Mischief escrita por Liv


Capítulo 15
Palavras perdidas no eco


Notas iniciais do capítulo

OI MEUS QUERIDOS LEITORES!!
Eu queria poder dar as boas-vindas aos leitores novos, sejam MUITO bem-vindos e espero de coração que estejam gostando da história. Adoraria poder conhecer vocês e saber suas opiniões. Se quiserem, podem deixar um comentário, podem criticar, não tem problema, mas ficarei feliz em responder, prometo! ;D
Bem, esse aqui é meu presente de ano novo para vocês, essa fic significa muito para mim e eu amo escrever cada parte dela. Espero sinceramente que estejam gostando e que se divirtam, chorem, riam e tudo o que for possível nesses capítulos de Mischief.
Ainda teremos uma jornada grande juntos e espero que me acompanhem e que conversem comigo. Mischief não é movida a comentários, claro que não, mas eu gostaria muito de poder falar com vocês, porque eu escrevo por mim e por vocês também, é claro!!!!
Uma ótima leitura, um ano novo repleto de histórias, inspirações e muita alegria para todos vocês. Obrigada por lerem minha história, obrigada por comentarem, favoritarem, acompanharem e tudo mais, vocês são imensamente importantes na minha vida.
Amo vocês, pessoal!!! :*



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"Então veio o sofrimento, então veio o mau estar

E depois o choque, quando você me passou a perna

Tão vazio, tão deprimente

Com tanto medo que eu não poderia me deixar ver

Que eu jamais poderia ser controlado

De qualquer jeito, eu me seguro

Cheque o seu lema, sim, você sabe o meu

Esqueça o resto, deixe eles conhecerem meu inferno, ali e antes

No entanto, minha alma não está a venda

Mantive o respeito, os melhores, eles caíram

Deixe o resto ser a história que eles contam

Que eu estava lá dizendo

E essas promessas quebradas

Lá no fundo, cada palavra se perde no eco

Então, uma última mentira, eu vejo através dela

Dessa vez, eu finalmente deixo você ir"

–Lost in the Echo (Linkin Park)

–Ray, eu preciso que você mantenha a calma e ouça apenas a minha voz, tudo bem? -Repetiu Bruce pela milésima vez nos últimos cinco minutos.

–Se você continuar repetindo isso vou me certificar de arrancar sua cabeça. -Respondeu ela alegremente.

Um sorriso brotou nos lábios do cientista, que checou mais uma vez os batimentos da asgardiana. Estavam em um nível bom, ela parecia estar suficientemente calma. Bruce olhou para sua volta e checou as expressões dos outros. Seus companheiros na sala naquele momento eram Jane Foster, Frandal, Natasha e Clint. Thor e Steve estavam do outro lado, prontos para segurar a menina caso qualquer coisa... saísse de seu controle.

Bruce e os outros se encontravam em uma espécie de sala, com vários computadores e uma enorme janela de vidro, cuja vista era uma sala ainda maior, um espaço inteiramente feito por Stark para treinamento dos Vingadores após a batalha de New York. Aquela era a terceira vez que testavam o controle de Rayon sobre seus poderes. As primeiras vezes foram baseadas em um terrível caos: vidros quebrados, objetos sendo lançados em diversas direções e Rayon sendo detida pelo Capitão e pelo deus do trovão.

O cientista estava totalmente desconfiado e nervoso, mas Rayon insistira em repetir o processo. O que o deixava ainda mais hiperativo era a presença de outras pessoas na sala onde estava, eles apenas tinham ouvido falar sobre as reações de Rayon, mas agora estavam todos ali. Menos Stark, que havia sido arrastado por Pepper para uma reunião na qual se recusava a comparecer.

–Tudo bem, Ray. -Anunciou Bruce- Está na hora.

Rayon se encontrava no meio da enorme sala de treinamento. Em sua frente, estava uma parede de escalada instalada a pedido do Capitão. Ao lado, ficavam alguns arcos e aljavas com flechas. Também possuindo vários tipos de armas, para que Natasha e Clint treinassem. No outro lado se encontrava uma espécie de mini academia. Para falar a total verdade, Bruce nunca havia reparado direito no lugar, ele se sentia mais seguro não forçando a barra com o outro cara.

Assim que Rayon abriu os olhos, sua pulsação se elevou rapidamente, mas antes que pudesse impedi-la, ela já corria em direção à parede de escalada. Como asgardiana, ela possuía uma força e resistência altíssimas, assim como a agilidade em combate e porte de armas, que aumentou bastante após os dias de treinos com Clint e Natasha. Steve a ensinara mais sobre o combate corpo a corpo e Bruce, apesar de achar que não fazia muito, a ajudava a controlar seus monstros interiores.

Não demorou muito para que ela escalasse a imensa parede e corresse em direção à uma corda pendurada e jogando-se nela, deslizando até o chão novamente. Correndo até um dos arcos, ela pegou-o e atirou em cada um dos alvos o mais rápido que conseguia. Repetiu o percurso, agora utilizando pistolas.

Os olhos de Rayon se focaram em um dos sacos de pancadas que Steve colocara no local e rapidamente ela cruzou a sala, se aproximando do objeto. Os inúmeros socos e chutes começaram, fazendo seu ritmo cardíaco aumentar ainda mais.

Todas aquelas atividades poderiam parecer um percurso comum, mas serviam para que os batimentos cardíacos de Rayon se elevassem ao nível que geralmente alcançavam quando a menina surtasse. Atingindo esse nível, sua mente se expandiria e seus poderes ficariam em seu controle... mas é claro que isso era a parte lógica, porque nem sempre a situação era como o planejado.

–Agora, Ray! -Anunciou Bruce quando os batimentos aceleraram ainda mais.

Instantaneamente, ela parou e continuou a fitar o saco de pancadas em sua frente. Após dar alguns passos para trás, a asgardiana ergueu suas mãos, como se segurasse o objeto no ar e lançou os braços para o lado oposto, mas o que o cientista não esperava era que o saco de pancadas se desprendesse de seu gancho e fosse arremessado para o lado oposto da sala.

Rayon respirava rapidamente e parecia imensamente perdida em seus próprios pensamentos.

–O que é aquilo nos olhos dela? -Perguntou Jane Foster.

Brunce inclinou-se para frente e aproximou a câmera que monitorava os movimentos da garota. Ele estreitou os olhos, tentando explicar algum sentido no que via. Os olhos de Rayon eram cor de mel, mas agora estavam avermelhados e bem mais claros do que geralmente eram.

–Eu... eu não sei. Provavelmente é o nervosismo ou talvez alguma alergia.

Antes que o cientista pudesse dizer mais alguma coisa, Rayon erguia suas mãos novamente, fazendo com que as armas explodissem uma de cada vez. Ele não sabia explicar se ela estava no controle ou não. Os outros ao seu redor sorriam confiantes com o progresso da menina, até ele estava orgulhoso.

–Mande-a parar. -Disse Frandal. A voz do asgardiano soou fria e ríspida, desviando a atenção do cientista.

–Mas, por que? ela está indo b...

–Não. Tem algo errado. -Disse ele, interrompendo a fala do agente Barton- Olhe para Thor, ele também está sentindo.

Os olhares de todos se focaram no deus do trovão, que ao contrário de Steve Rogers, ao seu lado, não parecia nem um pouco feliz. Thor a olhava claramente preocupado. Bruce pensou que provavelmente os asgardianos conseguissem sentir algumas situações que não eram visíveis aos olhos humanos.

–Você está indo muito bem, Ray, mas acho que já está bom por hoje. -Disse ele.

Três armas que flutuavam caíram no chão e as mãos de Rayon se abaixaram lentamente. Antes que Bruce pudesse dizer a Frandal que estava tudo bem, a menina virou-se para eles e a visão de seus olhos estava completamente nítida naquele instante. Os olhos dela estavam mesmo vermelhos, cintilando em sua expressão vazia e distante.

Um sorriso formou-se nos lábios de Rayon, o que acabou tornando a visão ainda mais perturbadora. O vidro que separava as duas salas se quebrou repentinamente enquanto a garota estendia uma de suas mãos. Não houve tempo para que nenhum deles pensasse o que fazer, antes de qualquer um de seus movimentos, Frandal foi puxado, ou melhor, arrastado para o outro lado. O corpo do asgardiano parou alguns centímetros das mãos da garota, pairando um pouco acima do chão. A expressão dele era de completo espanto, enquanto sentia seu pescoço ser estrangulado lentamente, causando um terrível desconforto.

–Eu me lembro de você... -Aquilo foi tudo o que Rayon conseguiu dizer antes que fosse derrubada por Thor. Steve checou o estado de Frandal, que dizia estar bem, mas nenhum deles estava realmente bem.

Enquanto Natasha, Bruce, Clint e Jane corriam na direção dos outros, Thor segurava Rayon em seus braços. O corpo da menina tremia fracamente e seus olhos pareciam voltar a se escurecer. Uma sequência de tosses secas veio da garota, que respirava com dificuldade, procurando desesperadamente por ar. Ela se encolheu e colocou as mãos no chão cuspindo o sangue amargo que havia se acumulado em sua boca.

–Ray? -Os olhos arregalados de Thor fitavam-na estáticos. O corpo de Rayon cedeu, assim como seu controle.

***

–E então, irmãzinha? -Perguntou o garoto, aproximando-se sorrateiramente da menina.

Ele esperava ver um sorriso nos lábios de sua irmã, mas havia uma certa preocupação em seus olhos azuis. Tomou o rosto dela em suas mãos e olhou-a pesaroso.

–Ei, o que há de errado? -Insistiu.

–Existem trevas maiores do que eu possa enxergar dentro dessa menina. Eu reconheço todo esse caos, eu... -Ela ergueu seus lindos olhos azulados, idênticos aos de seu irmão e encarou-o- Eu vejo tudo isso em mim.

Antes que ela piorasse, ele a trouxe para perto de si, abraçando-a firmemente, como sempre fazia para acalmá-la e passando as mãos por seus longos cabelos castanhos.

–Vamos ficar bem. -Sussurrou ele. A menina assentiu- Precisamos sair daqui agora, tudo bem? Stark vai voltar a qualquer momento.

Segurando-a em seus braços, o garoto sorriu maliciosamente, um gesto que sempre repetia antes de começar a correr... bem rápido.

***

–Mas que droga aconteceu nesse lugar?

–Tony! -Corrigiu Pepper, fazendo com que o outro estampasse uma careta.

–O que será que aconteceu nesse belíssimo lugar? -Perguntou sarcasticamente.

Em outra situação, Clint teria rido, mas não naquela hora.

–A Rayon...

***

Não demorou muito para que ela e o irmão chegassem em sua “casa”. Ela riu ao pensar em chamar aquele desprezível local de casa. Eles eram experiências. Podres e inúteis experiências, era o que diziam em suas costas. Depois de tudo o que passaram, ela não imaginou que pudessem parar em um local como aquele.

Mas a experiência não fora de toda ruim. Seus poderes agora eram bem maiores e bem mais fortes do que ela já pudera imaginar em toda a sua vida. O irmão ficava cada vez mais veloz e resistente. Ela sabia que eram imbatíveis.

A alegria momentânea de tal pensamento logo deixou sua mente. Quando ela entrara na mente da garota não pensava que veria tanta destruição. Mesmo que não entendesse muitas das lembranças, ela pôde sentir uma amargura que achava não ser capaz de encontrar em outra pessoa que não fosse ela mesma.

A morena deixou que seus olhos azuis fossem banhados de vermelho e que sua mente vagasse para um lugar distante. Para as memórias de Rayon...

–Ei, Ray! –Chamou alguém.

A garotinha correu por sua casa, procurando pelo irmão menor.

–Robert! –Berrava ela, sem qualquer paciência- Não temos tempo para brincadeiras, hoje é a comemoração que o pai de todos fará graças a mais uma vitória contra os gigantes de gelo. Não maior do que a morte de Laufey, é claro. Aquilo foi incr...

–E eu lá me importo com gigantes de gelo? –Rebateu ele, aparecendo no topo da escada e gargalhando.

–Eles podem ser bem assustadores, Rob. Quem sabe congelem sua alma enquanto você dorme, hein? –Disse ela antes de correr atrás do irmão e fazer cocegas nele até que ele não tivesse forças para correr.

–Tudo bem, tudo bem, eu me rendo! –Gritava por clemencia.

A mais velha riu e tomou uma das mãos do garoto.

–Vamos, estamos atrasados. Sif nos encontrará na entrada do palácio.

–Acha que papai irá conosco? –Perguntou Rob. A menina engoliu em seco.

O pai deles era um renomado guerreiro. Sua vida era baseada em travar infinitas batalhas e incríveis vitórias. E era apenas isso. Raymond não possuía tempo para seus filhos, jamais possuíra. A batalha contra os gigantes de gelo fora sua última. Ele não sobrevivera ao combate. Ele não estaria na festa, mas ela simplesmente ainda não havia encontrado palavras para explicar a situação a Rob.

–Claro, Rob. –Disse ela com menos animo do que pretendia.

Não demorou muito para que avistassem o palácio. Sif os esperava com a mesma carranca de sempre. Seus cabelos dourados estavam presos em uma bela trança e enfeitados por pequenas flores vermelhas. Sif sempre fora deslumbrante e Rayon sentia-se mais do que honrada por ser sua amiga. Ela sempre fora importante, forte e corajosa. A pequena Ray gostaria de ser assim um dia.

–Estão...

–Sabemos! –Resmungaram Rayon e Robert ao mesmo tempo.

–Vamos entrar! –Ordenou Sif, seguindo em frente aos dois, que faziam caretas em suas costas.

O palácio estava abarrotado. A decoração era de tirar o fôlego. Ela estava prestes a se juntar à Sif quando notou que a mão do irmão já não estava mais junto à sua própria. Rayon virou-se e procurou Robert pela multidão. Seu coração se acelerou, mas logo retomou o folego ao vê-lo correndo em direção a um dos cantos do palácio.

Correu atrás do menino, chamando-o impacientemente, mas ele parecia simplesmente ignorá-la.

–Ora, vamos, Rob, vamos perder a... –O ar dos pulmões da menina se esvaiu quando ela adentrou uma longa escadaria escura. Rob descia rapidamente, com a atenção totalmente focada em algo azulado e cintilante no fim da escada.

Ela não conseguia ver direito então desceu atrás do irmão.

–Robert, o que você... –Ela se interrompeu novamente, parando em um dos últimos degraus da escada.

Rob brincava alegremente com flocos de gelo. O chão estava levemente azulado e cintilante. Era magnífico, mas algo chamou a atenção da menina. Nas sombras ela pôde ver o contorno de alguém deitado no chão. Abaixo dele havia alguma coisa. Rayon estreitou seus olhos e interrompeu o grito que estava prestes a sair. Era sangue, uma poça de sangue.

Ela percorreu os degraus que faltam, mas antes que pudesse agir, uma criatura surgiu das trevas. Era imenso, com olhos vermelhos e corpo azulado. Gigante de gelo.

–Rob! –Ela berrou alarmada, mas já era tarde demais.

O pequeno corpo do irmão mais novo já havia sido perfurado por um longo pedaço de gelo. A criatura a encarou, emitindo algo que parecia uma gargalhada.

–Me ajudaria com minhas algemas? –Perguntou ele.

As pernas de Rayon tremiam e ela choramingava silenciosamente. O corpo era de um dos soldados de Asgard, ela sabia. O soldado deveria ter... Os olhos dela se iluminaram ao notar a espada caída.

–P-por... p-por que? –Gaguejou ela, tentando achar o resquício de coragem que ainda possuía.

–Porque é isso que eu sou, criança. Um destruidor.

Os olhos dele brilharam ainda mais e ele avançou na direção de Rayon, mas ela estava preparada. Ergueu a espada banhada pelo sangue do soldado e atacou a criatura em sua frente. O gigante caiu ao lado da garota, com uma expressão de surpresa e dor. Ela ignorou-o e segurou o pequeno corpo do irmão em suas mãos.

–Rob... Rob eu sinto muito. Eu sinto muito... –Sussurrava ela aos ouvidos do menino, mas de nada adiantaria, pois ele já estava morto.

***

Havia algo muito errado e ele não pensava apenas no surto de Rayon. Desde que chegara a New York Loki estava sentindo a presença de algo diferente. Algo que ele não sentia fazia um longo tempo. Seu cetro.

Mesmo estando longe, ele podia senti-lo. Alguém o estava usando, onde quer que estivesse. Ele podia muito bem aproveitar a estadia em Midgard e induzir Stark ou seu irmão idiota a achá-lo para ele.

–Frandal. -Chamou uma voz atrás de si. O deus das travessuras virou-se e encarou o olhar cansado do irmão.

–Sim?

–Temos más notícias...


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? E alguma sugestão sobre quem são esses dois estranhos? Podem falar galera, vou esperar por suas reações. Boas festas!!!!