– Mãe... Garotas são tão idiotas.

Boruto estava sentado na cama, enquanto sua mãe desembaraçava os cabelos dele.

– O que? Por quê querido? – disse Hinata em seu tom doce.

– Sarada! – bufou ele.

Hinata sorriu e tentava tirar mais alguma coisa do que incomodava o filho. Geralmente garotos não falam muito de garotas, mas de uns tempos pra cá, ela notou que ele falava mais dela.

– O que houve com ela querido?

– Ela é uma idiota. É isso. – disse ele levantando os braços – eu tento proteger ela, e nem um agradecimento eu recebo, um idiota aparece e dá umas florezinhas e ela fica toda doce. Garota idiota.

Hinata não conseguiu segurar o riso. Era ciúmes que ela via ali?

– Isso mesmo mãe, ria da minha situação.

– Não querido, não estou rindo de você, mas da situação. Algumas coisas nunca mudam. – Hinata suspirou olhando para a janela aberta do quarto – as vezes a gente acha que realmente não recebe a atenção que merece, mas se você for paciente, um dia será reconhecido.

Ela sorriu olhando para o filho. Afinal ele, e sua irmã eram os principais prêmios de sua paciência, ao esperar que Naruto parasse de correr atrás de Sakura e a reconhecesse. Mas Boruto pareceu não captar a mensagem.

– Mãe, essas poesias suas não vão me ajudar em nada. Aliás, você também deve se derreter toda com poesias e flores, e toda essa baboseira de meninas.

Boruto saiu pela janela apressado e ainda mais chateado.

Meninas.

Meninas e suas poesias, seus doces, suas cartinhas, e suas flores. Que droga Sarada ser mais uma menina de baboseiras. Que droga foi aquela que aquele anêmico disse pra ela?

Boruto chutava uma pedra lembrando-se dos eventos daquela tarde.

Ele tinha ido procurar Sarada para ver se ela estava bem. Ele havia saído para buscar água para ela, mas no meio do caminho foi parado por um monte de garotas enchendo a paciência dele, sobre quem ele gostava, se gostava de doces, de cabelos longos ou curtos... e acabou perdendo Sarada de vista quando conseguiu se desvencilhar e só foi encontrá-la, mais tarde no campo de treinamento.

Mas, ela não estava sozinha. Aquele bunda-mole, desbotado e anêmico do Inojin estava com ela. Boruto chegou bem na hora em que ele deu flores para Sarada. Sentiu tanta raiva, e uma vontade de usar o jutsu mil anos de dor, que o vovô Kakashi havia ensinado, naquela lombriga esquisita, ainda mais quando viu Sarada sorrir para ele e depois ver ela de bochechas coradas, foi então que decidiu manter a calma herdada de sua mãe e sair dali.

Como aquele andrógino ousava fazer aquilo? Por que ele apareceu quando ela estava sozinha? Ele não lembrava de ter visto ele falando muito com Sarada.

Aquele sem-melanina, só via Sarada de vez em quando, em encontros dos pais deles, e agora dá flores pra ela?

Boruto não sabia explicar toda a raiva que estava sentindo. Ele tinha vontade de sacudir Sarada e dizer verdades pra ela, de bater no esquisito para ele não chegar mais perto dela, mas acima de tudo, ele sentia algo que ele não queria sentir. Inveja do sorriso de Sarada que Inojin arrancara.

Idiotas.

Garoto idiota.

Sarada idiota.