 anos.

Apelido: Izzy ou Iz.

Espécie: Caçador de Sombras.

Residente: Instituto de Nova York.

Aliança: Clave.

Família: Robert Lightwood (pai); Maryse Lightwood (mãe); Alexander Lightwood (irmão); Max Lightwood (irmão); Jace Herondale (irmão adotivo).

Sexo: Feminino.

Cor do cabelo: Preto.

Cor dos olhos: Marrom escuro.

Altura: 1,75 cm.

Descrição física: Alta, cabelos longos e pretos, olhos marrom escuros facilmente confundidos com preto. Sobrancelhas finas e pele pálida.

Habilidades: Apresenta alto nível de habilidade empunhando um chicote de electrum.

Complementação: Nasceu em Nova York. Vaidosa, narcisista e um pouco insegura, tem o temperamento explosivo, sua natureza é madura e refinada. É leal e volátil e propensa a mudanças de humor. Usa sua aparência para conseguir o que quer. Possui um colar com uma pedra de rubi que serve também como sensor pulsando vermelho na presença de demônios. Namora um vampiro chamado Simon Lewis.

Li a ficha de Isabelle com curiosidade. Isabelle provavelmente é uma ótima caçadora, ela parece gostar do que faz, mas seu envolvimento com vampiros que faz todas as suas qualidades irem pro inferno.

Quando ia passar para a próxima ficha sinto algo como um sopro em meu ouvido, ato tal que fez os pelos do meu pescoço arrepiar e do nada uma voz melódica surgir em minha mente. Logan.

“Clarissa porque diabos você mandou um feiticeiro pra ficar sob a minha proteção?”

A voz de Logan estava levemente irritada e repreensiva. Dei risada. Sabia que ele ia ficar assim.

“Porque você é a única pessoa em que confio Logan.”

Respondi sinceramente. Houve um instante de silencio, poderia até ver Logan sentado em uma poltrona na sala em frente à lareira suspirando audível-mente.

“Eu sei. Desculpe ruivinha, mas onde esta? Estive na esperança de te encontrar hoje.”

Dei um sorriso, essa é a coisa com Logan, enquanto todos perguntam “como” estou ele sempre pergunta “onde” estou. Logan é a única pessoa em toda a minha vida que consigo ser completamente relaxada. Confio a Logan a minha vida.

“Nova York.”

Nesse instante consigo sentir todos os músculos de Logan se tencionando, mesmo estando a km de distancia dele.

“Qual é o problema?”

A voz de Logan era contida, ele está preocupado.

“Acalme-se homem. Descobriram 2 integrantes do Ciclo de Valentin vivos. Jia me mandou pra cá para resolver. Nada muito preocupante.”

Expliquei com uma voz tranqüila, mas com certeza Logan acha que essa missão como varias outras tem um grande potencial para me matar, coisa que duvido muito. Não é 2 lixos que vão conseguir me matar.

“Quer que eu vá pra i?”

Sim, é o que eu queria responder, mas não posso tirar Logan de Londres só porque eu não quero ficar sozinha no meio de tudo isso. A voz de Logan estava preocupada, um pouco urgente e isso de alguma forma me acalmava.

“Por hora esta tudo bem, mas se eu precisar vou te chamar.”

Respondi tranquilamente.

“Eu sei que não vai me chamar, mas de qualquer forma vou falar com Jia amanha, vou me oferecer pra caso você precise de uma equipe.”

Ouve uma pausa e Logan continuou.

“Eu vou dormir ruiva, hoje foi um dia cansativo.”

A voz de Logan estava cansada.

“A propósito Thiago esta bem e eu chamei Ragnor para ajudá-lo. Boa noite anã tome cuidado em sua missão.”

Antes que eu pudesse responder senti nossa ligação acabar, com certeza Logan havia dormido. Dei um pequeno sorriso e olhei para a janela, 00h30min. Sempre que falo com Logan o tempo corre, isso é uma das coisas que eu nunca vou entender.

Resolvi terminar de ler as fichas antes de resolver ir dormir, talvez isso possa me dar sono.

Nome: Maxwell Joseph Lightwood.

Nascimento: 2006.

Idade: 9 anos.

Apelido: Max.

Espécie: Caçador de Sombras.

Residente: Instituto de Nova York.

Aliança: Clave.

Família: Robert Lightwood (pai); Maryse Lightwood (mãe); Alexander Lightwood (irmão); Isabelle Lightwood (irmã); Jace Herondale (irmão adotivo).

Sexo: Masculino.

Cor do cabelo: Castanho.

Cor dos olhos: Cinza.

Descrição física: Pequeno para a idade, óculos que parecem grandes em seu rosto cabelos castanhos e olhos cinza.

Complementação: Ainda não começou seu treinamento de caçador. Sua personalidade ainda esta em formação.

A ficha de Max não havia muita coisa. Afinal o garoto nem havia ganhado sua primeira marca. Sem me preocupar com ele passei para a próxima ficha.

Nome: Jonathan Lightwood Herondale

Nascimento: Janeiro de 1998, Idris.

Idade: 17 anos.

Apelido: Jace.

Espécie: Caçador de Sombras.

Residente: Instituto de Nova York.

Parabatai: Alec Lightwood.

Aliança: Clave.

Família: Marcus Herondale (avô); Imogen Herondale (avó); Stephen Herondale (pai); Céline Herondale (mãe); Robert Lightwood (pai adotivo); Maryse Lightwood (mãe adotiva); Alec Lightwood (irmão adotivo); Isabelle Lightwood (irmã adotiva); Max Lightwood (irmão adotivo).

Sexo: Masculino.

Cor do cabelo: Loiro.

Cor dos olhos: Ouro.

Altura: 1,80 cm.

Descrição física: Magro, musculoso, cabelo loiro dourado fino e encaracolado, cílios longos, rosto angular, boca estreita.

Complemento: Inteligência afiada e defensiva, um temperamento ácido, e quase sempre uma atitude sarcástica. Com a morte de Céline e Stephen foi morar com sua avó Imogen Herondale logo com o 11 anos foi adotado pelos Lightwood. É extremamente arrogante e egocêntrico e tem um excesso de confiança. Ele é obediente e justo, disposto a tomar as decisões corretas e a fazer sacrifícios. Mas pode ser vingativo e cruel para proteger quem ama. Reside no Instituto de Nova York com sua família adotiva. Um dos melhores caçador de sombras de seu tempo.

Quando terminei de ler a ficha do Herondale fiquei tensa, ele pode ser um problema, um grande problema. Geralmente pessoas como Jace estão sempre desconfiadas, são inteligentes e deduzem a resposta antes de qualquer outra. Se eu der um passo fora da linha e ele souber eu vou ter que me explicar para Maryse e isso é uma coisa que eu não posso fazer. Se ele desconfiar de algo eu não vou ter um problema, eu vou ter 2, pois Alec como seu Parabatai vai sempre estar do lado de Jace, não importa em que. Respirando fundo passei para a próxima ficha, vou arrumar uma solução para o Herondale depois.

Nome: Sebastian Christopher Morgenstern.

Nascimento: 1998 Idris.

Idade: 17 anos.

Espécie: Caçador de Sombras.

Residente: Manhattan Nova York, Brooklin, anteriormente Idris.

Aliança: Clave.

Não me odei Família: Valentin Morgenstern (pai); Jocelyn Fairchild (mãe); Luke Garroway (padrasto); Clarissa Adele Fairchild Morgenstern (irmã † morta).

Sexo: Masculino.

Cor do cabelo: Loiro.

Cor dos olhos: Verde.

Descrição física: Alto e musculoso, mas magro. Cabelo branco platinado e olhos verdes e cílios longos.

Complemento: Um garoto calmo, engraçado e destemido. Pode mostrar uma personalidade fria e sanguinária quando esta em combate. Cresceu com Luke como pai e o considera assim. Mantém uma amizade com os integrantes do Instituto e é um dos melhores caçadores deste tempo. Sebastian foi treinado para ser um espião e essa sua personalidade é conhecida por poucos. Por ser criado por Luke Garroway não tem nenhum preconceito com seres do submundo. Contém um anel de tele transporte que pertenceu a Valentin.

Um espião.. Isso pode me ser útil caso eu precise de uma equipe. Sabia que ainda existia um Morgenstern, mas não sabia que tinha tal habilidade e treinamento. Parei com os devaneios e passei para a próxima ficha.

Nome: Jocelyn Garroway.

Idade: 37 anos.

Também conhecida como: Jocelyn Fairchild.

Jocelyn Morgenstern.

Jocelyn Fray.

Espécie: Caçadora de Sombras.

Ocupação: Pintora.

Residente: Manhattan Nova York, Brooklin, anteriormente Idris.

Família: Granville Fairchild II (pai); Adele Nighshade (mãe); Luke Garroway (marido); Valentin Morgenstern (ex-marido); Sebastian Christopher Morgenstern (filho); Clarissa Adele Fairchild Morgenstern (filha † morta).

Sexo: Feminino.

Cor do cabelo: Vermelho.

Cor dos olhos: Verde.

Descrição física: Corpo esguio e compacto composto de pequenos peitos e quadris estreitos. Cabelo vermelho longo e encaracolado. Olhos verdes, cílios longos e afiados. Suas características são bem definidas.

Complemento: Jocelyn é uma pessoa amável e carinhosa acima de tudo, mas também é teimosa e corajosa. Jocelyn é naturalmente hábil e poderosa. Jocelyn ajudou os downworlders no ataque que Valentin fez contra os acordos assim salvando a vida de muitos integrantes do submundo, após esse acontecimento fugiu de Idris e passou a viver uma vida mundana com seu filho Sebastian. Jocelyn não se envolve nos assuntos da Clave a não ser que seja extremamente necessário. É casada com o licantropo Luke Garroway que é ex- caçador de sombras.

Jocelyn é realmente uma figura interessante. Quis deixar o mundo das sombras, mas é casada com o licantropo Lucian, ou melhor, Luke, como gosta de ser chamado.

Passei para a próxima página e não havia mais nada. Fiquei irritada. Odeio trabalho incompleto. Peguei um pedaço de papel, coloquei uma runa e escrevi uma mensagem.

“Inquisidora a pasta que me entregou com os dados da missão estão incompletos. Preciso que me entregue às fichas de Luke Garroway, Simon Lewis e Magnus Bane. Espero que esse erro não se repita.

Atenciosamente C.K.”

Olhei para a janela e vi que já era quase 02:00 horas. Jia ira ficar completamente irritada comigo. Mas não podia esperar até amanha. Olhei novamente para o céu. Preciso parar de ser antiquada e comprar um relógio, pensei ironicamente.

Peguei a pasta e todas as fichas as guardando dentro do meu guarda-roupa. Fui me deitar e logo peguei no sono.

Acordei com a pele queimando em fogo celestial, assustada e com Katara na mão, olhei para a lâmina, ela estava lambida de fogo e a pele da minha mão estava brilhando. Olhei para o céu e eram 4:00 horas.

—Droga. — Murmurei um pouco frustrada.

Olhei o quarto e assim que notei que estava tudo bem levantei e fiz minha higiene matinal, em seguida colocando um uniforme. Antes de sair do quarto arrumei minha cama e peguei Katara e meu par de Falcione indo para a sala de treinamento, mas antes fazendo runas de disposição, força, agilidade e precisão, deixei meu cabelo em um coque firme e sai em direção à sala de treinamento.

Não demorou muito e eu a encontrei. Assim que notei que não havia ninguém lá comecei a treinar com o par de Falcione, precisava esgotar um pouco da minha frustração.

Eu dava golpes no ar como se fosse meu pior inimigo, usava seqüências antigas e tentava seqüências novas, assim que comecei a sentir a leve ardência em minhas veias eu me forcei a parar. Sempre assim, quando as coisas estão interessantes eu tenho que parar.

Assim que parei fui em direção a um pequeno armário e olhei as gavetas a procura de uma pedra de afiar. Quando olhei a segunda gaveta encontrei uma, um tanto pequena, mas útil.

Dei alguns passos e me sentei, percebi que o céu já estava clareando. Eu estava a certa distancia da janela e sentada com perna de índio. Coloquei uma Falcione com a ponta no chão enquanto a outra estava deitada no chão. Comecei a afiar a que estava com a ponta no chão até que seu corte ficou perfeito, logo peguei a outra e comecei o mesmo processo. De um lado para o outro, de cima pra baixo, de igual pra igual, sempre assim até a lâmina estar pronta para facilmente arrancar cabeças.

Quando estava na metade do processo ouvi passos e logo vozes as acompanhando. Ignorei.

Alguns segundos depois entraram Alec, Jace e Izzy acompanhados de um garoto alto com cabelos loiro prateado e olhos verdes. Sebastian Morgenstern.

Assim que me viram levaram um pequeno susto.

— Oh, bom dia Clary — Disse Izzy. Eu simplesmente dei um sorriso e um aceno com a cabeça. Olhei para o Morgenstern.

Ele me encarava de um jeito estranho, como se tentasse se lembrar de algo. Me levantei e o encarei erguendo uma sobrancelha o avaliando.

Os olhos dele eram da mesma cor que o meu, porem os dele eram mais vivos. Ele era alto e seu corpo bem definido como na descrição, suas feições leves e pacificas. Nada comparadas a de Valentin, apesar da evidente semelhança física.

Assim que ele terminou a avaliação dele, se aproximou.

— Oi, eu sou o Sebastian — Cumprimentou estendendo a mão que firmemente apertei. — E você deve ser a sobrinha do Rick — Acrescentou.

— Clarissa — Eu me apresentei, soltando sua mão — Mas me chame de Clary — Completei olhando em seus olhos, havia algo neles extremamente familiar.

Deu um leve aceno com a cabeça e se afastou.

— E ai Clary esta gostando de Nova York? — Perguntou Sebastian.

Jace e Alec observavam a tudo com um pouco de curiosidade. Os olhos de Jace queimavam e os de Alec eram pura diversão. Internamente me perguntei o porquê daquilo.

— Na verdade ainda não sai do Instituto pra descobrir. Cheguei há pouco tempo — Respondi tranquilamente me sentando para terminar de afiar minha Falcione.

— Isso não é problema— Disse Sebastian. — Hoje tem festa no Bane, porque não vem com a gente? — Perguntou o loiro platinado animado.

Pensei a respeito. Eu tinha planos pra essa noite, e não era ir para uma festa.

— Vem Clary — Quem pediu foi Alec. — Magnus esta querendo te ver, não há melhor oportunidade. — Alec estava com uma cara pidona que só me fez ter uma vontade enorme de falar um não, mas me contive.

Sebastian, Alec e Izzy estavam com rostos esperançosos. Parei e pensei um pouco, eu precisava realmente ver Bane antes de dar qualquer passo.

— Tudo bem, eu vou — Confirmei.

Alec e Sebastian deram um largo sorriso enquanto Izzy começou a falar que teríamos que nos arrumar e outras coisas enquanto eu simplesmente ignorei e terminei de afiar minha Falcione, com calma e todo cuidado que eu tenho especialmente com minhas lâminas.

Assim que terminei olhei em volta. Em um canto estavam Jace e Alec treinando, no outro Izzy e Sebastian.

Parei e observei, não haveria hora melhor para saber como era o jeito de ataque de cada um. Rick os treinou com perfeição cada um, eu tenho certeza, mas uma coisa é você treinar com perfeição e a outra são os alunos aprimorarem suas melhores habilidades com o treinamento aprendido.

Observei Alec primeiro.

Ele se esforçava ao máximo para se distanciar um pouco de Jace, era obvio que Alec trabalhava melhor a distancia. O moreno empunhava firmemente sua lâmina, o que o impedia de fazer movimentos rápidos e precisos. Ele se mantinha firme no chão e cada passo dele era extremamente calculado. Alec obviamente era um ótimo combatente, mas a distancia. Confrontos mão a mão contra alguém mais alto e forte poderiam facilmente o derrubar, apesar de sua força e estatura física. Alec seria um ótimo soldado a distancia. Ele poderia cobrir uma equipe de até 5 pessoas em um grande pedaço de área. 50 talvez 60 metros com um arco longo.

Parei de devanear e observei Jace.

Seu modo de batalha era obviamente frente a frente ao contrario de Alec. Sabendo dessa vantagem Jace se mantém sempre próximo, nunca dando espaço ou oportunidades para Alec se afastar. Olhando pelo ângulo de Jace dava para se perceber que só o loiro atacava Alec por não ser tão bom em combate de perto somente defendia. Os pés de Jace não estavam cravados ao chão como os de Alec, ele praticamente dançava enquanto atacava. Seus passos eram firmes e seguros, ele sabia exatamente onde estava pisando, completamente sem medo e seguro de si e suas capacidades. Ele empunhava sua lâmina com uma leveza que só é encontrada em caçadores muito experientes, mas o corpo de Jace parecia já acostumado a tal ato. Ele atacava Alec com precisão, e aposto minhas libras que Alec só esta conseguindo defender porque conhece Jace há anos. Olhei um pouco mais atenta, Jace não estava dando tudo de si, ele estava concentrado, mas ele poderia ter acabado com essa batalha há muito tempo. Percebi sua estratégia assim que Alec deu mais um passo. Jace estava jogando Alec para a parede, e o moreno de olhos azuis não estava nem percebendo. A tática de Jace era encurralar Alec e assim dar o ataque final, por assim dizer.

Já sabendo o resultado final da batalha fui observar Izzy.

Izzy estava com um salto, má escolha para uma batalha, mas acredito que ela já esteja acostumada a isso, e uma corda que deveria ser no lugar do chicote de um electrum. Ela atacava Sebastian ferozmente sem medo algum de acabar o machucando. Os ataques dela também eram a distancia como Alec, mas ao contrario do moreno de olhos azuis Izzy estava a uma boa distancia para seus ataques. Ela atacava Sebastian até um pouco cegamente, nunca observando o ambiente ao seu redor. Isso era um problema. Ela empunhava a corda como se fosse uma extensão de seu próprio corpo, mas parecia um pouco desconfortável com o peso e talvez a pouca agilidade da corda. Ela tinha habilidades que se fossem aprimoradas a tornariam uma das melhores caçadoras do nosso tempo.

Parei de observá-la e passei para Sebastian.

Sua expressão era o que mostrava sua força. Ele estava realmente calmo, mas seus olhos estavam atentos. Sebastian estava basicamente parado desviando das chicotadas de Izzy. Ele não abria espaço e nem tentava se aproximar. Sua espada estava servindo como escudo impedindo que a corda de Izzy cause algum estrago. Senti um incomodo. Ao contrario de todos ali ele era o que estava mostrando menos suas habilidades. Dei um sorriso, sabia que não iria conseguir nada com o Morgenstern, ele não mostraria suas habilidades comigo aqui, ele não confia em mim para tal ato. O quanto ele puder evitar mostrar, ele vai evitar, pelo tempo que for necessário.

Resolvi esperar, uma hora ele teria que acabar a luta. E foi isso que o loiro platinado fez. Sebastian em um movimento rápido pegou a corda que Izzy empunhava e a puxou, Izzy não esperava esse movimento e por causa dos saltos acabou tropeçando para frente. Quando Izzy tropeçou à espada de Sebastian estava em seu pescoço. A luta acabou.

Olhei para Jace e Alec que já estavam jogados no chão do outro lado do salão. Sebastian veio caminhando em minha direção, ele estampava um sorriso verdadeiro e eu gostava disso. Sua sinceridade em suas expressões eram algo que eu conseguia lidar.

Sebastian estava na minha frente e como estava sentada tive que levantar a cabeça e inclinar um pouco para trás para olhá-lo.

— Já que está sozinha que tal treinar um pouco comigo? — Perguntou com um sorriso.

Logo senti meu corpo tencionar. Esse tópico era uma das poucas coisas que me deixam desconfortável.

— Sinto muito, mas eu só treino sozinha — Disse sinceramente para Sebastian.

Percebendo meu desconforto, Sebastian mudou o assunto logo se sentando ao meu lado. Pude perceber que Izzy havia se juntado a Jace e Alec e ambos os 3 nos observavam.

— Então como esta Idris? — Me perguntou Sebastian.

Me surpreendi um pouco com a pergunta, mas respondi indiferente.

— Acho que tudo bem, faz algum tempo que não fico por lá. — Respondo vagamente.

Sebastian pareceu pensar um pouco sobre o assunto e falou.

— Rick disse que viaja muito, estou curioso pra saber pra que lugares você já foi. — Exclamou Sebastian genuinamente curioso.

— Muitos lugares — Respondi mais vagamente ainda. Olhei pra ele e seu rosto parecia um pouco desapontado, dei um sorriso. — Como Gales, Bósnia, Alemanha, Antártica, França e alguns outros. — Completei com uma carranca, esse é o tipo de conversa normal que eu naturalmente não tenho.

— E qual foi o que você mais gostou? — Perguntou Sebastian ainda curioso.

Virei meu rosto e o encarei. Foi ai que notei o que ele estava tentando fazer. Sebastian obviamente estava tentando arrumar um motivo para confiar em mim, ele estava na esperança de conseguir algo me vendo lutar, mas como eu recusei e ele optou pela segunda opção, conversar.

— Londres — Respondi um pouco cautelosa. Essa conversa estava tomando rumos que eu não queria trilhar.

Antes que Sebastian pudesse falar algo eu senti a presença de mais alguém por perto. De algum jeito eu sabia que era Rick. Olhei para Sebastian e me levantei chegando à porta rapidamente e a abrindo. Olhei para o lado esquerdo e Rick estava no fim do corredor e me lançou um olhar duro.

—Siga-me — Rick rosnou.

O olhei interrogativamente, mas não o questionei, simplesmente o segui. Rick estava indo em direção a biblioteca e parecia realmente irritado.

Assim que chegamos Rick abriu a porta com raiva e bateu com a mão para fechar, mesmo sabendo que eu não havia entrado. Segurei a porta, entrei e a fechei com calma. As atitudes de Rick estavam começando a me irritar.

Assim que fechei a porta Rick ralhou.

— Clarissa você pode me explicar que cena foi aquela em Paris? — Questionou Rick com os olhos dilatados de raiva.

Não o respondi, não tinha certeza do que ele estava falando. Fiz uma cara de interrogação e Rick esbravejou.

— Não se faça de desentendida Clarissa. Você MATOU mais um integrante do submundo. — Berrou Rick.

Seu olhar mostrava desgosto e seu rosto estava vermelho de raiva.

Na hora entendi. Mas é claro. Pra todos os efeitos eu matei o feiticeiro Thiago.

— E qual é o problema nisso Rick? — Perguntei tranquilamente.

— Qual é o problema? QUAL É O PROBLEMA CLARISSA? — O rosto de Rick não passava de raiva e indignação. — Ele é um ser humano Clarissa. Você pode não se importar com isso, MAS EU E SEUS PAIS NOS IMPORTAMOS! — As últimas palavras de Rick foram gritadas. — Não é só porque eles foram mortos por integrantes do submundo que você tem o direito de matar qualquer um que atravessar seu caminho — Falou Rick com sua raiva evaporando, ele simplesmente não conseguia falar abertamente nesse assunto, mesmo comigo.

— Alarick eu só vou dizer uma vez. — Falei calma e friamente, eu sentia o fogo celestial pinicando em minhas veias — Não se meta nos meus assuntos com a Clave.

Minha voz era firme, fria e assustadora. Rick me olhou um pouco assustado e isso me doeu um pouco. Minha intenção não era deixá-lo com medo, mas é preciso.

— Agora, por favor, preciso dos dados complementares da missão — Sugeri mais calma, logo me sentando.

Acompanhando meu gesto Rick se sentou na mesma cadeira que estava no dia anterior pegando uma pasta em sua gaveta e entregando a mim.

— Malik me entregou. Ele é o segundo no comando do Conclave de Nova York, inferior apenas a Maryse. Ele veio entregar a mando da Inquisidora Jia. — Explicou Rick visivelmente mais calmo.

Nem precisei abrir para ver o que tinha dentro. Sabia que eram as fichas que faltavam dos integrantes do submundo próximo aos caçadores.

—Obrigada. — Agradeci — Dados da missão, por favor. — Pedi gentilmente.

— Tudo bem. Você não tem uma equipe, já que dispensou esse fato, mas tem a mim e a Malik para contar caso precise de reforço. Fui informado essa manha que Logan está disposto a vir, mas Jia esta tentando conte-lo. — Informou Rick me observando — No caso era pra dirigente do Instituto saber da missão, mas Jia não achou necessário já que eu estou aqui. Toda a ação que você decidir tomar terá que ser avisada com antecedência para mim ou Malik. Ele fez uma pausa tentando se lembrar de algo, mas logo disse — Isso é tudo. — Terminou Alarick soltando um leve suspiro e se recostando na cadeira.

Dei um leve aceno com a cabeça e fiz menção de me levantar quando Rick falou.

— Ainda não acabamos Clarissa. — Disse Rick com um rosto sério. — As Irmãs de Ferro mandaram uma mensagem pra você. — Explicou.

— E que mensagem é essa? — Perguntei curiosa.

Rick abriu uma gaveta e tirou um envelope pequeno de lá e me entregou.

Peguei o envelope e o abri. Havia um pequeno cartão com letras prateadas dizendo “Está pronta”. Dei um pequeno sorriso.

Olhei pra Rick que estava ligeiramente curioso.

— Se é só isso eu vou indo Rick. Com sua licença — Pedi educadamente me retirando.

Assim que sai da biblioteca encontrei os moradores do Instituto e Sebastian no corredor vindo em minha direção.

— Finalmente encontramos a anã — Falou o Herondale fazendo graça. Tava demorando, pensei irônica.

— Ignora ele Clary — Pediu Alec — Que tal sair com a gente pra almoçar? — Perguntou o moreno colocando o braço ao redor do meu ombro fazendo o Herondale ficar um pouco vermelho. Eu simplesmente ignorei.

— Por mim tudo bem. — Respondi olhando pra Alec que estava com um olhar divertido, os outros pude perceber que estavam se segurando muito pra não rir.

—Ótimo — Disse Jace — Temos uma anã de estimação. Esperem que eu vou ir pegar a coleira. — Ironizou Jace, seu olhar era travesso.

— Se continuar assim Herondale, quem vai precisar dela é você. — Respondi divertida. Ele realmente estava se emprenhando em me irritar, pena que não me importo.

Todos menos eu e Jace começaram a rir. Até Alec avisar que ia tomar um banho e se trocar para depois irmos almoçar. Antes de eu ir me lembrei que havia deixado a pasta com as fichas na biblioteca.

Dei 2 tocs e entrei, Rick estava no telefone e me olhou interrogativamente, ignorei e peguei a pasta logo me retirando e indo pra o meu quarto.

Chegando guardei as fichas no guarda- roupa separando uma camiseta de um anime mundano chamado Tokyo Goul preta, caça jeans e um all star preto um pouco sujo e velho indo direto pro chuveiro. Saindo do banho me troquei e fui até a sala de armas pegando as minhas Falcione que estava no mesmo lugar que eu havia deixado e uma adaga a colocando no meu bolso. Voltei para o meu quarto e pendurei na parede meu par de Falcione saindo com uma adaga no bolso e deixando Katara na mesa.

Fui até a sala e ainda não havia ninguém. Me sentei no sofá e comecei a pensar no que precisaria durante essas 2 semanas. Um celular, um relógio, e um meio de transporte. Dei um sorriso. Antes de ir pro Magnus hoje irei providenciar cada maldita coisa.

Alguns minutos depois Alec, Jace e Sebastian desceram só faltando a Izzy que apareceu algum tempo depois.

Saímos todos e fomos até um restaurante chamado Taki’s. Assim que chegamos logo fomos para uma mesa e pedimos nossas comidas. Todos se enfiaram em conversas paralelas que resolvi ignorar. Algumas vezes até tentavam me colocar em alguma conversa, mas eu os cortava. Eu estava um pouco distraída com o ambiente, tensa seria a melhor palavra. Tinha muitos integrantes do submundo em um mesmo local, em sua maioria vampiros. Eu estava mantendo toda a minha concentração para não tirar a adaga do bolso e matar cada um deles.

Em algum momento comecei a sentir o fogo celestial pinicar minhas veias. Eu não estava conseguindo me controlar, cada célula do meu corpo me dizia pra arrancar cada pedaço de cada ser aqui dentro. Meus olhos atentos, meu corpo tenso e a adrenalina subindo. Eu comecei a focar em um grupo de vampiros sentados em uma mesa bebendo sangue provavelmente. Eu estava completamente concentrada naquela mesa. Até que alguém esbarra em mim.

Eu me levanto rapidamente e vejo Kaelie, uma fada da corte Seelie. Quando ela me reconhece da um passo para trás assustada. Ela é uma das serventes da rainha Seelie, já me viu na Corte vezes o suficiente pra saber que e não hesitaria nenhum segundo em matá-la.

Todos na mesa pararam suas conversas e ficaram observando. Kaelie murmura um pedido de desculpas desajeitado e eu volto a me sentar, tentando não mostrar minha raiva.

Todos estão olhando pra mim, apenas dou um sorriso e tento pensar em algo que não me faça perder o controle. Eu já estava perdendo o controle.

Pelo anjo eu poderia ter simplesmente matado Kaelie por ela ter esbarrado sem querer em mim.

Eu preciso sair daqui, o mais rápido possível.

Sem nem mesmo terminar de comer me levantei, todos olharam confusos, eu murmurei alguma desculpa e sai, Alec gritou algo como 22:30, mas eu já tinha saído.

Eu sabia que se ficasse mais um segundo naquele lugar, mataria todos, e não me importaria se fossem downworlders, caçadores ou mundanos. Eu simplesmente os mataria.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não me odeiem ..
Como eu disse nas notas iniciais esse capítulo foi difícil de fazer.. Galera essa é a personalidade da Clary.. Esse é o jeito dela. Ela pode ser boa e justa as vezes, mas ela foi criada pra matar, esses são os instintos naturais dela, e eu realmente precisava mostrar esse lado dela pra vocês..
Depois de tudo que ela passou era quase impossível ela ficar sem sequelas ou traumas, e eu quis mostrar isso..
Bjãoo
E no próximo tem festa do Bane !!!
Até os comentários..
Povo que acompanha e não sem pronuncia, deem um "Oi", juro que não mordo kkkkkk'
Xau