Alguns meses depois...

— Eu vou me casar com ela, e quero que você seja meu padrinho! — disse sorridente.

Seu mundo caiu. Seu próprio pai havia acabado de lhe dizer que se casaria com a mulher que ele mais odiava no mundo.

— Casar? Casar com aquela vagabunda?! — Ronald estava nervoso.

— Filho, não vamos começar com isso de novo... — Arthur tentava ser paciente.

— Começar com isso de novo? Você não vê que ela não te ama? Ela não gosta de você! Ela tem outro!

— ELA NÃO TEM OUTRO, RONALD! — se irritou.

— TEM SIM! QUANDO É QUE VOCÊ VAI PARAR DE ACREDITAR NELA E ACREDITAR EM MIM? NÃO ESTOU INVENTANDO NADA, EU JÁ VI ELA NO TELEFONE COM OUTRO VÁRIAS VEZES!

— ISSO É COISA DA SUA CABEÇA!

— E DA CABEÇA DO RESTO DE MEUS IRMÃOS TAMBÉM? PORQUE EU NÃO SOU ÚNICO QUE JÁ VI ESSE TIPO DE COISA! PERGUNTE A GINA, OU AO FRED. ELES SABEM! VAI CONTINUAR FAZENDO PAPEL DE TROUXA ATÉ QUANDO?

— CALA ESSA BOCA MOLEQUE! ME RESPEITE EM PRIMEIRO LUGAR.

— VOCÊ ESTÁ EXIGINDO RESPEITO DE MIM? EU SEMPRE TE RESPEITEI! E DAQUELA VADIA COM QUEM VAI SE CASAR? VOCÊ EXIGE RESPEITO? ACHO QUE NÃO!

— RONALD CHEGA! OU ACEITA SER MEU PADRINHO OU TE COLOCO PRA FORA DE CASA!

(...)

Sua vida estava perfeita. Desde que havia voltado para Londres estava se sentindo muito feliz. Tinha a mãe por perto, o melhor amigo de volta, novos amigos maravilhosos, estava indo bem no emprego, e até mesmo na carreira de modelo. Gina jurava que com o lançamento de sua coleção, uma de suas roupas estaria na capa de alguma revista. E faria questão de ser Hermione a moça que a vestiria. E ela também tinha um namorado que amava muito.

Hermione caminhava sorrindo pelos corredores da universidade, quase saltitava de alegria, o namorado havia dado uma carona à ela. Foi para sala de aula e lá encontrou Luna.

— Nossa que animação é essa, gata? — perguntou Luna.

— Comarc me trouxe hoje! — disse sorridente.

— Pensei que estivessem brigados de novo.

— Tivemos uma espécie de reconciliação. — disse sentando-se atrás de Luna.

— Até quando vão ficar nesse vai e volta? — virou-se de frente para a amiga.

— Não estamos nesse "vai e volta"!

— Ah não estão? Quantas vezes vocês já brigaram esse mês por conta de ciúmes? — ela deu uma pausa, e quando a amiga ia responder a interrompeu — Não precisa responder. Eu sei que foram incontáveis!

— Luna, também não é pra tanto né.

— É sim, Hermione! Ontem mesmo me disse que até do Harry, Comarc estava com ciúme!

— Já conversamos sobre isso.

— Conversaram... e tudo ficou bem, né?

— Sim, tudo ficou bem! — disse sorrindo.

— Por enquanto só, né cabeçuda!

— Luna!

— Ah Hermione, por favor né. Sou sua amiga e me sinto no direito de lhe falar umas verdades! Adoro Comarc, ele é um ótimo amigo e uma ótima pessoa. Mas como namorado da minha melhor amiga? Deus do céu, super aprovo vocês dois juntos, mas esse ciúme já está demais. Esse garoto não confia em você.

— Confia sim! E eu também confio nele.

— Comece a desconfiar dele também, vamos ver se ele gosta!

— Se ele gosta do quê? — perguntou Victor, sentando-se ao lado de Hermione.

— Nada, deixe pra lá! Luna que está falando besteira, não é? — olhou séria para a amiga.

— Ah é, besteiras! Tinha esquecido que eu é que sou a Lunática do grupo. — disse cínica.

— Ok, tenho uma ideia!

— Uma ideia... — Hermione gesticulou com as mãos para que ele continuasse.

— Nosso trabalho pro final do semestre! Tenho uma ideia que será nota dez!

— Então nos conte logo, gogoboy! — disse Luna.

— Luna, você devia parar com esses apelidos né? Neville é o perna de pau, Hermione a cabeçuda e eu um gogoboy. Não tinha nada pior não?

— Ah, seu burro! Procure entender as coisas! — disse de forma lógica, deixando os amigos encabulados — Neville é o perna de pau porque ele é alto demais, Mione a cabeçuda porque é super inteligente e você é o gogoboy, porque é um gostosão! — disse rindo.

— Hm, olhando por esse ponto de vista, devo concordar com você!

— É claro que deve! Se não fosse meu amigo, eu te pegaria. — deu uma piscadela para Victor.

— Ok, ok, vamos deixar isso de lado porque Luna tem namorado e temos que nos concentrar no que realmente é de nosso interesse! — disse Hermione.

— E o que é de nosso interesse? — perguntou Luna.

— A ideia sobre o trabalho! Luna, preste atenção! Vai logo Victor, conte logo essa ideia... fiquei curiosa.

— A ideia é a seguinte: temos que fazer alguma apresentação, um projeto, alguma coisa que impressione nosso professor com algum clássico que escolhermos, certo? — as meninas assentiram — Bem, já que vocês escolheram "Romeu e Julieta", o que particularmente achei muito feminista da parte de vocês — elas reviraram os olhos — mas, deixando o feminismo de lado, nós faremos um teatro! — disse empolgado.

— Um teatro? Você disse um teatro? — perguntou Hermione incrédula.

— Você é demente? — perguntou Luna. — Como é que vamos fazer um teatro com apenas três atores?! E sei muito bem que você vai ser o Romeu, e a Mione a Julieta, e eu ficarei de figurante.

— Eu serei a Julieta?! — Hermione ainda estava incrédula.

— É claro que não Lu! Eu serei o Romeu, Mione a Julieta e você será uma parte muito importante da peça, o nosso veneno! — exclamou Victor.

— UOOOU, adorei! — disse Luna impressionada — Eu serei o veneno! Quando começamos os ensaios? — se animou.

— Não sejam ridículos! Não iremos encenar uma peça com apenas três atores. Muitos menos um clássico com apenas Romeu, Julieta e um veneno... ou uma veneno, sei lá!

— É, acho que ela tem razão. — disse Luna pensativa.

— É claro que tenho razão!

— Podemos conseguir novos atores?! — sugeriu Victor.

— Tenho uma ideia... — os amigos iam perguntar qual era, mas ela os interrompeu antes que perguntassem — mas antes, tenho que falar com Harry!

(...)

Assim que as aulas acabaram saiu em busca de Harry pela universidade. Enquanto passava pelos corredores passou perto de um dos armários de limpeza e ouviu um barulho vindo de lá. De início achou que estava ficando maluca, mas depois percebeu que era alguém chorando lá dentro. Por instinto resolveu entrar lá e ver quem era, só não esperava que encontraria o dono de uma cabeleira ruiva.

Quando percebeu que ela estava ali, o garoto a olhou com desprezo.

— O que faz aqui? — perguntou Hermione.