Love Remains escrita por Lady Danvers


Capítulo 9
Talvez tudo foi um Sonho




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JULIE

 

Mãos quentes envolviam meu corpo.

Me entreguei ao calor daqueles braços sem pensar duas vezes. As cobertas ajudavam a manter o frio afastado.

Não abri meus olhos enquanto uma das mãos dele desciam por meu corpo. Eu sabia que estava sonhando.

Depois das revelações do dia anterior, deixei Megan na SHIELD e voltei para o apartamento de Brad.

Há muito tempo eu não tinha um sonho assim. Devia ser saudade dele.

Gemi quando seus dedos alcançaram o meio úmido entre minhas pernas, sua boca tocando minha orelha. Me entreguei ao sentimento que crescia em mim, tomava minhas veias cada vez que meu corpo respondia aos seus toques.

Ele beijava meu pescoço, deixando trilhas quentes por onde passava. Me virei e comecei a beijá-lo como nunca havia beijado alguém antes. Era intenso demais.

Suas mãos voltaram para meu rosto, me deixando sem fôlego. Seu beijo era como fogo, selvagem e descontrolado. Quem diria que minhas fantasias com meu namorado chegassem a esse extremo.

Eu poderia viver naquele sonho para sempre. Eu nunca havia sentido algo daquela forma.

Ele beijava meu pescoço com ferocidade, no intento de deixar marcas. Ele me abraçou forte, me aninhando em seu peito. Meus olhos pesavam no sono. Provavelmente já era hora de acordar, mas eu não queria.

Queria ficar ali. Com ele.

— Eu te amo, Juliet.

Senti o sangue em minhas veias gelar e abri meus olhos ao som daquela voz. Antes que eu pudesse pensar, eu já estava do outro lado do quarto agarrada ao lençol.

Não era com Brad que eu estava sonhando.

— Juliet? – Loki me olhava, preocupado.

— O que você está fazendo no meu sonho? – Perguntei, tremendo. Por que não consigo acordar?

— O quê? Como assim seu sonho? Isso é um sonho? – ele parecia mais confuso do que eu. – Eu estou sonhando.

— Se o sonho é seu, como eu vim parar aqui!? – gritei.

Os olhos de Loki se abriram em surpresa. Ele finalmente havia entendido.

— Espere, você é A Juliet e não a Juliet do sonho? – Ele levantou da cama, sem roupa alguma. Me obriguei a encarar o chão, por mais que eu houvesse quase transado com ele há menos de cinco minutos. – Como isso é possível?

Por Deus. Eu estava na cama com Loki.

— Você acha que eu sei!? Me manda de volta! – ordenei, meu rosto parecia que ia derreter de vergonha.

— É mesmo você. Está mesmo aqui. – Ele disse então estalou os dedos e estava vestido novamente. Cada passo que ele dava em minha direção, eu andava para trás até bater na parede. – Isso não devia ser possível.

Senti minhas pernas bambas quando ele se aproximou, me encarando. Odiava o fato dele ter esse controle sobre mim. Com um braço apoiado na parede, Loki se inclinou para sussurrar em meu ouvido.

— Sei que gostou, Juliet. Esqueceu que não conseguimos mentir um para o outro?

 

 

 

Acordei subitamente na cama de Brad, suando frio.

Me desvencilhei das cobertas, meu coração martelando no peito. Como aquilo podia acontecer? Como vou dormir de agora em diante?

Ainda conseguia sentir Loki sobre meu corpo, seus beijos e suas carícias. Sei que não havia sido culpa dele já que ele ficou mais surpreso do que eu. A nossa conexão estava se tornando cada vez mais perigosa.

Levantei da cama e senti minhas pernas fraquejarem, como se o sonho realmente acontecera.

Fui direto para o banheiro, ligando a luz. Afastei meus cabelos rapidamente e constatei o pior. As marcas dos beijos de Loki estavam lá, fazendo uma trilha em meu pescoço.

De alguma forma, aquilo havia acontecido. Nosso laço mental proporcionou minha passagem para o sonho dele e agora se manifestava fisicamente. A prova irrefutável do que aconteceu entre nós.

Eu traí Brad.

A única pessoa que nunca mentira para mim, meu primeiro amigo e amor.

Me encostei na porta do banheiro, fazendo o máximo para me acalmar. Loki parecia estar tão chocado quanto eu, estava tão silencioso que era como se o laço entre nós não existisse.

Eu tinha que contar para o Brad.

Ele sempre confiou tanto em mim. É justo que eu retribua o gesto.

Assim que deitei na cama para tentar dormir, escutei a voz de Brad no corredor. Ele havia voltado mais cedo.

Passei a coberta sobre mim e fechei os olhos, na esperança de que ele não notasse nada. Quero contar a verdade para ele, mas não ali, onde acabou de acontecer.

— Não tem porque se preocupar, senhor – escutei Brad falar assim que ele entrou no quarto. Estava falando ao telefone. Com Fury, talvez? – Eu avisei para Rumlow o que acontecerá caso o projeto atrase, ele sabe muito bem quem pode vir atrás dele.

Os passos pararam. Ele provavelmente deve ter me visto.

Senti ele caminhar até mim e mantive minha respiração estável, como se estivesse em um sono profundo.

— Eu lhe garanto, senhor – Brad se afastou. – Fury não sabe de nada.

Como assim? Fury é o Diretor da SHIELD, ele sempre sabe de tudo. Com quem Brad estava falando?

Após desligar o celular, ele deitou ao meu lado na cama. Senti sua mão tocar meus cabelos.

— Você voltou? – balbuciei como se estivesse dormindo há muito tempo. – Quem era no telefone?

— Só a Molly – Brad disse. – Aparentemente, ela vai embarcar em uma viagem pela Ásia com a namorada, Celine.

Respirei fundo antes de responder qualquer coisa. Brad mentiu para mim, mesmo que tenhamos jurado nunca fazer isso. Minha vontade era gritar com ele e perguntar o motivo de tudo aquilo.

— Legal – foi o que respondi. Por que eu esperei que ele não mentisse?

Brad era um agente treinado em espionagem e técnicas de combate que levarei anos para aprender. Todos os anos em que passamos separados, Brad aprendeu a enganar e mentir para concluir suas missões.

Começo a duvidar que nosso relacionamento não seja muito diferente disso.

 

 

 

MEGAN

 

Dormir parecia ser uma tarefa difícil.

Depois de tantas revelações, aconselhei Julie a voltar ao apartamento de Brad e contar a verdade quando ele voltasse. Pelo menos uma de nós tinha que estar bem.

Eu estava longe de estar bem. Quando se descobre que você foi uma cobaia em um experimento que poderia ter acabado com sua vida, mesmo que eu já fosse morrer, coloca tudo o que você viveu em uma nova perspectiva.

Por isso, saí do quarto em que me colocaram e fui para a sala de repouso. O Traskelion era o Centro de Comando da SHIELD, mas havia quartos vagos em uma de suas instalações caso alguém precisa passar a noite.

— Ainda acordada?

Quase derrubei minha xícara de chá ao escutar a voz dele. Steve estava parado no batente da porta, vestido casualmente.

— Desculpe a intromissão – ele acrescentou. – Posso entrar?

Assenti e o observei cair em uma poltrona. Ele parecia extremamente cansado.

— Acabou de voltar da sua missão? – Peguei meu chá e sentei ao lado dele. Steve assentiu. – Por que não voltou pra sua casa? Parece que você foi atropelado por um trem.

Steve sorriu, cansado.

— Vim ver uma amiga – ele respondeu, com um meio sorriso. – E foi um caminhão que quase me atropelou.

Rimos juntos. Steve devia mesmo estar esgotado para fazer piada de si mesmo ou talvez ele sempre fora assim. Talvez só mostrasse esse lado de sua personalidade para poucas pessoas.

— Então, você já sabe – falei, terminando meu chá antes que esfriasse.

— Fui informado – Steve deu de ombros. – Como você está?

— Como se tudo que eu acreditei até hoje não fizesse mais sentido – comecei. – É difícil acreditar que minha família escondeu isso por tanto tempo.

— Eles estavam tentando te proteger.

— Me protegeram tanto que quase morri sem saber porque tinham me sequestrado – respondi com uma raiva guardada há muito tempo dentro de mim. – Eu ia morrer, Steve. Eu tinha certeza que meu fim havia chegado.

Minhas mãos começaram a tremer.

— Então Scott veio até mim e, naquele momento, tive mais medo do que ele queria fazer comigo do que simplesmente a ideia da morte. Lembrei de relatos e notícias de mulheres violentadas e mortas e congelei. Não consegui me mexer ou esboçar qualquer reação pelo medo que me paralisava. Só respirei novamente quando você e Julie apareceram.

Meu rosto estava quente e notei que chorava. Eu raramente chorava, principalmente na frente de alguém.

— Desde que voltei, tentei agir como se nada tivesse acontecido porque Julie precisa de mim, mas não consigo esquecer.

Senti a mão de Steve em meu rosto, limpando minhas lágrimas.

— Sinto muito, Megan – Steve pegou em minhas mãos, os tremores diminuíram. – Sinto muito por deixar você sozinha.

Quase ri a contragosto. Ali estava eu, de mãos dadas com Steve Rogers, uma das melhores pessoas que já conheci e tudo que eu conseguia fazer era chorar por ele achar que aquilo era culpa dele.

— Steve, isso é tudo menos sua culpa – falei, suas mãos firmes nas minhas. – Se você tem uma parte nisso, é a de herói. Mesmo sem saber, você salvou minha vida.

— Fico feliz que o experimento falho que eu fui serviu para algo – Steve disse. De repente, notei que estávamos muito mais próximos do que jamais estivemos. – Se foi para salvar você, então valeu a pena.

Senti o choro se formar novamente em minha garganta. Além de Julie, ninguém nunca havia se preocupada tanto comigo. Havia meus pais, é claro, mas até entre nós havia barreiras. Criadas por eles e eu.

Quase me joguei em Steve, o abraçando. Nem parei para pensar no ato quando o fiz e Steve não pareceu se importar. Ele apenas me abraçou em resposta.

— Obrigada – falei. - Por se importar.

— Se você permitir, sempre estarei aqui.


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Notas finais do capítulo

Por favor, não me matem

Comentem o que acharam. Quero saber a opinião de vcs.
Até a próxima.



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