Tempest escrita por Kaline Bogard


Capítulo 27
Capítulo 27 – Dorme lá em casa?


Notas iniciais do capítulo

Dia 27
Three Little Birds – Bob Marley
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Lemon? Lemon!

Contagem regressiva: 01 dia para o fim das postagens :O



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Tempest

Kaline Bogard

Capítulo 27 – Dorme lá em casa?

A alegria de Kagami durou pouco. Tão pouco quanto a neve, que afinal foi apenas uma ameaça. A primeira da estação nunca vinha com força total. E também não pode ficar muito tempo andando de mãos dadas com Daiki. O local estava lotado! Era mais fácil soltar as mãos.

— Nunca vamos achar Kuroko por aqui! — o ruivo resmungou tentando ficar próximo a Daiki — Mandamos uma mensagem?

— Não. Deixa aqueles dois terem o seu momento. Nós teremos o nosso.

Kagami não rebateu. Adorou a decisão.

Caminharam até as barraquinhas de comida. Kagami foi direto ao takoyaki e pediu uma pequena montanha! Aomine não se conformava dele conseguir comer tanto. Riu quando o outro espetou o primeiro do pratinho e abocanhou voraz. Queimou a boca, claro. Os bolinhos estavam quentes.

— Bem feito, Bakagami!

O coitado não respondeu, lançando lhe um olhar rancoroso e lacrimejante.

Ali estava menos lotado, por sorte, assim era mais tranquilo comer. Encontraram até um banco vago! Daiki não resistiu e comprou alguns também, já que o ruivo comia com tanto apetite.

Quando acabaram, Kagami sorriu.

Chocobanana?! — perguntou e nem esperou resposta. Já foi em direção a barraca comprar o doce. O outro ficou no banco, guardando lugar. Observando desinteressado as pessoas que passavam, a grande maioria metida em kimonos. Todos se divertindo muito com o festival.

Kagami demorou um pouco, voltando com duas bananas no espeto, cobertas com chocolate e confeitos. Estendeu um para Aomine, que aceitou. Mas o rapaz quase engasgou assistindo enquanto o ruivo levava o doce aos lábios. Mal conseguiu disfarçar, embora Taiga nem se desse conta do desconforto hormonal alheio.

— E agora?

— Você não veio aqui só pra comer, veio? — Daiki debochou.

— Claro que não. Mas alguém atrasou quase uma hora. Perdemos a parte das apresentações culturais — rebateu com um bico — Pelo menos não perdemos o Hanabi.

— Acho que não vou ficar pra ver os fogos — ele revelou indiferente, pegando Taiga de surpresa — Pelo horário não dá tempo de chegar em casa. Minha mãe está enchendo o saco porque minhas notas caíram...

Essa última parte devia agradecer ao rapaz sentado ao seu lado, a quem enviou um olhar bem rancoroso, obrigado. Sim, a culpa era de Aomine mesmo, por exigir que ele respondesse os exercícios da escola. Mas como ia adivinhar que o cara era tão ruim nas matérias?!!

— Então dorme lá em casa — o ruivo ofereceu, evitando devolver a mirada.

— Ee?

— Passa a noite lá em casa — repetiu — É mais perto, podemos ver os fogos.

— E fazer “saliências”? — Daiki provocou meio falando a sério, condenado pelo sorriso torto.

— Convite cancelado — cruzou os braços chateado. O outro sempre tinha que importunar e acabar com uma conversa séria?

— Não fica assim, Bakagami. Eu vou pra lá. Só preciso avisar aquela mulher — ficou em pé — Vamos pra um lugar mais calmo.

Tiveram que sair um pouco da parte principal, para que Daiki pudesse falar ao telefone. Ali o som da multidão chegava abafado até eles. Ainda que tivesse algumas pessoas em derredor, em busca de privacidade, foi fácil encontrar um banco vago. Kagami sentou-se e apenas observou Daiki se afastar para o lado, pegando o telefone do bolso e discando pra mãe.

Apoiou as mãos no banco, sorrindo. Não negava que o outro era uma bela visão, com aquele casaco grosso e quente, de material escuro, a calça comprida preta; no rosto a expressão de tédio se alternava com caretas, muito provavelmente por algo que escutava da mãe. Sim, um conjunto complexo e incomum, mas Taiga gostava de tudo. Se apaixonara por tudo.

Então Daiki veio caminhando devagar para perto do ruivo, finalizando a conversa e atraindo-lhe a atenção.

— Ee? Como assim mulher? — franziu as sobrancelhas olhando fixo para Taiga — A intenção é transar até nas paredes...

Kagami ficou estarrecido. Não acreditou que Aomine falara aquilo para a própria mãe! O garoto não conhecia limites?! Como ia encarar Kaoru san agora? E o péssimo caráter de Daiki não terminara com os golpes ao pobre Taiga, pois ainda falou:

— Camisinhas...? Pra que? Não tem perigo nenhum do Bakagami engravidar. E do jeito que ele é fresco aposto que ainda é virg...

Okay. Daiki fora longe demais. Kagami levantou-se do banco mais rápido do que Kuroko enganava mover-se com o Vanishing Drive, tentando tomar o celular das mãos do outro. Porém Daiki já derrotara o ex-companheiro de time. Desviar do ruivo foi fichinha.

— Desgraçado! Eu vou matar você, Daiki!! — ameaçou frustrado por não conseguir pegar o aparelho telefônico.

A resposta de Aomine foi rir e mostrar a tela do celular.

— Eu já tinha desligado, baka! — era tão fácil tirá-lo do sério! Cabeça quente inocente que sempre caia nos seus golpes.

O alívio de Kagami foi tão grande que ele sentou-se no banco sem dizer nada. Estava lívido.

— Oe, claro que eu não ia dizer esse tipo de coisa pra minha mãe, né, Kagami?

— Você é um idiota — ele resmungou — Quase me matou do coração. Acho que eu cheguei a ver a luz...

Daiki riu de novo, sentando-se ao lado dele no banco. Colocou a mão sobre a perna de Taiga e deu um apertão.

— Não posso zoar meu namorado?

A pergunta fez Kagami olhar de lado, um tanto surpreso.

— Namorado?

Antes de responder Aomine ergueu a mão e deslizou as costas dos dedos pela bochecha de Taiga, um gesto cheio de carinho que o ruivo não esperava.

— Gosto de sacanear você, baka. Acho que não vivo mais sem isso...

— Aho — ele resmungou de volta, a raiva desaparecendo de si como se nem tivesse existido, tanto pelo gesto gentil quanto pelas palavras que transbordavam sentimento. Aquele infeliz pegara seu ponto fraco. Tinha um jeito próprio de desarmar Kagami e vergonha nenhuma de abusar disso. Fazer o que? Estava perdido.

— Matsuri? — Daiki perguntou.

— Hn — concordou a contra-gosto.

Retornaram para o aglomerado de pessoas. O número parecia ter aumentado a medida que se aproximava o ponto alto da queima de fogos. Não viram nem sinal de Kuroko ou Satsuki, o que nem surpreendeu.

Quando o primeiro dos fogos de artifício explodiu no céu eles pararam de andar. Kagami segurou na mão de Aomine e apontou a sequência barulhenta de cores e brilho. Sorria maravilhado, sem conseguir desviar os olhos.

Daiki não se importou com nada disso, pois admirava a expressão do namorado, que não podia ser mais bonita. Moveu-se quase sem perceber, passando a mão livre pela nuca do ruivo, daquele jeito que tanto gostava, puxando-o para um beijo, sem se importar se atrairiam olhares ou não. Queria mais que as outras pessoas explodissem exatamente como aqueles fogos no céu.

Taiga arregalou os olhos por um segundo, porém a felicidade era maior do que qualquer outra coisa. Ele entregou-se ao beijo, ao momento.

E o momento era perfeito.

R&B

— Você quer que eu prepare o ofuro? — Kagami perguntou ao entrar no apartamento — Ou prefere o chuveiro?

— Chuveiro — Daiki optou pelo mais prático. Então sorriu sacana — Ofuro só se você for comigo...

Taiga devolveu o sorriso:

— Quer dormir na cadeira do porteiro?

— Não.

— Então é banho de chuveiro, aho — destruiu a animação do outro sem piedade.

Daiki não respondeu, ainda que o brilho divertido continuasse nos olhos azuis. Depois disso o ruivo foi pegar roupas mais confortáveis para emprestar para o namorado. Namorado, a palavra o deixava um tanto corado. Mas tinha a impressão de que se acostumaria rápido.

Enquanto Aomine tomava banho, arrumou a cama e esticou um edredom. Também levou o aquecedor de ar portátil e o ligou. O sistema de calefação do prédio não era dos melhores.

— Usei sua escova, Kagami — Daiki foi falando ao entrar no quarto de Taiga pela primeira vez, achando fácil o comodo. Instinto talvez? — Você é o Senhor Arrumadinho, hein? — debochou ao ver que o aposento era tão limpo e arrumado quanto o restante da casa. Usava um conjunto de moletom verde musgo. Água pingava dos cabelos curtos que não enxugara direito.

— Aa, tudo bem — fez uma anotação mental de comprar uma escova extra para deixar ali — Fique a vontade, já volto.

O banho que tomou foi bem rápido, apenas para tirar o cansaço e ajudar a relaxar mesmo, facilitar o sono a chegar fácil. Não negava que estava nervoso. Deu uma volta pelo apartamento verificando se tudo estava fechado. Voltou ao quarto e encontrou Daiki já debaixo das cobertas, foleando uma revista de esportes qualquer que Taiga comprava de vez em quando. Ele fechou o periódico e colocou em cima do criado-mudo de madeira.

Em silêncio Kagami acendeu a luz de um dos abajures e apagou a principal do quarto. Então foi deitar-se também, metendo-se sob o edredom. A cama de casal era infinitamente mais confortável do que a de solteiro, óbvio.

Os dois deitaram-se de frente um para o outro, iluminados pela claridade do abajur.

— Vamos tentar? Tenho camisinhas na carteira — Daiki perguntou como quem não quer nada. Taiga não respondeu, apesar de sentir o coração disparar e o rosto corar. O nervosismo era gritante. Mas Aomine nem podia reclamar, pois por baixo da pose confiante, também estava apreensivo — Ou quer ter certeza de ser o cara certo?

Kagami baixou os olhos. Notou um fiozinho de linha solto na blusa moletom de Aomine e moveu a mão para puxá-lo.

— Não o “cara” certo — respondeu evitando contato visual — Mas o “momento” certo...?

Daiki riu baixinho.

— É um fresco mesmo — brincou antes de passar os braços ao redor do ruivo e puxá-lo para mais perto. Podiam não avançar de base, mas aquele era um bom jeito de terminar o dia — Oyasumi.

— Oyasumi — a reposta veio com um suspiro — Amanhã vou chutar o seu traseiro...

— Ee? Tudo bem, pode chutar meu traseiro — devolveu baixinho — Mas eu quero fazer outra coisa com o seu...

— Aho.

— Baka.

Nada mais veio, Kagami adormecera. Daiki o abraçou com um pouco mais de força, antes de fechar os olhos também.

É, realmente um bom jeito de terminar o dia.

continua...


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Notas finais do capítulo

Lemon? #EuMenti

Mas aposto que teve nego aí que acreditou! Huashuahsuashua e nesse exato momento deve estar amaldiçoando todos os meus ancestrais. No problem. Eu aguento a bronca xD

Esse Matsuri em Arakawa eu inventei xD

Coloquei imagens do takoyaki e da chocobanana pra quem não conhece. Colo aqui de novo se passou batido lá em cima:

Takoyaki: http://migre.me/oNA3n
Chocobanana: http://migre.me/oNA5w


Hanabi – fogos de artifício

Importante: amanhã vou pra Sampa, encontrar cazamiga e falar muito de viadagem. Por isso estarei off e vou atrasar um pouco pra responder review. Mas segunda-feira respondo sem falta! :D Prometo. Ah, e o capítulo já está agendado, então sem medo que o final vem sem falta :3

E pela última vez nessa fanfic: Até amanhã!!