Um retrato de nós dois! escrita por dentedeleão


Capítulo 5
Capitulo cinco




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Cap. 5

Nossa casa estava um completo caos, caixas de papelão eram montadas e se espalhavam por todos os cômodos, haviam montes de coisas para doação e outras para se colocar no lixo. Nossas coisas estavam se resumindo a um amontoado de caixas na sala e seriam enviadas a nova casa na próxima semana.

Como previsto. Fui aceita na Universidade de NY e respeitosamente declinei do convite. Encaminhei meus documentos e cheques para a Universidade de Seattle e junto a esta decisão vieram as de meu pai, ele decidiu por atrasar sua aposentadoria em cinco anos e solicitou uma transferência para a cidade vizinha alegando servir ao bem estar de sua família.

Com as economias de ambos foi possível comprar uma casa com um grande quintal e as minhas economias foram todas enviadas a faculdade me deixando um ano e meio sem preocupações financeiras. Os estudos no colégio foram adiantados e terminei tudo seis meses antes na intenção de não ter ninguém comentando meu estado pela cidade. Estava sendo fácil desviar a atenção com roupas largas, como sempre fui muito magra a gravidez logo se fez presente e agora com cinco meses o volume era perceptível se usasse roupas mais leves. Com a chegada do verão eu precisava de alguma distração antes de saber o que ele faria sobre isso.

Eu consegui uma distração ainda maior no mês passado, após uma semana de mal-estar e vômitos, o que imaginávamos ser um problema estomacal que atacou a cidade foi reconhecido como uma gravidez tardia e agora eu terei uma irmã que será tia mesmo antes de nascer.

Sue imaginava estar no início da menopausa e não se viu na necessidade de nenhum método contraceptivo, ela e meu pai estavam juntos a três anos e nada de incomum aconteceu neste período. Quem poderia imaginar que o velho Swan agora estaria se gabando pela cidade informando a todos que seria pai!

Com a idade de 45 anos a gravidez de Sue era de risco e estar próxima ao médico que nos acompanharia era a melhor solução para nossos problemas. Ela agora entrava em seu quarto mês enquanto eu seguia para o sexto. Por um momento cogitei trancar minha matricula, Sue não conseguiria lidar com um final de gravidez e um recém-nascido, nenhum dos dois concordaram comigo, Sue tinha uma irmã em Seattle, Rebecca, e ela nos auxiliaria até encontrarmos uma rotina agradável.

“Você realmente quer ir sozinha?”

“Sim pai, eu acredito que será melhor assim.”

Eu dirigi até a estrada fora da cidade em direção a casa dele, sua mãe havia me avisado que ele chegaria no sábado pela manhã e que eu poderia vê-lo a tarde. Encostei meu carro na entrada as duas horas da tarde, meu coração batia de forma descompassada enquanto minhas mãos tremiam. Respirei fundo por três vezes antes de tomar coragem e bater na porta.

“Que bom que pode vir querida. Eu não te vejo a tanto tempo.”

A Sra. Elisabeth era realmente muito importante para mim, seu corpo pequeno e o rosto em forma de coração lhe davam um ar maternal natural, os cachos grossos emolduravam seu rosto e seguiam até a altura dos ombros, eu sempre invejei, positivamente, a maciez de seu cabelo e a cor de um ouro avermelhado incomum, a mesma cor dos cabelos de seu filho.

Foi através dela que aprendi a superar algumas situações que passei com minha mãe e dei espaço para meu pai entrar em minha vida. Ela sempre se mostrou feliz com minha relação com seu filho e nos encobriu em várias fugas. Mesmo tendo apenas a ele como filho nunca se mostrou contraria aos nossos sentimentos ou manteve uma relação de ciúmes e posse com o mesmo. Eu não a considerava uma segunda mãe pois tinha Sue em meu coração, mas eu gostava de chama-la de tia.

“Me desculpe, este semestre tem sido algo em minha vida.”

Ela apenas assentiu com a cabeça deixando espaço para que eu entrasse na casa. Eu o fiz ainda sem forças para encarar o que viria a seguir. Apenas uma voz extremamente polida me fez olhar para cima.

“Tia, Edward está no telefone querendo falar com a Sra., aparentemente ele não encontra algo que está em sua lista.”

Eu observei com calma a mulher a minha frente, o corpo esguio era alto e tinha curvas bem feitas e valorizadas pelo vestido floral que usava, o decote em “v” favorecia seu busto e os saltos lhe davam um ar de segurança e altivez. O rosto era algo fora do comum, a pele branca estava delicadamente marcada pela maquiagem leve que usava, os olhos brilhavam em um azul cintilante enquanto os cabelos loiros caiam lisos por seus ombros até embaixo da linha do busto. Simplesmente linda. Eu me senti ainda mais insignificante.

“Não sabia que tinha visitas tia.”

A loira se aproximou estendendo a mão.

“Rosalie Cullen, prima de Edward e agora integrante da família.”

“Isabella Swan.”

Disse simplesmente ao entender o significado de suas palavras, ela estava ali por que era a namorada de Edward, a atual, a prima que ele reencontrou na Universidade e eu era a outra, o passado.

Elisabeth percebendo minha falta de ação me levou para a sala enquanto ainda falava com seu filho ao telefone, ele aparentemente não sabia a diferença entre uma massa fresca e uma industrializada.

“Tia, posso falar com ele?”

“Querido, espere um segundo, uma pessoa quer falar com você.”

Ela me passou o telefone e eu apertei o viva voz antes de iniciar a conversa. Foi então que mais uma vez meu coração sangrou.

“Amor é você? Quer que eu leve algo?”

‘Não Edward, sou eu, Isabella.”

Dizer seu nome após tanto tempo pareceu rasgar minha garganta. Eu ainda pude ouvir sua respiração acelerada e então ele respirou fundo antes de responder.

“Minha mãe havia comentado que você queria me ver. Realmente não acho necessário Isabella, esclarecemos as coisas a alguns meses não é mesmo?”

“Eu apenas precisava falar com você.”

“Eu não acho uma boa ideia.”

Eu tentei, eu fui educada e calma, por dentro eu queria gritar e chorar, mas escondi as emoções dentro de mim até o momento de chegar em casa. Passei o telefone para Elisabeth e ela finalizou a ligação assim que o pegou me abraçando de lado e totalmente sem jeito, eu estava parada em uma posição que não lhe permitia outra forma de aproximação e quando tentei me afastar tudo caiu por terra, suas mãos desceram para a lateral de meu corpo e ela sentiu a rigidez ali.

“Meu Deus”

Ela me olhou desesperada e eu apenas lhe lancei um olhar indicando sua sobrinha atrás de nós. Ela observava a tudo calada com um leve sorriso nos lábios.

“Poderia nos deixar por um segundo Rosalie?”

“Claro Tia.”

A loira partiu assim como veio.

“Eu não contarei a ele, ele não quis me ouvir. Ele saberá, mas não agora. Não quero ser o motivo de brigas entre as família e também não quero que ele assuma algo que não, necessariamente, fara parte de sua vida pelos próximos anos.”

“Querida...”

“Sra. Elisabeth, seu neto irá nascer e será muito bem cuidado. Quando Edward terminar seus estudos eu o procuro, não vou atrapalhar seu foco de vida no momento. A senhora bem viu como ele vem me tratando, não seria bom para mim ou para o bebe conviver com alguém que nos despreza.”

“Eu lamento tanto...”

“Eu também, tia, eu também.”


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