Tudo estava pronto. O Lorde chamou Sophus em sua sala para começar o paradoxo e tudo estava seguindo o plano dele. Toda a linha do tempo dos Potter estava em colapso e isso podia preocupar, mas com a posse do Último Vira-Tempo, o plano ainda era perfeiro.

–Assegure que a menina esteja com a relíquia. -Ordenou o Lorde.

–Ela estará. -Respondeu Sophus.

Tomwell Sophus estava vestido para a ocasião. O grande manto preto, não tão longo quanto de Lorde, pousava sobre seus ombros e a confiança dele quase transbordava em seu grande ego. Ele precisava estar preparado para os próximos conflitos. Mesmo com o desaparecimento da linhagem Potter, ainda era possível encontrar as linhagens que podiam aparecer para tentar impedir o enorme paradoxo que o Lorde planejara.

O Vira-Tempo estava banhado no feitiço de luz verde. Mortal para qualquer um exceto Lorde e Sophus. Uma garantia. Se tudo desse errado, ninguém acharia os verdadeiros planos deles. A magia é como um pergaminho fechado, qualquer um que tenha mãos pode abrí-lo e ler seus segredos, disse o Lorde quando explicou a razão dos feitiços que tanto criava.

–Dessa vez, não irá sozinho. -Informou Ele.

–Milorde, não está forte ainda. -Sophus disse, com a esperança de que ele desistisse da ideia, mas sabendo que ele não o faria.

–Os paradoxos que criamos. -A voz do Lorde preenchia toda a antiga casa dos Potter. -Quando você matou o pequeno Harry, quando você me trouxe a magia de Tom... As linhas deles ainda estão por aí, desaparecendo ao poucos. Se eu tenho a oportunidade de sugar até o último resquício de magia e limpar o meu sangue, eu o farei.

Se aproveitar de uma linha do tempo destruída é loucura, Sophus quis dizer. Ele não confiava completamente no plano do Lorde e sempre mantinha um pé atrás em suas decisões. Matar o pequeno Potter tinha sentido. Ir para o futuro inexistente dele já não era tão inteligente. Sophus não podia nem pensar em questionar o que o Lorde fazia. Mesmo não nascendo com magia no sangue, aquele homem era a última pessoa que alguém deveria irritar.

–Inicie o Vira-Tempo.

E foi o que Sophus fez.

Todo o ambiente, que já era escuro antes, rodou, elimando o último resquício de iluminação. Quando eles entraram na linha do tempo dos Potter, no ano de 1993, Tomwell Sophus sentiu parte de sua alma tremer. Eles não deveriam estar ali.

…

O calor logo tomou conta do lugar quando Sophus e seu lorde chegaram no ano desejado. O barulho do relógio tocou e era possível ouvir a risada de satisfação do Lorde. Um dos últimos ecos de Potter criava um paradoxo não muito distante e era possível sentir.

–Então esse lugar é a escola? A verdadeira escola? -Perguntou Sophus.

–Sim, Hogwarts no período de glória. -Respondeu o Lorde, afastando-se da luz. -Antes da Batalha Final contra Tom Riddle. Antes do Torneio Tribruxo e antes da Execução de Sirius Black. Nesse exato momento, o pequeno Harry e sua amiga de sangue ruim, correm para salvar seus amigos e até o próprio Potter da morte certa. Vamos fazer uma visita momentos antes da segunda morte de Harry Potter e acabar com a linha do tempo completamente.

Sophus assentiu, orgulhoso. Mesmo receoso, ele se sentiu satisfeito em saber que tinham um plano. Eles sacaram suas varinhas e desapareceram em luz verde, já saboreando a vitória que estava por vir.

…

A noite chegou com o uivo de Remo Lupin. Estava na hora e oparadoxo era cada vez mais sentido por Sophus. Surgiu novamente ao chão. Na floresta do outro lado do tão conhecido Salgueiro Lutador. A névoa se formava por todos os lados e os dementadores, em busca de Sirius Black se mostravam presentes.

Potter e Granger se escondiam atrás de uma árvore, imóveis observando o paradoxo que eles criavam. A linha tradicional se desmanchava na frente deles e mesmo com o uivo improvisado de Hermione, eles estavam prestes a morrer antes da hora.

–Eles não estão indo para o lago. -Preocupou-se Sophus.

–Deixe comigo, Tomwell. -Disse o Lorde, mirando sua varinha para o lobisomem. -Lupus Convene!

No mesmo momento, uma onda transparente atingiu Remo, fazendo correr em direção às crianças. Sophus novamente entrou em estado de pânico. Ainda não estava na hora.

–Podemos ver que antiga geração não é tão inteligente assim.. -Riu Sophus, agora chamando o hipogrifo para defender as crianças. -Equus Aquila Convene!

Tudo era moldado perfeitamente, fazendo Potter e Granger correr para o lago ao encontro do extermínio de Sirius Black.

As sombras que congelavam tudo ao redor voavam e a fumaça que a magia das trevas formava, surgia em todo o lugar. Sangue era derramado na testa de Potter e o Lorde riu em voz alta, fazendo as duas linhas do tempo se chorarem. Tudo que eles fizessem ali poderiam destruir não só a vida de Potter e Riddle, mas a vida de Granger, Weasley, Sophus e de todos no castelo. Lorde Voldemort não tinha metade do poder apresentado.

–Você não só vai morrer ali, criança. -Disse o Lorde, surgindo ao lado deles. -Morrerá pelas mãos do verdadeiro Lorde do Tempo também!

A surpresa nos olhos deles não era possível comparar. Harry gritou, com quase toda a certeza do mundo:

–Você é Voldemort?! -A raiva transbordava no ambiente. -Observe a volta de meu pai!

–Harry, você está morrendo lá. -Observou Hermione Granger. -Vocês estão morrendo lá.

–Eu lembro de ver o meu pai! -Falou Potter, confiante. -Bem ali!

–Hoje não! -Gritou Sophus. -Nem nunca!

–Expecto Patronum! -Três vozes em uníssono surgiram no meio do lago.

Todos os dementadores se afastavam da luz que iluminava todo o lago. Uma lontra, um cão e um cervo brilhavam, afastando até mesmo o Lorde de lá, que fugiu na escuridão.

Harry e Hermione caíram, deixando apenas Tomwell Sophus, Scorpius Malfoy, Alvo Potter e Rose Weasley de pé. Finalmente prontos para a grande paradoxo.