Uma história de amor escrita por Deh


Capítulo 5
2008


Notas iniciais do capítulo

Desculpem o atraso, divirtam-se



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2008

Shakespeare escreveu “Lamentar uma dor passada, no presente, é criar outra dor e sofrer novamente.”

Estava indo me deitar, quando passei no quarto dela pude ver uma luz fraca acessa. “Achei que você já estava dormindo”. Ela estava guardando um livro na mochila “Digo o mesmo” ela disse com uma voz sonolenta, eu sorri “Eu estava dormindo, só que me lembrei que preciso levar esse livro amanhã, e achei melhor colocá-lo agora para não ter perigo de esquecer”. Ela disse retornando para sua cama, enquanto ela se aconchegava eu me aproximei mais e dei lhe um beijo de boa noite, quando estava saindo do quarto ela me perguntou “Mamãe a senhora se arrepende de ter me tido?” Eu olhei para ela, voltei e sentei na beirada da cama, “Nunca querida, nunca me arrependi de você” Ela sorriu tranquila, dei lhe outro beijo e devagar ela adormeceu. Fiquei ali velando o sono do meu bebê. Como estava crescendo, parecia que foi ontem que ainda estava trocando suas fraldas ou argumentando que já era grande o suficiente para tomar banho sozinha. Sorri com essa lembrança, apaguei a luz do quarto e fui para o meu. Esse ano estava sendo um ano difícil.

Estávamos em um caso com a agente substituta de JJ, esta que estava de licença maternidade por ter dado à luz a um lindo menininho. Estávamos em um caso onde precisei me disfarçar, levei a agente Todd de companhia, infelizmente o cara que eu estava vigiando não era o culpado. Mas nem todo o meu trabalho estava perdido, antes de me trocar fui falar com Aaron dizendo que a agente Todd era uma boa agente, e quando lá ia saindo ele me surpreendeu “Este vestido me lembra uma certa despedida de férias” ele disse sorrindo, eu olhei para meu vestido preto e sorri “Verdade, uma despedida da qual eu nunca me arrependi”. Sai de lá, para me trocar, tendo a certeza de ter deixando ele com um sorriso no rosto. Nos últimos tempos chegamos a ficar mais próximos, algumas vezes até mesmo cogitei contar a ele.

Houve um caso no entanto que me abalou profundamente, me fez repensar toda a minha vida desde a adolescência. Tudo começou quando um velho conhecido de Roma fez contato, comigo, me contando que Matt tinha morrido. Não pude acreditar, ele não. Pedi a Aaron para investigarmos o caso. O caso não estava indo nada bem, tudo indicava que era morte por causas naturais. Rossi estava me observando há um tempo, ele estava traçando meu perfil, ele sabia que Matt era muito importante para mim. Ele me chamou para tomar café.

Não preciso dizer que não era apenas um café. “Vocês eram mais que amigos não eram?” Ele me perguntou e contei a ele sobre Roma. “Ele me ajudou Rossi e guardou meu segredo e não contou a ninguém nem mesmo minha mãe.” Ele me observava calmamente. “Não me julgue, você não sabe o que aconteceu”. “Eu não estou lhe julgando Emily, só que o seu perfil não bate” Eu sorri, “Venha vamos dar uma volta” eu o levei à biblioteca e mostrei ele uma garota lendo em uma mesa distante. ”Ela se parece com você, mas a idade não bate” Eu sorri “É, eu realmente fiz aquilo, mas apesar de ter sido uma coisa terrível, aquilo me mudou”. Ele continuava a observar Elena. “O que eu fiz não tem justificativa Rossi, talvez seja apenas uma desculpa que eu encontrei para me confortar, mas o que fiz me deu forças” Ele agora olhava para mim. “Ela não conhece o pai” ele falou quase que como uma observação. Eu assenti “Foi apenas uma noite, eu poderia ter feito aquilo de novo, mas algo não deixou, e eu definitivamente não lamento por ter escolhido ela” Ele sorriu satisfeito, estávamos saindo quando ele disse. “Gostaria muito de conhece-la” Eu sorri “Quem sabe quando terminarmos o caso, mas há uma condição” Ele me observava atentamente até que completou “Não contar a mais ninguém”. Eu assenti e continuei “Não me leve a mal, eu só quero protege-la”. Terminamos o caso, porém ainda me lamentava por Matt.

Como prometido eu levei Elena para conhecer Rossi, Nós fomos jantar em sua casa. “Emily, e você deve ser Elena, devo dizer que é um prazer conhece-la” Ela sorriu e respondeu educadamente “O prazer é meu senhor Rossi”. “Por favor me chame de Dave” ela sorriu “Fiz comida italiana espero que não se importem”. Seguimos para o jantar, ocorreu tudo tranquilamente, eles trocaram algumas histórias sobre a Europa e lugares que já tinham visitado, fui levada para essa conversa e nos entretemos por muito tempo. Uma coisa que Elena gostava era viajar, talvez eu tenha deixado ela conviver muito com minha mãe.

Elena tinha gostado de conhecer Rossi, o que retornou ao nosso dilema antigo, conhecer toda a equipe. Eu claro não poderia deixar, para tentar tirar a ideia da cabeça dela resolvi chama-la para ir à casa de JJ visitar Henry. Elena adorava Henry, por vezes ela me pediu um irmãozinho, era quase que um de seus sonhos ela sempre argumentava que não queria ficar só, eu contra argumentava dizendo que ela tinha a mim e a minha mãe, ela se calava por um tempo, mas eu sabia o que ela queria dizer, ela queria alguém para depois que nos morrêssemos. Confesso que não me imagino gravida novamente, porém se ela soubesse sobre Hotch, ela descobriria que tem um meio irmão. Eu poderia contar a ele, estávamos próximos desde o divórcio dele.

Eu e Elena jantamos em casa mesmo, afinal era meio de semana e ela teria aula no dia seguinte e eu tinha acabado de chegar de um caso. Desde cedo percebi que ela estava meio pensativa, era como se ela quisesse perguntar algo e não tivesse coragem. O jantar se seguiu bem, conversamos sobre nosso dia, apesar que eu nunca falava dos casos no qual trabalhava.

Já era um pouco tarde eu estava um pouco angustiada, e me levantei, fui a cozinha e quando voltava para o meu quarto percebi um luz no quarto dela. Entrei e a pus para dormir como fazia antigamente, achei que isso me acalmaria, mas não. Retornei para o meu quarto, ainda estava angustiada, talvez estivesse me lamentando de mais nos últimos tempos, por coisas que eu não posso mudar, talvez devesse contar a ele sobre ela e deixar para me lamentar depois. Eu já vivia a tempo suficiente em lamentações, havia noites em que eu não conseguia dormir, mas dessa vez era diferente era como se uma angustia, um sentimento que algo fosse acontecer. Felizmente consegui adormecer porém acordei no meio da noite com uma ligação, atendi o telefone com um frio na barriga “Hotch foi ferido”.


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam os comentários
Eu estava pensando em fazer um capitulo bônus, com a narração da Elena, o que vcs acham?
Aguardo as sugestões :)