Edward

Depois de ter um Natal cheio de emoções era hora de pegar a estrada. Como agora cada um tinha seu carro poderíamos escolher com qual iríamos. No carro do meu pai iriam ele, Esme, Charlie, Sue e Marie. E no meu carro, iriam Tânia, Alice, Emmett, Rosalie e Valentina. Jasper não poderia participar da nossa semana na neve, pois ele também trabalhava com os pais e não poderia deixá-los na mão, mas o mesmo se ofereceu para ficar com Donna e eu aceitei.

A viagem foi animada. Alice estava tão empolgada quanto eu com o carro novo e não parava de elogiar e usar todos os equipamentos oferecidos pelo automóvel. Ela chegou a ligar o DVD e colocar músicas animadas fazendo todo mundo cantar e dançar. Depois de muita música e conversa chegamos em Molise, mais precisamente em Campobasso. Era nessa província que se encontrava uma das melhores estações de esqui da Europa. Alice havia conseguido um único chalé para todo mundo, e como ela não sabia que Charlie e Sue também viriam, tivemos que dividir os quartos, nada de preocupante.

Assim que chegamos na estação de esqui ficamos impressionados com a beleza do local. O chalé nem parecia fazer parte do hotel, era como um pontinho marrom no meio do nada enquanto subíamos a montanha. Chegamos no chalé e cada um foi para o seu quarto. Tivemos que trocar algumas camas de lugar para que os casais pudessem ficar juntos e sozinhos em seus quartos. Eu iria dormir num quarto com Alice e Tânia, Valentina queria ficar junto de Marie e assim foi feito.

Antes que pudessemos nos organizar, Alice já arrastava todo mundo para a neve. Nesse primeiro dia ensinamos Valentina a esquiar. Passamos horas ensinando ela na menor pista que tinham. Todo mundo se divertia muito fazendo isso. Porém após horas na neve, e depois de um bom progresso resolvemos voltar e tomar um café bem quente.

Quando a noite caiu resolvi ligar para Bella e descobri três coisas: meu celular estava sem sinal, a bateria dele estava acabando e eu não havia levado o carregador. Ok. Eu sabia que tinha um telefone dentro do chalé. E então liguei para Bella apenas pra avisá-la que ficaria incomunicável nos próximos dias.

O telefone chamou, chamou e ninguém atendeu, mas mesmo assim deixei um recado dizendo que ficaria uma semana na neve e que sentiria falta de falar com ela.

No dia seguinte nos empenhamos em ensinar mais algumas técnicas de esquiar para Valentina e a mesma estava esquiando melhor que toda a família no final do dia. O segundo dia foi mais para conhecer a área e se acostumar com o equipamento. E eu claro tirava foto de tudo e todos. Era um momento incrível, com uma paisagem espetacular, eu não poderia perder esse momento.

Toda a semana seguiu assim. Nós tínhamos planos de voltar no dia 30 pela tarde e passar o ano novo em casa, mas era a primeira vez que tínhamos um momento assim e resolvemos ficar mais um pouco. No dia 31, encontramos uma igreja ali mesmo perto da estação e assistimos á nossa última missa do ano. Agradeci á Deus pelo ano de 2012 e por todos os sonhos que eu realizei.

“Pai, abençoe eu e minha família nesse ano que se inicia. Me ilumine para que eu não desvie do caminho que o Senhor escolheu para mim e me proteja de todo o mal. Desejo que Bella possa confiar plenamente em ti, que ela abra ainda mais seu mundo para que eu possa entrar nele e tirar toda a dor que ela sente. A abençoe, senhor. Ela é muito importante para mim. Obrigada por me escutar e por cuidar tão bem das pessoas que eu amo. Entrego toda a minha vida, os meus sonhos e anseios em suas mãos.”

(...)

– Se divertindo aí com sua máquina, Edward? – perguntou Charlie em uma tarde que tínhamos nos aventurado numa pista de esqui maior. Eu estava dentro do carro com a porta aberta, apenas olhando as fotos que havia tirado e rindo.

– Muito, Charlie. Esse lugar é incrível. – disse. – Entra aí. – chamei.

– Eu pude conversar bastante com seus pais nessa viagem. E eles estão muito orgulhosos de você. – disse e eu olhei para o mesmo com o cenho franzido. – Digo, eles tem muito orgulho dos filhos que tem, mas esse ano que passou foi especial pra você. Você se envolveu mais com a pizzaria, com a doceria, investiu na sua carreira como fotógrafo, comprou seu próprio carro... Foram muitas conquistas.

– Nossa, Charlie. Fico muito feliz em ouvir isso. Parece uma coisa pequena para muitos, mas esse ano foi realmente especial pra mim por esses motivos e muitos outros. – disse deixando a câmera de lado e prestando atenção na nossa conversa.

– Hm... Sua amiga virtual? – perguntou Charlie e eu ri. – Esme me falou sobre ela e não sei se deveria te alertar, mas ela já está olhando a decoração para o casamento. – disse divertido.

– Minha mãe tá louca pra ver todos os filhos casados e ter mais netos. – disse rindo.

– Ela sabe que é o seu sonho. – percebi que Charlie ficou um pouco triste depois disso.

– Você queria muito ter filhos né? – perguntei com medo de estar sendo indelicado.

– Muito. Minha mãe me dizia quando eu era mais novo que eu aprontava tanto que era capaz de ter filhos meus espalhados pelo mundo. – riu e eu pude imaginar Marie dizendo exatamente essas palavras. – E é estranho, mas eu queria que fosse verdade.

– Mesmo que você tivesse perdido todas as descobertas da infância deles?

– Eu pude ver você e seus irmãos crescendo. E estou vendo Valentina também. Eu sinto como se vocês fossem da minha família. – ele disse e suspirou. – Claro que me sentiria mal tendo perdido uma parte importante da vida de um filho, mas eu teria alguém do meu lado que carregaria o meu nome e me chamaria de pai. Isso bastaria. – ele disse e pude ver uma lágrima escorrendo pelo seu rosto. Deve ser doloroso ter sonhos nos quais você não pode mais realizar. Eu tentei mudar de assunto e logo o clima ficou mais leve. Conversamos por muito tempo até que o pessoal apareceu perto do carro dizendo que estavam prontos para voltar.

Assim que chegamos no chalé começamos a arrumar nossas malas, guardar os equipamentos só deixando o que iríamos precisar pela manhã. Colocamos tudo no carro. Amanhã logo após o café já pegariamos a estrada de volta pra casa.

No dia seguinte, pela manhã, fizemos um café apenas para despertar e pé na estrada. A viagem foi mais tranquila, pois todos estavam cansados e começando a sentir o esqui cobrar o seu preço. Emmett perguntou se eu queria que ele dirigisse, mas eu disse que não precisava e as piadinhas sobre eu ter ciúmes do meu carro começaram. E assim seguimos até chegar em casa.

Depois que cheguei em casa, desfiz minha mala, guardei tudo e caí na cama sem forças para mais nada. Quando acordei no outro dia, Donna estava por cima de mim lambendo o meu rosto. Provavelmente Alice foi buscá-la na casa de Jasper. Abracei e comecei a fazer carinho em sua barriga enquanto ela se contorcia. Quando a larguei, ela saiu correndo.

Depois de tomar um banho, a primeira coisa que eu fiz foi ligar o computador. E ele não ligou. Tentei uma, duas, três... dez vezes e nada. Eu não acredito que ele estragou. Coloquei meu celular pra carregar e o liguei. Bella havia me ligado duas vezes no dia anterior. Resolvi ligar pra ela.

– FELIZ ANO NOVO, EDWARD! – gritou Bella assim que atendeu o telefone. Ri da sua animação.

– Obrigado, querida. Feliz Ano Novo pra você também. Que esse ano seja ainda melhor para nós e que Deus lhe abençoe muito. – disse.

– Desejo o dobro pra você, anjo. Você vai me contar como foi a viagem? – ela perguntou curiosa como sempre.

– Assim que eu descobrir o motivo do meu computador não querer ligar. – disse.

– Confere pra ver se os cabos estão no lugar.

– Além de ser uma secretária americana expert em Google Tradutor e Google Imagens, você ainda entende de computadores? Onde você se escondeu esse tempo todo? – brinquei.

– Sem brincadeiras, Edward. – disse fingindo estar nervosa.

– Tudo bem. Eu vou dar uma olhada nele e ir trabalhar. Nos falamos mais tarde?

– Com certeza. Bom trabalho, anjo.

– Obrigado, querida. Fica com Deus. – disse e desliguei.

Verifiquei os cabos do computador e qualquer pequeno detalhe que poderia ser o culpado por ele não querer ligar. Não descobri nada e ele não ligou.

– O pai tá te chamando na pizzaria, Edward. – disse Emmett entrando no meu quarto. – Algum problema aí?

– Ele não quer ligar. – disse apontando para o computador.

Emmett se ofereceu para ver o que estava acontecendo, mas também não descobriu nada. Ele resolveu ligar para um amigo dele que tinha uma loja de eletrônicos aqui perto. Quando o amigo dele chegou me deu uma triste notícia. O computador havia queimado. Como? Isso só Deus sabe. A questão é que eu tinha a opção de pagar pelo conserto ou comprar um novo. Agradeci o amigo de Emmett e fiquei pensando no que faria.

– O que você vai fazer?

– Agora eu vou trabalhar e depois vejo o que faço.

– Se eu fosse você comprava logo um notebook. O conserto vai ficar muito caro e ele não vai voltar o mesmo, e você que precisa dele para trabalhar por conta das fotos, é melhor ter um portátil.

Depois de entender o ponto de vista do Emmett, ainda decidi pensar melhor. Fui trabalhar na pizzaria e fiquei apenas 1 hora fazendo massas e molhos, até que Carlisle pediu que eu fosse para o caixa. Olhei para o computador em cima do balcão e não resisti. Entrei no Pheed e comecei a conversar com Bella por lá.

Edward: Dá pra acreditar? Logo no início do ano eu perdi meu computador.

Bella: Mas ganhou um carro

Só mesmo Bella pra me fazer rir.

Edward: É uma maneira bem interessante de ver a situação kkkk

Bella: Faço o que posso

Edward: Fica quieta

Estou trabalhando

Bella: Você por um acaso está usando o computador da pizzaria?

Edward: Exatamente

Bella: Cuidado para seu chefe não descobrir e descontar no seu salário

Edward: Acho que esse risco eu não corro

Bella: Nunca se sabe ;)

Continuei trabalhando e conversando com Bella ao mesmo tempo. Brincavamos um com outro de forma bem idiota. Quando o relógio foi se aproximando das 2 horas da manhã e a pizzaria ficara vazia fui correndo para o meu quarto pegar a câmera. Precisava aproveitar e passar logo as fotos para o computador.

– Interessante sua conversa com a Bella. – disse Emmett assim que eu cheguei. A pizzaria já estava quase vazia exceto por um casal com dois filhos que estavam sentados no fundo.

– Deixa de ser intrometido, Em. – disse brincando e empurrando ele da cadeira.

– Ok. Já estou saindo. – disse, mas o mesmo continuou atrás de mim e eu nem dei atenção. Passei as fotos e escolhi duas para enviar para Bella. Enviei uma foto onde aparecia meu carro e o chalé no fundo, e uma onde estava toda a família de mãos dadas na neve, mas de costas para a câmera.

Bella: Meu Deus! Que lugar lindo, Edward!

Edward: É realmente incrível.

Bella: Imagino o frio que estava lá. Sinto falta do frio.

Edward: Um dia nós podemos ir esquiar juntos e você mataria sua saudade do frio.

E foi assim que o mês se passou com Bella e eu sem perceber fazendo planos. Planos que não tinham nenhuma base onde pudéssemos nos firmar.