2007

Dan Brown escreveu "Não há nada oculto que não será revelado, nem segredo que não vira à luz..."

“Então é isso”. JJ me olhou em um misto de surpresa, duvida e uma pitada de dó. “Nunca poderia imaginar que vocês dois tiveram uma filha” Eu assenti, porém continuei. “JJ, ele nunca soube e não pode descobri. Por isso quero que você me prometa que aconteça o que acontecer, você não pode contar a ninguém sobre a paternidade da Elena”. Ela me olhou seriamente pelo que pareceram horas, e finalmente respondeu... Mas antes de tudo deixe-me explicar como as coisas aconteceram.

“Mãe, vovó me ligou ontem a noite”. Não fiquei surpresa com isso, minha mãe ligava para Elena quase todos os dias. “Ela disse que não consegue falar com a senhora, e eu disse que talvez fosse porque a senhora estava andando muito ocupada”. Sorri para minha pequena que estava tomando seu café da manhã, desde pequena já me dava cobertura em relação a minha mãe. “Mas acho que ela não acreditou, ela disse que seria muito agradável receber uma ligação da senhora hoje”. Fechei a cara, até por recados minha mãe conseguia ser exigente. “Estou pronta mãe”. Eu assenti “Ok, então vamos baby”. Ela sorriu, pegou a mochila e fomos para o carro rumo a escola. Durante o trajeto ela estava muito calada para o meu gosto então resolvi pergunta-lhe o que estava acontecendo. “Olha mãe eu não estou lhe pedindo ou insinuando nada, mas”. Lá vinha bomba. “Eu andei pensando, eu sei que a senhora não gosta de falar do meu pai, tudo bem eu entendo isso, só que eu queria saber como ele é” Estacionei e olhei para ela seriamente, pude jurar que por um momento pude ver medo nos olhos dela “Baby, já chegamos, melhor você ir ou vai se atrasar.” Agora foi a vez dela me encarar, era engraçado como as vezes ela parecia ser forte e independente e em outras frágil e sensível, no final temos mais semelhanças do que se possa observar. “A senhora vai fugir do assunto de novo?” Devo dizer-lhes que ela não estava em seu tom mais agradável. “É sempre assim, eu nem sei porque eu ainda pergunto, tchau mãe” Ela saiu bufando e batendo a porta. Ninguém merece, porque tínhamos que nos parecer tanto. Mamãe sempre disse que quando eu não consigo o que quero, eu sempre reajo mal.

Quando voltei para casa, resolvi ligar para mamãe o mais rápido possível, antes que ela mandasse outro recado para Elena. Devo dizer que estou em casa porque pedi demissão. O motivo? Bem eu não queria ferrar o pai da minha filha. A chefe Strauss estava doida para se livrar de Aaron, e me pôs para espionar a equipe. Só que eu não poderia delata-los, devagar fomos nos tornando amigos, e bem não se dedura eles. Porem tenho que admitir que creio que minha demissão foi em vão, já que quando eu cheguei para entregar minha demissão, acredito que Aaron estava fazendo o mesmo. “Alô?” Escutei do outro lado da linha, tinha me esquecido que estava ligando para minha mãe. “Oi mãe sou eu, Em”, “Olá querida, vejo que Lena lhe mandou o recado” não consegui resistir a vontade de revirar os olhos, ela já estava esperando minha ligação. “Sim ela fez”, falei em um tom indiferente. “Vejo que nem tudo são flores no paraíso”, eu ainda estava brava com ela, mesmo do outro lado do oceano tentando me arrumar um namorada, mas se tinha alguém com quem eu poderia conversar era ela. Contei-lhe sobre minha demissão e sobre o ocorrido de mais cedo. “Diga algo a ela, pode ser qualquer coisa querida. Ela quer saber, então qualquer mínimo detalhe que você der a ela, a deixara satisfeita”. “E mais curiosa” eu lembrei mamãe, ela deu uma risadinha e continuo. “Criar um filho não é fácil Em, ainda mais sozinha, você está fazendo um ótimo trabalho, mas talvez, só talvez ela sinta falta de um pai.” “Eu sei mãe, mas talvez eu não queira que ela tenha um.” A linha pareceu ficar muda, até que pude escutar minha mãe respirar fundo para falar. “Querida talvez ainda não seja a hora de contar a ela a verdade absoluta, mas você poderia ao menos dar lhe um detalhe que não revelasse tudo, porém você tem que ter em mente que a verdade sempre vem à tona, e dependendo o modo que ela descubra será difícil recuperar sua confiança. Você a conhece tão bem como eu, você sabe que não a criamos para mentiras”. “Mas a criamos para segredos” eu lembrei a ela, minha campainha tocou. “Mãe tenho que ir agora, tchau”. “Tchau e acho bom isso não ser uma maneira de fugir do assunto, até breve”. Fui atender a porta e me surpreendo com quem está lá, a razão dos meus futuros problemas. “Olá Hotch, o que você faz aqui?” ele me respondeu, me chamando para um caso, no final ele me convenceu, pedi a ele para me esperar lá embaixo em quanto eu pegava minha mala, porém aproveitei a brecha para ligar para Mary e pedir à ela que olhasse Elena, porque eu iria viajar para um caso.

O caso foi resolvido, levei uma pancada na cabeça, mas estava bem e no final, Strauss que havia viajado com a equipe readmitiu eu e Hotch. A equipe estava completa novamente, percebi que Reid estava satisfeito, a saída de Gideon havia o afetado muito e por mais estranho que pareça creio que ela vê em mim uma figura materna, e em Aaron uma figura de autoridade que talvez possa se comparar a uma figura paterna. Os dias foram passando, mais casos foram chegando, Descobri que Aaron estava se separando da esposa, fui fazendo amizade com os membros da equipe, especialmente JJ, que depois que soube que Aaron foi meu segurança virou minha grande amiga. Me lembro de um caso em particular que abalou a equipe profundamente. Já era noite, eu estava contando a Elena sobre as qualidades do pai dela, sim eu resolvi contar-lhe as qualidades e alguns defeitos, sem falar em uma breve história, mas de modo que nunca comprometesse sua identidade, quando recebi uma ligação de JJ me contando que Garcia havia sido ferida. Não preciso dizer que a equipe fez o possível e impossível para achar o responsável. Aos poucos fui percebendo que éramos mais que uma equipe, somos uma família.

Em uma certa noite JJ estava querendo conversar com alguém, mas Penélope estava ocupada, tenho minhas desconfianças que esteja relacionado ao Kevin, então JJ foi para o meu apartamento. Já era noite, eu estava no banho e Elena estava assistindo TV, ela sempre faz isso enquanto eu tomo banho e depois vai dormir, mas nesse dia eu deveria ter feito ela dormir mais cedo. JJ tocou a campainha, e Elena atendeu, não preciso dizer que Lena a convidou para entrar, e como não deixaria JJ havia dito que trabalhava comigo, e Elena disse que ela parecia confiável, tempos depois JJ me confessou que achou que tinha batido na porta errada.

Não preciso dizer que quando eu desci o clima ficou tenso. Tanto é que Elena foi dormir antes mesmo que eu mandasse. “Uau você tem uma filha, eu não sabia” JJ disse quebrando o silêncio e se sentando, acho que terei que contar-lhe uma história. No final acabei dizendo a verdade, mesmo se não fizesse ela poderia descobrir, não seria difícil, apenas uma questão de calcular datas. “Emily eu prometo a você que não contarei a ninguém sobre vocês dois, afinal amigos são para isso” Ela terminou me abraçando.