A festa durou quase a madrugada inteira. Rony, Hermione, Harry, Gina e Draco dançaram juntos o tempo todo. Hermione não era muito de beber e ficou impressionada com Harry, Gina e Draco que bebiam sem parar. Os três alegavam que Rony estava fazendo papel de "bom moço" perto dela, pois bebia tanto quanto eles. O ruivo queria negar, mas Hermione tinha certeza de que o trio falava a verdade.

Eles foram os últimos a saírem da pista de dança e Gina reclamou quando foi obrigada a sair dela, levando olhares feios do próprio pai por ter bebido demais. Foram todos embora do salão e voltaram para casa, Rony encarregou-se de levar Hermione até a porta de seu quarto. Andavam de mãos entrelaçadas pelo corredor até pararem na porta do quarto da garota.

— Eu fico por aqui e você vai embora. — disse Hermione encostando-se na porta do quarto.

— Por quê? — Rony perguntou confuso.

— Se vamos fazer isso dar certo acho melhor irmos com calma. — Hermione disse.

— Tudo bem, vamos com calma então.

— Você não vai ficar bravo, né?

— Não. É melhor dar um passo de cada vez do que ficar parado, né?

— Você está muito filósofo hoje.

— Talvez seja o efeito que você tem sobre mim. — Hermione sorriu e ele segurou a cintura dela sorrindo também — Boa noite, Mione.

— Boa noite, Ron. — foi ela que subiu na ponta dos pés para beijá-lo.

Depois de se separarem observou-o sumir no corredor sem tirar o sorriso dos lábios, e antes de entrar em seu quarto viu Neville passando com um sorriso tão grande quanto o seu. As antigas provocações sobre o amor que faziam um sobre o outro agora não eram mais brincadeiras de amigos, era a realidade.

(...)

— Vocês ficaram tão lindos juntos! — Helena disse.

— Mãe, a senhora nem nos viu juntos ainda. — Hermione disse mordendo sua torrada.

— Ah, filha, mesmo assim só de imaginar os dois namorando...

— Não estamos namorando, mãe.

Estavam na cozinha tomando café da manhã: Hermione, Helena, Neville e Suzie. Estavam todos cheios de sono, — apesar de Neville ser o que mais demonstrava isso — mas não poderiam deixar de cumprir com suas obrigações.

— Por que não filha? Na minha época um beijinho já era o suficiente para se casar com o rapaz.

— Na sua época né mãe, não agora.

— É claro que não filha! Tenho certeza que o Neville pensa assim mesmo sendo jovem. — a senhora disse com tanta convicção que Hermione não pode deixar de rir.

Depois de entender toda a situação foi que Neville começou a gargalhar junto com a amiga e quase cuspiu todo o suco que tomava no momento, e Helena pareceu irritar-se com a situação.

— Por que estão rindo? — perguntou.

— Mãe, você está falando do Neville!

— E o que isso tem de mais?

— Tia Helena — começou Neville — se até Hermione que é cheia de romantismo não pensa assim não será eu que vou pensar.

— Vocês jovens... é por isso que o mundo está perdido! — ela disse se retirando.

— Ela ficou brava? — perguntou Neville.

— É claro que não, mas ela sempre fica mal-humorada quando não dorme direito. — Suzie respondeu.

— Mas ela tem razão! Não acredito que depois da festa temos que acordar cedo e trabalhar, eu nem tinha me deitado na minha cama direito e já tive que me levantar. — reclamou.

— Neville, foi uma opção nossa ir à festa. Se queria dormir devia ter ficado em casa! — Hermione disse.

— Sempre irritante.

— Sempre folgado.

— Sempre brigando. Vocês não cansam não, crianças? — Suzie perguntou levantando-se.

— Hermione implica comigo, mas no fundo me ama. — Neville gabou-se.

— Amo tanto que eu iria adorar que se engasgasse com esse suco. — respondeu sarcástica.

— Bom, enquanto vocês ficam aí se amando eu vou fazer um telefonema.

Depois que Suzie saiu, Hermione e Neville aproveitaram para se provocarem.

— Então Mione, dormiu bem ou o Weasley não deixou? — Neville disse servindo-se de mais suco.

— Por que você não cuida da sua vida?

— Ué, você é minha amiga e faz parte dela. Tenho direito de saber.

— Você tem o direito de calar a boca e parar de se intrometer na minha vida, seu fofoqueiro!

— Eu não sou fofoqueiro!

— É sim!

— Não sou não!

— É sim!

— Não sou não!

— É claro que é Neville, você consegue ser pior do que eu!

— Não sou pior que você.

— Não sou eu que estou perguntando o porquê de você ter andado sorrindo pelos corredores ontem à noite...

— Ridícula! — ele disse e ela começou a gargalhar — Está deixando frases no ar só pra eu te contar tudo! Fofoqueira! Uma grande fofoqueira!

— Até nisso sou mais esperta que você Neville, não sabe sondar as pessoas.

— Está me chamando de burro?

— Na verdade não, mas é exatamente isso o que penso sobre você.

— Odeio você.

— Também te odeio, Nevillzinho.

— O que acha da Luna e eu?

— Vocês dois separados ou como um casal?

— É claro que como um casal né, cabeçuda.

— Acho uma coisa boa e ruim.

— Boa?

— Boa porque vocês dois finalmente perceberam o que sentem um pelo outro. E eu espero que dê certo, Luna se dispôs a terminar o namoro dela só pra ficar com você, e dificilmente ela vai encontrar um cara tão bacana quanto Peter.

— Ruim?

— Ruim porque se vocês dois separados são insuportáveis, imagine juntos? Deus do céu, o que foi aquele complô pra me jogar em cima do Rony ontem? — ela estava tão indignada que o amigo não pode deixar de gargalhar.

— Ué Mione, estávamos tentando ajudar. Colocamos você e seu príncipe encantado juntos! — ele ainda gargalhava.

— Não preciso da ajuda de vocês pra nada.

— Um "muito obrigado" seria o suficiente. — disse se debruçando sobre a mesa.

— Acho que um ou dois tapas na cara de vocês seria o suficiente também. — ela imitou Neville e passaram a encararem-se desafiadoramente.

— PRÍNCIPE! — Neville disse olhando para a porta da cozinha que dava acesso ao resto da casa.

Hermione virou-se para olhar com quem Neville falara e viu que era Rony que se aproximava com uma cara de sono e aparentemente confuso.

— Está falando comigo? — Rony perguntou.

— É claro que estou! Você é o príncipe e a Mione a princesa. — Neville respondeu fazendo com que Hermione revirasse os olhos.

— Hm, legal. — Rony disso esfregando os olhos.

— Bom, vou sair antes que eu fique de vela. Tchau casal realeza! — ele se levantou e antes de sair deu uma piscadela para Hermione.

— Que grande idiota! — a garota disse e o ruivo riu puxando uma cadeira para sentar-se ao lado dela.

— "Casal realeza", não sei se sou um príncipe como ele disse, mas você com certeza é uma princesa!

— Não sou não... — ela sorriu quando ele acariciou seu rosto.

— É sim, a minha princesa. — esticou-se para beijá-la a primeira vez naquele dia. — Você já falou com sua mãe?

— Já, ela está empolgada com toda a situação. Acha que estamos namorando.

— E não estamos? — ele perguntou e recebeu um olhar duro de Hermione — Tudo bem. Vem aqui, — puxou-a para seu colo — já entendi. Vamos com calma, ok?

— Ok. — ela respondeu suspirando — Não pense que estou fazendo isso por frescura, eu realmente quero que dê certo.

— E vai dar. — beijou a bochecha dela.

Hermione o beijou imediatamente. Rony estava sendo tão complacente que ficava irresistível e a garota não conseguia conter o impulso de beijá-lo, era tão bom sentir os lábios dele sobre os dela. Gostava tanto daquilo que nem percebeu quando uma garotinha adentrou a cozinha.

— Uh, que nojo! — Victorie disse quando encontrou os dois aos beijos na cozinha.

— Bom dia, Vic! — Rony disse para a sobrinha.

— Oi, Vic. — Hermione disse sorrindo para a garota.

— Que coisa feia! Papai me disse que meninos não podem beijar meninas, por isso não devo deixar nenhum menino me beijar.

— Seu pai tem toda razão princesa, você não pode deixar nenhum garoto folgado chegar perto de você. — Rony disse para ela.

— Que grande bobagem! — Hermione disse levantando-se do colo de Rony para ajudar Victorie a sentar-se na cadeira — Meninos e meninas podem se beijar sim Vic, mas só quando forem grandes. Você é muito novinha pra isso, por isso seu pai te disse essa bobagem.

— Não é bobagem, Mione! — Rony sempre foi ciumento com as mulheres da família.

— Então quer dizer que um dia eu vou poder beijar também? — a garotinha perguntou.

— Vai sim. — Hermione respondeu sorrindo.

— Mas vai demorar muito pra chegar este dia, até lá os únicos meninos que podem chegar perto de você são seu pai, seu avô e seus tios. Mas só os que forem irmãos do seu pai, o tio Draco não pode entendeu? — Rony disse.

— Não dê bola pro seu tio, Vic. — Hermione logo o cortou. — Está animada pra passar o dia comigo hoje?

— Vic vai passar o dia com você? — Rony perguntou confuso.

— Vou sim, tio. Vou ficar o dia todo aqui com a tia Mione, e vou ajudá-la a cozinhar! — Victorie respondeu com um enorme sorriso alegre.

— Por quê? E seus pais? Eu tinha planejado coisas pra fazer com a Mione.

— RON! — Hermione o repreendeu — Vic vai ficar comigo porque a Fleur me pediu, ela vai sair com seu irmão. E mesmo que ela não ficasse, eu tenho que trabalhar. Ou esqueceu que eu ainda sou sua empregada?

— Mas que droga! Onde seus pais foram? — Rony perguntou para a sobrinha.

— Eu não sei, disseram que era segredo. — a garotinha respondeu acanhada.

— Hm, segredo. Que interessante.

— Como eu havia dito: deixe seu tio pra lá! Quer tomar café da manhã? Tem bolo, frutas, suco. — Hermione mudou o rumo da conversa antes que Rony descontasse sua frustração na pequena outra vez.

— Eu quero bolo! — Victorie respondeu com os olhinhos brilhando, quando se tratava de bolo ela era igual ao tio caçula.

O celular de Rony começou a tocar e Hermione estranhou o jeito como ele reagiu ao olhar o contato no visor e recusou a ligação.

— Quem era? — perguntou curiosa.

— Ninguém importante. — respondeu tentando disfarçar o nervosismo. — Bom, eu acho que vou tomar um banho... tchau meninas. — Ele deu um rápido beijo em Hermione, bagunçou os cabelos da sobrinha e saiu apressado.

— Ele ficou estranhou, não ficou tia? — perguntou Victorie sempre atenciosa.

— Ficou sim, princesa. Estranho até demais...