*Isabella*

Já havia semanas que eu tentava a todo custo fazer com Edward me transformasse, mas a cada tentativa eu recebia de uma forma gentil as mesmas respostas de sempre: ‘’Não quero te privar de uma vida..’’ ou até mesmo, ‘’Não estou certo de que sou a pessoa certa para você.’’ Ah, me poupe, se não fosse de fato a pessoa certa para mim porque ainda estaria comigo?!

Suspirei e encarei o teto do meu quarto, esse tipo de pensamento vem sendo frequente desde o meu envolvimento com os Cullen. Eu deveria ser igual as outras garotas normais da minha idade, deveria me importar com que roupa eu iria escolher para ir a escola ou até mesmo me preocupar com a situação precária do meu guarda roupa...Contudo, todavia e entretanto, eu não sou uma Alice Cullen da vida, e muito menos levo jeito para servir de patricinha.

—Bellinha?! Bella, Bella, Bella, Bella...? – Cantarolou Alice, entrando no meu quarto.

—Falando no diabo... – Sussurrei.

—Estava, falando de mim? – Alice questionou.

Droga! Esqueci que ela tem uma super audição.

—É, estava pensando em você, em como eu deveria agir como uma garota como você. – Soltei sem rodeios.

—De fato, concordo plenamente com você, poderíamos marcar de sair, fazer umas compras, e.. – Alice começou a tagarelar e eu a interrompi.

—E nada, foi só um pensamento, isso de sair para fazer compras está fora de cogitação, ao não ser que seja para comprar jaquetas e espartilhos.

Alice revirou os olhos e se encolheu.

—Tudo bem, depois veremos isso, agora troque esse pijama e desça. – Ordenou.

—Para...? – Arqueei as sobrancelhas.

—Não percebe?! O tempo está perfeito para uma bela partida de basebol. – Alice bateu palminhas.

—Não sabia que um dia que promete uma tempestade é um bom dia para se jogar basebol. – Ironizei.

—Para nós que somos vampiros, sim, é. – Alice deu língua.

—Só que no caso, eu sou uma humana, e outra, não sou a melhor aluna em educação física pra isso. – Dei de ombros.

—Nem vem com esse papinho, Isabella Swan, não tente bancar a humana infeliz para tentar me convencer a te transformar. – Alice sorriu triunfante.

—Edward já envenenou você? – Perguntei incrédula.

—Não só a mim, como a todos os meus irmãos queridos. – Alice sorriu.

Revirei os olhos.

Alice me encarou por dois segundos e fez sinal de que me esperaria lá embaixo. Que ótimo, não tenho nem autonomia para dizer se quero ou não ir nessa droga de jogo idiota.

Suspirei derrotada e abri meu guarda roupa, peguei um blusão qualquer, coloquei um shorts e meus all star de sempre, fiz minha higiene matinal e desci as escadas com má vontade.

—Você é literalmente um caso a ser estudado. – Comentou Edward com sua voz de veludo.

—Onde está Alice? – Perguntei.

—Ainda está chateada com a nossa ultima conversa? – Edward perguntou cuidadoso.

—Te fiz uma pergunta. – Ignorei.

Edward me olhou atônito, provavelmente não esperava que eu fosse me rebelar daquele jeito, mas francamente, não tenho nenhuma coleira no pescoço que diz que Edward Cullen é meu dono e eu tenho que ficar sempre feliz e alegre simplesmente para alegrá-lo.

—Alice está...na clareira. – Disse por fim.

—Ótimo, então vamos. – Passei em sua frente.

Edward me seguiu em silêncio até chegarmos a clareira não muito distante da minha casa, os demais Cullen já estavam em seus postos, estavam apenas nos esperando.

—Belluskha! – Emmet me cumprimentou.

Já disse o quanto gosto de Emmet?! Ele provavelmente seria o meu favorito para ser meu irmão mais velho.

Sorri de volta em forma de retribuição.

Rose pareceu não gostar, mas eu não ligo para a opinião dela, na verdade eu não ligo para a opinião de ninguém.

—Todos em seus lugares. – Gritou Jasper – Isabella, se importa de ser a nossa juíza?

—Claro que não, todos em seus lugares. – Sustentei a ordem de Jas – Comecem!

*Narrador*

Não muito distante da clareira, um jovem loiro de cabelos na altura dos ombros, acompanhado de uma ruiva de olhos marcantes e um moreno sedento, observavam de forma convicta o jogo que ocorria no ambiente.

—Achei nosso alvo. – Lambeu os lábios o loiro.

—Calma, James, vamos fazer o trabalho da forma mais discreta possível. – O moreno disse colocando as mãos no ombro do amigo.

—Laurent tem razão, se alguma coisa der errado, ele vai nos caçar até no inferno, e você sabe. – A ruiva complementou.

James suspirou pesadamente, tinha uma importante missão a ser cumprida, e se a não fizesse poderia por em risco sua existência e de seus companheiros.

—Não tem como fazer isso do modo discreto, Laurent, ela vive cercada pelos Cullen, não há nada que possa dar errado, somos muito mais fortes do que aquela família inteira juntas, a propósito, Victória, estou mais do que ciente do que estamos sujeitos se falharmos. – James comentou distraído.

—Sabe que somente você pode fazer isso, não é?! Ele te capacitou para tal coisa a semanas, se der errado... – Victória começou mas foi cortada por um James furioso.

—Não vai dar errado! – Sibilou o loiro.

Victória se encolheu com o tom de ameaça do parceiro, nunca tinha visto James tão confiante em suas habilidades de vampiro, e tão ansioso para executá-las.

—Está na hora, estão dando uma pausa no jogo, e ela está sozinha, se você for rápido o bastante ela nem vai notar que foi mor... – Laurent disse mas para o nada, uma vez que James já havia saído em disparada floresta adentro.

(...)

Isabella estava só, não porque ninguém quisesse lhe fazer companhia, mas sim por escolha própria, queria um tempo sozinha, e talvez, aquela poderia ter sido a pior escolha que ela tivesse feito no momento.

O ambiente ficou mais frio do que o normal, Isabella pensou que talvez pudesse ser a presença dos Cullen, mas se o fosse, a sensação de terror que começava a se apossar da garota não estaria tão forte, ela não sentia medo dos Cullen, ela os amava, mas ainda assim não suportava a ideia de ser a diferente, a que não pode ser uma vampira.

Com esse pensamento na cabeça, Isabella e os Cullen foram surpreendidos por três vampiros nômades, a ruiva e o moreno se prostraram em forma de defesa para os Cullen, de alguma forma, pareciam que queriam separar Isabella dos demais integrantes da família Cullen.

—O que querem? – Edward rosnou com os olhos fixos em Isabella.

—Queremos conhecer a moça que anda com vampiros, achamos um tanto curioso. – Sorriu o loiro se aproximando de Bella.

A mesma sabia que não teria a menor chance de correr ou algo do tipo, então preferiu ficar estática e esperar que sua ‘’nova’’ família pudesse vim em seu socorro, principalmente Edward.

James se aproximou mais, agora se encontrava a poucos centímetros de Isabella, e já podia ouvir os batimentos acelerados que vinha do seu coração, acariciou sua bochecha e sentiu a garota tremer, estava com medo, era fato.

—Anda logo com isso James. – Berrou Victória sem tirar os olhos dos Cullen.

—Eles estão em minoria, mas são mais fortes que nós... – Comentou Alice alarmada.

James chegou perto do ouvido de Bella e sussurrou:

—Você vai me agradecer por isso um dia, garota.

Bella olhou desconfiada para o vampiro, o que ele pretendia fazer?! Transformá-la?! Matá-la?! E porque diabos os Cullen ainda não vieram em seu socorro, o que há dessa vez?!

Sem delongas, James pegou o pulso de Isabella de uma forma nada gentil e fincou suas presas no mesmo.

Bella podia ouvir os gritos que vinha dos demais vampiros ali presentes, mas foi surpreendida ao notar que James não estava drenando seu sangue, muito pelo contrário, ela sentia algo ácido e frio começando a correr pelas veias, seria aquilo que faria com que ela virasse uma vampira?! Ou seria alguma anomalia que serviria para matá-la?!

Isabella não pode concluir suas teorias, em menos de um segundo, caiu no gramado da clareira perdendo a consciência.