P.O.V Geral:

Com os raios de sol invadindo a atmosfera, uma nova manhã prosseguia formando-se no coração de Los Angeles... O clima era agradável, semelhante ao auge da primavera. Porém, de agradável permaneceria apenas o tempo. Pelo menos, para o jovem rapaz estava cavando sua própria cova...

Caminhando calmamente pela rua, o dono das íris esverdeadas andou pela primeira vez como quem pudesse sentir o gosto da liberdade, no entanto ele estava bem ciente de que essa realidade estava bem distante de ser a sua...

Como estava se aproximando a hora da maioria das empresas abrirem suas portas, muitos empregados costumavam tomar seu café da manhã a caminho trabalho.Por isso, já era de se esperar que as lanchonetes estivessem em seu horário de pico...

Por fim, passando em frente a um popular estabelecimento conhecido como Break Time, o rapaz sentiu seu PearPhone vibrar em seu bolso... Imediatamente, um arrepio lhe percorreu a espinha, visto que poucas pessoas ou quase nenhuma possuíam seu número, e menores ainda eram as chances de a pessoa responsável pela ligação ser diferente de quem ele estava pensando...

Retirando o aparelho de seu bolso, o jovem imediatamente olhou para a tela plasma a procura de um destinatário, porém encontrou apenas um número bloqueado... Hesitante, o ex-meliante pensou em ignorar, mas por fim cedeu as suas expectativas e resolveu atender a ligação...

~ Ligação On ~

— Sim? - Indagou ele seriamente

— Bom dia Phillip...- Uma voz feminina soou sarcasticamente no outro lado, fazendo o homem revirar os olhos em frustração

— O que você quer? - Respondeu ele ríspidamente

— Nossa, é assim que se trata uma boa amiga? - Exclamou ela fingindo inocência

— Olha, não importa o que você quer dessa vez, eu apenas não quero ver a sua cara tão ced...

— Tarde demais para isso, Flint... - O rapaz não pode terminar sua sentença, pois fora interrompido pela loira

— O que quer dizer? - Exclamou o meliante receoso imediatamente enrijecendo a postura

— Apenas olhe para trás... - E obedecendo involuntariamenre a voz que lhe falava, o homem virou-se de fronte para o Break Time, deparando-se com uma silhueta loira sentada em uma das mesas laterais, trajando uma vestimenta extremamente casual para sua estranheza, resumindo-se apenas a uma calça sarja bem ajustada, um blazer acinturado com as mangas dobradas até o pulso, e seu salto agulha sempre presente, além de seu cabelo impecavelmente arrumado em um coque desfiado, como já era de seu costume... - Touchê, querido! - Exclamou ela por fim ainda no telefone, abaixando discretamente seus óculos escuros revelando suas brilhantes íris azuladas, e acenando suavemente ao notar que o rapaz havia estabelecido um contanto visual para com ela...

— O que está fazendo aí?! Como sabia que eu estaria aqui?! Por acaso você anda me espionando, Puckett? - Exclamou ele em fúria, cuspindo cada palavra... A jovem mulher apenas soltou uma pequena risada desdenhosa, tomou calmamente um gole de seu café, e por fim, respondeu sem rodeios:

— Você é extremamente previsível, Logan... Não é muito difícil imaginar que um bad boy no estilo "lobo solitário" como você é, costume gastar sua liberdade em longas caminhas pelo mundo, como se essa bela esfera azul girasse apenas em torno da sua pessoa... Mas, enfim... - Continuou a loira, ignorando o farto que o dono das íris esverdeadas fumegava de ódio a cada palavra dita - Acabei de pedir dois expressos. Então venha logo, temos muito a conversar...

— Me deixa em paz pelo menos uma vez na vida, sua louca! Eu já disse que não vou nenhum!

— Meio injusto cobrar de mim algo que você nunca teve, não é mesmo querido? ... Pouco me importa o que você quer, eu só quero que você para de bancar a criança mimada e venha logo aqui, você sabe muito bem o quanto eu odeio esperar... Caso contrário, alguém te mandará de volta para a cadeia, e dessa vez não será a Samantha!

~ Ligação Off ~

Ao ouvir o toque de chamada encerrada, o jovem rapaz devolveu violentamente seu telefone ao bolso, e ajeitando sua touca se dirigiu em direção a mulher que diariamente lhe oferecia uma dose letal de veneno que atentava contra sua própria sanidade...

— Fico lisonjeada de ter aceito meu convite! - Exclamou ela em um tom jocoso, tendo um falso sorriso se formando em seus lábios

— Diga logo, o que você quer dessa vez? - Cuspiu ele as palavras em resposta, assentando-se em uma das cadeiras disponíveis ao redor da mesa

— Essa pergunta é muito vaga Phillip... Querer eu quero muitas coisas, mas no momento, desejo apenas uma delas...

— E o que eu tenho a ver com isso?! Será você já não está satisfeita com toda a desgraça que causou? Você sabe muito bem que isso vai acabar mal Puckett... E quando descobrirem tudo o que você vez, você vai se arrepender! - Exclamou atônito, em um misto de reprovação e apelo

— Meu bem, eu já disse que se isso é pra ser um jogo, eu entrei pra ganhar! E de qualquer forma, até onde eu sei os mortos não precisam pagar por seus crimes... - Sugeriu ela astutamente

— Como? - Indagou o homem confuso, franzindo ceticamente suas sobrancelhas

— Eu quero que você entregue a Samantha meu atestado de óbito! - Respondeu a loira sem rodeios

— Mas o que?! Por acaso toda essa mentalidade doentia afetou o seu cérebro?! - Esbravejou o moreno em descrença

— Cale-se, Phillip! Desequilibrado será você, se continuar fazendo escândalo em público desse jeito... E sim, você me ouviu muito bem, eu quero que você entregue meu atestado de óbito para Samantha...

— Apenas... Por que?

— Como eu disse, os mortos não respondem por seus crimes... Como sendo a única parente mais próxima dela no momento e de mais fácil localização, obviamente uma hora ou outra eles irão me procurar, o que pode comprometer totalmente a execução do meu plano... Porém, é óbvio que eles jamais me procurarão se eu estiver "morta", o que eliminará qualquer suspeita diante de mim... E além do mais, com o tempo eu posso ganhar uma boa remuneração por com belo processo de "falso atentado de certificação de óbito conta a minha pessoa"... - Sorriu a loira amplamente mediante o seu próprio sadismo

— Como assim "a única parente mais próxima dela"? E a mãe de vocês? Não faria sentido eles procurarem a Pamela sendo que ela mora aqui em Los Angeles, do que você no Texas? Ou pelo menos morava, eu acho...

— Bem, a não ser que seja possível levantá-la dentre os mortos, creio essa sua sugestão não irá funcionar... - Respondeu ela sem rodeios

— Espera, levanta-la dentre os mor... Não me diga que você... Por acaso você...

— Pretende terminar alguma dessas frases? - Bufou a loira irritada

— Como pode matar sua própria mãe?! Você é louca! - Esbravejou o rapaz horrorizado diante de suas próprias conclusões

— Como? Matar minha própria mãe? Eu lá tenho cara de assasina?... Não seja ridículo, Logan! Embora eu ache que esse pedido seja praticamente impossível... - Sussurrou ela a última frase - Foi a própria Pamela quem provocou sua morte a alguns meses atrás, afinal, já era de se imaginar que tentar estocar todo o estoque russo de vodcas em seu fígado não iria terminar bem... Além do mais, por mais que não tivessemos um bom relacionamento eu gostaria que ela estivesse viva quando eu finalmente triunfasse diante da Samantha, porém creio que esse detalhe terá de ser esquecido...

— Você pode até não tirar a vida de uma pessoa, mas acaba completamente com a qualidade dela! - Confessou o ex-detento em um impulso

— Own, coitadinho do cara que só essa semana dopou um dublê, invadiu uma propriedade privada, praticou falsidade ideológica, e além de trair a namorada no passado, ainda deu um tiro nela! Com certeza Logan, você é a pessoa mais indicada no mundo pra dar uma lição de moral! - Rebateu ela sarcasticamente

— Não ouse me acusar! Você mais do que ninguém sabe que eu não tive escolha!... Mas, que seja... Então como você ficou sabendo disso, e eu não?

— Sério Phillip? Sério mesmo? As vezes me pergunto se você é mesmo tão imbecíl quanto parece, ou apenas finge que é! Primeiro, eu sou uma Puckett, e por sinal a filha da Pamela... É óbvio que eu iria receber a notícia! E segundo, você estava preso em uma minúscula caixinha de concreto completamente apartado de mundo até a semana passada, até que surgiu uma alma bondosa como eu que lhe concedeu de volta o direito de liberdade...

— Se isso é a liberdade, então que tragam a prisão... - Murmurou o meliante distraidamente, porém alto o suficiente para que sua parceira de crime pudesse escutar

— Oh, é mesmo? Pois bem... Se é isso o que você quer, estou indo agora mesmo denunciar Logan Phillip Flint, como o autor pelo atentado contra Samantha Puckett! E não se preocupe querido, isso vai lhe garantir um bom tempo no xadrez... - E em um ágil movimento, a mulher levantou-se de supetão, fazendo o rapaz desesperadamente ceder aos seus caprichos

— Não! Espere! Diga-me o que devo fazer, não irei contrariá-la - Cedeu ele amargamente se dando por vencido

— Isso! Bom garoto... É desse jeito que a mamãe gosta... - A moça deu um tapinha amigável no ombro do rapaz, enquanto ambos retornavam para a mesa... Anteriormente ele apreciaria o gesto, porém ao notar de quem se tratava, o toque fez o rapaz estremecer...

— Eu não sou um cachorro! - Retrucou

— Tem certeza Totó? Por até pouco tempo atrás eu te vi preso na corrente...

— Será que podemos não falar de mim pelo menos por um minuto?

— É, tem razão, por mais que eu ache isso extremamente hilariante, eu não tenho o dia todo... Enfim, vamos direto ao ponto... Como eu ia dizendo, você tem apenas que entregar o meu atestado de óbito para Samantha. Mas de preferência, quando a madame petulância, o advogado jardim de infância, e principalmente o Nerd imbecíl estiverem presentes... Eu daria tudo pra ver a reação deles, mas como não posso quer pelo menos ouvir o que tem a dizer... Mas tudo bem, apenas diga a eles que não chorem por mim. Eu era uma pessoa feliz, que detestaria ver minha amada irmã aos prantos! - Exclamou ela demonstrando falsa empatia, seguido de uma crise de risos de deboche

— Wow, Wow... Certo... Eu já entendi muito bem o porque de você querer entregar esse maldito atestado... Mas tem certeza de que vai conseguir fazer isso sabe? Sabe, talvez não fique realista o suficiente...

— Não Logan, eu sou apenas uma mulher que conseguia roubar a identidade de uma pessoa, libertar um detendo em nome dela, fazer com que autoridades de alto escalação acreditassem que ela é culpa por um crime que não cometeu, invadir um estúdio de segurança máxima, desativar um sistema de segurança confidencia, criar uma empresa fantasma, e desviar toda a verba de uma conta hackeada... Mas não, é uma pena que mesmo tendo feito tudo isso, eu não saiba como forjar a minha própria morte! - Respondeu ela ceticamente

— E como vai viver depois disso? Você não pode simplesmente sair por aí, como se estivesse viva perante a sociedade... Se alguém te reconhece, será obviamente o seu fim...

— Logan... Logan... Como sempre tão ingênuo... Você acha mesmo eu já também não dei um jeito nisso?... Eu conheço um rapaz, aqui mesmo de Los Angeles chamado Diceneo Jay Corleone, mais conhecido como Dice... O menino é simplesmente um prodígio: jovem, ágil e inteligente, pode me conseguir quantas identidades falsas eu bem quiser... É realmente uma pena ele ser tão jovem, se não nos daríamos muito bem. Quem sabe ele pode até o meu braço direito, já que tendo metade da sua idade, já é mil vezes mais competente que você...

— Por acaso você nunca se cansa de esnobar as pessoas? - Indagou o moreno retoricamente revirando os olhos

— Hum... Deixa eu pensar... Não! É sempre bom praticar as minhas habilidades, quanto mais naquelas que eu sou excepcionalmente excelente... - Retribui a loira com uma piscadela, e um sorriso falso de canto - Mas enfim... É isso o que você tem de fazer, e chega de questionamentos porque paciência é uma coisa que eu não tenho, e que você está colaborando para que eu tenha menos ainda...

— Dessa vez você me surpreendeu, querida...

— E onde estaria a surpresa nisso? - Respondeu ela de forma arrogante, admirando suas simétricas unhas...

— Você me realmente me surpreendeu por tamanha incompetência...

— Desculpe? Por acaso se esquece de com que com que está falando?

— Claro que não... Estou falando com a mulher que quer me jogar no fogo cruzado! Por acaso ficou louca? Acha mesmo que Samantha e companhia iriam acreditar em algo que eu dissesse, principalmente se tratando da morte da própria irmã? Essa loucura entregaria os pontos não apenas pra você, mas também pra mim, levando "seu perfeito e infalível plano" completamente por água abaixo!

— Isso jamais vai acontecer, seu estúpido! É óbvio que eu também já pensei nisso, e também já tomei todas as medidas para que não saibam que é você...

— Então como pretende que eu entregue despercebidamente, se absolutamente todos naquele hospital já me conhecem?

— Por que não será você quem irá entregar...

— Como? Ma-mas... Eu realmente não entendo... - Confessou o rapaz confuso - Quem irá então?

— Logan Flint não irá... Mas Ryder Daniels sim...

...

~ Na manhã seguinte, no estacionamento do Hospital Debra McCurdy ~

Tão rápido quando um piscar de olhos, quem passava casualmente em torno da calçada poderia ver um moreno saltando de seu carro, e zarpando em direção a entrada do hospital... Por ele, teria passado a noite inteira velando o sono da loira, porém foi praticamente obrigado pelas meninas a ir para casa descansar um pouco, visto que ficara praticamente 3 dias inteiros plantado naquela sala de espera...

Por que não tivesse pregado o olho uma só vez naquela noite, ele decidiu obedecer. Pois sabia que que quando Shay e Puckett se juntam, não há quem seja capaz de contar as moças...

P.O.V Freddie:

Finalmente amanheceu...Carly passou a noite com a Sam no hospital juntamente com o Spencer, que na verdade devem ter virado a noite em buscar de pistas, provas, ou contatos que pudessem esclarecer a situação atual, ou até mesmo impedir a prisão por completo... Mesmo a última hipótese seja mais difícil, se tem uma coisa que eu aprendi nos últimos dias é jamais duvidar da eficiência do Shay's... Quando aqueles dois se juntam, fazem coisas que nem mesmo sabiam que eram capazes...

Embora esse também tenha sido um dos principais motivos de eu ter acompanhado a peregrinação da noite até o amanhecer, infelizmente não consegui chegar a conclusão alguma... Talvez investigação criminal não seja meu forte, mas eu sempre fui um grande amante de tecnologia... Se ao menos houvesse algum arquivo ou endereço virtual, eu pelo menos conseguiria rastrear o IP do destinatário e descobrir quem é o desgraçado responsável por tudo isso...

— Buenas dias muchachas! - Exclamei adentrando no cômodo, fazendo a morena pular de susto e derrubar alguns papéis...

— Freddie! - Assim que ela se deu conta de quem era, lançou um olhar mortal em minha direção, então não me contive em soltar uma pequena gargalhada... Porém não pude deixar de notar o seu semblante cansado, então a julgar pela quantidade de papéis que estavam espalhados por todos os cantos também pelo número de xícaras vazias de café, pude concluir que minha suspeita estava correta... Enquanto a Shay mais nova ainda apanhava alguns documentos, me aproximei da loira que obviamente estava rindo copiosamente da reação da amigo, e aproveitei para roubar-lhe um beijo enquanto ela ainda estava distraída:

— Bom dia Princesa Puckett - Me pronunciei quebrando o beijo

— Bom dia Frednerd... - Retribuiu ela com um selinho, abrindo amplamente seu belo sorriso em seguida

— Desculpe por isso Shay - Exclamei abraçando a morena de lateral - Prometo não tentar acidentalmente lhe causar um ataque cardíaco outra vez - Anunciei ainda rindo um pouco do que havia acabado de acontecer

— Agradeço por isso, eu acho... - Respondeu ela rindo um pouco

— Mas então... Como passaram a noite? Já que as duas praticamente me expulsaram daqui ontem

— Ah você sabe... Conversarmos, procuramos suspeitos, comemos essa comida estranha do hospital, brigamos com o médico... Apenas o que eu consigo fazer estando presa nessa cama de hospital - Respondeu a loira naturalmente dando ombros

— Oh, certo... - Respondi distraidamente, até perceber o teor do último item citado - Espera.. Vocês brigaram com o médico? Por que? - Indaguei confuso

— Nós não, a Sam que surtou quando o médico veio aqui trocar a agulha do soro! - Defendeu-se a morena - Ela tentou atacar um dos enfermeiros com uma seringa, então eu e mais duas enfermeiras tivemos de segura-la antes que o assistente do Dr. Mattews virasse uma peça de queijo de suíço...

— Sam... - Sussurrei em um tom de repreensão

— E o que queriam que eu fizesse? Ele veio aqui se achando o tal tentando enfiar aquele negócio no meu braço... E vocês ainda queriam que eu deixasse? Quem ele pensa que é?!

— O médico? - Exclamamos Carly e eu uníssonos

— Tá, tá, okay.... Vocês estão certos... Mas vocês sabem que eu odeio esses objetos estranhos e pontiagudos perfurando a minha pela... - Resmungou a loira emburrada

— Nós sabemos Sammy, mas isso não é motivo para tentar perfurar um enfermeiro com uma seringa, eles estão apenas fazendo o trabalho deles... - Respondeu a jovem empresária - Além disso não queremos que os diretores tenham medo de te contratar por saberem que a cliente deles pode querer deixar seus funcionários inconscientes com o primeiro objeto que avistar pela frente...

— Vamos fazer assim: se você não atentar contra a vida de mais nenhum funcionário nesse hospital, eu prometo que sairmos daqui nós passamos na Royal Ham e eu compro uma peça de presunto só pra você...

— Inteira?

— Sim...

— E pode ser com mel?

— Claro! Do que jeito que você quiser...

— Fechado, lógico! - Respondeu minha loira extremamente sorridente, porém seu sorriso logo decaiu novamente alguns segundos depois...

— Sam?... - Indaguei preocupado

— Só espero que eu não tenha de receber esse presunto em uma de suas visitas na prisão...

— Não diga isso, amor... Você não vai pagar pagar por um crime que não cometeu... Você é inocente, e nós sabemos disso, por isso a Carly e o Spencer estão trabalhando duro que o desgraçado e o verdadeiro responsável por tudo isso acabe atrás das grades, onde é o lugar dele!

— Mas do que adianta vocês saberem a verdade, mas o resto do mundo não? Eu sei que vocês acreditam em mim, e eu sou muito grata por isso... Você, a Carly e o Spencer são meus melhores amigos, são minha família, são tudo o que eu tenho... Mas sem provas, de nada vai adiantar o meu depoimento. Serão minhas palavras contra mil e uma evidências... Além disso, vocês se lembram de que a minha alta está prevista pra hoje? Aquela detetive intragável deixou bem claro que a minha prisão será decretada publicamente quando a minha alta se tornar oficial... E o que poderemos fazer contra isso? Não podemos evitar o inevitável... - Carly e eu compartilhamos um olhar derrotado, pois por mais que pudéssemos desejar que a loira estivesse errada, ela estava certa... Não podemos voltar no tempo o atrasar o pouco que nos resta. Lágrimas começaram a gotejar nos olhos da morena, porém ela logo tratou de disfarça-las antes que a amiga percebesse... Ela estava exausta, eu estava exausto. Não dormimos praticamente a dias em busca de uma solução, e isso está drenando todas as nossas forças... Porém se tivermos de lutar até o fim, nós iremos lutar...

— Não se preocupe Sam, nós iremos quebrar todos o limites que sejam necessários pra te tirar dessa situação... Pode ter certeza de que se tivermos de lutar por isso, iremos lutar até o fim... Não é mesmo Carly?

— Sim, claro! Sam, você é minha melhor amiga, você é minha minha irmã! Nós nos conhecemos desde pequenas, praticamente a nossa vida toda, nós crescemos juntas... Meu pai nunca foi presente, e minha mãe eu nem ao menos cheguei a conhecer, acho que nunca vi nem seu rosto... Então assim como você, você, o Spencer e agora o Freddie, são a única família que eu conheço, e não estou disposta a perder nenhum de vocês... Eu amo você sua loira preguiçosa, então não pense que vão tirar você de mim, do Freddie, ou de qualquer um de nós tão fácil assim...

— Obrigada Carls, obrigada Nerd... - Respondeu a loira com os olhos suavemente marejados... Embora essa fosse uma cena normal para muitos, para Sam Puckett se tratava de algo extremamente raro

— Além disso, seu caso está nada mais, nada menos, no que nas mãos de Spencer Gerald Shay! Ele é o melhor advogado de Los Angeles, sempre foi dedicado em todos os seus casos, e nunca perdeu um deles sequer! Imagine então o quanto ela vai se dedicar se tratando de uma pessoa que ele ama tanto... - Exclamei confiante - E, falando nisso... Onde ele está?

— Ele saiu daqui bem cedo, disse que o Gunsmoke, o tal cara que trabalha na penitenciaria, ligou dizendo que ele conseguiu um tempo livre, então o Spencer foi correndo encontrá-lo pra ver o que ele consegue extrair... Pelo tempo que já saiu, já deve estar chegando... - Respondeu a morena olhando para a tela do seu PearPhone

— Ótimo! Excelente! - Exclamei exultante - Se ele conseguiu esse tal vídeo do sistema de segurança, poderemos rebobinar até o dia em que o indivíduo que pagou pela fiança do Logan esteve lá, o que significa que possa ser a mesma pessoa que estamos procurando! - Não muito tempo depois, escutamos cerca de três batidas na porta, então imediatamente abri um sorriso.Se fosse o Spencer, com certeza traria alguma boa notícia, embora ele não seja do tipo que costuma fazer cerimômia prar entrar em algum lugar...

— Viram? Deve ser ele, eu atendo... - Respondi me dirigindo até a porta... Porém, ao invés de ver encontrar rosto conhecido, me deparei com um homem relativamente mais alto do que eu, trajando um traje casual que se resumia a uma calça jeans de lavagem azul escura, um sapato social preto, um colete cinza claro, e um um blazer igualmente preto... Seu rosto realmente não me era estranho, ele possuía uma barba feita em formato de cavanhaque, seus olhos eram castanho claros encobertos por um óculos de grau, e pelo o que pude perceber seu cabelo era castanho escuro escondido por debaixo de uma boina tradicional... Mas o que mais me chamou a atenção, foi um fio que estava acoplado no que parecia ser uma ponta dourada de uma insígnia pra parte inferior de seu blazer... Estreitei ainda mas os olhos afim de identificar o que era, porém fui cortado da minha linha de raciocínio quando ouço alguém pigarrear:

— Senhor? - Indagou ele com uma voz grave e extremamente ruidosa para um tom natural

— Oh sim, me desculpe.... Posso ajudar? - Indaguei encarando-o firmemente, porém ele logo abaixou a cabeça como que querendo esconder o rosto

— Eu estou a procura da senhorita Samantha Puckett, e fui informado de que ela se encontra nesse quarto... Poderia por favor abrir passagem para que eu pudesse entrar?

— Me desculpe cara, não creio que ela esteja apta para receber visi...

— Por favor rapaz, se afaste, a notícia que tenho para transmitir é urgente... Interrompeu-me ele segurando a porta com uma das mãos, e a tal insígnia com a outra... E antes mesmo que eu pudesse responder, o homem passou por mim me prensando contra a porta, entrando no cômodo sem cerimônias...

— Bom dia senhoras... E estou a procura de Samantha Joy Puckett? - Indagou ele

— Quem é você, e o que quer comigo? - Respondeu a loira seriamente, enrijecendo sua postura

— Muito prazer Samantha, meu nome é Ryder Daniels... Eu sou um investigador criminal da delegacia do Texas, porém eu tive de vim pessoalmente lhe transmitir um comunicado importante... - Todos nós nos entreolhamos apreensivos, até que a nomeada concedeu a permissão para que o "Darth Vader sem armadura " continuasse... Sério, que pessoa no mundo fala desse jeito?...

— Bem, então diga...

— Me desculpe senhorita, mas diante da política de privacidade eu informo que esse tipo de comunicado seja dado em particular, apenas para membros da família direta ou parentes muito próximo...Então eu recomendo que seus acompanhantes se reti...

— Não, eles ficam...

— Tem certeza? Pois esse é um assunto muito particular, referente apenas a familiares...

— Absoluta... Além do mais, ele são minha família, e deles eu não possuía nada a esconder...

— Pois bem... A senhorita possui uma irmã, certo?

— Sim, eu tenho a irmã gêmea Melanie, porém nós não tivemos mais nenhum contato desde que nossos pais se separam... Porque quer saber?

— Eu lamento ter de lhe informar isso senhorita Puckett... Mas sua irmã, a senhorita Melanie Puckett, faleceu na última quarta feira em um acidente no Texas...

— O que?! - Exclamamos uníssonos

— Co-como assim morta? Como isso aconteceu? - Indagou a loira atônita

— A senhorita Melanie estava voltando da Universidade de Dallas onde a mesma cursava Publicidade e Propaganda, quando um caminhoneiro desgovernado cruzou o sinal fechado e acabou colidindo com o carro de sua irmã... O carro saiu da pista capotando e caiu perto de um barranco... Quando a equipe de primeiro socorros chegou ao local ainda conseguiram removê-la para a ambulância, porém a senhorita Puckett faleceu ainda no caminho do hospital devido a um traumatismo craniano, o que ocasionou uma falta de oxigênio no cérebro além de uma perda considerável de sangue...

— E-eu não acredito nisso... Onde estão os responsáveis por isso?! Quem são? E por que não me informaram logo que o acidente o ocorreu? - A jovem atriz se derramava em uma enxurrada de perguntas, tentando entender esse novo fato que chegara ao seu conhecimento, porém ao mesmo tempo relutante em saber das respostas...

— Felizmente os responsáveis já foram identificados, detidos, e o veículo em questão foi apreendido... Se trata de dois caminhoneiros do Brooklin chamados Joel McCrary e Mathew Willig, mais conhecidos como Costeleta de Porco e Marreta respectivamente... - Explicava o homem retirando uma ficha criminal juntamente com o mandado de prisão do acusados e entregando para a loira para que ela pudesse ver com os seus próprios olhos... E por falar em próprios olhos, uma parte da pele do rosto dele estava, descascando? Ou eu realmente preciso dormir, ou esse cara precisa ir em um dermatologista urgentemente... - O motivo do acidente se deve ao fato de os motoristas estarem visivelmente embriagados... Foram encontradas várias garrafas de wisky vazias no veículo, o que facilitou o andamento da investigação... Eu tenho comigo algumas fotos do momento do acidente, assim também como imagens da cena do crime... Gostariam vê-las? Mas tenho de adverti-los de que se tratam de cenas fortes...

E por uns 30 segundos, a sala inteira ficou em silêncio... Todos fitávamos a Sam que então não tinha oferecido nenhuma resposta, então Carly nos entreolhamos preocupados até que a morena resolveu tomar a iniciativa:

— Nós, achamos melhor não oficial... A Sam passou por muitos choques recentemente, então é melhor que não...

— Não Carls, tudo bem. Eu que ver... - Disse ela interrompendo a amiga

— Tem certeza?

— Sim... Em algumas ocasiões na vida, é necessário se fazer o que é preciso... - A morena assentiu em silêncio, e ofereceu um sorriso triste... Eu me aproximei mais da beirada da cama, afim de também oferecer um apoio mútuo naquela ocasião... Eu não ouvi falar muito da Melanie, apenas o que Sam já disse sobre a infância delas e o quanto ela sempre foi tão organizada e inteligente. Então diante disso, ela me parecia ser uma boa pessoa...

O investigador estendeu a mão segurando um envelope pardo, e com as mãos trêmulas, a jovem atriz retirou algumas fotografias que estavam dentro... E sem dúvidas, foi uma das coisas mais perturbadoras que já vi...Havia destroços de carros por todos os lados, marcas de pneu riscando a estrada, estilhaços de garrafas de Red Label pelo chão, e o pior de tudo: uma loira parcialmente estirada no chão, com metade do corpo preso ao cinto de segurança, e metade na pista. Havia uma poça de sangue ao redor de sua cabeça, o que fazia com que metade do seu couro cabeludo ficasse encharcado em um vermelho vivo...

— Oh meu Deus... - Carly imediatamente tampou a boca com as mãos em um estado de choque... Eu desviei o olhar por alguns segundos, tendo certeza de que essa imagem nunca vai sair da minha mente. Quando tornei a olhar em direção as fotos, vi dois orbes cristalinos espantados e horrorizados com o que estavam vendo... Ela não dizia nada, não se mexia, apenas persistia em olhar fixamente para aquelas imagens como se aquilo pudesse toxicamente corroer suas córneas...

— Sam... Sam... - Sussurrei seu nome afim de retira-la do transe - Acho que já está bom não acha? - Ela apenas concordou em silêncio, e mecanicamente colocou as fotos novamente no envelope e devolveu ao oficial... E mais uma vez, a sala permaneceu em completo silêncio, até que a própria Sam resolveu se pronunciar:

— Por que só estou sabendo disso agora? Por que não me contaram isso antes? Ela era minha irmã, a única família que ela tinha, embora distante... - Sussurrou ela em um único fio de voz, com um tom vacilante

— Exatamente por esse mesmo motivo... Os documento de Melanie foram destroçados no acidente, e como ela morava sozinha, a busca por algum familiar próximo se tornou mais difícil... Nós estávamos a procura de Pamela Puckett, vossa mãe, mas soubemos que ela também faleceu recentemente vítima de cirrose... Por isso decidimos procurar vosso genitor, porém o senhor Puckett desapareceu a muitos anos, e não temos registro do seu paradeiro a muito tempo... Até que então nós descobrimos que a senhorita Melanie possuía ainda mais uma pessoa com grau de parentesco próximo, que no caso é a senhorita. Porém a investigação dos arquivos foi um processo demorado... Então devido ao fato de a autópsia já ter sido realizada, o corpo estava começando a entrar em decomposição, tivemos de realizar o sepultamento no cemitério local antes de poder entrar em contato com a senhorita... Além disso, é necessário que alguém na família assuma a ciência pelo ocorrido, por isso eu gostaria que assinasse o atestado de óbito, afim de que possamos registrar em nossos arquivos...

— Claro, esse o mínimo que eu posso fazer... Mas, antes disso... Carly?

— Sim?

— Pode conferir a autenticidade do documento?

— Claro Sam... Freddie, pode pegar meu PearBook na recepção?

— É pra já! - Respondi encarando o investigador que parecia tenso... Ele é uma autoridade, porque ficaria inseguro?

— Senhoras, creio que não será necessário, eu posso lhes garantir que esse documente é autêntico, então não há necessidade de...

— Não se preocupe senhor, eu quero apenas me certificar de qual estado a vítima se encontra nos arquivos atualmente, e se já foi notificado nos registros oficiais... Não há nada de errado nisso, certo? - Explanou a morena também encarando-o

— Cla-claro, não há problema nenhum... Eu sei que é difícil acreditar na veracidade uma notícia dessas, então sintam-se a vontade...

Assim que retornei com o PearBook após uma certa lerdeza por parte da responsável pelo guarda volumes, entreguei-o nas mãos da empresária que imediatamente começou a digitar alguns códigos de identificação... Apenas alguns minutos de espera foram necessários para que o documento fosse avaliado, porém a julgar pela expressão decadente da morena, o resultado aparentemente positivo era desagradável...

— As informações são compatíveis com o banco de dados... O atual estado da Melanie foi atualizado na madrugada da última quinta feira... Eu sinto muito Sam... - Respondeu ela com pesar

— Bem, eu não quero ser rude mas como os senhores podem perceber, o documento é verídico... Então poderia por favor assiná-lo, senhorita Puckett? Eu ainda preciso realizar algumas visitas antes do término do expediente...

— Tudo bem, eu entendo... Teria alguma caneta?

— Sim, claro.... Use esta... - Respondeu o investigador estendendo a mão... E rapidamente, a loira depositou sua assinatura na área demarcada e devolveu o documento

— Pronto, assinado...

— Eu agradeço pela sua colaboração Samantha... E também gostaria de desejar os meus pêsames pela morte de sua irmã...

— Não foi nada, estou apenas cumprindo o meu papel... E obrigado senhor...?

— Daniels, Ryder Daniels... Mas pode me chamar apenas de Ryder...

— Certo, obrigado Ryder... - Agradeceu a loira levantando o olhar, porém franzindo o cenho logo em seguida - Por acaso, eu te conheço de algum lugar? Você me lembra muito uma pessoa que eu conheço...

— E-Eu moro no Texas desde o meu nascimento, só tive a oportunidade de vir poucas vezes para Los Angeles, na maioria vezes viajo a negócios apenas para Nova York, então creio que seja um pouco impossível já termos nos encontrado antes...

— Oh sim... De qualquer forma, obrigada pelas informações...

— Disponha Sam...Samantha! Obrigado pela colaboração, e tenham um bom dia! - E dizendo isso, o homem saiu apressado portas a fora..

Embora eu estivesse bem desconfiado como na maioria das vezes com esse investigador criminal misterioso, eu tinha algo mais urgente com o que me preocupar... Minha Princesa Puckett havia acabado de perder sua irmã que embora não fosse muito próxima, ainda se trata de sua família de sangue...

— Tudo bem, Sam? - Indaguei me aproximando dela e repousando minha mão em seu

— Sim, eu acho que sim... Nós não éramos muito próximas e nem tínhamos nenhum tipo de contato desde os últimos anos, mas... Ainda assim éramos irmãs... A única coisa que tínhamos em comum era o nosso "pacto de gêmeas", onde usávamos nossa semelhança pra confundir outros, principalmente a Pam que obviamente era nosso alvo favorito... É apenas estranho pensar que a incansável, inteligente e perfeitinha Melanie está morta... Ela sempre foi a prodígio de nós duas, achei que teria um mundo brilhante... Mas parece que todos os Puckett's estão se destruindo aos poucos, inclusive eu...

— Ei, ei, ei... Não diga isso. Você é Sam Puckett! A única pessoa no mundo que eu já vi manusear uma meia de manteiga como arma, uma das atrizes mais conceituadas da atualidade, a pessoa que se recusou a utilizar uma dublê porque queria manter a autenticidade do seu trabalho e com isso caiu de uma queda livre de 10 metros mas sobreviveu, e principalmente você é a pessoa que sofreu um grave atentado em seu próprio local de trabalho sendo baleada durante a cena e ainda assim está aqui, permanecendo firme outra vez... Não é você que está se destruindo, existe alguém que está tentando te destruir... Se tem uma coisa da qual temos certeza, é que coisas ruins acontecem com pessoas boas. Mas se existe uma segunda coisa da qual podemos ter certeza, é que a vida cobra das pessoas ruins que prejudicaram as boas... - Exclamei enfaticamente tentando esconder o meu próprio desespero... Sam é a mais forte de todos nós, geralmente ela é quem dos dá a injeção de confiança e nos incentiva a agir... Mas quando é o membro mais forte quem perde as esperanças, o que fazer?... Mas de certa forma, ela tinha razão. Tudo o que conhecíamos de repente desmoronou e assumiu uma forma desconhecida que não podíamos controlar... Lancei um olhar de "me ajuda" pra Carly que pareceu logo entender o recado. Ela é melhor com as palavras do que eu, então com certeza saberia o que dizer...

— Nós vamos fazer justiça, Sam! Ninguém consegue se esconder atrás de uma mentira por muito tempo... Uma hora ou outra algum erro vai finalmente aparecer e desencadear toda a verdade... Existe crime bem feito, mas nunca um crime perfeito.. Se tivermos de investigar, nós investigaremos. Se tivermos de chamar reforços, nós chamaremos. E se tivermos de encontrar a verdade por nós mesmos, nós encontraremos... Embora pareça inaceitável, nós temos de analisar todas a possibilidades que possam vir a ocorrer. Então escute bem essas palavras: mesmo que você seja presa temporariamente, você será solta, porque em hipótese alguma você vai pagar por um crime que não cometeu... E mesmo que eu saiba o quando você odeie clichês, lembre-se de uma coisa: o que não te mata, te fortalece... Então em memória da Pam e da Melanie, nunca desista de lutar, pois como a própria Sam Puckett costuma dizer: "Uma Puckett nunca desistem". Então se esse é o jogo da vida, jogue pra ganhar desse jeito que só você sabe como... Tenha fé de que no final dará tudo certo, porém, não desanime se antes der tudo errado... Independente do que acontecer daqui pra frente, saiba que sempre poderá constar conosco...

— Mesmo que eu perca minha carreira, mesmo que eu perca todos o meus bens, mesmo que eu perca essa causa, e mesmo que eu perca a liberdade, que eu jamais perca vocês em minha vida... Nosso time ainda tem muita coisa louca pra viver, juntos. Então contem comigo, assim como eu conto com vocês... Eu posso até não gostar de muita gente, e pelo visto fiz até muitos inimigos ou poucos que são muito potentes por sinal. Mas eu amo vocês, jamais duvidem disso... Me tiraram meus parentes, me tiraram minha paz, e agora estão tirando minha dignidade e liberdade, mas isso jamais irão tirar de mim... Palavra de uma Puckett, que nunca desiste, e que jamais quebra suas promessas...

E em um clima de total comoção, todos nós instintivamente realizamos um abraço em grupo... Os amigos realmente são a família que o coração escolhe, e uma vez da família, uma parte de você sempre pertencerá a ela...

Mas estranhamente no envolvendo, sentimos mais dois braços ao nosso redor.... Assim que quebramos o abraço, percebermos que se tratava do próprio Spencer Shay... Como eu disse, uma vez da família, sempre parte dela...

— Olá miúdos, por que estamos nos abraçando? Estamos comemorando alguma notícia boa, ou algo assim? - Indagou ele curioso

— Quem dera Spencer, quem dera... - Respondeu a loira

— O que houve? - Perguntou o Shay mais velho agora preocupado

— É A Melanie... Ela foi encontrada morta em um acidente de trânsito no Texas quando voltava da faculdade... Dois caminhoneiros bêbados atingiram o carro dela em cheio, o que acabou causando um traumatismo craniano e sangramento imediato... Ela chegou a ser socorrida pela equipe de resgate, porém morreu a caminho do hospital...

— O QUE?! Oh meu Deus... Quando foi isso?

— Quarta feira passada...

— E por que avisaram só agora? Ela era sua irmã, você tinha o direito de saber imediatamente...

— Eu também pensei isso, porém o investigador criminal disse que como os documentos dela foram estraçalhados no acidente, foi difícil tanto a identificação, como a localização dos parentes...

— Oh sim, entendo... Sinto muito por isso loira, a Melanie era boa menina. Lembro como se fosse ontem de vocês duas brincando e brigando como sempre faziam quando queriam enlouquecer a Pam... Parece que as coisas não tem andado muito boas ultimamente... - Disse ele bagunçando os cachos loiros da jovem atriz e oferecendo um pequeno sorriso

— Já vivi dias melhores, então esses vou apenas tentar sobreviver... - Respondeu ela em um suspiro - Mas então, o que tem aí dentro dessa maleta?

— Oh, claro! Eu acabo de voltar da penitenciária de Los Angeles, o Guns me ligou dizendo que tinha um tempo pra conversar... Porém, eu trago uma boa, e uma má notícia... Qual vão querer primeiro?

— Bem, de notícias ruins já estamos cheios, então vamos começar pela boa...

— Certo... A boa notícia que o Gunsmoke consegue sim tirar um cópia da grade de vigilância do dia em qua o Logan é liberdade em liberdade condicional...

— Consegue? Isso! Finalmente uma notícia realmente boa! - Vibrou a loira exultante, porém sabia que não deveria comemorar muito antes da hora... - Mas... E a má notícia?

— A má notícia é que hoje a detetive Hart está lá na delegacia, onde cuida justamente do monitoramento das câmeras de segurança do local, então ela jamais dará permissão para que ele encoste em qualquer uma daquelas fitas, visto que ela é supervisora... Em outras palavras, ele só poderá nos entregar a cópia amanhã, visto que é o dia em que a Kacey tira seu dia de folga....

— Essa não é uma notícia de todo ruim, já ouvi coisas muito piores de 3 dias pra cá... Porém...

— Porém a sua previsão de alta hoje, o que significa que o único jeito de evitarmos a sua prisão... - Continuei a linha de raciocínio

— É convencendo o Dr. Matthews de que ela precisa de mais tempo no hospital! Ela foi baleada e quase teve um tecido vital rompido, creio que ele não se incomodará de aumentar mais uns 2 ou 3 dias e repouso... - Concluiu a morena

— Isso! Genial miúdos... Vou chamar o Dr. Matthews agora mesmo! - Mas antes que o renomado advogado precisasse sair do cômodo, um senhor de cabelos que mesclavam entre o castanho e o grisalho, adentrou com uma prancheta na mão:

— Falavam de mim? - Indagou ele sorridente... Sério, qual é o dom que as pessoas aqui de aparecerem milagrosamente quando mais e menos precisamos delas?

— Sim, na verdade nós precisávamos falar muito com o senhor...

— Excelente, pois eu também tenho uma notícia muito importante para Samantha!

— Bem, então o senhor primeiro...

— Senhorita Puckett creio que a senhorita ficará muito feliz de saber que se assim desejar, já poderá receber alta do alta do hospital!

— É justamente sobre isso que nós gostaríamos de falar com o senhor, Dr. Matthews...

— Pois então, digam meus filhos!

— Como o Doutor deve saber, eu sou o advogado Spencer Shay, responsável
pelo caso da Samantha. Como sendo o médico experiente que o senhor é, com certeza sabe melhor que todos aqui da gravidade do acidente, e também do quanto aquela bala poderia ter comprometido muitos tecidos vitais da paciente...

— Sim, com certeza! Essa moça deu muita sorte por essa bala não ter tido força o suficiente para romper a sétima vértebra cervical... Caso contrário ela sobreviveria, porém teria de se adaptar a uma cadeira de rodas visto provavelmente ficaria paraplégica...

— Por isso mesmo que eu gostaria de pedir ao senhor que permitisse mais um tempo de repouso, pelo menos uns 2 ou 3 dias para que pudesse haver a cicatrização interna, ao menos a inicial... Nós sabemos que isso pode até não interferir em nada, visto que o repouso pode ser realizado em casa... No entanto eu realmente me preocupo com minha paciente, e ficaria mais seguro se ela recebesse o tratamento hospitalar adequando...

— Bem, eu já dei a baixa na ficha da senhorita Puckett, mas... - Todos nós crescemos em expectativa... A cada pagina que era lentamente dedilhada em silêncio, mal podíamos conter a ansiedade que se aflorava a cada segundo dentro de nos... - Claro, por quê não... Não temos nenhum paciente na fila de espera por leitos, então sintam-se a vontade... - Por fim tirando um peso de nossos ombros, todos nós suspiramos em alívio. O Shay mais logo persistiu em agradecer o profissional a sua frente... Afinal, esse tempo poderia ser o que precisávamos para finalmente encontrar algo que pudesse identificar o culpado...

— Obrigado Dr. Matthews, muito obrigado! Somos imensamente gratos, esse é um grande favor...

— Não há de quê meus filhos, meu prazer é ajudar. Afinal, foi por isso que decidi me tornar um médico... Eu já havia enviado os relatórios sobre o andamento do estado da paciente para o escritório, porém até essa noite eu atualizarei os registros... Bem, agora tenho de visitar os outros enfermos.Mas qualquer emergência, basta me chamarem... - E dizendo isso saiu...

Todos nos encaramos mutuamente por uns 5 segundos, e crescendo cada vez mais um sorriso finalmente tínhamos um motivo pra realmente comemorar:

— Wooo Hooo! - Exclamamos todos uníssonos jogando os braços para o ar... Será que finalmente vamos encaixar as peças desse embaralhado quebra cabeça? Agora só nos resta descobrir realmente que é o responsável, ou como eu prefiro dizer, desmascararmos o lobo em pele de ovelha...

P.O.V Geral:

E escorado no batente do cômodo onde encontrava-se sua vítima predileta, o homem que era indigno de carregar um insígnia por mais falsa que fosse, persistia em coletar informar vitais... A pesada maquiagem de latex incomodava-lhe intensamente, nunca havia utilizado algo do tipo antes e preferia jamais precisar usar de novo. Era plenamente satisfeito com seu estado natural... Além do fato de utilizar um microfone bluetooth com um amplificador estéreo o fazia se sentir como um parafernália humana...

Acompanhara simultaneamente o diálogo intenso que se desenrolava dentro do cômodo, até que finalmente ouvira algo que fizeram com que seus olhos se arregalassem... Convicto que já havia escutado tudo que precisava, saiu rapidamente de perto da porta assim que ouviu passos se aproximando... Fingindo estar falando ao celular, acenou brevemente para o homem de jaleco brando que passando ao seu lado ofereceu um aceno de cabeça...

Por fim, já tendo-o fora de vista, o "investigador criminal" que ironicamente era responsável pelos crimes se afastou o máximo possível e dessa vez discou o número que odiava e conhecia tão bem:

~ Ligação On ~

— Puckett? - Sussurrou ele colocando a mão sobre a boca

— Phillip? ou melhor, "investigador criminal Ryder Daniels". Finalmente um sinal de vida! Achei que já tivesse ficado por aí mesmo e pedido um encaminhamento para
o hospício mais próximo... - Destilou a moça o seu veneno diário

— Sem tempo para rebater suas ofensas agora, temos um problema...

— Como assim tempo um problema?! O que você fez seu imbecil?! Eles nos descobriram?

— Ei, ei, ei! Eu não fiz nada errado! Eles acreditaram e aconteceu tudo como combinado...

— Então o que deu errado? Anda, desembucha!

— O Spencer pode até o cérebro ter um cérebro que não funciona direito, mas com certeza ele não é um advogado ruim... Eu escutei quando ele conversou com trio patético de amigos e disse que conseguiu uma cópia do circuito de segurança de penitenciária de Los Angeles, porém ele só vai conseguir buscar amanhã...

— O que?! Como aquele pateta conseguiu isso? - Esbravejou a voz feminina do outro lado - Bem, isso não é realmente um problema agora. Todas as visitas estão em registro no nome da Samantha, então resolvemos isso depois... Desde que a Miss Hollywood seja jogada atrás das grades, isso é o que realmente importa...

— Esse é exatamente o maior problema... - Confessou ele receoso

— Como assim maior problema?! Hoje fazem três dias desde a internação, ele deveria receber a alta e ser presa!

— Deveria, mas ela não irá receber a alta hoje...

— Como assim não vai receber alta hoje?! Isso não pode acontecer! Eu acabei de hackear os relatórios do hospital, e aqui está constando que ela recebeu alta! Escuta qui, se você estiver dizendo isso apenas pra me irritar, saiba que vai se arrepender muito por is...

— Eu não estou brincando! - Esbravejou o rapaz com os nervos a flor da pele - Eles sabem que se contestarem que conseguiram provas a favor da Samantha, conseguirão reverter o mandato de prisão se conseguirem comprovar por meio das datas das filmagens que ela realmente possuía um álibi nos dias que as visitas foram feitas... Por isso apelaram por mais dois dias no hospital e o médico concedeu a eles, o que significa que eles irão modificar a data da alta...

— Não, não, não! Isso não pode acontecer! A Samantha precisa ser presa! Eu preciso vê-la sendo humilhada como sempre mereceu!... O doutor disse alguma coisa sobre quando os registros serão modificados?

— Na verdade sim, ele disse que os dados serão alterados até o anoitecer

— Ótimo! Então avise imediatamente a detetive Hart e ao delegado Hunter, eles precisam chegar aí imediatamente... Também venha pra cá para retirar esse disfarce, teremos muito trabalho pela frente....

~ Ligação Off ~

E de forma quase que imediata, o rapaz realizou sua denúncia e saiu apressadamente pelas ruas de Los Angeles em busca de um ponto de táxi mais próximo... Assim que encontrou um veículo disponível, adentrou no meio e transporte e retirando seu PearPhone do bolso, digitou rapidamente uma mensagem de texto:

"Está feito, eles estão a caminho"...