– Mãe... garotas são tão idiotas...

– Como assim Inojin Sai Yamanaka? Eu não te ensinei a falar assim de garotas! – gritou Ino.

– De-de-desculpa mamãe – respondeu ele balançando as mãos.

– Acalme-se Ino. Quando as pessoas iniciam com uma frase desconexa, é por que elas querem puxar assunto e conversar, não é filho? – Sai passava a mão na cabeça do filho. Ele leu todos os livros de ajuda com bebês, revistas sobre pais e filhos, livros de psicologia infantil, queria ser um bom pai.

Inojin suspirou, ainda incerto de continuar, mas queria desabafar.

– É a Sarada-chan.

– O que tem a testudinha-filha? – Ino já havia puxado uma cadeira, e se aproximado do filho, pronta para ouvir qualquer fofoca. Internamente, até nisso sentia uma certa inveja de sua amiga testuda, ela teve uma menina.

– É, é que ela estava chorando, e-e-e eu resolvi me aproximar. Não suporto ver ela chorando. – Inojin abaixou os olhos um pouco triste – ela é especial para mim.

Ino não conseguia acreditar. Apesar de não ser a menina que sempre sonhou, Inojin era seu amado filho, seu precioso bebê, do qual ela traçou um futuro perfeito, e que seria amado e admirado por todas com sua pele de porcelana, estava tendo sentimentos pela cria da Sakura?

– Mamãe? – disse Inojin tremendo.

– Ino? – Sai não sabia o que estava acontecendo, mas a aura assassina que sentia de Ino não deveria ser boa coisa.

– Como você ousa? – disse ela entre dentes – Como você ousa Inojin? Sofrer por qualquer garota, principalmente a filha da Sakura? – desta vez ela já gritava.

– Ma-ma-mas mamãe...

– Eu proíbo!

– Ino, eu hoje entendo um pouco melhor, mas me lembro que quando tentei controlar meus sentimentos por você, eu não consegui, assim como ele não deve poder também, não é mesmo Inojin? – disse Sai tentando defender o filho.

Ino se derreteu. Adorava os elogios e a sinceridade sobre estar caidinho por ela, feitos pelo marido.

– Você está certo querido. O que vamos fazer é o contrário, eu vou te ajudar a conquistar a Sarada!

Os olhos de Inojin brilharam.

– E depois, você vai fazer ela sofrer! – concluiu Ino.

Era bom demais para ser verdade.

– Vou sair e comprar livros para você dar a ela. Sara-chan é uma nerdzinha que nem a Sakura, adora livros. Também chocolate. Ou será que ela é que nem o pai e não gosta de doces.

Ino saiu deixando pai e filho calados olhando a porta.

Inojin suspirou. Talvez fosse má idéia falar de seus sentimentos.

– Não se preocupe, Inojin-chan. Eu não entendo muito de sentimentos, mas melhorei bastante, com livros, sua mãe e você.

Inojin permaneceu olhando para o pai, concentrado nele demonstrando que estava interessado em ouvir.

– Eu li num livro que é normal na sua idade, é normal ser acometido pelo que chamam de “primeiro amor”, principalmente com garotas bonitas. Eu não senti isso na sua idade. Aliás eu não sentia quase nada. Mas quando sua mãe apareceu, eu senti que algo era diferente para mim e eu lutei por ela.

Inojin ficou pensativo por uns instantes, até que finalmente verbalizou o que o incomodava.

– Mas, papai, você tinha concorrentes?

– Concorrentes?

– É. Alguém que a mamãe já gostava?

Sai parou um instante e pensou no assunto. Ele não soube muito sobre a relação do time 7, mas um dia TenTen disse a ele que Ino só estava com ele por ser uma cópia do Sasuke.

Na época, ele sentiu algo que nunca mais gostaria de sentir, descrita no livro como amargura, inveja, ciúme. Mas Ino disse que havia superado Sasuke fazia tempo, que o amava mais que tudo no mundo, o que acalmou seu coração.

– Na verdade sim. E eu ganhei. – respondeu ele sorrindo e fez Inojin sorrir também.

– Então eu acho que eu tenho chance contra o Boruto!

– Sarada-chan gosta do filho do mini-Pinto?

– Pa-papai! Não pode falar do Hokage-sama assim! – Inojin sentia pânico pelo desrespeito do pai com medo de ser punido.

– Não tem problema, não tenho medo dele. Somos amigos. Para mim, Naruto será muito mais fácil de lidar. Já para você lidar com o pai de Sarada, Uchiha Sasuke, será bem mais difícil.

Inojin congelou.