A noite havia caído lentamente, as horas pareciam se arrastar, fazendo-me acreditar que a ela nunca teria fim, as lagrimas já não desciam por meu rosto tão abundantemente quanto antes, mas a ferida ainda estava ali, corroendo-me por dentro.

Deitada no quarto escuro e eu me perguntava aonde Natsu poderia estar naquela momento. Em que ele pensava?

Tudo era tão doloroso, que minha mente ainda não havia conseguido assimilar todos os fatos com clareza.

A guilda havia se dissolvido e Natsu havia partido, me deixando para trás.

Ele que havia me mostrado um lugar para o qual voltar, o homem que me ensinara o que era uma família de verdade já não estava mais ali e isso era inconcebível.

Estava sozinha mais uma vez.

Minha mãe, meu pai e agora ele, haviam me deixado por algum motivo, sem me dar chance para fazer nada.

Por que era sempre assim? As pessoas partiam sem nem ao menos se despedir corretamente, mas de todos, ele fora o pior.

Como poderia seguir sem ele ao meu lado? Sem seu apoio ou as piadas idiotas de Happy?

Aquilo era cruel e eu não queria aceitar sua partida, mas o que poderia ser feito?

Nada, eu não podia fazer nada!

Sempre me considerei uma inútil e nem alcança-los havia conseguido. Minha pernas ainda doíam por meu esforço em vão.

Suspirei cansada, a fome fazia me estomago doer, mas ainda assim me negava a levantar.

A carta que ele havia me deixado ainda se encontrava ao chão. Lê-la uma segunda vez seria torturante, mas aqui era a unica coisa que me fazia ter esperança.

Seu cheiro ainda se encontrava impregnado no papel branco, onde sua caligrafia se encontrava mal feita.

Um ano era muito tempo e todos aqueles sentimentos apenas se acumulavam dentro de mim.

Nunca havia lhe contado meus verdadeiros sentimentos e meu amor por ele ainda seria um segredo só meu.

Apanas o que me restara era espera-lo e tentar ficar mais forte, assim como Natsu.

Ele partira para arrumar uma forma de nos proteger, mas isso só o fazia tão solitário quanto os que ficaram para trás ainda que tivesse o Happy.

Tudo aquilo me fazia refletir.

Antes de Natsu aparecer em minha vida, eu nunca me importei realmente por estar tão sozinha, apenas havia aceitado o descaço de meu pai e a morte de minha mãe. Vivia um dia após o outro a procura de um lugar que me aceitasse e eu havia encontrado, mas agora tudo esta perdido sem Natsu e os outros ali.

Tudo o que enxergava a minha frente era pura e dolorosa solidão e isso me causava um frio estranho na barriga.

Não era uma sensação boa, era algo terrivelmente angustiante.

Era como enfrentar o desconhecido, mas no fim era tudo isso que me restara. Eu estava definitivamente sozinha.