Zero escrita por Minhoto


Capítulo 1
Os três mosqueteiros


Notas iniciais do capítulo

Olá, faz um tempinho desde minha última fanfic né? Aqui segue minha nova, faz mais de um mês que estou apaixonada por Terror in Ressonance e queria fazer um tributo. Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/590539/chapter/1

"Von significava esperança em Islandês"

Em um eterno círculo ela vai preenchendo o mundo, mas para aqueles dois meninos a esperança não era algo viável: Morte, destruição e um mar de fumaça cinza e de destroços compunham o futuro.

Dez.

A contagem regressiva para o fim era inevitável, na verdade, era imparável, e o tempo os devorava, os consumia com o seu ódio e sua raiva. O rancor era como um quebra cabeça que eles montavam, a vingança não era o meio e sim o desejado final da história.

Nove.

A garota. Uma perda de tempo ou uma perda da razão? Um deles já não conseguia mais responder a pergunta. O plano mudou, o futuro também, de repente, para um deles, o verão quase quente e insuportável virou algo bom, algo que tocava a sua pele, sussurrava em seus ouvidos e acalentava o seu coração. Tudo por causa dela: Makishima Lisa.

Oito.

A sinestesia. As cores misturavam-se aos sons que misturavam-se aos sentimentos. Amarelo, dó re mi, amor. Como isso aconteceu? Se perguntava o menino com o sorriso de um verão. Como ele pôde fazer isso? Indagava o menino de olhos frios como o inverno.

Sete.

Ela voltou. O passado realmente persegue, machuca e ri de você. O que fazer? Estavam tão perto. Tão perto de destruírem o mundo, de explodirem tudo! A razão, a emoção, as feridas e as navalhas. Explodiriam até mesmo a si próprios, destruiriam tudo como uma tsunami destrói tudo que vê pela frente. Uma muralha de água sem arrependimentos, não uma onda de lembranças.

Seis.

Por quê? Ela só queria saber o porquê dele a odiar tanto. O porquê dele a amar tanto. Corria, corria por ela, por eles, por tudo. Sua vida... sua miserável vida, corria dela. Seu destino... corria dele. Seus joelhos doíam, mas a dor era parte constante dela e sorriu no meio de lágrimas. Como faria agora sem eles? Como superaria a sua solidão? O seu sofrimento?

Cinco.

A lua. Ela era tão linda vista de cima dessa roda gigante. Lisa sabia disso e por mais que duvidasse sabia que ele viria, e veio. Queria chorar de alegria e alívio, mas chorava por saber que o fez trair o seu amigo, os seus segredos, o seu passado e o seu coração. O passado que os perseguia os venceria. Os dois seriam consumidos pelas trevas e nunca conseguiriam chegar de novo até a luz. Five não deixaria.

“Lisa, eu te...”

“A lua está tão linda”

Quatro.

Entrega. Se entregar não era desistir, era um contratempo no plano. Não sentia raiva dele, o perdoou antes mesmo dele ter o traído. O coração faz a gente fazer coisas estranhas. Ele sabia disso. Sabia disso como sabia prever os movimentos no xadrez. O jogo ainda estava vivo, ainda tinha salvação. O xeque-mate não foi dado. Nunca seria.

Três.

Ahhh... a sensação do pânico era incrível. O plano daria certo, nem mesmo o detetive o impediria de ver as cores que a radiação liberaria na atmosfera terrestre. Uma aurora boreal, um sentimento lindo. Acho que agora entendia o que ele dizia sobre sinestesia. Entendeu-o finalmente. Assim sorriu e voltou ao lugar ao qual pertencia.

Dois.

Finalmente o reencontro. Ahhh mas que dia lindo. As cigarras, o sol, o silêncio, as placas das crianças mortas. O passado agora não os apavorava, só a morte. Sorriam, brincavam e olhavam aos céus imaginando um novo futuro, uma nova vida sem zuídos ou dores de cabeça, sem o ódio da vingança e do rancor. Mas, nem tudo era perfeito.

Um.

Ele os encontrou. O escolhido por eles para passar sua mensagem ao mundo. O Rei Édipos, o rei do jogo de xadrez que essas crianças montaram. Um som. Vespas nos céus dispararam seu veneno. Um menino caiu no chão, um menino teve seu sorriso morto, seu coração acalentado pelo verão e sonhos destruídos. O outro urrou, mas nada pôde fazer, sorriu antes de sentir seu cérebro destruindo-o por dentro até cair no chão. O inverno morrera também.

Zero.

Ela entendeu o significado de von depois de um longo tempo. O significado da esperança. O ciclo infinito, a roda gigante da vida, tudo. O objetivo nunca fora destruir o mundo e sim a maldade nele. Ela entendia e era forte por isso. Eles dois podem não ter destruído tudo, mas destruíram seu medo e suas inseguranças. Ela era uma nova pessoa e seria para sempre a cúmplice daqueles dois meninos que um dia se chamaram terroristas. Seria para sempre o número zero e o final da história. Para sempre Makishima Lisa. Uma Sphinx.

 

Cada vez mais desesperadamente o homem procura dilatar o tempo que já não tem.

Khalil Gibran

O meu passado é tudo quanto não consegui ser. Nem as sensações de momentos idos me são saudosas: o que se sente exige o momento; passado este, há um virar de página e a história continua, mas não o texto.

Fernando Pessoa


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Deem Reviews, favoritos ou recomendações. Façam uma escritora feliz. :3



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Zero" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.