Um divã para dois escrita por Tulipa


Capítulo 24
Vinte e Quatro


Notas iniciais do capítulo

Oie.
Olha, eu interrompi a minha maratona de #OITNB pra vir postar o capítulo, se isso não for amor pela história não sei o que pode ser.



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*Tony*




Tudo o que eu já enfrentei na vida tornou-se menor diante da pressão que surgiu depois da frase "Tony, a minha bolsa rompeu...", busquei o fôlego que nem lembrava que tinha pra pegá-la nos braços e leva-la até o carro, sem armadura, o que tornou tudo muito difícil, porque eu não sabia o quão desajeitado seria. Os gritos dela de "Me põe no chão, Tony!", acordaram a minha sogra e a Julie e, no fim, todos viemos pro hospital, mas só eu pude entrar. Tive medo que não pudesse, como da última vez, mas tudo estava bem e eu vi o milagre da vida de perto. Cortei o cordão que ligou os amores da minha vida por meses e então pude ter nos braços o serzinho que vai me tornar um homem melhor pelos próximos muitos anos, eu espero.

Amor. Instantâneo. Imediato. Puro. Intenso. Estou apaixonado. Apaixonado por um cara. Eu, Tony Stark, apaixonado por um homem. Um carinha, que, segundo a Pepper é a minha cara, porém tudo o que eu percebo nele são os olhos dela, porque nem cabelo ele tem. Mais apaixonado por ele que do eu só ela. E pela maneira que ela olha pra ele, com certeza, eu perdi o meu lugar de macho-alfa, e não me importo nem um pouco. Ainda não, pelo menos.

—Você foi incrível.— beijo a sua testa.

—Você também.— ela diz, não sei porque, se o esforço foi todo dela, eu só segurei a sua mão enquanto ela fazia força, porque o bebê decidiu vir ao mundo naturalmente, e como um bichinho faminto grudou nela assim que ela o aproximou de seu peito —Temos um menino guloso.— comento ao perceber que ele só solta o seio da Pepper pra respirar um pouco e logo gruda novamente.

—Demais.— ela sorri, Pepper exala exaustão, mesmo que, segundo a Dra Ellis tenha sido um parto fácil e rápido, no entanto o sorriso não sai de seu rosto, e o motivo é ele —Agora que estamos no quarto quero que você traga a Julie pra vê-lo.

—Você não prefere descansar um pouco?— ela balança a cabeça em negação —Então tudo bem.

Saio em busca do outro membro do quarteto que acabamos de nos transformar e quando chego à sala de espera ela está cochilando no colo da minha sogra, normal, são pouco mais de sete da manhã.

—Menino ou menina?— minha sogra pergunta assim que me vê, Julie desperta.

—Você logo descobrirá.— eu digo —Mas agora a mamãe quer apresentar alguém pra você.

—Pra mim?— Julie pergunta —A vovó pode ir também?— aquiesço, mas Susan decide não ir.

—Posso esperar um pouco mais, esse deve ser um momento de vocês.— ela diz consciente de que é mesmo um momento importante pra nós quatro.


No caminho até o quarto Julie não diz nada, entretanto segura a minha mão com força, no fundo eu sinto que ela tem medo que a vinda do bebê mude a maneira que nós a vemos. Todos os dias mostramos pra ela que nada irá mudar, mas acho que ela ainda não acredita que não vamos deixa-la.

—Posso te contar um segredo?— eu pergunto quando diante da porta do quarto me ajoelho em frente a ela.

—O que?

—Você estava certa o tempo todo sobre o bebê. E a partir de hoje nós temos a princesa Julie e o príncipe...— ela me olha curiosa, porem acabo de me dar conta que meu filho não tem um nome.

—Príncipe Irmão.— ela diz, é impossível não rir.

—Vamos ver o nosso príncipe.— eu me levanto. Quando entramos no quarto o bebê está no bercinho ao lado da cama de Pepper.

—Oi, meu amor.— ela diz pra Julie —Vem ver o seu irmão.— Pepper chama ao ver quão tímida ela está. Julie se aproxima devagarinho.

—Oi, irmão.— ela sussurra —Posso pôr a mão nele?

—Pode, mas antes precisamos lavar as mãos.— assim que Julie lava as mãos Pepper divide a sua cama com ela.

—Amor, você pode pegar o bebê pra nós?— ela pede e eu o faço, Pepper apoia a cabeça do bebê em seu braço fazendo com que o restante de seu corpinho fique apoiado no colo da Julie.—Ele é lindo, não é, filha?

—Mesmo sem cabelo.— Julie aquiesce —O nome dele é príncipe?

—Príncipe?

—O papai disse "Nós agora temos a princesa Julie e o Príncipe".

—O papai não disse o nome dele porque não conversamos sobre isso ainda.— esclareço —Você era a única que sabia que ele era um menino, não pensou num nome?

—Então o nome dele vai ser Irmão.

—Ele não pode ter esse nome.— eu digo.

—Porque não?

—Porque se ele tiver esse nome todo mundo vai chamá-lo de Irmão e vai deixar de ser uma coisa especial entre vocês.— explico —Você quer que ele seja irmão de todo mundo?

—Não, ele é só meu irmão.

—Então nós temos que escolher outro nome pra ele, você ajuda a mamãe?— Julie assente —Nós temos três nomes pra escolher...

—Temos?— pergunto, já que eu não sabia.

—Num deles eu penso desde sempre, os outros dois pensei agora.— ela diz.

—Que nomes?— Julie pergunta.

—Liam, Thomas e...

—E...?— eu pergunto.

—Anthony.

—O nome do papai?

—O nome do papai.— ela diz. E então eu percebo que ela sempre soube que era um menino e só não disse pra não me desiludir.

—Papai, você gosta do seu nome?

—Eu gosto, princesa, mas acho que o bebê precisa de uma nome só dele.— eu digo.

—Então o nome só dele vai ser Thomas, tá bom, mamãe?

—Tá bom, princesa.— ela concorda e quando Julie volta a sua atenção pro seu irmão os olhos azuis de Pepper encontram os meus e então ela articula —Thomas Anthony, ok?— aquiesço, afinal, não há nada que ela tenha me pedido esses anos todos que eu não tenha feito.





(...)




Quando eu desperto Pepper não está na cama, olho pro relógio e vejo que faltam alguns minutos pras 8h da manhã. A exaustão faz meus olhos se fecharem automaticamente porque fui eu quem ficou com o bebê no meio da noite, o choro não era de fome, Pepper constatou e voltou pra cama, e eu fiquei acordado ninando o Thomas por mais de 1h, não é nada fácil esse menino.

—Papai..., papai, pai...— Julie chama e cutuca, abro os olhos.

—Oi, princesa, o que foi?

—Quero ficar com você.— ela diz manhosa, não resisto e a deixo subir na cama, ela não diz nada só fica me olhando e passando as mãos na minha barba, às vezes ela faz isso antes de dormir.

—Tá com sono ainda?

—Só um pouquinho.— ela murmura. Caímos no sono os dois.



Meu sogro e minha sogra já estavam aqui, estão há uma semana, e depois do almoço a casa fica ainda mais cheia. Rhodey, Kate e Alex vieram ver o bebê.

—E então, como está sendo?— Rhodey pergunta.

—Cansativo.— respondo —Aqui está o meu sogro que não me deixa mentir.

—Calúnia, ele é um principezinho.— minha sogra defende.

—Príncipe chorão careca.— Julie diz. Todo o ciúme que ela não demonstrou durante a gravidez tem aflorado nos últimos dias, e nós estamos fazendo o possível pra administrar.

—Ele não é careca, ele tem cabelo.— Alex argumenta ao acariciar a cabecinha do bebê, que agora está no colo de Kate.

—Três cabelos.— ela desdenha.

—Mesmo com três cabelos ele é lindo, não é, Juju?— Pepper comenta, ela não responde.

—Ju, vamos ver se o nosso bolo está pronto?— Sue pergunta, ela aquiesce.

—Posso ir também?— Alex indaga, as duas concordam e as três deixam a sala.

—O que houve com a garotinha que queria um irmão de aniversário?— Kate pergunta.

—Ela se deu conta de que ele não é um boneco e precisa de atenção, só que ela também quer atenção, entende?— Pepper explica.

—Entendo.— Kate diz.

—Mas ela logo aceitará a chegada dele, é só a primeira semana.— Jonathan observa.

—Você tá vendo como é ter duas crianças pequenas em casa, né?— Rhodey diz pra Kate.

—O que eu perdi?— Pepper pergunta.

—Kate veio com uma história de termos outro filho.— Rhodey responde.

—É mais do que normal que o filho mais velho sinta ciúme do mais novo, vocês não viveram isso porque são todos filhos únicos. Mas vai chegar uma idade em que o Thomas sentirá ciúme da Ju, até um pouco de inveja, porque ela estará quase adulta poderá viver a vida dela enquanto ele será só uma criança ainda.— Kate comenta por experiência própria.

—Mas e o segundo filho, vem ou não?— meu sogro pergunta curioso.

—Por enquanto não, Jonathan.— Kate responde.

—Eu também não pensava em ter outro filho, no entanto, Thomas está aqui.— Pepper diz com humor.

—A gente vai comer o bolo lá no jardim.— Julie diz ao voltar pra sala com Alex sem a minha sogra.

—Isso é um aviso ou um convite?— Pepper pergunta.

—A vovó disse "Perguntem pra eles se nós não podemos comer a sobremesa no jardim".

—Então é um convite, pequena.— Pepper observa, ela dá de ombros.

—A gente também queria perguntar se depois de comer o bolo pode brincar na piscina?— Alex pergunta.

—Amor, você não trouxe roupa pra ir na piscina.— Kate diz.

—Tem roupa dela aqui, tia Kate, pode, né, papai?

—Filha, mas pra vocês ficarem na piscina alguém tem que ficar com vocês, e a mamãe não vai poder.— Pepper diz, Julie continua a me olhar como o gato de botas do Shrek.

—Piscina, filha?— pergunto desanimado.

—Quando o bebê vai tomar sol de manhã todo mundo leva, mas ninguém me leva na piscina.— Julie faz bico —Por favor, papai?

—O vovô cai na piscina com vocês, ok?— Jonathan salva a mim e ao Rhodey.

—Oba!!!— elas comemoram.

—Mamãe vai subir com vocês pra pegar as roupas de banho.— Pepper diz, já que Thomas continua com Kate.

—Não precisa, fica com o bebê.— Julie responde.

Apesar do clima chato ente as duas mulheres da minha vida, ficamos no jardim até pouco antes de o sol se pôr, e, no final da tarde, quando o Rhodey e a Kate decidiram ir embora Julie nos veio com uma pergunta.

—Posso dormir na casa da Alex?

—Não pode.— Pepper responde.

—Por quê?

—Porque amanhã seus avós voltarão pra Portland e você tem que estar aqui pra se despedir.— ela responde.

—Ela volta amanhã, dinda, deixa.— Alex intercede.

—Não vai dar, meu amor, é a última noite do vovô e da vovó aqui.— Pepper diz.

—Semana que vem, tá?— Kate diz —Festa do pijama com filme e pipoca, combinado?

—Promete?

—Juro juradinho.— Kate diz —Agora da um beijo, na tia e no tio e de despessa da Alex.— Julie o faz, e assim que a família Rhodes foi embora ela nos deixou na soleira da porta e foi ficar com os avós.

—Você reparou na maneira como ela está me tratando?— Pepper pergunta.

—É só ciúme do bebê, baby, vai passar.

—Porque ela não está agindo assim com você também, então?— ela pergunta.

—Acho que porque ela precisa se sentir próxima de alguém.

—E porque não eu?— ela pergunta.

—Baby, ela tá com ciúmes do Thomas, e você com ciúmes de mim, vê o quão ilógico tudo isso é?

—Quero a minha menininha de volta.— ela faz bico.

—Então vá pegá-la, me dá ele.— pego o Thomas dos braços dela.

Fiquei com Thomas até a hora de seu jantar, e depois de amamentá-lo e colocá-lo pra dormir, pelas próximas três horas, Pepper voltou pra sala pra ficar um pouco mais com a Julie antes de ela também ir pra cama.

—Vem com a mamãe?— Pepper a chama ao sentar-se na poltrona oposta a nossa.

—Agora você é minha mamãe de novo?— Julie replica, Pepper fica sem reação.

—Ju, isso não é bonito.— Sue a repreende.

—Você não deve falar assim com a sua mãe, mocinha.— Jonathan diz.

—Ela é a sua mãe, sua e dele também. Vocês dois precisam dela, só que, por enquanto, seu irmão precisa mais.— eu falo.

—Porque ele precisa mais?

—Porque ele é só um bebê, e tudo o que ele precisa pra crescer é a sua mãe quem dá, a comida dele é o leite dela, só ela sabe interpretar porque ele chora.— Sue explica.

—Mas ele é muito chorão.

—O choro é a única maneira que ele tem pra se comunicar.— minha sogra diz.

—Então ele fala chorando?

—É quase isso.— eu digo.

—E ao invés de disputar a atenção da sua mãe, você devia ajudá-la a cuidar do Thomas como cuidava antes.

—Eu não cuidava dele, vovô, ele estava na barriga dela.

—Claro que cuidava.— ele diz —Quem comprou as roupas do bebê com a sua mãe?

—Eu.

—Quem ajudou a arrumar o quarto dele todinho? E até escolheu o nome dele?

—Eu.— ela diz envergonhada, Julie continua no meu colo, mas não mantém contato visual com ninguém mais, de cabeça baixa ela enrola a barra da minha camiseta em seu dedo indicador, então eu percebo que a bronca sutil está dando certo.

—Vá até a sua mãe e peça desculpas.— sussurro ao ouvido dela. Julie olha pra Pepper que continua sem reação, que dizer, ela está chorando, mas talvez nem perceba.

—Não, ela tá triste comigo.— ela sussurra ao me responder.

—Então só dê um abraço nela, não precisa dizer nada, ela irá entender.— replico, Julie levanta e caminha até Pepper e, sem dizer nada, a abraça. Talvez o ciúme dela não acabe magicamente, mas acredito que de agora em diante ela vai saber lidar melhor com a presença do bebê.

No dia seguinte, acordo cedo e quando desço ao jardim vejo que Julie está com Pepper e o bebê. Muito diferente de ontem quando o seu ciúme fez com que ela fosse me procurar, talvez porque eu fosse a única pessoa disponível pra ela.

—Bom dia, papai.— ela me sorri e volta a tomar o seu suco.

—Bom dia, princesa.— beijo os seus cabelos —Bom dia, baby.— dou um beijo casto em Pepper —Tudo bem por aqui?— pergunto baixinho.

—Hum-rum.— ela afirma.

—Vamos, Juju?!— Sue chama ao aparecer na porta e Julie corre, como sempre.

—Aonde elas vão?

—Ao mercado com o meu pai.— Pepper responde —Mamãe perguntou o que Julie queria almoçar, e ela pediu bife com queijo. Aquele à parmegiana que ela faz, sabe?— ela pergunta, aquiesço e já fico com água na boca.

—Bom dia, carinha.— tiro o Thomas do bebê-conforto e brinco com ele —Ele riu, você viu? Ele riu.

—Isso não foi um sorriso.

—Claro que foi.— eu digo.

—Foi um reflexo, na verdade, se foi alguma coisa, com certeza foi careta, porque você acabou de tirá-lo debaixo do guarda-sol.— coloco o Thomas de volta no bebê-conforto sobre a mesa e sob o guarda-sol.

—Agora que estamos só os dois, quer dizer, três. Você tentou conversar com a Julie de novo?

—Ela me pediu perdão.— Pepper comenta —Foi você quem disse pra ela pedir?

—Eu disse pra ela pedir desculpas.— respondo.

—Mas ela usou a palavra perdão, hoje de manhã assim que ficamos sozinhas ela disse "Mamãe, me perdoa por fazer você chorar".

—E você?

—Você não quer saber se eu a perdoei, né? Amor, ela é minha filha, minha pequenininha, minha...

—Já estava perdoada antes mesmo de pedir perdão.— concluo ao me sentar, e a puxo em meu colo.

—O jeito dela me lembra o seu.— ela revela.

—Sério?

—Fechada no mundinho dela, as pessoas só entram com autorização, e quem entra tem que ser exclusividade, porque estamos lidando com alguém extremamente passional.— ela diz.

—Eu não sou assim.

—É sim.— ela afirma —E se o Thomas for assim também eu estou perdida.

—Você saberá administrar.— eu a beijo —Até porque...— beijo —Esse nosso lado passional só se manifesta por sua causa.

—Devo me sentir especial por isso, presumo?— ela pergunta com seus olhos grudados nos meus e a boca bem próxima a minha. E a minha resposta vem com mais beijos.



(...)



—Porque vocês têm que ir?— Julie pergunta pela... perdi as contas.

—Nós precisamos cuidar do hotel, pequena. Já ficamos longe tempo demais.— Jonathan diz.

—Vai só um e fica o outro, depois o outro volta e vai um.— ela pede de um jeito fofo e confuso.

—Isso seria uma ótima solução se não afastasse o vovô e a vovó, Ju.— Pepper diz.

—Mas assim que pudermos voltar, os dois juntos, nós voltaremos. Aliás, logo, logo é natal de novo e você vai pra Portland.— fala Sue.

—Mas o meu irmão não vai na balança no quintal, né?

—Não enquanto ele ainda for um bebê.— meu sogro comenta —Mas daqui a alguns anos você terá que dividir a balança com ele e com a Laurinha.

—Queria ver a minha dinda, você manda um beijo pra ela, vovó?

—Mando sim, meu amor.

—Pra ela e pra bebê fofinha.

—Vou mandar vários beijos, agora vem beijar a vovó que nós precisamos ir pro aeroporto.— Julie a abraça e beija —Vovó te ama, viu? Cuida do seu irmão pra vovó, tá?

—Hum-rum.

—E o beijo e o abraço apertado do vovô?— Jonathan pergunta e Julie migra dos braços de Susan pros dele.

—Até logo, mamãe. Até logo, papai.— Pepper diz pra eles e eu tenho medo que o meu filho seja esmagado no abraço dos Potts —Amo vocês e vocês sabem que podem aparecer quando quiserem, tá? Pra ficar bastante, né, filha?

—É!

—Nós amamos você demais, pequena.—Jonathan beija a testa da Pepper —Cuida do nosso pequeno.— agora é o Thomas quem ganha beijo.

—Como se alguém precisasse pedir isso, não é, filha?— Sue beija Pepper —Cuidar da cria é instinto. Mesmo assim, pode chamar por socorro se precisar.— também se despede do Thomas, primeiro com um afago, depois um beijo na cabeça.

Finalizadas as despedidas eu auxilio Jonathan com as malas. Pela primeira vez em uma semana eu me separo das três pessoas mais importantes pra mim no mundo, mas é só por alguns minutos. Deixo os meus sogros no aeroporto e volto pra casa pra, finalmente, começar a minha vida em família. Seremos apenas os quatro.




(...)




Thomas já tem mais cabelos do que quando ele nasceu, mesmo assim eu continuo trabalhando de casa. Nada relacionado à SHIELD me fez deixar Los Angeles, ainda bem. Só vou à empresa em casos estritamente necessários, reuniões chatas como a que eu acabo de encerrar acontecem via vídeo-conferência. Saio do escritório e vou ao quarto do bebê, não encontro ninguém, no quarto da Julie também não e ao chegar ao meu quarto, as roupas do bebê estão sobre a cama, mas ao entrar no banheiro me deparo com três pessoas dentro da minha banheira.

—Isso está acontecendo mesmo?

—Você estava ocupado, eu precisava de um banho, a Juju precisava de banho,...

—Tom-Tom precisava de banho, todo mundo precisava.— Julie continua após tirar os cabelos molhados do rosto.

—Entendo.— eu digo.

—Enfim...— Pepper diz.

—Preciso registrar isso.— digo ao pegar o celular do bolso, tiro uma foto que não revele demais, mas guarde o momento pra sempre.

—Agora eu preciso de ajuda.— Pepper diz.

Compreendo o que ela quer dizer, pego a toalha do bebê, tiro-o do banho o enrolo na toalha e deixo o banheiro.

—Papai, sabe o que vamos fazer depois de trocar de roupa?— Julie pergunta ao surgir dentro de um roupão muito maior que ela.

—Não sei, filha, o quê?

—Enfeitar cupcakes, porque hoje é aniversário do meu irmão, mas só eu vou comer, porque ele não pode.

—E você comemora o aniversário dele todos os meses só por causa disso, não é?

—Mais ou menos.— ela responde.

—Vou ajudar a Ju com a roupa, você continua com ele?— Pepper pergunta.

—Claro.— respondo.

—Não esquece da pomada no bumbum, coloque o body por baixo do macacão...

—Eu nunca coloquei o body por cima do macacão, baby.— reviro os olhos.

—Eu sei, só reforço sempre pra você não esquecer.— ela diz, então pega as suas roupas sobre a cama e segue para o quarto da Ju.

—Filhote, a sua mãe acha que eu não sei cuidar de você, vê se pode?— converso com ele enquanto coloco sua fralda, continuo a conversa sem sentido algum enquanto visto o body, as meias e o macacão listrado em verde e azul —Acho que tá pronto, né? Agora é colocar o cabelo pra cima e tá lindão.— o seguro em meus braços e brinco com ele, Thomas sorri, agora tenho certeza de foi um sorriso banguelo. —Vamos procurar as nossas garotas, tenho certeza que, como sempre, você ficou pronto primeiro.— me levanto da cama e deixamos o quarto.

—Pronto.— Pepper diz ao ajudar Julie a entrar na calça, coloque os chinelos...

—E meu cabelo?

—Deixe os cabelos soltos pra secarem até a hora de dormir, tá bom?

—Hum-rum. Agora vamos fazer os bolinhos.— ela diz.

—Um bolinho.— Pepper diz pra ela.

—Três, porque são três meses, né, Tom-Tom?— ela replica e ao passar por mim e pelo bebê parados na porta do seu quarto.

—Seu irmão não vota e não come, papai não gosta de doces e eu passo.

—Passa o quê?

—Passo a minha vez, não vou comer doces por algum tempo.— Pepper responde, e eu sei o motivo.

—Posso comer o que você passar?

—Nada disso, você enfeita um cupcake, janta e depois do jantar poderá comê-lo.— Pepper é firme com ela.

Nós descemos e enquanto fiquei na sala com o bebê, Pepper e Julie foram pra cozinha. O jantar ficou pronto por volta das sete e logo após as oito era hora de pôr as crianças na cama.

—Porque eu tenho que dormir tão cedo?— Julie resmunga.

—Porque você tem que fazer tantas perguntas?— rebato —Mesmo caindo de sono você teima em brigar com ele.— eu a cubro.

—Deita também, papai.— ela pede e eu me deito mesmo sobre as cobertas, ficamos cara-a-cara e as suas mãos vêm em direção aos fios da minha barba, o carinho dela sempre me deixa com sono também, mas hoje consigo levantar antes de ir à nocaute. Ela caiu primeiro dessa vez.

Ao mesmo tempo que piso no corredor vejo Pepper deixar o quarto do bebê, as portas dos pequenos são uma de frente pra outra. Ela encosta-se à porta fechada e suspira, depois sorri e faz sinal com do dedo indicador pra que eu chegue mais perto. Minha vez de sorrir durante os dois passos que nos separam.

—Pensei em você o dia todo.— digo ao segurá-la pela cintura.

—Mesmo? Não sei o motivo.— ela diz maliciosa, claro que ela sabe, o nosso pequeno ditador nos interrompeu durante as preliminares hoje pela manhã. Colo os meus lábios nos dela, mas não faço nada, quero que ela tome a iniciativa, e é o que ela faz ao me beijar de maneira intensa e provocante —Aqui no corredor mesmo?— ela instiga ao levar as mãos ao cós da minha calça.

—Claro que não, né?— eu a tiro do chão e ela me envolve com as suas pernas, caminho pro nosso quarto, tranco a porta e ao colocá-la sobre a cama percorro minhas mãos pelas curvas que, depois de três meses, ainda persistem em seu corpo. Curvas que ela não vê a hora de eliminar, porém eu tenho achado lindas e digo isso sempre. Ela é toda linda, seus cabelos se espalharam sobre os lençóis como raios de sol alaranjados, e o fato de ela estar usando uma camiseta minha me enlouquece.

—Tony...— ela geme quando minha língua corre por seu umbigo.

—Me diz o que você precisa.— subo na cama e pairo sobre ela, com minha boca a poucos centímetros da sua.

—Vocce. Só você.— ela fala.

—Então pode pegar.— eu digo —Eu sou seu.





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Notas finais do capítulo

Agora falta só um =/

Volto domingo que vem.


Beijos.



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