As Relíquias do Tempo escrita por Bakurei


Capítulo 3
Capítulo 3 - Alvo


Notas iniciais do capítulo

Alvo Potter nunca foi uma pessoa ruim, mas com os atos recentes, foi necessário rever suas atitudes. O passado de sua família retorna e a aventura tem início.



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Alvo estava com a consciência pesada, mas ainda não confiava em Scorpius. Quando Rose foi conversar com ele, sentiu que estava conversando com a mãe, ruiva e dando lições de moral. Quase não conseguiu almoçar com tanto falatório.

—Tudo bem. -Disse Alvo. -Assim que me encontrar com Scorpius, peço desculpas.

—Ótimo. -Disse Rose, chamando atenção para a mesa atrás de Potter. -Ele está ali.

Virando-se, Alvo viu Scorpius Malfoy lendo o livro de Poções. Depois da aula do Sr. Mooney, Alvo achava que ele poderia estar incomodado com a dificuldade da poção dada em aula e estava estudando para concluí-la, no dia em que eles se confrontaram, Scorpius reclamou sobre. Potter olhou para Rose, fingiu um sorriso e foi em direção à Malfoy.

—Hum... Malfoy. -Alvo chamou.

—Agora não, Potter. -Disse Scorpius, encarando o livro.

—Só queria pe...

—Eu sei. -Interrompeu Malfoy. -Sem problemas.

Alvo não tinha muito o que dizer, então se afastou. Sentou-se novamente na mesa próxima a Rose e disse:

—Esse seu amigo é bem esquisito, não?

A ruiva sorriu, ela parecia orgulhosa dele. Harry, o pai de Alvo, não tinha nada contra Draco, o pai de Scorpius, mas Tio Rony tinha. Sempre contava que os Malfoy não eram flor que se cheire. Eles se preocupam com a “pureza” dos bruxos, ignorando tudo que é diferente daqueles cabelos loiros, dizia ele. Tia Hermione sempre o censurava, dizendo que Draco não era de todo o ruim e só tinha feito péssimas decisões. Se meu pai estivesse aqui, o que pensaria de mim? Pensava Alvo. Com certeza Harry diria para tratar as pessoas como merecessem, Scorpius merecia ser tratado daquele jeito?

Na aula de feitiços, Filius Flitwick, o professor, acabara de ensinar os métodos de levitação de objetos. Alvo conseguiu levitar a pena em sua frente facilmente, com a ajuda das histórias que o pai e o tio contavam. Rose se orgulhava muito do pai, pois foi no dia que ele conseguiu concluir o feitiço corretamente, ele salvou a vida do pai de Alvo e até da futura esposa. Muitas piadas foram feitas pela pronúncia incorreta do pai de Rose, isso ficou tão sólido na cabeça de Alvo, que era impossível errar.

No banquete ao fim do dia, Alvo sentava-se com Rose e Scorpius. Malfoy não falava muito, mas Rose parecia tentar ao máximo falar sobre algo genérico para incluí-lo na conversa.

—Eu li que existem vários feitiços parecidos com o que aprendemos hoje -Ela disse.

—E quais são? -Perguntou Alvo.

—Não me lembro de muitos... -Disse Rose, tentando se lembrar. -Levicorpus! Sim, é quase a mesma coisa que o Wingardium Leviosa, mas levita pessoas!

—Tem certeza que não podemos usar esse? -Scorpius perguntou, o que deixou todos em volta assustados, foi a primeira frase completa que ele disse no dia.

—Não vamos precisar usar esse tipo de feitiço. -Disse Alvo.

Eu espero, pensou Potter. A antiga geração não conseguia ficar cinco meses sem problemas ou profecias, Alvo queria muito ter um primeiro ano normal. E até agora não viu nenhum trasgo, nem cão de três cabeças e muito menos Voldemort, o que era muito bom.

O pai de Alvo disse que o protegeria se algo acontecesse e que ele e os irmãos não precisavam se preocupar, Alvo, Tiago e Lílian nunca passariam pelo que Harry passou, dizia ele. Ver o pai carregar todo esse peso nas costas incomodava Alvo. O próprio nome dele, Alvo Severo, era um nome forte que se originava de dois diretores de Hogwarts.

—Como você pode ter certeza, Potter? -Perguntou Scorpius.

—Eu sei que não estamos sozinhos. -Disse Alvo.

Scorpius Malfoy pareceu pensativo. Alvo pensou se Draco, o pai dele, prometera o mesmo que Harry. Potter não sabia se Malfoy se sentia seguro ali, pelo que Rose disse, nem em Sonserina ele queria estar. Alvo e Scorpius tinham coisas em comum: ambos não estavam satisfeitos com os acontecimentos e também não queriam realmente estar na Casa que estavam. Alvo não achava mais que Scorpius merecesse ser tratado daquele jeito e começou a entender os atos do garoto.

—Malfoy. -Chamou Alvo.

Todos em volta encaravam os dois.

—Não começa, Potter. -Disse Scorpius, arrumando as coisas para sair.

—Escuta. -Disse Alvo. -Eu quero te pedir descu-

Alvo Potter sentiu o coração parar. O mundo pareceu girar e todos sumiam da vista dele como se o mundo estivesse derretendo. Antes de tudo ficar escuro, gritos ecoaram na mente de Alvo. Rose e Scorpius o chamaram quando tudo desapareceu.

O lugar estava escuro e Alvo não conseguia ver muita coisa. Estava frio e a cada passo, desespero tomava conta do seu corpo. Vozes eram ouvidas e Alvo percebeu que estava no andar de baixo de uma casa. Uma mulher conversava algo com um homem que parecia o marido dela. Falava sobre uma criança e sobre alguém que estava chegando.

—Ele não vai nos achar aqui, vai? -Disse a mulher.

—Não estamos sozinhos. -Respondeu o homem, como se já dissesse isso várias vezes para ela. -A casa está protegida. Não há como Ele passar.

Alvo subiu as escadas e sentiu que já vira aquilo em algum lugar. O quarto ao fundo era a única iluminação em toda a casa. Um homem movia sua varinha em volta da porta do quarto e a mulher olhava para ele, parecia muito preocupada.

—A rua está muito quieta. -Sussurrou a mulher.

O homem a abraçou e disse:

—Não se preocupe, Lílian.

Lílian? Alvo não sabia o que fazer. Quando ele percebeu onde estava, achou estar sonhando. Aqueles eram Tiago e Lilian Potter. Alvo realmente já vira aquele lugar anteriormente, mas não fisicamente, mas pelas palavras do pai. Harry não gostava de contar o que aconteceu quando a cicatriz surgiu em sua testa, mas em uma terça-feira decidiu contar para Alvo e os irmãos. Seria naquele dia que Voldemort mataria os avós de Alvo e se ele pudesse fazer qualquer coisa para impedir, ele faria.

Correu para o avô e quando tentou tocá-lo, passou como um fantasma no ombro dele. A porta da frente começou a bater e Lílian estremeceu.

—Ele está aqui. -Ela disse. -E agora?

—Fique aqui. -Tiago a abraçou novamente, dessa vez mais forte. -Eu vou atrasá-lo.

Não! Gritou Alvo, mas não adiantava. O corredor se iluminava e a parede se revelava branca, dando contraste com o chão de madeira escura. A magia de Tiago era forte e ninguém podia entrar no quarto, exceto Voldemort.

Quando a luz verde explodiu no andar de baixo, Alvo sabia que o avô acabara de morrer. Olhou para Lílian e sabia que não podia salvá-la. O Lorde das Trevas subia as escadas com o manto escuro e o frio criava a tensão do momento. A avó de Alvo encarava o pequeno Harry, ainda sem a cicatriz, nos olhos.

—Harry... Você é tão amado. Tão amado. Harry, a mamãe te ama. O papai também ama você. Fique seguro. Seja forte! -Disse Lílian Potter, vendo o Lorde das Trevas se aproximar.

É agora, pensou Alvo. Antes que o menino fechasse os olhos, tudo parou. Era como se a memória que estivesse vendo estivesse pausada. Só duas coisas se moviam: Alvo e a criatura que se formou ao lado de Lílian e Harry, dentro do quarto.

—Eu achei. -Disse o ser.

Não era possível ver o rosto dele, a única coisa que Alvo sabia era que não era Voldemort. Era um bruxo diferente. Isso não tinha na história. Tudo ainda estava paralisado e quando o capuz do homem desceu e a varinha surgiu em sua mão, Alvo Severo Potter sentiu que o mundo sumia novamente.

—O Lorde chegará. -Disse o homem, olhando diretamente para Alvo. -E sem profecias para impedí-lo. -O homem mirou a varinha para o pai de Alvo e sorriu. -Avada Kedavra!

Alvo Potter viu o pequeno corpo do pai cair, sem vida, para o lado enquanto a escuridão cercou seu corpo.


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Notas finais do capítulo

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