Garota rara e diferente escrita por Adolfinho


Capítulo 22
Capturada


Notas iniciais do capítulo

Depois de muita demora, tá aí o capítulo novo.



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Por um instante, cheguei a pensar que algum caçador de pessoas raras estava ali para me assassinar. Mas era apenas Rafaela, essa garota serelepe de cabelos azuis.

­­­­­­­— Oi, minha guxa! Que saudades! — Levanto-me em um pulo e dou dois beijos nas bochechas dela.

— Ai, miga, você não sabe a merda que está lá na cidade. Todo mundo virou zumbi. Eu estava morrendo de medo, então vim correndo para essa floresta e me escondi nessa cabana fedorenta.

De repente, me lembro que a Rafaela é humana, e humanos não são bem-vindos por aqui.

— Rafaela, é melhor você se esconder, se não os semideuses do clichê irão te matar!

— Porra, que merda. Tudo bem, eu vou ficar escondida ali no porão, mas eu preciso de um favor...

— Qual?

— Então, é que estou menstruada, e eu preciso de um absorvente.

Ah, então é por isso que ela estava estressada, e não feliz e saltitante como sempre ficava lá na escola Doce Love.

— Tudo bem — Aceito — Vou ver se consigo um. Mas fique escondida, senão, teremos problemas.

Ela concorda com a cabeça e volta para o porão. Eu saio da cabana. Já está quase anoitecendo. Percival está em um pequeno cemitério, enterrando os mortos. Ele parece triste.

Vou correndo até ele. Ele para com a escavação e me olha.

— Aconteceu alguma coisa? — Ele pergunta, visivelmente cansado pelo trabalho árduo.

— Sim, eu preciso de um absorvente.

Ele arqueia as sobrancelhas e me olha com uma expressão bastante desconfiada.

— Absorvente?

— Absorvente. — Confirmo.

— Mas pra quê você precisa de um absorvente, Julieta?

— Ué, como se existisse outra utilidade — Eu brinco.

— Mas vampiras-fada não menstruam.

— Não menstruam?

— É claro que não. Afinal, elas se alimentam de sangue, e se menstruassem provavelmente acabariam se machucando, se é que você me entende. Pra que você precisa de um? Não me vá dizer que tem algum humano por aqui precisando. — Ele elevou um pouco o tom de voz ao dizer essa última frase.

— Não, claro que não. Eu só preciso do absorvente para fazer... Para fazer... Para fazer um chá. Isso mesmo, um chá.

— Um chá de absorvente?

— Exato. Aí eu procuro uma pessoa, mato ela, uso o absorvente para absorver o sangue dela, coloco na água e faço um chá.

— A gente não tem nenhum absorvente aqui. Na cidade deve ter, mas você não pode ir lá agora.

— Por quê?

— Porque é muito perigoso. A floresta está cheia de monstros e assombrações, e a cidade, cheia de zumbis. Além disso, nós não sabemos se os humanos ainda estão à espreita, e precisamos de todo mundo aqui caso eles ataquem no meio da noite.

Parece que não poderei ajudar a Rafaela, o que é com certeza um problema para ela. Espero que ela não sangre durante a noite, ou então Percival poderá farejar o sangue dela. Imagino que ele consiga fazer isso.

Está tudo dando errado ultimamente.

— Preciso ir para a reunião na Cabana Mestra — Ele diz, largando a pá — Acho melhor você ir para a sua cabana. Precisa descansar. Estamos planejando atacar os humanos, e acho que a sua ajuda será providencial.

Ele vai correndo até a Cabana Mestra, que é a maior cabana do acampamento.

Esses humanos do Vale Olímpio parecem ser perigosos, a julgar pelo ataque que fizeram hoje a tarde. Eles mataram vários. Estou com um pouco de medo, para falar a verdade, mas sei que a minha raridade irá me proteger. Falando em raridade, eu preciso colorir novamente algumas mechas do meu cabelo de roxo.

Ando em direção à cabana, mas paro. Tem uma luz, parecida com de uma lanterna, vindo da parte oeste da floresta. Podem ser humanos. Penso em avisar os outros, mas eu acho que posso resolver isso eu mesma. Retiro minha espada da bainha e movimento-me até a luz.

Enquanto me aproximo, ouço sons de pessoas conversando. Não consigo entender nada do que eles dizem, mas consigo vê-los. Ou, ao menos, a silhueta deles. São uma mulher e um homem, ambos armados com bestas.

Sinto uma picada no meu pescoço. Por reflexo, olho para trás. É uma mulher. Não consigo ver como ela é. Minha visão está embaçada. Tento atacar, mas meu corpo inteiro está dormindo.

Apesar de estar com a visão turva, consigo ver ela pegando um saco de dentro de uma mochila e vindo em minha direção. Ela coloca o saco na minha cabeça e ri baixinho. Percebo meus sentidos ficando cada vez mais fracos, até pararem por completo.


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Notas finais do capítulo

Pois é, mais um capítulo que atrasa.
Meu PC deu pau novamente. Pois é, a vida está sempre pronta para enfiar uma piroca da grossura de uma tora de madeira, com muita força, bem na seu toba, enquanto ela ri de você. Enfim, o computador ficou fudido, daí ficou dois fucking meses no conserto, e quando voltou eu fui atingido pelo bloqueio de escritor, e adivinhem o que aconteceu anteontem?
O carregador do meu notebook quebrou. É, quebrou. Eu só tenho 25% de bateria até ficar desconectado novamente. Então eu peço desculpas por tudo isso e tudo o mais.
Obrigado a todos que leram até aqui.
Ah, e só por inutilidade, eu fiz um mapa da história. (Fiz no paint, então ficou ó, uma bosta.
http://prntscr.com/8uuci9