Um retrato de nós dois! escrita por dentedeleão


Capítulo 7
7


Notas iniciais do capítulo

Este cap. e dedicado aqueles que favoritaram a fic.

obrigado.

bjs



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“Mamãe, hoje na escola fizemos cartões para o dia dos pais. Meus amiguinhos disseram que eu não poderia entregar ao meu avó por que ele não era o meu pai. Quando vou conhecer o meu pai, mamãe?”

Esta simples frase me fez perder o chão, senti o sangue deixar meu rosto em um rápido gelar de alma, meus olhos estalaram como pratos e a voz não mais saia. Meu filho fez o impossível dentro de nossa família, com apenas uma frase todos naquele quintal ficaram em silencio, até mesmo nosso fiel arruaceiro Jonas estava sentado confortavelmente sobre as pernas traseiras, a cabeça levemente inclinada para o lado aguardando uma resposta.

“Venha meu amor, vamos para o seu quarto conversar um pouco.”

Minha voz saiu com dificuldade, senti a boca seca como se acabara de voltar de um coma. Segurei as mãos enlameadas de meu menino o guiando para fora do jardim, ninguém ousou intervir em nossa saída.

“Vá para o banheiro, vamos tirar toda esta lama de você enquanto lhe conto algumas coisas está bem?”

Ele acenou com a cabeça seguindo para o banheiro, aguardei na sala até ouvir o som da agua enchendo a banheira. Só então segui para o meu quarto e busquei no armário por uma pequena pasta, eu não a abria a cinco anos e não seria fácil fazê-lo esta noite.

Lentamente segui para o banheiro, ao lado da banheira repleta de bonecos e barcos um banquinho banco mantinha-se ileso das poças de lama e roupas sujas. Esta era uma regra nossa, ele poderia bagunçar tudo naquele ambiente, mas se me quisesse lá para lhe ajudar no banho ou contar alguma história infantil o banquinho teria que estar intacto.

...

“Como ele reagiu a tudo?”

Meu pai estava sentado comigo na mesa da cozinha de sua casa, passava um pouco da meia noite quando deixei meu filho dormindo e segui para sua casa. Uma xicara de café fumegante me aguardava e sem nada dizer Sue se afastou nos deixando a sós.

“Eu simplesmente não sei, ele me ouviu calado e no final fez uma ou duas perguntas antes de se fechar e ir para a cama”

Meu menino estava assustado com a ideia de ter um pai que poderia rejeita-lo e ansioso com a ideia de realmente ter um pai. Eu não lhe contei exatamente como nos separamos, acabei fantasiando um romance para ele, eu nunca lhe passaria a imagem de rejeitado pelo pai, apenas eu fui rejeitada na ocasião.

“Vou procurar por Elisabeth, tentar saber onde esta seu filho e então pensar em alguma ação”

“E se ele não quiser saber da criança?”

“Teremos que ser fortes por Robert, ele saberá que tem um pai e que o pai não deseja conhece-lo. Não será fácil, mas não criarei falsas expectativas, seria pior.”

Tomei meu café já frio e mantive minha cabeça apoiada nas mãos enquanto olhava pela janela. Era possível ver minha casa daquela posição, a luz da sala estava acessa e olhando tudo ao nosso redor eu me sentia feliz. Agora seriamos uma grande família do subúrbio com piscina, escorregador, cama elástica e casa na arvore. Robert tinha amiguinhos por toda a vizinhança e uma tia que lhe permitiria as experiências mais loucas por toda sua infância, ate mesmo nadas no chafariz da praça eles já tinham nadado.

“Espero que tenha amadurecido Edward, o meu coração pode ser esmagado, mas se o fizer com o meu filho farei de sua vida um inferno.”

Murmurei para mim mesma enquanto seguia para minha casa. Amanha mesmo tentaria encontrar Elisabeth.


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