Tempest escrita por Kaline Bogard


Capítulo 5
Capítulo 05 – Quanta inocência!


Notas iniciais do capítulo

Dia 05
Beautiful day (U2)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/590386/chapter/5

Tempest

Kaline Bogard

Capítulo 05 – Quanta inocência!

O ruivo não entendeu. Como assim pena de jogar lixo fora? Eram apenas lenços usados, para que se apegar?

Por quê? — perguntou curioso com os motivos do outro.

Hum... são milhões de Aominezinhos que deram a vida pela minha diversão. Eles merecem um pouco de respeito, não acha?

Kagami olhou para o papel em sua mão. Olhou para o sorriso sacana de Aomine. Olhou para o papel em sua mão. Olhou para o sorriso sacana de Aomine. Então uma careta épica contorceu seu rosto, enquanto ele soltava o lencinho e o cesto de lixo no chão.

— CARALHO, AOMINE! Isso é nojento!! — começou a esfregar as mãos contra a roupa, desesperado — Você é doente?!!

Daiki não agüentou. Afundou-se no colchão e riu, sem desviar os olhos do outro, com medo de perder o surto.

— Preciso de álcool para desinfetar minhas mãos!

— A cara que você fez... — ele disse entre risos — Nunca vou esquecer.

— Maldito! — Kagami deu um passo a frente fechando as mãos em punho. Estava furioso e queria descontar em algo. Ou alguém!

— Espera, Bakagami! Espera — Aomine respirou fundo tentando parar de rir — É claro que eu não limpei minha porra aí, né?

— ...

— Não acredito que caiu nessa! — riu mais um pouco — Quanta inocência!

— Não tem graça, animal.

— Tem sim! Muita graça, escravo — voltou a rir.

Taiga sentiu vontade de chutar a parede, só para resistir ao desejo de chutar a cara do outro. Odiou a brincadeira.

— Teu rabo que teve! Pare de rir!

— Olha a educação, escravo. Meu rabo é muito sério! E não me dê ordens — foi recuperando o fôlego aos poucos — Continue seu trabalho.

— Eu não vou pegar isso — apontou os lenços de papel que haviam se espalhado pelo chão — Usou eles pra que?!

— Pra nada suspeito — Daiki cruzou as mãos embaixo da cabeça. Quase voltou a rir, diante do olhar desconfiado que recebeu — É só ranho.

Tivera um resfriado no mês passado e gastara quase duas caixas assoando o nariz. A preguiça o impedira de jogar aquilo fora. Ainda bem! Se divertira um bocado à custa do ruivo, graças a eles.

Kagami praguejou baixo, nem um pouco animado a pegar qualquer coisa suja com fluídos corporais de Daiki. Se pudesse, sendo bem sincero, faria o engraçadinho engolir todos de uma vez até que engasgasse e morresse sufocado, vítima do próprio ranho ressecado!

Mal humorado, pegou a vassoura e começou a varrer os lenços de papel para a lixeira caída no chão.

— Não fica com raivinha, baka — Aomine provocou — A culpa é sua por acreditar no que eu disse.

— Do jeito que você é retardado... — resmungou terminando a tarefa. Queria mais do que tudo ir embora logo daquele lugar. Principalmente porque não passara no Maji Burger e não comera nada desde que saíra do treino.

Como se ecoasse tais pensamentos sua barriga roncou, deixando-o um tanto sem graça.

— Ee, ta com fome, escravo?

A resposta brotou em sua boca sem que pudesse impedir.

— Não. Eu gosto de conversar com meu estomago de vez em quando. Somos grandes amigos, aho.

Daiki ergueu as duas sobrancelhas. Não se ofendeu, pelo contrário.

— Alguém está querendo lavar o banheiro também... — insinuou maldoso.

— Não! — Taiga tratou de rebater — Digo, sim. Estou com fome, Aomine sama.

Que dia maravilhoso. Se Daiki tivesse um letreiro luminoso na testa, era justamente isso que estaria piscando em luzes néon. Fazia tempo que não se divertia tanto! Sentou-se na cama.

— Vou ver se tem algo para alimentar um escravo.

— Não precisa se incomodar — Taiga tentou usar a fome como desculpa para escapar dali — To indo embora.

Claro que não colou. Aomine não o deixaria sair tão fácil da brincadeira.

— Não vai não. Só vai quando eu deixar — ficou em pé jogando a revista sobre o colchão. Até se esquecera dela nos últimos minutos. Espreguiçou o corpo, esticando-se todo. Acabou com uma expressão pensativa no rosto — Acho que tem ração pra cachorro em algum lugar da casa.

Kagami ficou cinza. Aquele idiota ia obrigá-lo a comer ração para cachorro?! Ah, não! Tudo nessa vida tinha um limite.

Mas o outro riu gostoso.

— Sua cara, baka! Você acredita mesmo em tudo o que eu digo! Como é inocente — debochou saindo do quarto — Nem temos cães em casa.

Kagami jogou a vassoura no chão, furioso. Agarrou a alça da mochila e seguiu o dono da casa. Na mente, várias cenas passavam como um filme. Mil formas de acertar uma voadora na nuca de Daiki e derrubá-lo pela escada.

Foram até a cozinha, um estilo que poucas vezes vira em residências japonesas, provando que os pais de Aomine apreciavam a influência ocidental. O resultado final era interessante, duas culturas tão diferentes em harmonia, tornando o dia a dia mais prático.

— Senta aí — indicou a ilha de mármore — Vou ver o que tem pra comer.

Kagami obedeceu, largando a mochila no chão, ao lado da banquetinha. Cruzou os braços sobre o tampo rajado e observou enquanto Daiki fuçava na geladeira.

— Você ta sozinho em casa? — perguntou uma coisa que o intrigava desde que chegara ali. Ainda que ficasse o tempo todo no quarto do garoto, não vira sinal de mais ninguém além deles.

— Hn — respondeu sem entrar em detalhes e o assunto morreu. Achou alguns onigiris que dariam para enganar o estomago — Chá verde ou café gelado?

— Chá verde.

Após empurrar os bolinhos de arroz e a bebida para o ruivo, sentou-se em uma banquetinha também, assistindo enquanto ele se servia.

— Bom — Kagami teve que admitir após dar a primeira mordida. E não era por estar faminto, mas aqueles onigiris estavam mesmo saborosos.

— Minha mãe cozinha bem — Daiki disse com desinteresse, olhando distraído alguns grãos de arroz grudados na bochecha de Taiga — Aquela mulher só não tem tempo pra arrumar meu quarto.

— Toma vergonha na cara, aho — Kagami resmungou de boca cheia — Você já é bem grandinho pra limpar suas coisas. Minha casa inteira é mais limpa do que seu quarto.

Daiki lançou um olhar agudo na direção do outro. Não entendeu porque ele dizia aquilo como se fosse um grande feito. Se a casa permanecia tão limpa parte do crédito era da mãe de Kagami, não dele.

— Por que ta se vangloriando disso?

Taiga pegou outro bolinho do prato.

— Porque eu moro sozinho e sou responsável pela limpeza inteira. E consigo dar conta muito bem, não sou folgado como você, que nem o quarto arruma. Prefere dormir num chiqueiro...

Aomine estreitou os olhos com desconfiança. Ignorou a última ofensa, interessando-se (muito) em uma parte específica da revelação.

— Você mora sozinho em uma casa?

— Apartamento — corrigiu e deu um grande gole no chá.

Então Daiki sorriu torto, arrepiando Kagami de um jeito desagradável, que ele já estava se acostumando desde que aquela confusão se iniciara.

— Então eu tenho um apartamento?

O ruivo engasgou com o bolinho.

— O quê?!! — deu soquinhos no peito para desengasgar.

— Você é meu escravo, Bakagami. O que é seu é meu — explicou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. Taiga ficou sem reação — Me passa o endereço. Amanhã depois do treino eu vou pra lá. Se prepare.

Previsões de um futuro terrível vieram a mente do ruivo. E ele perdeu a fome por completo, de repente foi como se mastigasse um pedaço de pedra ao invés de arroz. A vida bem que podia lhe dar tempo, não?

continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gente, o Aomine não tá valendo mais nada no fandom, coitado... Enganou o Kagami e os leitores com aquela história dos lenços, hauhsuahsahsa. Vou chamar os leitores dessa fanfic de Kagamizinhos :3

Cinco dias e eu to começando a ficar sem ideias. Acho que 28 dias de zoação vai ser muita coisa! Ou o Kagami mata o Aomine antes ou morre do coração. Hehehe.

Até amanhã.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Tempest" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.