Desapegado escrita por AyalaOM
Notas iniciais do capítulo
Dois lados da mesma moeda.
“Não há tempo para chorar.” – R.E.M.
Levantei mais cedo que o normal disposto a deixar tudo no escritório pronto antes do fim de semana, para que eu pudesse, enfim, curtir minhas férias. Sozinho? Acompanhado? Descobrirei mais tarde.
[…]
O dia no escritório não era o que eu chamaria de cheio. Tinha Bruna para me fazer rir durante a folga de uma e outra reunião. Eu esqueci-me da minha ex-noiva por alguns instantes enquanto ela brindava-me com mais uma e outra piada ocasionalmente ou comentário tosco sobre os clientes do escritório de advocacia.
─ Ah você sabe, ─ Continuou ela. ─ Eles cheiram a queijo mesmo quando é de anhá cedo. Acho que nenhum deles se lembra o que é tomar banho.
Eu gargalhei entregando-lhe o relatório e voltando para a minha sala. Havia mais três que eu devia assinar antes de receber meu próximo cliente.
Comecei a ler a acusação formal redigida pela polícia num caso de seqüestros seguidos de roubo, todos colocados na conta do meu cliente e assinei, aceitando o caso. A porta abriu-se revelando-a novamente com duas pastas na mão esquerda.
Ela foi até o armário e eu segui o movimento dos quadris bem delineados dela. Ela virou-se jogando para mim um olhar sujo e eu dei-lhe o sorriso de canto de sempre.
─ Bela comissão de trás. – Pisquei fazendo-a rir.
─ O que acha de jantarmos hoje?
─ Eu com certeza vou. – Respondi-lhe voltando a olhar o relatório.
─ Não, senhor espertinho. Digo nós dois. Como nos velhos tempos.
─ Como nos velhos tempos? ─ A questionei com a sobrancelha erguida.
Bruna andou a passos calculados na minha direção e se curvou na mesa, deixando os seios medianos quase a mostra, quando os encostou na superfície. Seus olhos pareciam os de um felino, verdes como musgo, olhando-me atentamente.
Ela molhou os lábios com a ponta da língua e as lembranças de quase um ano atrás lampejaram na minha mente.
─ Você vai ser a sobremesa? Ou eu posso fingir que sou cavalheiro?
─ Quem precisa de cavalheirismo… ─ Ela disse sentando-se no meu colo. O calor de sua intimidade fez com que minhas bolas apertassem dolorosamente. – São as velhinhas cheias de teias, coitadas. Eu quero você. Agora, dentro de mim e com força.
Diante de suas palavras, eu não me dei ao trabalho de ponderar. Ela pediu, ela vai ter. Joguei os pratos no chão afastando-os com um braço, enquanto o outro a segurava firme contra o meu pênis duro…
─ Como nos velhos tempos.
─ Eu nunca esqueci a forma como você gemia no meu ouvido, bonitinha.
─ Eu nunca esqueci de você dentro de mim, indo e voltando do jeito que eu gosto.
[…]
─ Eduardo? – A voz me parece familiar, mas eu não consigo lembrar. Talvez de um tempo muito distante? Talvez de alguém em que não prestei atenção? Viro-me para encarar a dona da voz e meu coração parece que está parando e explodindo ao mesmo tempo.
Oh sim, eu lembro dela.
─ Ca-Camila? – A pergunta é retórica, eu sei que ela me reconheceu de longe e uma pequena vergonha se instala abaixo do meu estômago. – Quanto tempo.
─ Pois é! Fazendo o quê por aqui? Quer dizer, não é uma área comum a todos os espectadores.
─ Aposto que muita gente gosta de voltar aos anos 70.
─ Você gostou a loja?
─ Parece boa. Conhece o dono?
─ Ahaha. ─ Ela riu e eu parecia hipnotizado por sua presença novamente. Forcei-me a ouvir suas palavras: ─ Agora ele e meu. Eu tenho outros dois, um dos anos 50 e um dos anos 20.
─ Aposto que sim.
Ela sorriu e pareceu que a conversa havia chego ao fim, mas eu não queria que chegasse e tampouco parecia que ela queria despedir-se.
─ Quer jantar? – Ofereci subitamente. Percebi sua surpresa e me senti como um adolescente de novo na escola.
Camila piscou os olhos castanhos por alguns segundos e o movimento das pálpebras tomou a minha atenção, enquanto ela pensava.
─ Eu adoraria. – Meu coração palpitou com sua resposta em tom doce. – Mas eu não acho que posso. – E novamente a dor de ser rejeitado.
─ Qual o seu problema afinal? – Questionei com rispidez a pegando de surpresa.
─ O meu, nenhum, mas a sua amiguinha parece estar aguardando por você.
Foi como um clique na minha mente. Ah! É mesmo! Eu havia me esquecido completamente da Bruna. Droga.
Continua…
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Oh sim, será que vai dar pano para manga? Até amanhã ^-^
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Beijinhos ^-^~