Coletânea De Contos escrita por lizzy earnshaw


Capítulo 1
Tons de Melancolia. - Elia Martell


Notas iniciais do capítulo

Contém sexo hétero e morte.
Nada mais justo que começar a minha coleção de ones pela minha personagem favorita, Elia Martell ♥



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Elia, do olhar carinhoso e coração quebrado.

Azul, a cor do começo, meio e fim.

 

Elia sempre gostou de azul. Todas as tonalidades, todos os tipos, azul era sua cor favorita.

Seu quarto era como um ponto claro e calmo em meio a toda bagunça da sua casa. Ele tinha as cores do céu em uma noite de verão.

Não fazia um belo contraste, quando se olhava a cena ao todo: o quarto de Oberyn era vermelho como sangue e toda a revolta dentro dele se mostrava bem óbvia no seu exterior; o de Doran era laranja claro, como o fim do pôr-do-sol, tão elegante como ele, exalando sabedoria. O resto da casa era em tons de laranja escuro, porque era a cor que sua mãe mais amava, era tudo que restava depois que ela se foi.

Exceto o quarto de Elia, que parecia meio fora de lugar em meio a tantas cores quentes.

[...]

Hospitais sempre foram frequentes em sua vida, a maioria das enfermeiras eram suas conhecidas e costumavam conversar com ela durante o tempo em que ficava lá. Elia sempre foi uma garota doente que precisava de cuidados. Isso a irritava profundamente, mas depois de um tempo, parou de se importar tanto.

Em uma sexta –feira, ela nota que seu quarto no hospital tinha uma vista linda para o mar. Desde então, pede gentilmente que sempre deixem a cortina aberta. Ela até poderia ignorar as agulhas e os médicos ao seu redor, e fingir que estava em sua varanda, jogando cartas com Oberyn.

[...]

Quando foi para a faculdade e mudou-se para um pequeno apartamento em King’s Landing, ela levou o azul consigo. Havia o imã da cozinha mostrando o mar, seu quarto tinha uma colcha marinho e sua mochila era azul jeans. A cor combinava bem com o violeta de Ashara, também espalhado pelo local. Não era sua casa de verdade, mas havia se tornado seu lar.

[...]

Durante o seu namoro com Rhaegar, Elia não havia ganhado nada azul. Os presentes costumavam serem todos laranjas, amarelos ou vermelho. Ele dizia que combinava com ela, combinava porque ela era como o Sol.

A verdade é que o Targaryen não sabia de nada. E ela também nunca quis se dar o trabalho de explicar. Se ele fosse mesmo inteligente como diziam, notaria que cores quentes nada tinham a ver com ela.

[...]

Ela havia dito sim ao pedido de casamento. No grande dia, em seu cabelo, discretamente escondido, havia um grampo azul, que Oberyn tinha lhe dado.

“Era da nossa mãe, ela usou quando se casou.”

Enquanto ele a levava até o altar, ela sorria. Era seu casamento. Ela seria Elia Targaryen. Não soava tão bem quanto Elia Martell, mas um dia iria se acostumar. Afinal, o grampo azul deveria representar que aquele era um bom começo, certo?

[...]

Rhaenys e Aegon nasceram, ambos, em dias de verão. O céu estava limpo e belo. Estava azul. E foram os dias mais felizes da sua vida.

Quando os médicos disseram que ela não poderia mais engravidar, não se importou. Já tinha seus filhos, uma família que amava completamente e totalmente. Mas quando olhou para o lado e viu o olhar do marido, ela soube que algo estava errado. Elia deveria saber que antes da tempestade, vem a calmaria.

[...]

Rhaegar chegara tarde um dia do trabalho, o que estava se tornando comum. E lhe disse que tinha se apaixonado por outra mulher. Ela admirou sua franqueza e coragem. Até pode sorrir para ele, ao virar as costas e segurar as lágrimas.

Lyanna Stark era bonita, jovem, saudável, selvagem, com longos cabelos escuros que balançavam contra o vento e um olhar misterioso. Rhaegar dizia que Elia era o Sol, sendo assim a menina do Norte era a Lua. Seu completo oposto.

Se azul fosse uma pessoa, seria Lyanna Stark. E isso fazia com que Elia não conseguisse odiá-la, por mais que quisesse.

[...]

Ela usava um vestido azul cobalto quando disse aos seus filhos que Rhaegar estava saindo de casa, e deixou que as lágrimas deles o manchassem.

Usava outro, dessa vez azul marinho, quando assinou os papeis do divórcio em uma noite gelada de Setembro.

Em seu corpo estava um azul real quando, ao desviar o olhar da pista para abaixar o volume do rádio, um caminhão acertou seu carro no meio da estrada.

[...]

No seu enterro, lhe vestiram com um tom azul egípcio escolhido por Oberyn. Porque ele sabia que era sua cor favorita. Ele sabia de tudo.

Azul sempre foi a cor da tristeza, a cor do olhar dela antes da morte lhe roubar o último respirar de vida, a cor de Elia Martell, embora poucos pudessem notar.


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