Mischief escrita por Liv


Capítulo 3
Dias de Fúria. Dias de Paz


Notas iniciais do capítulo

Depois de séculos de espera (sim, é exagero) o Loki aparece, não é muito, mas ele chegou, gente! Bem, espero que gostem do capítulo, até mais, povo!!



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“Quando todos os seus sonhos falham

E aqueles que saudamos são os piores de todos

E o sangue corre seco

Eu quero esconder a verdade

Eu quero proteger você

Mas com essa fera por dentro não há para onde se esconder

Não importa aquilo que criamos, ainda somos feitos de ganância

Este é meu fim, este é meu fim

Quando sentir meu calor, olhe dentro dos meus olhos

É onde meus demônios se escondem

Não chegue muito perto, é escuro aqui dentro

É onde meus demônios se escondem”

–Demons (Imagine Dragons)

–Rayon! -Berrou Fragal.

–Rayray voltou! -Comemorou Volstagg.

Um mutirão veio foi na direção de Rayon, ela poderia chegar ao ponto de receber uns dois abraços por dia, mas cinco? Isso já era pedir demais.

–Se eu morrer sufocada prometo culpá-los. -Reclamou a menina, mas eles ignoraram a ameaça.

Rayon conseguiu soltar-se deles e correu pela grande Bifrost. Ao desviar o olhar para o reino de Asgard em sua frente, por um momento, ela perdeu o fôlego. Não só parecia, como era uma outra realidade, Asgard e New York eram opostos, mas ambos os lugares tornaram-se uma espécie de lar. Rayon não havia notado que estava parada no meio da ponte. Sentiu uma mão tocar seu ombro, mas ignorou.

–Creio que Lady Sif já tenha lhe informado que permiti sua volta com algumas condições. -Disse Odin, assenti, tentando ignorar o fato de que queria arrancar sua mão.

–Quais as condições?

–Você irá participar da guarda, sei que Sif lhe treinou bem e esse será seu cargo daqui em diante, você monitorará as prisões e ajudará na proteção de nosso reino. Concorda com os termos?

–Concordo.

Os outros atrás do pai de todos olhavam-os apreensivos. Odin encarou-a com um leve sorriso.

–Fico feliz que tenha voltado em segurança, sempre soube do que era capaz. -Disse ele. A menina emitiu um sorriso seco.

–Não, não sabe, mas verá onde sou capaz de chegar e saiba que, se sobrevivi, não foi graças a você. -Disse a menina, seus lábios sorriam e seus olhos fuzilavam o deus em sua frente. Aquilo era algo que ela aprendera com Jane, os deuses precisavam ser enfrentados as vezes.

Ela desviou-se de Odin e continuou andando.

***

Já faziam duas semanas que Rayon ocupava seu novo serviço. Ela achava que cuidar dos prisioneiros seria uma coisa ruim, mas era pior, bem pior. As horas que conseguia dormir eram mínimas, tirando o fato de que muitos deles não paravam de reclamar.

Vários boatos surgiram no reino, sobre onde estaria o príncipe Loki. A última vez que fora visto fora quando caiu da Bifrost. Mergulhando na imensidão do universo. Rayon jamais tivera a infelicidade de falar com o deus das travessuras, mas não podia deixar de se perguntar onde ele estaria.

Durante o tempo que ela trabalhara na guarda, houveram muitos incidentes, seguranças ficaram feridos, três presos conseguiram escapar, os cidadãos estavam em uma terrível confusão por brigas idiotas e tudo por causa de Rayon, ela poderia simplesmente tentar matar Odin, mas achou que, por um tempo, seria divertindo aprontar cá e lá sem ser pega. E estava obtendo sucesso.

Ela andava distraidamente pelo palácio quando esbarrou levemente em alguém. Ela se virou e viu sua rainha. Espantou-se e encarou-a.

–Majestade, eu...

–Não se preocupe, minha cara, está tudo bem. -Disse a rainha. Rayon sempre gostara dela, era uma guerreira e suportava seu tão odiado Odin. Frigga merecia seu total respeito.

Rayon lançou um leve sorriso para rainha, fazendo uma reverencia e se virando.

–Espere! -Disse a mulher atrás de si.

–Sim?

–Rayon... -Disse a rainha, respirando fundo. Rayon olhou-a completamente confusa- você tem um minuto?

–Eu... -O mais sensato seria descansar até seu próximo turno, mas não seria educado recusar um pedido da rainha em pessoa- Não, Majestade, em que posso ajudá-la?

–Venha, vamos andar um pouco. -Chamou ela.

Rayon a seguiu.

–Sabe, Rayon, você cresceu nos arredores de nosso castelo, mas não me lembro de jamais ter conversado adequadamente com você...

Onde será que ela quer chegar com isso? Perguntava-se Rayon.

–Quero dizer, você sempre me gerou sérias dúvidas, arrumava confusão por onde passava, discórdias, brigas em todos os cantos, mas sempre quis saber o porque disso, você sempre andava sorrindo, como se isso fosse o seu próprio parque de diversões, ainda assim sempre ficava só, raramente ia para as lutas com Sif, Thor, Frandal, Hogun e Volstagg, e, que eu sabia você gosta de lutar...

Rayon estava ficando extremamente inquieta, sendo rainha ou não, o que dava a ela o direito de apontar o que a menina deixara ou não de fazer? Ela sabia que a rainha não estava sendo amável porque gostava de Rayon, ela queria algo, isso era óbvio, mas o que?

–Majestade, perdoe-me se estiver sendo rude, mas onde a senhora quer chegar? Sim, eu era só, mas isso nunca foi nenhum grande incômodo, pois eu...

–Nunca se encaixou com os outros. -Completou a rainha. Rayon olhou-a aterrorizada, como ela sabia? Disfarçou sua surpresa com um leve revirar de olhos e uma risada seca.

–Bem, vejo que fez bem a sua pesquisa, mas para que saber tanto sobre mim? -Observou a menina.

–Por que, minha cara, você é extremamente parecida com o meu filho.

Rayon não pôde conter o riso.

–Thor? Ah, claro.

–Não não, eu falo de Loki.

O riso da menina se dissolveu instantaneamente.

–Quando eram menores eu sempre dizia a meu marido que vocês deveriam ser devidamente apresentados, mas ele se recusava, dizendo que já eram desastre o suficiente separados, mas, depois de tanto tempo, ainda vejo meu Loki em seus olhos, em suas palavras e em seus atos, mas também vejo em você algo que ele perdeu há muito tempo, sua humanidade, ele não acredita mais que ele possua algo de bom.

A garota tinha de tudo para revidar, dizer que ele não era realmente filho dela, mas sim do gigante de gelo Laufey, mas a expressão no rosto da rainha quebrou todas as espécies de comentários rudes que passavam-se em sua mente. Apesar de não ser de sangue, a rainha Frigga tinha um carinho de mãe por Loki, aquilo doeu mais nela do que deveria, se Loki era realmente parecido com ela, como alguém poderia amá-lo tanto assim? Nem Sif tratava-a deste modo e, pela primeira vez, ela pensou que Loki tinha sorte, talvez ele só não soubesse disso.

–Em algum lugar de minha alma eu sempre pensei que você poderia ser a única a entender meu filho, a única que, talvez, conseguisse se aproximar o suficiente dele. Eu jamais desistiria, mas, bem, Loki mudou muito ao descobrir-se filho de Laufey. -A rainha sacudiu a cabeça levemente, como se tentasse afastar o pensamento. Ela respirou fundo e tomou as mãos de Rayon, olhando suplicante em seus olhos- Então, Rayon, eu lhe peço, se por algum milagre meu Loki retornar, mostre a ele, mostre que ele é bom, talvez você não veja isso nele agora, mas tenho certeza de que com o tempo irá notar e...

–Sim. -Disparou Rayon. Suas pernas tremiam e ela sentia um terrível nó no estômago. Frigga encarou-a confusa e esperançosa, com as lágrimas prestes a cair de seus olhos. Rayon tomou fôlego- Se ele voltar, irei cuidar dele, farei o que pede.

A rainha sorriu radiante, encarando a menina incrédula, ela não sabia como era ter uma mãe, mas não deixaria Loki afastar-se da dele.

–Obrigada, minha cara, muito obrigada.

E pela primeira vez em muitas semanas, ela sorriu, sem ironias ou sarcasmos, era um singelo e real sorriso, algo que ela não estava habituada a fazer. Mas antes de qualquer coisa, ela precisaria achar Loki.

–Majestade, será que poderia me dar licença? -Pediu ela.

A rainha dispensou-a agradecida e Rayon correu rapidamente para a Bifrost. O local chegou em um instante, pois seus pensamentos estavam ocupados demais para que ela pensasse em outra coisa.

–Heimdall! -Ela chamou.

–Ray, como vai? -Perguntou ele calmamente. Ela considerava o guardião algo perto de um amigo, mas vivia se incomodando com a extrema calma que ele possuía.

–Eu vou bem, mas... preciso de sua ajuda para...

–Achar Loki.

–Ah, você poderia ter ao menos me deixado terminar a frase.

–Mas sabe bem que posso ver o que se passa nos reinos. -Falou entre leves risos. Apesar da pose séria, Heimdall costumava rir com mais frequência do que aparentava.

–Seu senso de humor é realmente ridículo! -Reclamou ela. Heimdall observava atentamente as estrelas.

–Consegue vê-lo?

–Não tenho certeza, tem algo estranho... Já faz muito tempo que não consigo ver a localização de Loki, mas agora tem algo diferente.

Rayon encarou o céu a sua frente preocupada. Vamos, Loki... apareça...

–Espere! Consigo vê-lo... Ele está em Midgard! -Heimdall parecia preso em um transe, mas ao sair dele, olhou alarmado para Rayon- Avise Odin, rápido!

Ela assentiu e voltou a correr. Tudo parecia um borrão à sua volta, sua respiração estava pesada e um ar frio alcançava sua pele. A menina adentrou o palácio e encontrou o pai de todos sentado em seu trono e a rainha Frigga falando alegremente ao seu lado.

–Majestades! -Ela chamou, tentando frear e fazer uma reverência ao mesmo tempo- Heimdall, ele conseguiu ver Loki, ele está em Midgard e...

Odin e Frigga olharam estupefatos para a menina e o rei ficou de pé.

–Chamem Thor! -Berrou ele. Os guardas correram rapidamente pelo palácio, o príncipe não deveria estar muito longe.

Rayon estava prestes a se virar quando Thor chega correndo na sala.

–Pai, mãe, o que houve? -Perguntou ele. Odin fez um sinal de cabeça para Rayon e ela tomou a deixa.

–Loki foi visto em Midgard, Heimdall finalmente conseguiu vê-lo!

A expressão do deus do trovão se iluminou, ele olhou para os pais, procurando alguma permissão, os dois assentiram e ele girou seu martelo, voando em direção a Bifrost.

***

Ela não tinha absoluta certeza de quanto tempo se passara, dias ou semanas, mas aquele foi um período conturbado para Asgard. Heimdall contara tudo à ela sobre a batalha de New York. Sobre o grupo chamado Os Vingadores, que lutavam contra Loki e seu exército de Chitauris. O povo de Asgard estava em pânico e ela também estava, só não admitiria isso. Desejou que Jane lhe desse um tapa agora, ela havia se apegado ao lugar e Loki simplesmente reúne uma raça alienígena para destruí-lo.

Agora ela estava novamente na prisão com os outros guardas e prisioneiros. Ela seria a responsável por vigiar Loki quando retornasse com Thor.

–Estão vindo! -Gritou um guarda.

Mais três outros guardas entraram na prisão, no meio deles, estava ele. Seus longos cabelos negros e os olhos verdes que pareciam caçoar de tudo ou todos. Ele usava algo parecido com o que humanos chamavam de focinheira e algemas. Rayon riu baixo por ver Loki, um deus, com uma "focinheira".

–Tome cuidado, Ray. -Alertaram os três antes de saírem.

–Deixa comigo! -Exclamou.

Ela conduziu Loki para dentro da cela e retirou o que tapava sua boca. O deus sorriu para ela e ela encarou-o sem expressão.

–Então você foi o pior que mandaram para vigiar a mim?

Ela sorriu, divertindo-se com a situação, a rainha estava certa afinal.

–Por que colocariam outra pessoa? Você é a menor complicação que tem nesse lugar, Loki. -Disse Rayon, tirando as algemas de suas mãos. Ele sorria ainda mais.

–Você sabe meu nome, então é justo que eu saiba o seu, certo?

Rayon riu e se retirou da cela.

–Você pode me chamar de guarda, cãozinho.

Loki riu alto e acomodou-se, se é que isso era possível, na cela. Aquele seria um prisioneiro divertido para se conviver e, claro, ela precisaria cumprir sua promessa à Frigga.


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Notas finais do capítulo

Fiquem a vontade para comentar ;)