O hospital estava ligeiramente mais agitado, mesmo com o inverno deixando a todos mais introspectivos, o mês de fevereiro tinha seu calor próprio esta semana.

O dia dos namorados também era comemorado internamente, tínhamos correio elegante, entrega de flores, bombons e declarações. Algumas alas recebiam decoração especial e as crianças recebiam a visita de atores locais para declamações e apresentações de romances adaptados a visão de seu mundo. Para os internados há mais tempo eram promovidos bailes ou jantares. Uma iniciativa diferente e que alegrava a todos tornando o inverno e a situação em si, mais amenos.

“Posso entrar?”

Carlisle estava na porta da minha sala, em sua mão uma rosa vermelha embrulhada em papel de seda, um arranjo simples e muito delicado.

“Claro Carlisle.”

ele me estendeu o pequeno embrulho.

“Trouxe para você, um lembrete de que a vida pode ter espinhos, mas sempre lhe reserva algo belo.”

Peguei a rosa e a coloquei sobre minha mesa puxando uma cadeira para que ele se sentasse.

“Galanteador! Quer algo de mim ou apenas amanheceu ouvindo passarinhos em sua janela?”

Carlisle sorriu de forma faceira e se levantou deixando para trás um envelope vermelho.

“Passarinhos minha querida! Na verdade uma única passarinha.”

Ele piscou feliz deixando a porta aberta depois que saiu. Não contive a curiosidade e peguei o cartão o lendo rapidamente.

“Que o amor não se mostre uma barreira e que possa desfrutar de sua companhia em um jantar esta noite.

Beijos (0345).”

O cartão não era algo pessoal de Carlisle e sim algo dirigido a mim, os numero que logo compreendi como sendo um ramal era do Químico Molecular Mark Neal, meu colega de laboratório mais próximo.

Ele vinha me observando com mais cuidado nesta ultima semana, eu também me portava diferente. Mudei minhas roupas casuais para roupas contemporâneas e coloridas, com formas que me valorizavam sem ser vulgar para o trabalho. Através de um Blog aprendi a me maquiar de forma leve e assertiva e vinha aceitando o convite dos rapazes para a hora do almoço, nada serio, apenas me permitindo ter mais acesso a eles e eles a mim.

Olhei para o cartão uma ultima vez antes de discar o ramal no telefone de minha mesa.

“Mark é Bella...eu aceito o seu convite.”

Conversamos mais alguns minutos combinando tudo e sem colocar o telefone no gancho fiz uma segunda chamada.

“Edward, você pode falar agora?”

...

“Não aconteceu nada, apenas preciso de um favor. Você poderia ficar com Robert esta noite?”

...