Senhorita Jackson. escrita por Luana Bankersen


Capítulo 5
Capítulo 5: Diamantes parecem ser apenas cacos de vidro para mim.


Notas iniciais do capítulo

He-ey!
Finalmente o bloqueio criativo me abandonou e eu pude trazer esse capítulo para vocês. Eu pensei em cada detalhe para não cometer erros, mas eu sei que pode ter escapado alguma coisa, então, caso isso tenha acontecido, seria muito bom que vocês apontassem onde eu errei.
Agradecimentos rápidos a todos os que leram até aqui, vou tentar trazer os capítulos com mais frequência, sério. Agradeço a Isabella, Carol (Crusha), Day, Sarah, Suelen, Julia, Pamela e a todo mundo que está acompanhando essa jornada de pecados que não podem se transformar em tragédias.
Ah, eu modifiquei o nome de Daniel para Brendon em todos os capítulos.
Eu, particularmente, amei o capítulo. E espero que vocês também o amem tanto quanto eu.
Muito obrigada a todos.
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/591186/chapter/5

Às vezes é preciso voltar ao início, ao começo de tudo, para compreender as coisas que acontecem no presente e para se preparar para as coisas que irão acontecer no futuro.

Talvez você só precise estar perto de alguém que se importa com você, alguém que faça com que você se sinta seguro. Ou talvez você precise ficar sozinho por um tempo, para poder libertar as lágrimas que você esteve segurando na frente dos outros para fingir que está tudo bem. Talvez você precise ficar sozinho porque não consegue ser forte o tempo todo.

Eu não sou nenhum filósofo, mas eu acredito nas minhas filosofias forjadas. E as sigo, pois a vida tem seus mistérios e nós somos destinados (mesmo que escrevamos os nossos próprios destinos) a desvendá-los, a fazer parte dessa loucura de merda. Annanda Jackson é um mistério, tudo sobre ela se tornou incerto após o que aconteceu. Eu sonho com o dia em que a encontrarei e verei seu sorriso novamente. Porém, é apenas um sonho.

Minha esperança está morta e talvez esse seja o motivo pelo qual eu me tornei tão frio.

Eu te amo. Agora vamos comer pizza?

Se eu dissesse que as palavras de Annanda não me surpreenderam, eu estaria mentindo. Eu sentia como se ela estivesse brincando com meus sentimentos, mas eu sabia que não conseguiria me distanciar. Eu já havia perdido. Eu já era dela, mesmo que ela nunca fosse minha verdadeiramente. Ela era como um erro, mas nada iria me impedir de cometê-lo. Qualquer outra coisa era impensável; meu coração seria partido, eu me sentiria uma droga. Isso não importava, Jackson era a grande vencedora e o prêmio era meu sofrimento futuro. Eu previra tudo. Ela despedaçando meu coração e desaparecendo. Mas eu não previ o que realmente aconteceu.

– Brendon? – Annanda chamou, fazendo com que eu despertasse de meus devaneios.

– Sim? – Minhas mãos foram até o apoio da varanda e eu olhei para baixo, para a área livre de minha casa, para a piscina que refletia a imagem acima. O reflexo da Lua continuava ali, como se me perseguisse, como se quisesse me dizer algo.

– Você está bem? – Indagou a garota ao meu lado, apoiando uma de suas mãos em meu ombro.

– Sim... Eu acho que sim. – Suspirei e fiz o possível para colocar todos os pensamentos que rodavam na minha mente em segundo plano. Meus olhos encontraram os de Jackson e eu poderia jurar que seu olhar transmitia culpa. – Venha, você deve estar faminta.

Nós descemos as escadas de minha casa em silêncio. Toda e qualquer palavra parecia ser desnecessária, mesmo que eu me sentisse desconfortável com esse momento silencioso. Guiei-a até a mesa de jantar que eu normalmente habitava sozinho, mas sua atenção foi tomada por outra coisa. Ela parou ao meu lado e eu segui seu olhar, entendendo imediatamente o que lhe chamara a atenção. Meu violão repousava solitário sobre o sofá há poucos metros de nós.

– Sei que estou abusando de sua hospitalidade e que você me diz que eu brinco com seus sentimentos, mas eu posso pedir-lhe que toque uma música para mim? – Ela sorriu e eu soube que não conseguiria negar isso a ela.

– Mas é claro, só quero comer um pouco antes. – Disse-lhe, apontando para a pizza em cima da mesa. Jackson assentiu, sentando-se à mesa. – Quer beber alguma coisa?

– Qualquer coisa que não faça com que eu fique indecente. – Ela me lançou um olhar travesso e eu permiti um sorriso de minha parte.

– Essa parece ser uma tarefa com um grande grau de dificuldade. – Alcancei duas taças no armário do corredor, encarando um estoque farto dos meus vinhos favoritos e das bebidas que eu havia ganhado dos meus amigos apreciadores de uma boa dose de álcool.

– Você não faz ideia. – Suas palavras ficaram repetindo em minha mente enquanto eu procurava o que eu queria naquele momento. O sorriso que já habitava meu rosto ficou mais intenso quando encontrei o champanhe que eu vinha guardando para uma ocasião especial, o que com certeza aquela era. Tinha sido um presente do meu melhor amigo, Spencer.

– Ora, ora. O que temos aqui... – Levantei a garrafa para que Annanda pudesse ver.

– Urie, eu tinha dito algo que não fizesse com que eu me mostrasse indecente. – Sua voz emitia uma falsa indignação, o que me fez rir. Levei o champanhe até a mesa e coloquei um pouco em cada taça. Entreguei uma a Jackson e sentei-me a sua frente. Ela levantou sua taça e me encarou. – Um brinde a Brendon Urie, por ser apaixonantemente louco.

– Apaixonantemente louco? – Indaguei confuso.

– Oh, meu querido. Você apresenta sérios problemas de sanidade ao receber uma pessoa que você não conhece em sua casa e lhe oferecer a melhor bebida que tem guardada. – Ela me tinha enrolado em seus dedos, cada palavra emitida por Annanda fazia total sentido. – E você foi capaz de fazer com que eu me apaixonasse por você em um período muito curto de tempo.

– Um brinde a Senhorita Jackson, por ser apaixonantemente indecente. – Provoquei-lhe, levando minha taça ao encontro da sua.

– Certo, acabo de perceber que você tinha razão; eu estou morrendo de fome. – Concluiu Jackson, tomando um gole do conteúdo em sua taça. – Hm... Isso é realmente muito bom.

– Spencer nunca erra. – Comentei, virando a garrafa para ler a descrição do champanhe. – Nunca.

Após meu comentário, servi-me de uma farta fatia de pizza e cortei outra para Annanda, conversamos sobre assuntos aleatórios e parecia que nós nos conhecíamos há anos. Era estranho, mas de um jeito bom. Eu amava cada traço do rosto dela, mas temia que todo sentimento que ela dizia ter por mim fosse falso. Quem poderia garantir que suas palavras eram verdadeiras?

– Então, Brendon. Vai tocar alguma coisa nesse violão ou terei de fazer isso por você? – Ela indagou, me lembrando de que eu havia prometido uma música.

Dirigi-me ao sofá onde meu violão estava e sentei-me. Ajeitei o instrumento em meu colo e toquei uma nota; estava perfeitamente afinado, como sempre. Comecei a pensar em uma música que fosse apropriada para a ocasião, quando Annanda sentou-se ao meu lado e colocou uma de suas mãos sobre a minha coxa.

– Toque algo de que você goste. – Ela sussurrou em meu ouvido e eu fechei meus olhos, revirando minha mente em busca da música perfeita. E então, de repente, eu sabia exatamente o que fazer, mesmo que meu ato trouxesse a tona os acontecimentos de um passado que eu lutava para esquecer.

– Eu vou tocar uma música minha. – Meu olhar encontrou o do Jackson e ela assentiu.

Fechei os olhos e expressei todos os meus sentimentos na música que eu tinha dito a mim mesmo que nunca mais tocaria. A melodia calma pela qual um dia eu fora completamente apaixonado, uma paixão que um dia teve seu fim e eu sempre tinha tido medo de desenterrá-la e trazer a dor do isolamento do passado novamente.

E se toda a nossa vida não fosse mais que um sonho?

Naquele dia, eu me libertei dos meus medos. O simples ato de tocar aquela música fez com que eu percebesse que não vale a pena viver no passado. Annanda podia ser um erro, mas estava me fazendo esquecer os acontecimentos de muito tempo atrás que me atormentavam, sendo que esse provavelmente não era o propósito dela. Mas é claro que o esquecimento não foi permanente.

Diamantes parecem ser apenas cacos de vidro para mim.

Abri meus olhos, e percebi a calma que o olhar de Jackson transmitia. Era como se ela estivesse me dizendo que estava tudo bem. Como se dissesse que eu estava fazendo as escolhas certas. Como se fizesse uma promessa de que tudo ia melhorar, de que eu nunca mais seria abandonado por ninguém. Mas é óbvio que ela não sabia o que realmente estava acontecendo. Ela não fazia ideia de quantas lembranças essa música me trazia. Ela nem me conhecia. Mas eu a amava.

Hey Lua, por favor, esqueça-se de se pôr.

De repente, tudo fez sentido. Ao cantar o refrão da música, comecei a acreditar que tudo ia melhorar e que Annanda não ia partir meu coração. Comecei a acreditar que eu tinha uma chance.

Às vezes eu acho que fui amaldiçoado.

A música chegou ao fim e eu coloquei meu violão ao meu lado. Meu olhar encontrou-se com o de Jackson e eu percebi que ela estava chorando. Comecei a pensar no que eu poderia ter feito de errado para fazer com que ela chorasse e a abracei. Quando senti seus braços ao redor de mim, percebi que eu também precisava urgentemente de um abraço.

– Por que você está chorando? – Perguntei, sentindo-me impotente.

– O jeito como você toca e canta essa música em especial... Eu não tenho palavras, é simplesmente maravilhoso. – Ela soluçou e eu senti seu abraço se tornar mais forte. – É como se você fizesse as notas chorarem.

– O quê?

– Eu não sei explicar. – Annanda se afastou e limpou as lágrimas com a manga da blusa. – Vamos tomar mais um pouco de champanhe?

Assenti e fui até a mesa, enchendo as duas taças com uma porção generosa do líquido da garrafa. Voltei até Annanda e sentei-me ao seu lado, entregando-lhe sua taça.

– Muito obrigada... Por tudo. – Ela sussurrou, tomando um gole de champanhe.

– Você não precisa me agradecer.

– Você é real? – Jackson me perguntou, analisando cada traço do meu rosto, o que (tenho que admitir) me deixou um tanto quanto constrangido.

– Sim, eu sou real. – Eu sorri e tomei todo o conteúdo que ainda havia em minha taça. – Senhorita Jackson.

– O quê?

– Você é safada? – Indaguei, sentindo o efeito produzido pelo álcool começar a se manifestar em mim. Annanda tomou o resto de seu champanhe e me encarou sorrindo.

– Não tenha dúvidas disso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Valeu a pena esperar tanto tempo?
Deixem seus comentários!
Vou deixar os links da música Miss Jackson e da música Northern Downpour do Panic! At The Disco, eu estava ouvindo ND enquanto escrevia esse capítulo e amei o resultado.
Miss Jackson: https://www.youtube.com/watch?v=LUc_jXBD9DU
Northern Downpour: https://www.youtube.com/watch?v=zouSojyIi94



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Senhorita Jackson." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.