Coletânea De Contos escrita por lizzy earnshaw


Capítulo 5
Delinquente. - Arya/Gendry


Notas iniciais do capítulo

Well, well... Olha quem voltou dos mortos? Sim, eu ressuscitei kk. Bem, estou de férias (graças a boa deusa) e vou escrever bastante nessas semanas, juro.
Fiquei imensamente feliz com todos os comentários sobre o capítulo do Oberyn, de verdade, vocês colorem meu dia, pessoas.
Espero que esse capítulo agrade tanto quanto o último, e sobre ele:
Primeira fanfic que eu escrevo da Arya e céus, eu senti que é uma grande responsabilidade, já que ela é minha Stark favorita e está no meu top10 das mulheres de Westeros (vou colocar meu top10 aqui, embora ninguém queira saber haha: Joanna Lannister- Elia Martell - Rhaella Targaryen - Cersei Lannister - Arianne Martell - Visenya Targaryen - Ellaria Sand - Arya Stark - Sansa Stark - Daenerys Targaryen. Me contem o top10 de vocês também).
Também nunca escrevi nada sobre o Gendry, foi bem legal.
Sei que muita gente pediu Jon/Arya, mas eu to pensando em fazer deles o próximo capítulo, o que acham? Vou colocar as opções nas notas finais, porque isso já ta longo demais haha.

Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/589220/chapter/5

Era a terceira vez que Arya ia parar no reformatório. Suas visitar haviam sido frequentes nos últimos anos, começaram logo após sua vida desmoronar. Ela havia perdido tudo, pais, irmãos, e ficava indo e vindo nas famílias que o governo lhe arranjava. Ninguém lhe aturava por muito tempo.

Parte de si até gostava daquele estranho local. Era uma casa grande, quase como um instituto, que encontrava lares provisórios para as crianças e tentava os integrar na sociedade após terem se metido em confusões. Seu dinheiro provinha de uma rica família que os usava como exemplo de caridade e bondade. Arya tentava disfarçar os leões que enfeitavam os portões e as roupas dos funcionários de Harrenhal cada vez que voltava pra lá. Ela realmente não queria pensar em que dominava aquele lugar e se eles se importariam com ela, se soubesse que andava perdida, vagando por aquelas salas por dias.

Suspirou, assoprando uma mecha do cabelo curto. A vida era uma droga.

Seu corpo estava jogado contra o grande sofá do local, o único som na sala, era o barulho de seus coturnos batendo um no outro. Quem sabe se ela batesse com força, não poderia voltar para casa como Doroty?

Balançou a cabeça, afastando os pensamentos. Sansa era quem costumava acreditar nessas coisas, não ela. Arya não tinha casa. E Sansa já não era mais parte de sua vida. Provavelmente havia sido a única dos irmãos a ser aceita na casa de Lysa Tully, que havia virado as costas para o resto dos sobrinhos.

Em sua mente, tentava arrumar formas de fugir daquele lugar. Tinha boas roupas e bastante dinheiro muito bem escondido, frutos de tempos passados, onde vivia em uma boa casa, com um grande quintal.

Seria fácil sair dali, pular uma janela de noite, quando ninguém estivesse olhando. Era realmente muito fácil. Ela podia deixar tudo para trás e viver sua vida como quisesse, sem estúpidos pais e mães temporários tentando lhe dizer o que fazer.

Arya já era grande o suficiente para conseguir se virar sozinha, tinha plena consciência disso.

Enquanto divagava e tentava arquitetar seus planos de fuga, a porta da sala se abriu, e os funcionários do reformatório entraram, arrastando um menino com eles. O garoto – se é que podia ser chamado assim- era mais velho que ela –provavelmente a mesma idade que Robb, quando ela o viu pela última vez- e muito maior. Poderia derrubar aqueles dois guardas molengas facilmente, mas preferia entrar em silêncio e submissão no local. Deixe os pensar que é fácil.

Os funcionários o largaram no meio da sala e saíram, trancando a porta atrás de si. Embora se assemelhasse muito com uma casa, Harrenhal era uma prisão e nenhum dos dois jovens ali se esquecia disso.

Arya sentou-se ereta no sofá, o observando em silêncio. Parecia ter se metido em alguma briga e, ao julgar pelas roupas, não vinha de um lugar muito bom... Não que ela realmente se importasse com isso.

– Oi. – Ele cumprimentou, sentando-se na cadeira a frente dela. De perto, ele até poderia ser considerado bonito.

– Oi. – Respondeu de forma seca, puxando as pernas para cima da almofada e apoiando o rosto nos joelhos. – Quem é você?

– Gendry. – Ele cruzou os braços, a encarando. Arya se lembrou de seu pai, uma vez ele havia dito que pessoas que olham nos olhos costumam ser confiáveis. Aquilo não era verdade. Ela lembrava-se de Cersei Baratheon a encarando com aquelas esmeraldas verdes que seus olhos eram, tempos antes da mesma destruir sua família.

– Arya. – Se apresentou, ainda o encarando. Por alguns minutos, eles ficaram em silêncio.

– O que uma moça como você fez para parar aqui, Arya? – Ele perguntou, quebrando o contato visual, observando a janela com grandes que tinha vista do pequeno e mal cuidado jardim.

– Confusão. E você?

– Confusão com pessoas erradas. – Gendry se levantou, indo em direção as escadas. Antes de subi-las, lançou um último olhar a Arya, que franziu as sobrancelhas. Ela sentia ter algo em comum com ele, só não sabia ao certo o que.

[...]

Arya ainda arquitetava seu plano de fuga. Havia ficado consideravelmente mais complicado após mandarem instalar novas grades em todas as janelas, substituindo as antigas enferrujadas e facilmente quebráveis. Ela precisava ser inteligente agora.

Nas últimas semanas ela havia se aproximado de Gendry, também. Era esquisito, a garota não costumava ter amigos.

No começo, ele apenas vinha se sentar ao lado dela na hora do almoço e da janta, na mesa mais afastada, onde antigamente ela costumava comer sozinha. Não diziam uma palavra sequer. Ele apenas vinha, se sentava, comia, se levantava e sumia de sua vista até o almoço do dia seguinte.

E eles permaneceram assim, até que ela um dia resolveu quebrar o silêncio.

– Que porra você quer? – Perguntou, quando Gendry sentou-se ao seu lado.

– Por que você acha que eu quero alguma coisa? – Ele retrucou, pousando o garfo no prato e virando o rosto para a garota. Havia um sorriso irônico ali que ela queria socar.

– Por que outro motivo você sentaria do meu lado? – Arya quis chuta-lo para longe e talvez até o fizesse, se não tivessem lhe observando.

– Porque eu gosto de boa companhia, m’lady. E a maioria das outras pessoas desse lugar, são idiotas. – Ela revirou os olhos, mas não disse nada. Parte de si tinha que concordar.

M’lady, apelido idiota.

Mas agora eles passavam tardes juntos. A maior parte do tempo em silêncio, andando em volta dos limites da propriedade, sendo observados por guardas. Raras palavras eram trocadas. Nenhum dos dois era muito de conversa.

Arya tropeçou em uma pedra que estava no caminho, cujo qual ela não tinha visto, distraída avaliando por qual lado poderia fugir, quando chegasse a hora certa.

– Porra. – Resmungou, recuperando o equilíbrio rapidamente e chutando a pedra pra longe. Ela precisava começar a prestar mais atenção nas coisas ao seu redor, ou seus planos de fuga jamais se concretizariam.

– Eu sempre me surpreendo com você. – Disse Gendry, com um riso.

– Do que você tá falando? – Ela olhou desconfiada para ele, o cabelo curto cobrindo parte do seu rosto.

– Uma garota do seu nível alto de nascimento não deveria falar essas palavras. Nem estar aqui. – Ele não teve tempo para reagir quando ela foi pra cima, o empurrando de costas em uma parede, longe dos olhares dos funcionários.

– Cala sua boca! Você não sabe do que está falando! – Arya queria socar a cara dele até faze-lo engolir todas aquelas palavras.

– Ei, ei, calma! – Gendry não fez esforço para sair do aperto dela, embora a sensação daquele pequeno braço pressionando sua garganta não fosse algo que ele apreciava sentir. – Não vou falar nada para ninguém.

– Mas não vai mesmo! – Ela teve que se controlar para manter a voz baixa. – Da onde diabos você tirou essa ideia?

Ele empurrou o corpo dela de leve. Era a primeira vez que a tocava. Arya pode sentir que a mão dele era quente e firme em sua cintura, a fazendo manter uma certa distância e tentando conter a raiva que crescia dentro dela.

O que porra Gendry sabia? Como ele poderia ter descoberto quem ela era, em um passado distante?

Ele pigarreou.

– Bem, o modo como você come, fala, anda. Não é coisa de gente como eu, sabe? Você aprendeu a fazer as coisas do jeito certo e é inteligente demais para ter parado aqui por causa das más condições que viveu. Você tem história, garota, uma história que deve ser bem interessante.

Arya suspirou pesadamente.

– Eu tenho e não é da porra da sua conta. – Ela se virou e continuou andando. Se surpreendeu quando ele veio atrás e, incrivelmente, não reclamou.

– Um dia, M’lady, você vai confiar em mim o suficiente para me dizer.

Ela duvidava muito.

[...]

Não havia muito a ser feito no reformatório. Você tinha que seguir regras, ter aulas, ouvir palestras sobre fazer as coisas certas, pagar sua pena fazendo serviço comunitário às vezes e, se tivesse bom comportamento e fosse novo, iria pra uma família provisória.

Arya odiava essa merda toda.

Estava deitada no jardim quase vazio. A maioria dos jovens preferiam ficar dentro da casa, brigando pela TV e sofá. Mas ela gostava e apreciava o doce silêncio do exterior. Se fechasse os olhos, quase conseguia fingir que não havia ninguém lhe observando, que ela era livre de novo.

Ouviu alguém se aproximando, mas já conhecia bem demais o som das pisadas para saber que era Gendry e que não precisava se preocupar ou sequer abrir os olhos.

Ele deitou-se ao seu lado, olhando para as nuvens. Podia dizer que uma chuva estava se formando, o que melhorava seu ânimo.

– Uma vez você disse que um dia eu confiar o suficiente em você para te contar minha história. – Arya comentou, puxando a grama com a ponta dos dedos.

– Eu estava certo, não é? – Ele comentou, com um sorriso nos lábios.

– Cala boca antes que eu mude de ideia. – Ela abriu os olhos e franziu a testa, irritada. – Presta atenção. Eu tinha uma família. Pais normais e cinco irmãos. – Ela riu e ele acompanhou. – Meus pais pareciam não conhecer anticoncepcionais. Enfim, meu pai era um homem de negócios, ele se envolveu em assuntos que não deveria para tentar salvar um amigo... Um dia ele foi para Washington e nunca mais voltou. - Arya engoliu em seco. – Minha mãe e meu irmão mais velho assumiram os assuntos do meu pai. E as pessoas que acabaram com ele, fizeram o mesmo com os dois. Disseram-nos que meu irmão e mãe haviam sofrido um acidente de carro. Mas Robb sempre dirigiu muito bem e naquela noite, ele havia ido se encontrar com alguns aliados da nossa empresa, algo de muito errado aconteceu... Enfim, depois disso chegou o governo, separou me dos meus outros irmãos. Tive que aprender a me virar, sabe?

Gendry assentiu com a cabeça, tentando assimilar as informações. Era difícil pensar naquela garota com uma família grande e irmãos ao redor, mas ele até que conseguia formar algumas imagens na cabeça.

– Eu sinto muito. – Era a única coisa a ser dita.

– Não sinta. – Arya voltou a fechar os olhos. A imagem de Jon veio na sua cabeça, de todos, era o que mais sentia falta. Onde ele estava?

– Eu não sei quem é meu pai. – Gendry começou, após um longo suspiro. Queria que Arya entendesse que, por mais que nunca tivesse passado por uma situação como a dela, ele sabia como era estar sozinho. – Nem minha mãe, pra falar a verdade. Ela morreu antes que eu pudesse gravar o rosto dela na minha mente. Mas eu me lembro que ela tinha cabelos loiros. Eu gosto de pensar que ela era uma linda mulher.

– Você deve ter puxado seu pai, então. – Ambos riram.

Por um momento, eles puderam pensar que o mundo não era tão solitário assim.

[...]

– Eu vou embora. – Ela disse, quando entrou escondido no quarto dele sem bater. Gendry agradeceu aos céus por estar vestido.

– Porta, essa é a Arya. Arya, essa é a porta, ela foi feita pra bater, sabia? – Ironizou, quando ela sentou-se na cama ao seu lado.

A garota sorriu, mas esse logo desapareceu.

– É sério, eu estou indo. – Ela suspirou. Gendry pode notar que havia uma mochila em suas mãos.

– Pra onde? – Perguntou. Não queria que ela fosse. Aquelas longas semanas foram as melhores desde muito tempo.

– Não sei ainda. – Ainda não havia pensado nisso, o que era bem estúpido, bem sabia. – Vou na estação de trem e pegar o que vá para mais longe daqui.

– Tem dinheiro? – Era uma pergunta estúpida, claro que ela tinha. Arya concordou com a cabeça. – Você pensou em tudo, garota.

– Vá comigo. – Pediu. Desde o início havia planejado uma fuga solitária para qualquer lugar, mas agora sentia a necessidade de uma companhia.

– Não posso, Arya. Vou fazer 18 anos mês que vem, se me pegarem eu vou direto pra cadeia. Não quero ir pra lá. – Abaixou a cabeça. Seu maior desejo era seguir aquela pequena menina para qualquer lugar, mas não podia.

– Eu entendo. – Ela tentou sorrir, mas fracassou.

– Quem sabe em outro momento, hein? A gente ainda pode ser uma família. – Tentou anima-la. Não queria que ela se lembrasse dele como o menino que foi covarde para lhe acompanhar. Queria que sorrisse, ao pensar nas suas piadas idiotas.

– Isso é bobagem, Gendry. – Arya riu de leve. - Mas seria bom ter você como irmão.

– Se fossemos uma família, você seria minha esposa, não irmã. – Ele comentou, se aproximando dela de leve.

– Não sou a esposa de ninguém, babaca. – Murmurou, antes de sentir os lábios dele sobre os seus. Não era doce, não era macio. Achou até meio rude, mas sabia que gostava da sensação. A língua dele facilmente quebrou qualquer bloqueio que ela pudesse ter.

– Adeus, Gendry. – A garota disse, depositando um selinho em seus lábios, antes de sair pela porta.

– Até logo, Arya. – Sussurrou, mas ela já havia partido.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Como eu disse lá em cima, Arya/Jon é uma opção que eu ando considerando muito para o próximo capítulo.
Eu ando pensando em:
— Arya/Jon.
— Rhaella Targaryen/Joanna Lannister/Aerys Tagaryen (que já está escrito, na verdade haha, mas não sei se posto).
— Cersei Lannister/Taena Merrywheater .
— Elia/Jaime.
Qual dessas opções vocês gostam mais? Alguma outra ideia? Todas sugestões são bem-vindas.
E por favor, me digam os personagens favoritos de vocês, para eu ter uma noção do que vocês gostam de ler kk.

Espero os reviews de vocês.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Coletânea De Contos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.