- Mãe... garotos são tão idiotas...

Sarada havia acabado de chegar da escola. Ela havia entrado em casa, jogado as coisas no chão, e sentado na cadeira da cozinha, enquanto sua mãe limpava os armários.

- É o Boruto de novo, Sarada? – respondeu Sakura – Filha você tem que parar com essa implicância com ele. Boruto é um menino muito bom. Eu sei que as vezes ele parece impossível e barulhento, mas tem um grande coração, assim como o pai dele.

- Ah é? Se você gosta tanto dele, vira a mãe dele!

Sarada fez um bico e saiu correndo de casa.

Por que todos insistiam em defender aquele garoto? Ele era impossível, sempre aprontava, e mesmo assim, era rodeado de amigos e amigas. Ele nem era tão interessante assim. E agora Sarada não suportava lembrar do que ele disse a ela:

“Ei Sarada, eu gosto de pessoas como você.”

Por que ele tinha que dizer aquilo?

O que ele queria dizer com aquilo?

E por que isso mexia tanto com ela?

É bem verdade que Sarada andava observando Boruto a um tempo, tentando entender suas razões, e seu modo de agir, mas ela tinha pura certeza que era por motivos científicos, como um estudo psicossomático de comportamento de macacos. Mas, também era verdade que isso a fez ter mais empatia pelo cara-de-raposa.

E hoje, em um de seus momentos de observação, um menino da academia apareceu atrás dela, e a surpreendeu com um empurrão.

- Ei! – disse ela pegando suas coisas do chão.

- Ora, ora, se não é a senhorita nerd. – provocou o garoto.

Sarada permaneceu calada, e tentando se segurar. Mas o menino insistia, em empurrá-la.

- Vamos! Você é tão boa com livros, será que é boa com socos também? Quero ver você tirar tanta nota boa, se eu quebrar esses seus óculos.

Antes que o garoto pudesse encostar nela, Boruto apareceu puxando a cueca do outro menino que importunava Sarada.

- Não ouse encostar nela, seu bunda-mole! – gritava Boruto.

- Aaaaaaaahhhh pára! Pára! Tudo bem, eu deixo ela em paz.

Boruto soltou o garoto, e ele saiu correndo cuspindo xingamentos a Boruto e Sarada.

- Você está bem? – disse ele virando-se para ela.

- E-estou.

- Sarada. Por que você não revidou?

Sarada abaixou os olhos para os pés, e alisava a barra da saia em silêncio.

- Olha quem é sua mãe e seu pai. Você poderia vaporizar qualquer um dessa escola!

- É que a mamãe, pediu pra eu não entrar em brigas, justamente por isso.

- Isso é tão idiota! – chiou ele.

- Não é não, ok? Se eu sou mais forte, eu não preciso usar isso de forma desnecessária para ferir os outros. Meus pais estão certos.

Boruto a observou por alguns instantes, enquanto ela mantinha a cabeça baixa.

- Sabe Sarada, pessoas como você eu realmente gosto.

Boruto colocou as mãos atrás da cabeça e colocou-se em seu caminho, deixando uma Sarada estupefata para trás.

Ela não sabia bem como reagir, não sabia lidar com aquela palpitação que sentia naquele momento. Mas era determinada, e precisava saber. Por isso correu atrás de Boruto para perguntar o que ele queria dizer com aquelas palavras, mas desistiu quando o viu rodeado de garotas distribuindo sorrisos dizendo que seria o Hokage.

Ela odiava isso. Ser filho do Hokage, e ter genes relativamente bons não o deixando muito feio, atraía um monte de garotas idiotas.

Idiotas. Todas idiotas.

Aquele idiota...