Keep Holding On escrita por Tris Pond


Capítulo 8
Live and Let Die


Notas iniciais do capítulo

Não acreditei quando eu vi a letra da música do desafio para hoje. Ela grita Supernatural. Amei escrever com ela.



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O que importa para você?
Quando você tem trabalho a fazer
Você tem que fazer direito
Você tem que mandar os outros pro inferno

(Live and Let Die - Guns N' Roses)

Estava em uma caçada a um lobisomem que vinha causando diversas mortes. Era obviamente algo novo e totalmente sem noção do perigo que estava. Totalmente sem apoio de quem o transformou. Melhor para mim.

O pior era que descobrira agora que o lobisomem estava atrás de uma ex-namorada, Angela, e eu tinha que a manter sob a minha vista até que ele estivesse morto.

Agora, esperava o lobisomem aparecer, com ela dentro da casa dela.

Meu corpo ansiava por uma luta, mas eu tinha que esperá-lo chegar primeiro. Esperar ele tentar transformar Angela e a proteger - de novo.

– Não se preocupe, eu não vou deixá-lo te pegar – afirmei, para a tranquilizar.

Eu não a conhecia direito. Somente tinha salvo a vida dela enquanto ele estava a atacando. Infelizmente, ele fugiu. Mas pelo menos ela agora acreditava no que eu fazia. Acho que ela quer acreditar que existe algo capaz de a proteger depois de ver que existe algo capaz e querendo matá-la. Não a culpo.

A menina loira ficou em silêncio por um tempo. Não quis interromper, porque sabia que devia estar sendo difícil para ela. Toda essa coisa de um novo mundo inteiro escondido bem debaixo dos olhos dela... E ainda mais o fato de que uma pessoa que ela já saiu, queria a condenar a um vida horrível.

– Então, por que você faz isso? Vai atrás dessa coisa e tal? – pergunta Angela confusa. Fiquei surpresa. Achei que ela estivesse pensando sobre ela, mas acho que uma caçadora também podia gerar curiosidade. Era algo diferente - até mesmo incompreensível - para aqueles que não estavam no meio.

Parei de falar. Ninguém nunca tinha me perguntado o motivo. Ninguém nunca tinha se importado o suficiente para isso. Nunca tinha refletido sobre isso, mas sabia que não precisava: eu nunca tinha tido uma escolha. Era claro o que tinha me levado até ali. Algo que nunca mudaria.

– Por causa da minha família.

Eu cresci entre caçadores. Era natural que eu me tornasse uma. Era o que era esperado de mim e eu satisfiz as expectativas da maioria. Eu treinava e luta. Eu usava minha inteligência. E simplesmente seguia o meu instinto.

A loira assentiu, entendendo o que eu falava. Ou pelo menos uma parte. Ela nunca entenderia tudo.

– Você gosta do que faz?

Essa pergunta me pegou totalmente desprevenida. Eu gostava? Eu não sabia. Era algo tão básico para mim quanto trocar de roupa, era algo que eu nunca pensei que pudesse ser de outro jeito.

Parei para pensar. Eu não sabia se gostava. Era complicado. Era algo que eu sentia que precisava fazer e que estava tão acostumada a fazer isso que ansiava por mais, apesar de saber que não fazia muito bem.

Era um círculo vicioso: não podia me sentir bem enquanto não caçava, mas não podia evitar me sentir mal depois de tudo que eu tinha feito. Eu me sentia cansada enquanto caçava, mas depois me sentia bem ao ver todo o bem que tinha realizado, então ficava a procura de outro caso para continuar a me sentir desse jeito, e então percebia o quão cansada eu estava. Mas aí eu tinha que continuar o que eu tinha começado e manter todos a salvo - não suportaria a ideia de saber que podia ter feito alguma coisa para salvar algumas pessoas e ter simplesmente ido embora - e eu ia até o final. E quando acabava, eu me sentia bem novamente. Estava feliz por ter feito do mundo um lugar mais seguro. Eu tinha feito minha parte e podia salvar mais pessoas ainda. E eu partia de novo.

Era uma confusão. Ao mesmo tempo que eu odiava meu trabalho e desejava ser normal, eu agradecia a oportunidade por saber a verdade sobre o mundo e me empolgava caçando coisas diabólicas.

Se eu fosse pensar como uma pessoa comum, eu não deveria gostar. Eu não era uma pessoa fria ou que tinha muita raiva para precisar liberá-la. Eu não ganhava muito com isso. Eu entrava em lugares e situação horríveis e assustadores. Minha vida era constantemente ameaçada.

Mas, estranhamente, eu gostava um pouco. Eu sabia que minha vida era quase irreal, mas era a única vida que eu tinha. E essa vida me fazia ser quem eu era. Não importava o que queria; importava somente quem eu era e o que faria para salvar inocentes.

– Eu não tenho que gostar - respondi por fim.

Não importava minha opinião. Sabia que não poderia parar de caçar sem um motivo excelente. Não se eu quisesse conviver comigo mesma depois. A culpa que surgiria em mim quando eu parasse de caçar seria enorme.

– E você não tem medo? - Angela perguntou, claramente fascinada. Não era todo dia que uma menina comum encontrava uma caçadora.

Eu tinha medo. Claro que tinha. Eu era humana. Nunca seria normal ver as pessoas que eu amo ameaçadas ou quase morrer. Não tinha como parar esse sentimento quando eu via um monstro pegando uma arma e indo na minha direção quando eu estava sem condições para lutar de volta.

Mas eu tinha sido treinada para lidar com o medo. Ele somente me fazia ser mais forte agora. Nada ser irracional ou emotiva por causa dele. Com medo ou sem, eu continuava uma caçadora e tinha que saber sair de situações difíceis. Nada de recuar.

– Não.

– Nunca?

– Eu sei o que eu preciso fazer - falei para ela - E eu faço. O que acontecer, aconteceu.

Era assim. Eu não podia perder tempo considerando o que aconteceria se algo desse errado. Eu tinha que fazer o que eu faço. Tinha que caçar esses monstros e matá-los. Sem piedade. Sem exceções quando o monstro já matou.

Depois eu lidava com as consequências, que normalmente não muitas. As maioria dos casos se pareciam. A maioria simplesmente morria e ia para o inferno. Ou onde seja que fique o lugar que os monstros vão depois que morrem. Não ligava, contanto que estivessem longe da Terra.

Porque o meu trabalho era manter os humanos salvos e eu mataria qualquer coisa sobrenatural que entrasse no meu caminho. Nada era mais importante que vida inocentes.

Ouço um som de alguém correndo e sorrio. Hora do trabalho.

– Prepara-se - aviso a Angela - O lobisomem chegou.

Era hora de lutar e deixar o resto para depois.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.



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